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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Direito

Julia P. Santos

Julia Sangali

Mariana Bogusz

Victoria Santos

A Natureza Jurídica dos Animas e os Efeitos Jurídicos Correlatos

Barueri, Alphaville
2023
Julia P. Santos; Julia Sangali; Mariana Bogusz; Victoria Santos.

A Natureza Jurídica dos Animais e os Efeitos Jurídicos Correlatos

Trabalho apresentado no curso de


graduação de direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.

Orientador: Prof. Dr. Fábio


Calheiros.

Barueri, Alphaville

2023
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA

Santos, Julia; Sangali, Julia; Bogusz, Mariana; Santos, Victoria.

A Natureza Jurídica dos Animais e os Efeitos Jurídicos Correlatos. / Grupo – Barueri,


2023.

12, págs.

Trabalho de Pessoas e Bens – Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Calheiros


Nome: Julia P. Santos; Julia Sangali; Mariana Bogusz; Victoria Santos.

Título: A Natureza Jurídica dos Animais e os Efeitos Jurídicos Correlatos

Trabalho de Pessoas e Bens para a Faculdade de Direito – Campus Alphaville –


Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Avaliado em:

Examinador:

Prof. Dr.___________________Instituição:_________________________

Julgamento:________________Assinatura: _______________________
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................06

A NATUREZA JURÍDICA DOS ANIMAIS E SEUS EFEITOS CORRELATOS...........07

CONCLUSÃO.................................................................................................................11

REFERÊNCIAS..............................................................................................................12
INTRODUÇÃO

Muito se é discutido, acerca da natureza dos animais e seus direitos. Tendo em


vista seus efeitos jurídicos atualmente na sociedade, é de reconhecimento geral a
importância da proteção e bem-estar dos demais animais. A legislação permite que não
humanos possam ser consideradas vítimas de crime, de forma que proteger de forma mais
abrangente e juridicamente os animais, se torne algo evolutivo e válido nas leis. Não se é
coerente os seres humanos terem seus direitos resguardados enquanto ousam violar os
direitos dos demais seres vivos.

Através deste raciocínio, o artigo a ser apresentado, aborda e discute as


dificuldades apresentadas em meio a sociedade quando se trata da natureza jurídica dos
animais.
A NATUREZA JURÍDICA DOS ANIMAIS E SEUS EFEITOS JURÍDICOS
CORRELATOS

Os animais silvestres são de propriedade do Estado, ou seja, não pertencente


aquele que tem o domínio do solo, sendo todos os animais silvestres e demais abrigos,
criadouros e ninhos definidos através da lei 5.197, em seu artigo primeiro, patrimônio
público. Nesse viés, é imperioso ressaltar que os animais ainda que desprovidos de direito
individual, possuem garantias de alguns direitos mesmo que somente quando buscados
por terceiros. Como por exemplo, a lei n 9.605, Art.29:

“Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar


espécimes da fauna silvestre, nativos ou em
rota migratória, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e
multa.”.

Sendo assim, temos todo aqueles que praticarem tais atos descritos, salvo
aqueles com licença, permissão ou autorização devida redigida pela lei, como criminosos
sendo isso definido como um de seus efeitos jurídicos correlatos. Assim, o bem-estar do
animal é um de seus principais direitos.

