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Caderno de Direitos e Garantias Constitucionais – Nelson

 1° período – 1° bimestre

Dignidade como construção moral e seu reconhecimento pelo direito positivo


A dignidade humana antecede qualquer construção jurídica. Ela possui um conceito
autônomo e, ao mesmo tempo, juridicamente relevante. A dificuldade em se fechar o
conceito de dignidade humana acaba por contribuir para a própria atualização dos
direitos fundamentais.

Características dos direitos fundamentais


Historicidade: acompanham a história (conquistas e violências vividas); processo
histórico para positivar a lei
Universalidade: MORAL x GEOGRAFICA, característica que diz que os direitos
fundamentais tem a pretensão de dizer que são universais, valer para todos.
GEOGRAFICA: é utópica pois existem várias culturas diferentes, imposição de uma
cultura sobre a outra. MORAL: dentro de uma MORAL comum.

Indivisibilidade: garantir todos os direitos, não pode dividir direitos

Positividade: direitos que determinado Estado optou por defender

* José Afonso
- INALIENABILIDADE: não pode ser transferidos pra outro
- IRRENUNCIABILIDADE: não pode abrir mão
- IMPRESCRITIBILIDADE: não tem prazo de validade

Idade média
Dh e df - Consequência direta pós-medieval
Baseado em costumes, não há a racionalidade “neutra” da lei
Era baseado no que era passado e influenciado pela religião
Crime e pecado era tratado da mesma forma
Regime feudal (quem tinha terras, tinham mais direitos, eram melhores)
Sociedade estamental, não tinha relação entre as camadas
Ausência de poder centralizado, precisava de uma unificação

1ª forma de Estado Moderno – O Estado Absolutista

 “O Estado [absolutista] foi fundamental para os propósitos da burguesia no


nascedouro do capitalismo, quando esta por razoes econômicas abriu mão do
poder político, delegando-o ao soberano”
 Burguesia alia-se ao rei em troca de monopólios comerciais e unificação
tributaria e monetária
 Poder concentrados nas mãos do rei
 Regime mercantilista
O Estado Liberal e a 1ª dimensão (geração) de direito fundamentais

Século XVIII

 A burguesia busca não mais apenas o poder econômico, mas também o poder
político
 “A combinação das forças sócio populares com as exigências da burguesia
enriquecida pelas atividades comerciais nas cidades forneceu o caldo de
cultura para os acontecimentos que viriam a seguir”
 Nesse período revolucionário burguês, no momento de afirmação de cidadão,
surge a ideia de que os direitos podem ser oponíveis ao próprio estado (podem
frear, impedir os abusos cometidos pelo estado), direito que pertencem ao
homem (1ª dimensão de direitos fundamentos).
 Estado deve intervir o MÍNIMO possível (mercado quer menos estado)
 Soberania popular
 Explicação da existência muda para racional
 Direito positivado - princípio da legalidade (a lei é generalizante para todos e
impessoal)
 Sistema capitalista
 Direitos fundamentais de 1ª dimensão (“cidadania”)

 Adam Smith: Liberalismo econômico – O mercado se autorregula, sendo


dispensável a intervenção do estado.
 John Locke: Liberalismo político – “O “Estado de natureza” é regido por um
direito natural que se impõe a todos, e com respeito a razão, que é este direito,
toda a humanidade aprende que, sendo todos iguais e independentes,
ninguém deve lesar o outro em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus
bens.”

Núcleo do Estado Liberal: A liberdade

 Núcleo moral
- Afirmação de direitos inerentes ao ser humano (vida, propriedade, liberdade)

 Núcleo econômico
- Propriedade privada e mercado livre do controle estatal

 Núcleo político
- Consentimento individual
- Representação (segue até os dias de hoje)
- Constitucionalismo (movimento que reconhece a ideia e a pratica da atuação
do Estado e a existência de uma constituição, o respeito aos direitos
fundamentais)
- Soberania popular

Constitucionalismo: é um movimento que desenvolve a teoria e a prática que contam


com a existência de uma constituição, a presença do estado, respeito aos direitos
fundamentais e a preocupação com a democracia.
Porque a mudança da soberania do rei para soberania do povo foi, em um primeiro
momento, sínico?
Soberania popular sem o povo, pois quem interferia foi um grupo, a burguesia.

Os direitos de 1ª dimensão

 “Os direitos da primeira geração ou direitos da liberdade têm por titular o


indivíduo, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam
uma subjetividade, que é seu traço mais característico, enfim são direitos de
resistência ou de oposição perante o Estado (...). Entram na categoria de
status negativus.”
 Status negativus = Estado mínimo (intervenção mínima do estado somente
para garantir uma segurança na sociedade)
 Emenda I (Constituição Americana de 1787) – O congresso não legislara no
sentido de estabelecer uma religião, ou proibindo o livre exercício dos cultos,
ou cerceando a liberdade de palavra, ou de imprensa, ou o direito do povo de
se reunir pacificamente e de dirigir ao Governo petições para a reparação de
seus agravos.

