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Teste 2

É possível conhecer? (2)

Nome: N.º: Turma:

Professor/a: Classificação:

Grupo I

Seleciona a opção correta.

1. A definição tradicional de conhecimento pressupõe que o conhecimento não pode ser


fruto da sorte ou do acaso, porque

A. ter uma crença verdadeira é condição necessária e suficiente para o conhecimento.


B. ter uma crença verdadeira é uma condição necessária, mas não suficiente para o
conhecimento.

C. ter uma crença verdadeira implica que o conhecimento não é fruto da sorte ou do acaso.

D. ter uma crença verdadeira pressupõe a adequação à realidade.

2. Segundo Edmund Gettier, a definição tradicional de conhecimento é

A. verdadeira, porque ter uma crença verdadeira justificada é uma condição necessária
e suficiente para o conhecimento.

B. falsa, porque basta ter uma crença verdadeira para termos conhecimento.

C. verdadeira, porque ter uma crença verdadeira justificada não é condição necessária
nem suficiente para o conhecimento.

D. falsa, porque ter uma crença verdadeira justificada é condição necessária, mas não
suficiente para o conhecimento.

3. Uma das seguintes afirmações é a priori.


Identifica-a.

A. O quadrado tem quatro lados.

B. O vestido é florido.

C. O bolo é doce.

D. As abelhas gostam de mel.

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4. Considera as afirmações seguintes.
Seleciona a opção correta, de acordo com o fundacionalismo:

1. As crenças básicas são o alicerce de todo o conhecimento.


2. As crenças básicas justificam outras crenças.
3. As crenças básicas são justificadas por outras crenças.
4. Não há crenças básicas.

A. Todas as afirmações são verdadeiras.

B. As afirmações verdadeiras são a 1 e a 2.

C. Todas as afirmações são verdadeiras, exceto a afirmação 4.

D. Todas as afirmações são falsas.

5. O empirismo distingue-se do racionalismo porque considera que

A. o conhecimento a priori não é substancial.

B. não temos conhecimento a priori.

C. o conhecimento a posteriori nada nos diz acerca do mundo.

D. as crenças básicas provêm da razão.

6. Identifica a afirmação que corresponde a uma objeção ao ceticismo:

A. Todas as nossas crenças são falsas.

B. As crenças não estão justificadas.

C. Há crenças básicas.

D. Há crenças verdadeiras.

7. Descartes é um filósofo cético.


Esta afirmação é

A. verdadeira, porque a dúvida é hiperbólica e leva-nos a questionar tudo aquilo em que


habitualmente confiamos.

B. falsa, porque Descartes ignora os céticos e os seus argumentos.

C. verdadeira, porque Descartes duvidou das crenças a posteriori e das crenças a priori.
D. falsa, porque a dúvida é metódica, o que significa que é um meio para alcançar
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um conhecimento certo e indubitável.

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8. O círculo cartesiano é

A. a objeção de que Descartes cometeu uma falácia da petição de princípio ao usar o


critério da evidência para provar a existência de Deus.

B. um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.


C. a objeção de que o cogito não é convincente, devido às suas conclusões serem
extremamente limitadas.

D. um argumento que comprova que há evidências que se impõem ao pensamento como


absolutamente claras e distintas.

9. Uma das seguintes afirmações é falsa, para David Hume.


Identifica-a.

A. As perceções da mente são as impressões e as ideias.


B. Os dois tipos de conhecimento são o conhecimento de relação de ideias
e o conhecimento de questões de facto.

C. Há ideias inatas.

D. Há conhecimento a priori.

10. Considera as afirmações seguintes quanto à indução.


Seleciona a opção correta, de acordo com David Hume:

1. As inferências indutivas baseiam-se no princípio da uniformidade da natureza.


2. As inferências indutivas pressupõem que o futuro será idêntico ao passado.
3. As inferências indutivas justificam-se indutivamente.
4. As inferências indutivas conduzem-nos a generalizações precipitadas.

A. As afirmações 1 e 3 são verdadeiras, as afirmações 2 e 4 são falsas.

B. As afirmações 1, 2 e 3 são verdadeiras e a afirmação 4 é falsa.

C. As afirmações 1 e 2 são verdadeiras, as afirmações 3 e 4 são falsas.

D. Todas as afirmações são verdadeiras.

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Grupo II

1. Considera a afirmação seguinte:

“Se adquirir um conhecimento a posteriori, então todo o conhecimento que usar desse
conceito é a posteriori.”

