Trabalho 1 – Desde a mais remota antiguidade, o gesso tem estado presente no progresso do Homem, tanto na construção, quanto em campos como a medicina, a odontologia e a alimentação. No campo odontológico os modelos de gesso constituem parte da documentação dos pacientes, podem ser utilizados na resolução de questões legais e, primordialmente, em finalidades clínicas. Os gessos são obtidos através de um mineral chamado gipsita, com a fórmula química de CaSO4 2H2O (sulfato de cálcio diidratado). Existem 5 principais tipos de gesso odontológico, segundo a norma n° 25 da ADA: Gesso tipo I - gesso para impressão; Gesso tipo II - gesso paris ou gesso comum, utilizado para estudo (articuladores), onde não se exige resistência; Gesso tipo III -gesso pedra, utilizado para modelos de trabalho (maior resistência); Gesso tipo IV e V – especial: pedra de alta resistência, utilizados em troqueis, devido à maior dureza e resistência (modelo de uma única peça dentária). A reação de presa do gesso é chamada de cristalização. O sulfato de cálcio hemiidratado (gesso) é adicionado à água. Com o tempo se forma sulfeto de cálcio diidratado (a gipsita original) e ocorre a liberação de calor. O tempo de presa é estabelecido por dois principais fatores, o tempo de espatulação e a relação água/pó (diferente para cada tipo). Com maior quantidade de água, o tempo de presa aumenta, pois os cristais demoram mais para se entrelaçarem. Com o aumento do tempo de espatulação ocorre a diminuição do tempo de presa, pois os cristais formados se quebram, estabelecendo novos núcleos de cristalização. Assim a reação é acelerada. Na Disciplina de Materiais Dentários, os alunos são apresentados à manipulação de cada opção de gesso odontológico disponível a fim de proporcioná-los conhecimentos adequados das propriedades desse material e as indicações clínicas de cada tipo para que possam desfrutar da melhor forma de todos os recursos e vantagens que o gesso oferece à odontologia. Trabalho 2 - O alginato odontológico tem em sua composição fosfato de sódio, óxido de zinco, sulfato de cálcio, terra de diatomáceas e fluoreto de potássio. Por ser um hidrocolóide irreversível, o alginato odontológico ao ser misturado com água passa para estado de gel, em decorrência de suas reações químicas. A moldagem do alginato odontológico resulta na cópia em negativo de estruturas bucais, produzindo então o molde. O alginato odontológico é recomendado para realizar moldagens anatômicas para próteses, moldagens para modelos de estudos ou moldagens de hemi arcada. O tempo de manipulação do alginato odontológico varia de acordo com cada fabricante. Sendo o tipo 1 - presa rápida: de 1,5 a 3 segundos e tipo 2 - presa normal: 3,5 a 4,5 segundos. Como a composição do pó possui elementos de diferentes densidades, é altamente recomendado que o pote seja agitado antes do uso para a homogeneização do conteúdo. Toda a manipulação deve ser feita com o uso de máscara e a proporção pó-água nunca deve ser alterada com o objetivo de modifi car o tempo de geleifi cação. Uma menor quantidade de água não permite que o pó reaja adequadamente, trazendo instabilidade dimensional e menor reprodução de detalhes. Já uma maior quantidade de água faz com que as fi bras coloidais fi quem dispersas em uma área maior, provocando seu afastamento e consequente enfraquecimento da estrutura do gel. O tempo de geleifi cação pode ser alterado por meio da modifi cação da temperatura da água: a cada grau que se diminui na temperatura, aumenta-se em cerca de seis segundos o tempo de trabalho. Trabalho 3 - As resinas compostas são os materiais mais utilizados em restaurações diretas, seja em dentes anteriores ou posteriores. Isso porque apresentam características mecânicas e estéticas bastante similares às dos dentes. São formadas por três partes: uma matriz orgânica, ou seja, uma estrutura biológica e amorfa, uma carga inorgânica, que é quimicamente inerte e feita de partículas minerais, e um agente de união, responsável por uni-las. Para que as resinas compostas endureçam, é necessário que passem por um processo de polimerização. Esse pode ser feito tanto quimicamente, com a junção de um iniciador e um ativador (chamada de autopolimerizável), quanto fisicamente, por meio de exposição à luz ultravioleta (chamada de fotopolimerizável). A escolha entre ambos os tipos dependerá do caso do paciente. Se for necessário um tempo maior de manipulação da resina, prefira as fotopolimerizáveis. Já se for possível fazer uma operação mais rápida, opte pela autopolimerizáveis. As 5 marcas de Resina Composta mais conhecidas são: Resina Amaris Voco, 3M™ Filtek™ One Resina Bulk Fill, Resina IPS EMPRESS DIRECT – Ivoclar Vivadent, Tokuyama Estelite Omega – Marcas de Resina Composta, Yflow Yller. Restauração direta em passo único 1º Caso inicial. 