VISÃO GERAL

Antigo Regime → Estado Liberal

ANTIGO REGIME ESTADO LIBERAL


Estado absoluto Estado mínimo
Soberania real Soberania popular
Explicação divina Explicação racional
Direito costumeiro Direito positivado
Vontade do soberano (monarca) Princípio da legalidade (limit. do poder)
Sistema mercantilista Sistema capitalista
“Negação” de direitos (“ausência de Direitos fundamentais de 1° dimensão
cidadania”) (“cidadania”)

O Estado liberal é questionado

 “A sociedade liberal ofereceu-lhe [...] garantia da igualdade de todos perante a


lei. [...] Patrões e empregados eram considerados, [...], como contratantes
perfeitamente iguais em direitos, com inteira liberdade para estipular os
salários e as demais condições de vida. [...] O resultado dessa atomização
social, [...] foi a brutal pauperização das massas proletárias. Já na primeira
metade do século XIX.”
 Não é suficiente para atender algumas questões.
 Não se quer intervenção estatal, o que gera caos na sociedade que busca o
maior lucro sem nenhuma regulamentação.
 Um período de pós instalação dos estados liberais no século 19 nos EUA e
ING marcou um aprofundamento de desigualdade, pessoas completamente
desassistidas que o mundo não ajudava
 Não havia justiça trabalhista e nada que desse apoio aos trabalhadores
 Estado intervencionista foi necessária devido à situação caótica existente
(direito trabalhista é um dos mais importantes dos direitos sociais, pois nele se
reconhece a necessidade de uma regulamentação do Estado).
 O liberalismo puro nunca foi implementado, na realidade existem distorções.
 Estado liberal (Século 18) englobou alguns países, mas não significa que eles
são liberais em tudo.
 Princípio da legalidade: a lei é generalizante para todos e impessoal
 A constituição é um documento tão importante que “funda” um novo estado
 A primeira preocupação com os direitos fundamentais começa no estado
liberal, por isso ele está ligado à liberdade e direitos de primeira dimensão.
 Direitos subjetivos, do sujeito, seus direitos podem ser invocados mesmo
contra o próprio estado.
 Pensar a dignidade humana para além do individualismo, antes se se
garantisse direitos individuais se estava garantindo a dignidade humana,
mas se viu necessário que o estado oferecesse direitos a todos.
 Quando falamos de direitos de segunda dimensão estamos falando de direitos
econômicos, sociais e culturais.

Do estado liberal para o estado social

 Estado liberal enfatiza se direitos de primeira dimensão


 Estado social enfatiza direitos de segunda dimensão
 O que levou ao estado social?
1. Reivindicações sociais no âmbito do trabalho
2. Pensamento intelectual (exemplo: marxismo)
3. Igreja católica, pois perceberam que estavam perdendo fiéis para as
igrejas protestantes.
4. Capitalismo, pois condições de vidas melhores para as pessoas
influenciam o maior consumo.
 Estado social / intervencionista é bom para o capitalismo, pois eleva a condição
dos trabalhadores, aumentando o mercado consumidor. Gera impactos
(impostos, regulamentação...), mas visto o benefício que recebem do aumento
do mercado “vale a pena”
 Estado social é o estado que se aproxima da sociedade, diferente do estado
mínimo. Estado social é um estado em que o público é valorizado, o transporte
público, a segurança pública, saúde pública são bons.
 Déficit de estado social na história do Brasil

Características do Estado Social

 “Pode-se caracterizar este modelo de Estado como aquele que garante tipos
mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação, educação assegurados a
todo cidadão, não como caridade, mas como direito político.”
 Núcleo: Igualdade

Art. 196 e 205 – A saúde e educação são dever do Estado

Estado Liberal → Estado Social

ESTADO LIBERAL ESTADO SOCIAL


Estado mínimo Estado intervencionista
Baseado na liberdade Baseado na igualdade
Auto-regulamentação pelo mercado Mercado regulado pelo Estado
Igualdade formal Igualdade material
Direitos fundamentais de 1° geração Direitos fundamentais de 1° e 2° ger.
O estado deve interferir nas relações de trabalho para promover equidade nas
relações

Estado Democrático de Direito e os direitos fundamentais - As “novas”


(contemporâneas) dimensões de direitos fundamentais

Contribuições de modelos anteriores (liberal e social)


Nome mais abarcaria que se pensou foi “democrático” significa que de acordo com
nossa constituição abraçamos tanto as conquistas liberal e social além de estar aberto
a novos direitos
Existe um atraso em relação aos lugares que possa se estar falando.