Tendo como base o início da relação dos animais não humanos para com os
humanos, esta não tinha como princípio fins afetivos e sim fundada propriamente na ideia
de interesses comerciais, domínio do homem sob eles. A exploração dos animais no início
deste laço se tornou uma prática intensa, fazendo com que leis como as já apresentadas
fossem urgentemente criadas. Londres, no entanto, foi a pioneira na criação de leis para
proteção animal. Por conseguinte, os EUA foram pioneiros nas leis de defesa ao bem-
estar dos animais, isso apenas para os animais domésticos, fazendo com que os animais
silvestres pertencentes e inseridos diretamente à fauna continuassem sofrendo crueldades
sendo poupados apenas em 1930.
No entanto, no Brasil, a primeira norma protegendo os animais, especialmente
os utilizados em transportes, surgiu em 1886, mesmo que não efetiva pelo fato de que
nasceu com algumas lacunas que permitiam a morte de animais abandonados e sem raça
propriamente definida. Mas, a criação dessas leis fora de suma importância para que desse
início a constante evolução das questões relacionadas a proteção dos animais não
humanos, sendo um desses exemplos a criação da lei 225 da Constituição Federal de 1988
que defende e aborda o fato de que todos os cidadãos possuem o dever de proteger os
animais não humanos, incluindo o meio ambiente, sendo vedado as condutas que venham
a ofender a integridade física, gerando crueldade contra eles, dos já citados.

O livro “animal machines”, escrito por Ruth Harrison, exemplifica o papel do


animal na sociedade. Segundo a autora, todos os animais de produção pertencem á
espécies que tem um padrão de comportamento social bastante organizado, seja como
família ou como grande bando ou rebanho, consequentemente, eles precisam de ter
companheiros e habitat para suas sobrevivências. Ao sair dessa tese, nota-se que os
animais senciente e os animais humanos possuem correlação sociais, entretanto a
legislações brasileira não trata os animais de forma uniforme. Neste cenário nos surge a
dúvida, “Qual a natureza jurídica dos animais, como eles são vistos pela lei, eles possuem
personalidade?”; tendo como exemplo, novamente, o artigo 225 da constituição, nele os
animais são considerados elementos de ambiente ecológico, já no código civil, artigo 82
vemos que ele se restringiu a considerar o animal como bens móveis e suscetíveis a
movimentos próprios, criando uma subordinação entre homem e animal, sendo esses
diferenciados dos seres humanos os quais possuem e são considerados merecedores de
direitos, pois para entrar em um consentimento o aspecto anatômico é considerado na
questão da lei.

Sobretudo, os animais vertebrados que possuem medula espinhal, tronco


encefálico, cérebro e cerebelo não são desprovidos de consciência, uma vez que possuem
estímulos neurológicos que os proporcionam reações a certos estímulos, com isso são
concebidos como pessoas jurídicas de direitos, embora não tenham a capacidade de
comparecer em juízo para se defender. Esse fato científico está associado aos valores
morais, em que a declaração dos sentimentos do animal importa por si só,
independentemente do equilíbrio do meio ambiente.

Através desta lei nós, seres humanos, somos colocados acima dos animais, ou
seja, uma ideia de hierarquia e subordinação que em nada ajuda na conscientização e na
tentativa de diminuição dos ataques a eles, uma vez que sendo colocado de uma forma
inferior muitos intérpretes se sentem no direito de menosprezar e mau tratar esses animais.
As experimentações científicas, são um exemplo de crueldade que ainda persistem na
nossa sociedade contemporânea, onde muitas empresas ainda usam como cobaias animais
inocentes que na maioria das vezes sofrem consequências irreversíveis, sendo tirados de
seu habitat natural de forma agressiva e sendo condenado a uma sequência de
sofrimentos.

Torna-se evidente então, a necessidade de mudança nesta lei tendo em vista que
atualmente os animais não humanos já são considerados sencientes que possuem plena
consciência de seus sentimentos, e por isso devem e merecem ser considerados sujeitos
de direito assim como qualquer humano. Visando isso, mesmo que estes não possuam
personalidade, continua sendo de suma importância que esta lei em defasagem venha a
ser modificada para que, mesmo que seus atos sejam responsabilizados por intermédio de
outros, estes venham a possuir direitos a uma vida digna evitando com isso crueldades e
mudando a visão de que eles são apenas meros objetos designados a vontade de terceiros.

Adentrando casos concretos e verídicos, em julgamento finalizado nesta terça-


feira (19), a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou ser possível
a regulamentação judicial de visitas a animais de estimação após a dissolução de união
estável. Com a inédita decisão no âmbito do STJ, tomada por maioria de votos, o
colegiado confirmou acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que fixou
regime de visitas para que o ex-companheiro pudesse conviver com uma cadela yorkshire
adquirida durante o relacionamento, e que ficou com a mulher depois da separação.