2º Dente isolado. 3º Alisamento do ângulo cavo superficial. 4º Cavidade pronta. 5º Condicionamento ácido de esmalte por 30 segundos (Condac 37- FGM) 6º Condicionamento ácido de dentina por 15 segundos (Condac 37 – FGM) 7º Aplicação de adesivo Ambar (FGM) e feita a fotopolimerização. 8º Inserção da resina Opus Bulk Fill APS (FGM) em um único incremento 9º Restauração finalizada ainda com isolamento 10º Restauração finalizada sem isolamento após polimento com Discos de Feltro Diamond (FGM) e pasta de polimento Diamond R (FGM). Trabalho 4 – Os ionômeros de vidro surgiram dos estudos pioneiros de Wilson & Kent no final da década de 1960 e chegaram ao mercado em 1975, passando depois por sucessivos desenvolvimentos. Atualmente, o cimento de ionômero de vidro (CIV) está disponível em duas formulações: o ionômero de vidro convencional e o ionômero de vidro híbrido ou modificado por resina. Os cimentos ionoméricos convencionais dependem unicamente da reação de cura ácido-base e suas vantagens são: (a) liberação de fluoreto durante longo tempo em serviço, anti-cariogenicamente; (b) boa adesão, ligando-se quimicamente à estrutura do dente, às ligas não preciosas e ao ouro recoberto com estanho. Suas desvantagens são: (c) susceptibilidade à desidratação; (d) muito baixa resistência à tração; (e) muito baixa tenacidade à fratura. Essas características requerem limitadas melhorias possíveis na sua consistência coesiva. Com o objetivo de melhorar as propriedades físicas e diminuir a sensibilidade à umidade, surgiram os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina. Estes contêm monômeros orgânicos polimerizáveis, geralmente hidroxietilmetacrilato (HEMA), o que proporciona uma reação adicional de polimerização, que pode ser autoativada ou foto-ativada. Entretanto, a inclusão de HEMA também provocou aumento dos efeitos tóxicos e, como consequência, os ionômeros de vidro modificados por resina têm sido apontados como mais citotóxicos que os convencionais. O termo biocompatibilidade é definido como "a habilidade de um material exercer sua função, proporcionando uma boa resposta do hospedeiro". Esta definição está inserida no conceito de biofuncionalidade e não é uma propriedade única, mas um conjunto de processos que ocorrem através da interação dos tecidos com o material artificial. O cimento de ionômero de vidro convencional sempre foi considerado um material biocompatível para aplicações em dentística, pois apresenta as seguintes propriedades: pequena reação exotérmica, rápida neutralização e liberação de íons benignos como sódio, alumínio, silício, fósforo e flúor em condições neutras e cálcio em condições ácidas. Exceto o alumínio, esses íons são utilizados em uma variedade de reações fisiológicas, muitas das quais são associadas ao processo de remineralização da superfície dentária. O alumínio liberado pode apresentar toxicidade, mas isso não ocorre devido à sua baixa liberação e pequena biodisponibilidade. Sua manipulação é feita da seguinte maneira: Coloca-se a quantidade de pó recomendado para cada caso sobre a placa de vidro ou bloco de papel. Divide-se o pó em duas metades. Goteje o líquido com o frasco na posição perpendicular. Aglutina-se a primeira metade do pó ao líquido e manipula-se 1 por 15 segundos. Trabalho 5 - Cimento de Hidróxido de Cálcio: Pode ser fotoativado, pasta única, ou quimicamente ativado sob a forma de uma pasta base (pH 8,6) constituída de tungstato de cálcio (responsável pela radiopacidade), fosfato de cálcio tribásico e óxido de zinco em salicilato de glicol; e pasta catalizadora (pH 11,3) composta por hidróxido de cálcio, óxido de zinco e estearato de zinco em sulfonamida de etileno tolueno. Os componentes responsáveis pela presa são o hidróxido de cálcio e um salicilato que reagem para formar um dissalicilato de cálcio amorfo. Apresenta relativa dureza e resistência mecânica, além de alguns serem impermeáveis aos ácidos (os fotopolimerizáveis – de acordo com o fabricante) e eficazes contra