1.1. Distingue, exemplificando, conhecimento a priori de conhecimento a posteriori.

1.2. Consideras a afirmação verdadeira? Justifica.

2. Considera o texto seguinte:

«O cogito é traduzido frequentemente por “Penso, logo existo.”, e é considerado o


“ponto arquimédico” de Descartes nas suas tentativas de resolver o seu próprio ceticismo
radical, onde duvidara de tudo o que havia possivelmente para duvidar. Era a escada de
que preci- sava para iniciar a escalada para fora do poço por ele mesmo escavado.»
Jonny Thomson, Mini Filosofia, O Pequeno Livro das Grandes Ideias, Coimbra, Minotauro, 2021, p. 299.

2.1. Apresenta, sucintamente, o modo como Descartes descobre o cogito.

2.2. Caracteriza o cogito. Na tua resposta, integra, de forma pertinente, informação do


texto.

2.3. Apresenta uma crítica feita ao cogito cartesiano.

Grupo III

1. Responde à questão apresentada.

É possível conhecer?

1.1. Na tua resposta, deves:

– Apresentar as teses das teorias estudadas que respondem a este problema.


– Apresentar inequivocamente a posição que defendes.
– Argumentar a favor da tua posição.

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COTAÇÕES

Grupo Item (cotação em pontos)


1. a 10.
I 80 pontos
10 × 8 pontos
1.1. 1.2. 2.1. 2.2. 2.3.
II 90 pontos
18 18 18 18 18
III Item único 30 pontos

TOTAL 200 pontos

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Teste 2: É possível conhecer? (2)

Grupo I

1. B.

2. D.

3. A.

4. B.

5. A.

6. C.

7. D.

8. A.

9. C.

10. B.

Grupo II

1.

1.1. O conhecimento a priori é um tipo de conhecimento que pode ser obtido apenas usando-se
o pensamento ou a razão, ou seja, independentemente dos sentidos. Por exemplo, para
sabermos que “A metade de quatro é dois.”, não precisamos de recorrer aos dados dos
sentidos, basta o raciocínio.
O conhecimento a posteriori, é um tipo de conhecimento que só pode ser obtido através
dos sentidos e da experiência. É também chamado de conhecimento empírico (decorrente
da experiência). Não conseguimos saber que “A neve é branca.” através do raciocínio,
precisamos de recorrer aos sentidos para obter e justificar esta crença.

1.2. A afirmação é falsa. Eu posso adquirir um conhecimento a posteriori como o


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conhecimento do que “O João é casado.”, no entanto, eu posso usar o conceito de


“casado”, adquirido pela experiência, de modo a priori, recorrendo única e
exclusivamente ao pensamento, como no caso em que afirmo que “O João, sendo
casado, não é solteiro”. Neste caso, eu não preciso de recorrer à experiência para
comprovar que “sendo casado, não é solteiro”, é algo que deduzo pelo pensamento
apenas.

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2.

2.1. O cogito resulta do próprio ato de duvidar: ao duvidar, Descartes está a exercer um ato
de pensamento e, ao pensar, tem claramente de existir. O ato de duvidar é a prova de
que existe enquanto ser pensante (res cogitans).

2.2. O cogito é uma crença fundacional, básica e autojustificada, é o “ponto arquimédico” a


partir do qual Descartes pode começar a reconstruir o edifício do conhecimento, por ser
uma crença indubitável, isto é, por ser uma crença clara e distinta, de tal modo evidente
ao pensamento que não conseguimos duvidar da sua verdade. É, como tal, a escada de
que Descartes precisava «para iniciar a escalada para fora do poço por ele mesmo
escavado.», porque fornece o critério da verdade, que consiste na clareza e distinção das
ideias, naquilo que distingue as ideias verdadeiras das ideias falsas. Descartes duvidou
das crenças a posteriori e das crenças a priori, derrubou todo o edifício do conhecimento
do seu tempo e o cogito surge-lhe através de uma intuição racional, porque é
indissociável do próprio pensamento, é uma verdade racional e a priori. O cogito é distinto
e independente da existência do corpo e, por isso, é uma substância pensante (res
cogitans).

2.3. O cogito é criticado por ser limitativo ao nível das conclusões que podemos retirar dele.
Do cogito só podemos concluir que há pensamentos e nada mais. Ora, do facto de haver
pensamentos não se pode concluir sequer que tem de haver um pensador, o que significa
que a conclusão «Penso, logo existo.» é duvidosa.

Grupo III

1.