 O Estado democrático de Direito está aberto para novos direitos, é o modelo de


estado que foi alcançado pelo constitucionalismo no final do século XX e inicio
do século XX
 O que é estado de direito? Quais são as características de um estado de
direito? Princípio da legalidade observa a existência da lei como um limite ao
exercício do poder e garantias aos cidadãos.

Duplo aspecto do princípio da legalidade – Art. 5º, inciso II

 Para o Estado: só deve fazer o que é permitido pela lei (se não estiver
determinado por lei não pode fazer)
 Para o indivíduo: só não deve fazer o que a lei proíbe (se não existe lei
determinando o assunto não tem problema realizar a ação)

Racionaliza o Estado e protege o cidadão

ESTADO
CONQUISTAS + CONQUISTAS + AMPLIAÇÃO = DEMOCRÁTICO
LIBERAIS SOCIAIS DE DIREITOS DE DIREITO

As contribuições dos modelos anteriores (liberal e social)

1° 2°

NÚCLEO Liberdade Igualdade

DESTINATÁRIO Indivíduo Sociedade

EXEMPLOS Liberdade Trabalho e


políticos saúde
Características do Estado Democrático de Direito

 “Independentemente das densificações e concretizações que o princípio do


Estado de Direito encontra implícita ou explicitamente no texto constitucional, é
possível sintetizar os pressupostos materiais subjacentes a este princípio da
seguinte forma: (1) juridicidade, (2) constitucionalidade, (3) direitos
fundamentais.”
 Art. 1º, CF/1988 – “A república Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito (...)”

Algumas tendências do final do sec XX/inicio do sec XXI: “a complexidade”

“Nas últimas décadas do séc. XX, as sociedades continuaram a evoluir, sendo de


salientar o espetacular desenvolvimento científico e tecnológico e uma mudança,
embora menos clara, de paradigma cultural”
Sociedade da comunicação, consumismo, organismos supranacionais, biogenética,
falência da soberania estatal, interdependência internacional, multiculturalismo,
sociedade de informação, perigos ecológicos, terrorismo...

Os “novos” direitos fundamentais: 3° e 4° dimensões


3° dimensão → fraternidade
“os direitos de terceira geração tendem a cristalizar-se no fim do séc. XX (...). Têm
primeiro por destinatário o gênero humano mesmo (...). Emergiram eles da reflexão
sobre temas referentes ao desenvolvimento, o direito à paz, ao meio ambiente, à
comunicação e ao patrimônio comum da humanidade.” Paulo Bonavides
4° dimensão → utopia
“A globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos de
quarta geração, que, aliás, correspondem à derradeira fase de institucionalização do
Estado social. São direitos da quarta geração o direito à democracia, o direito à
informação e o direito ao pluralismo. (...) Enfim, os direitos da quarta geração
compendiam o futuro da cidadania e o porvir de todos os povos.” Paulo Bonavides
Dimensões

1° 2° 3° 4°

NÚCLEO Liberdade Igualdade Fraternidade Utopia

DESTINATÁRIO Indivíduo Sociedade Gên. humano Universais

EXEMPLOS Liberdade Trabalho e Paz Informação


política saúde democracia
Meio ambiente
Pluralismo

Estado Liberal → Estado Social → Estado Democrático

ESTADO LIBERAL ESTADO SOCIAL ESTADO DEMOCRATICO


Estado mínimo Estado intervencionista Estado complexo/falido
Núcleo: liberdade Núcleo: igualdade N: fraternidade
Mercado Mercado regulamentado Mercado global
desregulamentado
Igualdade formal Igualdade material Igualdade universal
“DF’s” de 1° geração 1° e 2° geração 1°,2°,3° e 4° geração

Estado de Direito na Democracia


Democracia: a é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos
por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente
eleitos.
Direitos Fundamentais: Direito à liberdade de expressão; à liberdade de associação;
ao acesso à justiça; à participação política; etc.

Há uma relação de interdependência entre eles


Direitos fundamentais são democráticos [...] porque eles, com a garantia dos direitos
de liberdade e igualdade, asseguram o desenvolvimento e existência de pessoas que,
em geral, são capazes de manter o processo democrático na vida e porque eles, com
a garantia do [...] direito eleitoral e contras liberdades políticas asseguram as
condições funcionais do processo democrático.

Há também tensão entre eles


“Ademocráticos são os direitos fundamentais, [...] porque eles desconfiam do processo
democrático. Com a vinculação também do legislador eles subtraem da maioria
parlamentarmente legitimada poderes de decisão.”
O Princípio Democrático e o Estado de Direito
“Enquanto que o princípio democrático se identifica ou com [...] a premissa maioritária
– ou com o regime em que a todos os cidadãos é dada a oportunidade de se
constituírem em parceiros ativos e iguais de um autogoverno coletivo, a premissa de
parceria, já o princípio do Estado de Direito assume essencialmente uma irredutível
dimensão de defesa ou reserva da autonomia e liberdade individuais face ao Poder
político, a premissa garantista.”

