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ESTUDO BIBLICO:

OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR.

PR. JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS


Estudo Bíblico Os Anjos, e o Anjo do Senhor
Tema do estudo:

“E subiu o Anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim e disse: Do Egito vos fiz subir, e
vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu
concerto convosco.” Jz 2.1

A Bíblia menciona frequentemente os anjos; o presente estudo provê uma


noção geral do ensino bíblico a respeito dos anjos.

ANJOS.
A palavra “anjo” (hb. malak; gr. angelos) significa “mensageiro”. Os
anjos são mensageiros ou servidores celestiais de Deus (Hb 1.13,14), criados por
Deus antes de existir a terra (Jó 38.4-7; Sl 148.2,5; Cl 1.16).
(1) A Bíblia fala em anjos bons e em anjos maus, embora ressalte que todos
os anjos foram originalmente criados bons e santos (Gn 1.31). Tendo livre-
arbítrio, numerosos anjos participaram da rebelião de Satanás (Ez 28.12-17; 2Pe
2.4; Jd 1.6; Ap 12.9; ver Mt 4.10 nota) e abandonaram o seu estado original de
graça como servos de Deus, e assim perderam o direito à sua posição celestial.

(2) A Bíblia fala numa vasta hoste de anjos bons (1Rs 22.19; Sl 68.17; 148.2;
Dn 7.9-10; Ap 5.11), embora os nomes de apenas dois sejam registrados nas
Escrituras: Miguel (Dn 12.1; Jd 1.9; Ap 12.7) e Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.19,26).
Segundo parece, os anjos estão divididos em diferentes categorias: Miguel é
chamado de arcanjo (lit.: “anjo principal”, Jd 9; 1 Ts 4.16); há serafins (Is 6.2),
querubins (Ez 10.1-3), anjos com autoridade e domínio (Ef 3.10; Cl 1.16) e as
miríades de espíritos ministradores angelicais (Hb 1.13,14; Ap 5.11).

(3) Como seres espirituais, os anjos bons louvam a Deus (Hb 1.6; Ap 5.11;
7.11), cumprem a sua vontade (Nm 22.22; Sl 103.20), vêem a sua face (Mt
18.10), estão em submissão a Cristo (1Pe 3.22), são superiores aos seres
humanos (Hb 2.6,7) e habitam no céu (Mc 13.32; Gl 1.8). Não se casam (Mt
22.30), nunca morrerão (Lc 20.34-36) e não devem ser adorados (Cl 2.18; Ap
19.9,10). Podem aparecer em forma humana (geralmente como moços, sem
asas, cf. Gn 18.2,16; 19.1; Hb13.2).

(4) Os anjos executam numerosas atividades na terra, cumprindo ordens


de Deus. Desempenharam uma elevada missão ao revelarem a lei de Deus a
Moisés (At 7.38; Gl 3.19; Hb 2.2). Seus deveres relacionam-se principalmente
com a obra redentora de Cristo (Mt 1.20-24; 2.13; 28.2; Lc 1—2; At 1.10; Ap
14.6,7).
Regozijam-se por um só pecador que se arrepende (Lc 15.10), servem em
prol do povo de Deus (Dn 3.25; 6.22; Mt 18.10; Hb 1.14), observam o
comportamento da congregação dos cristãos (1Co 11.10; Ef 3.10; 1Tm 5.21), são
portadores de mensagens de Deus (Zc 1.14-17; At 10.1-8; 27.23-24), trazem
respostas às orações (Dn 9.21-23; At 10.4); às vezes, ajudam a interpretar
sonhos e visões proféticos (Dn 7.15-16); fortalecem o povo de Deus nas
provações (Mt 4.11; Lc 22.43), protegem os santos que temem a Deus e se
afastam do mal (Sl 34.7; 91.11; Dn 6.22; At 12.7-10), castigam os inimigos de
Deus (2Rs 19.35; At 12.23; Ap 14.17—16.21), lutam contra as forças demoníacas
(Ap 12.7-9) e conduzem os salvos ao céu (Lc 16.22).

(5) Durante os eventos dos tempos do fim, a guerra se intensificará entre


Miguel, com os anjos bons, e Satanás, com suas hostes demoníacas (Ap 12.7-9).
Anjos acompanharão a Cristo quando Ele voltar (Mt 24.30-31) e estarão
presentes no julgamento da raça humana (Lc 12.8,9).
O ANJO DO SENHOR.
É mister fazer menção especial ao “Anjo do SENHOR” (às vezes, “o Anjo
de Deus”), um anjo incomparável que aparece no AT e no NT.
(1) Seu primeiro aparecimento foi a Agar, no deserto (Gn 16.7); outros
aparecimentos incluíram pessoas como Abraão (Gn 22.11,15), Jacó (Gn 31.11-
13), Moisés (Êx 3.2), todos os israelitas durante o êxodo (Êx 14.19) e mais tarde
em Boquim (Jz 2.1,4), Balaão (Nm 22.22-36), Josué (Js 5.13-15, onde o príncipe
do exército do SENHOR é mais provavelmente o Anjo do SENHOR), Gideão (Jz
6.11), Davi (1Cr 21.16), Elias (2Rs 1.3-4), Daniel (Dn 6.22) e José (Mt 1.20; 2.13).

(2) O Anjo do SENHOR realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos,


em geral. Às vezes, simplesmente trazia mensagens do Senhor ao seu povo (Gn
22.15-18; 31.11-13; Mt 1.20). Noutras ocasiões, Deus enviava o seu anjo para
suprir as necessidades dos seus (1Rs 19.5-7), para protegê-los do perigo (Êx
14.19; 23.20; Dn 6.22) e, ocasionalmente, destruir os seus inimigos (Êx 23.23;
2Rs 19.34,35; Is 63.9). Quando o próprio povo de Deus rebelava-se e pecava
grandemente, este anjo podia ser usado para destruí-lo (2Sm 24.16,17).

(3) A identidade do anjo do Senhor tem sido debatida, especialmente pelo


modo como ele frequentemente se dirige às pessoas. Note os seguintes fatos:
 em 2.1, o anjo do Senhor diz: Do Egito Eu vos fiz subir, e Eu vos trouxe
à terra que a vossos pais Eu tinha jurado, e Eu disse: Eu nunca
invalidarei o meu concerto convosco (o grifo dos pronomes foi
acrescentado). Comparada esta passagem com outras que descrevem
o mesmo evento, verifica-se que eram atos do Senhor, o Deus do
concerto dos israelitas. Foi Ele quem jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó
que daria aos seus descendentes a terra de Canaã (Gn 13.14-17; 17.8;
26.2-4; 28.13); Ele jurou que esse concerto seria eterno (Gn 17.7), Ele
tirou os israelitas do Egito (Êx 20.1,2) e Ele os levou à terra prometida
(Js 1.1,2).
 Quando o anjo do Senhor apareceu a Josué, este prostrou-se e o
adorou (Js 5.14). Essa atitude tem levado muitos a crer que esse anjo
era uma manifestação do próprio Senhor Deus; do contrário, o anjo
teria proibido Josué de adorá-lo (Ap 19.10; 22.8-9).
 Ainda mais explicitamente, o anjo do Senhor que apareceu a Moisés na
sarça ardente disse, em linguagem bem clara: “Eu sou o Deus de teu
pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êx 3.6;
ver Gn 16.7 nota; Êx 3.2 nota).

(4) Porque o anjo do Senhor está tão estreitamente identificado com o próprio
Senhor, e porque ele apareceu em forma humana, alguns consideram que ele era uma
aparição do Cristo eterno, a segunda pessoa da Trindade, antes de nascer da virgem
Maria.

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