1.1. As teorias que respondem à questão colocada “É possível conhecer?” são o ceticismo e o
fundacionalismo: o fundacionalismo racionalista de Descartes e o fundacionalismo
empirista de David Hume.
O ceticismo considera que não podemos afirmar que é possível conhecer, porque nenhuma
fonte de justificação das nossas crenças é satisfatória.
O fundacionalismo racionalista de Descartes e o fundacionalismo empirista de David Hume
afirmam a possibilidade do conhecimento. Diferem na perspetiva de qual a principal fonte
de justificação das nossas crenças: Descartes considera que é a razão, David Hume,
considera que é a experiência.

No caso de o aluno considerar que não é possível conhecer, deve referir-se aos principais
argumentos céticos para duvidar:
Argumento da ilusão: Tudo o que é uma fonte de justificação segura do conhecimento
não nos engana. Os sentidos enganam-nos. Logo, os sentidos não são uma fonte de
justificação segura de conhecimento.
Argumento da divergência de opiniões: Se fosse possível justificar as nossas crenças, não
haveria lugar para divergências de opinião. Há divergências de opinião. Logo, é impossível
justificar as nossas crenças.
Argumento da regressão infinita da justificação: A justificação de qualquer crença é
inferida de outras crenças. Se a justificação de qualquer crença é inferida de outras

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crenças, então dá-se uma regressão infinita. Se há uma regressão infinita, as nossas
crenças não estão justificadas. Logo, as nossas crenças não estão justificadas.

No caso de o aluno considerar que é possível conhecer, deve referir-se aos principais
argumentos do:
Fundacionalismo racionalista de Descartes:
– Sendo um racionalista, Descartes considera que a razão é a fonte fundamental do
conhecimento.
– A razão pode dar-nos conhecimento universal e necessário de verdades objetivas e é
ela que nos permite a descoberta das ideias do cogito e de Deus. O conhecimento a priori
tem, como tal, um papel fundamental.
– Existem ideias inatas, isto é, ideias que já nascem connosco, nomeadamente o cogito
e a ideia de Deus. As ideias inatas são descobertas racionalmente.
– O cogito e Deus são duas crenças fundacionais para a reconstrução do edifício do
conhecimento certo, seguro e inabalável. São crenças básicas, autojustificadas, e
que justificam todas as restantes crenças.
– O cogito fornece o critério da verdade, que consiste na clareza e distinção das ideias,
e que permite distinguir as ideias verdadeiras das ideias falsas. Deus é a garantia de
tudo aquilo que concebemos clara e distintamente e é o princípio fundante da realidade
e da verdade objetiva.
– Para Descartes, não há limites para o conhecimento: pela razão, podemos descobrir
os atributos essenciais do cogito (res cogitans), de Deus (res divina) e do mundo exterior
(res extensa).

OU

Fundacionalismo empirista de David Hume:


– David Hume considera que o conhecimento a priori nada nos diz acerca do mundo e
valoriza o papel da experiência e dos sentidos.
– O ponto de partida para o conhecimento são as perceções, que correspondem a todos
os conteúdos da nossa mente. A perceção é o processo pelo qual adquirimos informação
acerca do mundo, o que começa sempre, em última análise, pelos nossos sentidos. As
perceções podem ser de dois tipos: impressões e ideias. Estas distinguem-se pelo grau
de força ou de vivacidade. Todas as nossas ideias derivam de impressões, mesmo as
mais abstratas, o que significa que não existem ideias inatas.
– Para David Hume, os limites do conhecimento são os limites da própria experiência: só
podemos conhecer aquilo de que temos impressão. Assim, considera que não temos
impressões correspondentes à ideia do eu (porque a nossa ideia de eu resulta de um
conjunto de impressões particulares que nunca experimentamos simultaneamente e que
não permanecem. A ideia de um eu imutável e permanente é uma ideia complexa,
produto da imaginação e, enquanto tal, falsa, dado que eu não tenho a sensação de um
núcleo de personalidade inalterável), de Deus (porque não há nenhuma impressão que
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lhe corresponda, pelo que, pela experiência, não podemos afirmar a sua existência) e do
mundo exterior (porque, embora a coerência e a constância de certas perceções nos
levem a acreditar que há coisas externas dotadas de uma existência contínua, não
podemos confundir a perceção de um objeto com esse objeto). David Hume defende,
portanto, um ceticismo moderado, isto porque não rejeita a possibilidade de conhecer a
realidade, mas reconhece a imperfeição e os limites do entendimento humano, que não
pode ir além da experiência, exigindo que sejamos moderados nas nossas opiniões.

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