Apesar de enquadrar os animais na categoria de bens semoventes – suscetíveis


de movimento próprio e passíveis de posse e propriedade –, a turma concluiu que os
bichos não podem ser considerados como meras “coisas inanimadas”, pois merecem
tratamento peculiar em virtude das relações afetivas estabelecidas entre os seres humanos
e eles e em função da própria preservação da dignidade da pessoa humana , mas será
resguardada a ideia de que não se está frente a uma ‘coisa inanimada’, mas sem lhe
estender a condição de sujeito de direito. Reconhece-se, assim, um terceiro gênero, em
que sempre deverá ser analisada a situação contida nos autos, voltado para a proteção do
ser humano e seu vínculo afetivo com o animal”, apontou o relator do recurso especial,
ministro Luis Felipe Salomão.
Com efeito, nota-se recorrentes casos jurídicos envolvendo animais senciente.
Tal situação ocorreu em 2018, em que um casal divorciado entrou com uma ação judicial
para a união estável de seu animal de estimação adquirida durante o relacionamento. A
petição judicial foi apurada com as mesmas regras de um caso que abrange a guarde
compartilhada de uma criança, levando em consideração as relações afetivas. Nota-se,
então, que devido a essa situação, observamos uma natureza jurídica de direito difuso,
pertencendo a uma pluralidade de decisões acerca de determinados casos, protegendo a
moral de ambos os seres vivos. Em vista disso, é habitual o poder executivo sancionar
novas leis de proteção aos animais, a mais recente feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro,
lei 1.095, aumenta a punição para quem praticar abuso, ferir ou mutilar animais, portanto,
uma nação com promulgação de leis, caminha um reconhecimento harmônico judicial
entre animais e homens.

Diante do exposto, é notório o quão profunda é a importância dos direitos dos


animais sencientes e, em tese, os direitos jurídicos dos animais geram efeitos positivos na
sociedade, dado que a importância do bem-estar dos animais não humanos contribui para
um ambiente ecologicamente harmônica, possibilitando que se estabeleçam no meio em
que vivem de forma livre e saudável.
CONCLUSÃO

Dessa maneira é possível observar com os fatos expostos acima que, ao longo
do tempo existiram inúmeras observações e discussões em torno do assunto e, diante disso
pode- se argumentar que por mais que os animais sejam considerados seres que se
enquadram na categoria de bens móveis, no caso de animais domésticos , não podem ser
considerados inconscientes e merecem tratamento peculiar em virtude das relações
afetivas estabelecidas entre os seres humanos e que para os animais silvestres também
possuam direitos como exemplificado na lei n 9.605 , Art.29 citada acima que visa o bem
-estar do animal em questão.

Assim sendo, a lei criada que pode exemplificar quais obrigações os humanos
têm em relação a esses bichos se trata da lei 225 da Constituição Federal de 1988 que
defende e aborda o fato de que TODOS OS CIDADÃOS possuem o dever de proteger os
animais não humanos, incluindo o meio ambiente, sendo vedado as condutas que venham
a ofender a integridade física, gerando crueldade contra eles, dos já citados.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967. Institui o Código Civil. //


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5197.htm

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Institui o Código Civil. //


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Art. 82. Institui o Código Civil. //
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm

MEDEIROS, Carla de Abreu. Direito dos Animais: O valor da vida animal à luz do
princípio da senciência. Curitiba: Juruá, 2019.

MÓL, Samylla.; VENANCIO, Renato. A proteção jurídica aos animais no Brasil. Rio

de janeiro: FGV, 2014.

PINHEIRO, Érico Rodrigo Freitas. A natureza jurídica dos animais nos ordenamentos

jurídicos brasileiro e português. Lisboa: Universidade Autónoma de Lisboa, 2021.

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