estímulos térmicos e elétricos, possibilitando indicar como base única no caso de proteções indiretas e diretas, pulpotomias, forramento cavitários de cavidades profundas e cimentação de próteses provisórias. Em comparação com o P.A, os cimentos apresentam pH menos alcalino, devido ao menor teor de Ca(OH)2 , promovem uma camada mais delgada de necrose por coagulação, a formação de barreira mineralizada é mais lenta e irregular e apresenta maior resistência. Não se deve colocar o cimento de hidróxido de cálcio diretamente na polpa exposta devido às dificuldades técnicas, pois é muito difícil e exige grande habilidade uma vez que endurecem mais rapidamente em contato com os fluidos pulpares, e isso impede uma correta aposição e contato íntimo com a polpa. Além disso, o exsudado pulpar, decorrente do trauma da exposição, desloca o cimento do fundo cavitário fazendo com que o efeito biológico não seja tão efetivo como no caso da pasta e do P.A. Alguns estudos mostram que uma polpa exposta quando é capeada com cimento de hidróxido de cálcio, após 90 dias observa-se a formação de uma barreira mineralizada irregular, incompleta e estruída em relação à superfície pulpar. Como utilizar / manipular: O pó de hidróxido de cálcio puro (P.A) deve ser inserido na cavidade com uso do aplicador de pó de hidróxido de cálcio específico, na região mais profunda da cavidade, podendo ficar em contato com a polpa exposta. Pode ser utilizado também a porta dycal ou uma sonda exploradora umedecida em soro fisiológico ou até mesmo com o auxílio do porta amálgama. O cimento de hidróxido de cálcio quimicamente ativado é fornecido comercialmente em duas pastas diferentes: uma catalisadora e uma base. Ambas devem ser dispensadas em quantidades iguais sobre uma placa de vidro ou bloco de papel impermeável descartável e manipulada com o próprio aplicador de hidróxido de cálcio por 5 a 10 segundos. Por apresentar presa rápida, 2 a 3 minutos, a homogeneização deve ser realizada de maneira rápida e eficiente, até a obtenção de uma cor uniforme e viscosidade adequada. Sua inserção na cavidade deve ser na porção mais profunda (região mais próxima da polpa), evitando excesso e contato com as paredes circundantes. O aumento da umidade e temperatura diminui o tempo de presa e de trabalho. O cimento de fosfato de zinco, podemos inferir que é o mais antigo dos agentes cimentantes. Por conta disso, vale ressaltar que é o cimento com o mais longínquo tempo em uso na vida clínica odontológica. O que faz desse agente um padrão para servir de comparação aos novos sistemas de cimentação. Em sua composição, o cimento de fosfato de zinco possui dois principais componentes, sendo eles o pó e o líquido. O pó é constituído de óxido de zinco (90%), funcionando como reagente básico, e o óxido de magnésio (10%), exercendo o papel de retardador. Em contrapartida, o líquido contém ácido ortofosfórico, água (que controla a ionização do àcido) e alguns sais metálicos. Trabalho 5 CONTINUAÇÃO: Duas propriedades físicas desse cimento são relevantes para a retenção das próteses fixas, sendo elas as propriedades mecânicas e a solubilidade. A prótese poderá sofrer deslocamento se o for tencionado além de seu limite de resistência de compressão, aproximadamente 104 megapascals (MPa), e de tração diametral superior a 5,5 MPa, FRIZZO et al., em 2009, analisou e comparou a resistência ao cisalhamento de resina composta Z250 em dentes, dividindo-os em 5 grupos, o grupo 1(fosfato de zinco) apresentou resultados inferiores às outras técnicas de cimentação. A utilização do cimento resinoso associado ao uso de adesivo na peça de resina composta apresenta a melhor resistência de união ao cisalhamento. Manipulação 1. 5 pontos para manuseio. Não é necessário usar dispositivos de medição para atingir as proporções de pó e líquido, porque a consistência pode variar de acordo com a situação clínica. 2. Uma telha fria deve ser usada 3. De acordo com as instruções, o pó deve ser dividido em várias partes. Uma boa regra a seguir é a espátula de cada incremento por 15 a 20 segundos. 4. A prótese deve ser colocada imediatamente antes da formação da matriz. 5. O excesso de cimento só é removido quando o cimento endurece. É aconselhável aplicar uma camada de verniz ou outro revestimento impermeável na margem da restauração. Isto permite um maior tempo de maturação e aumenta a resistência à dissolução em fluidos orais.