DF’s como TRUNFOS


“Os direitos fundamentais são posições jurídicas individuais face ao Estado, ter um
direito fundamental significará, então, ter um trunfo contra o Estado, contra o Governo
democraticamente legitimado, o que, em regime baseado na regra da maioria, deve
significar, a final, que ter um direito fundamental é ter um trunfo contra a maioria,
mesmo quando esta decide segundo os procedimentos democráticos instituídos.
Discurso de proteção das minorias frente a força de vontade da maioria (não diz sobre
quantidade mas de força)

Democracia enquanto ambiente: regra da maioria

Responsabilidade do Poder Judiciário


Mais, a responsabilidade do poder judicial é aí ainda maior porque, objetivamente, a
dependência ou condicionamento dos responsáveis políticos por juízos ou
prognósticos de sucesso eleitoral os torna mais vulneráveis ao poder fático das
maiorias ou dos mais fortes.

VÍDEO “ENCONTRO COM MILTON SANTOS OU O MUNDO GLOBAL VISTO DE


CÁ”
GLOBALIZAÇÃO; DIREITOS HUMANOS; DIMENSÕES DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS; ESTADO SOCIAL; NEOLIBERALISMO; DEMOCRACIA.
O mundo global visto do lado de cá, documentário do cineasta brasileiro Sílvio
Tendler, discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o
terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista
com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de
sua morte.
Baseado nesse primeiro ponto de partida o documentário procura explicar, ou até
mesmo elucidar, essa tal Globalização da qual tanto ouvimos falar. O documentário
percorre algumas trilhas desses caminhos apontados por Milton, vemos movimentos
na Bolívia, na França, México e chegamos ao Brasil, na periferia de Brasília.

É feito um recorte singular sobre a globalização, a sociedade de consumo, as divisões


que esta sociedade se encontra, o território, os efeitos famigerados da globalização,
as crises que esta promove, as barreiras físicas e simbólicas postas pelo capitalismo
como efeito da globalização, o papel da mídia e as revanches organizadas por suas
maiores vítimas.

A crise se estabelece e Milton Santos faz este alerta quando afirma que: “O consumo
é o grande fundamentalismo”. E é sagaz quando apresenta as três vertentes da
globalização no mundo; a globalização como é posta, a globalização da perversidade
e o mundo por uma outra globalização.

Globaritarismo -- termo criado por Milton Santos para designar a nova ordem mundial.

No decorrer do documentário é apresentada uma série de acontecimentos no mundo


inteiro que focam a atenção nas causas que esta sociedade capitalista centraliza, a fim
de obter benefícios próprios em detrimento da desorganização do território, da
apropriação de bens comuns e do uso privado de riquezas mundiais por parte de uma
minoria. Apropriações indevidas que geraram tensões por tentar deter grandes bens
nas mãos de pequenos grupos, enquanto se assolava o estado de miséria e a
sociedade crônica para todo o resto.

A tentativa de privatização da água potável em Cochabamba, Bolívia em 2000 e o 3º


Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, foram eventos que chamaram a
atenção do mundo para os efeitos da famigerada globalização frente à sociedade
capitalista na qual vivemos.

Em meio à crise financeira, ao estado de caos que se encontra, tem-se o crescimento


crônico do desemprego, a fome e o desabrigo que cada vez mais se alastra. Os baixos
salários, o estado de mendicância e miséria em que as pessoas são postas, crescem
diretamente proporcional ao que chamamos do segundo efeito da globalização, ou
globalização da perversidade, em que a pobreza é vista com naturalidade.

Enquanto isto, a sociedade se divide em dois grandes grupos; “o grupo dos que não
comem e o grupo dos que não dormem com receio do grupo dos que não comem. ”
(José de Castro). E Milton Santos ainda afirma que “produzimos mais comida do que
consumimos”. E esta sociedade subdividida permanece criando barreiras de
segregação. Sejam estas barreiras físicas – Muralha da China e Muro de Berlim – ou
barreiras simbólicas – que é a que a Europa mantém contra os estrangeiros e
clandestinos, a fronteira entre o México e o EUA, onde a migração não é desejada.

Adiante os acontecimentos têm a mídia como a fábula da globalização, que assume o


papel de intermediação diante desta, pois controla a interpretação do que acontece no
mundo, em que não há produção excessiva de notícias, e sim de ruídos.

Contudo, a revanche é feita. Os grupos que são massacrados e postos à margem


deste processo atroz de desenvolvimento global ganham força com seus movimentos
e buscam reverter a ordem de tudo que está posto. A África e a América Latina são os
gigantes despertando para os problemas que lhe são causados, e que não se
promovem por quem lá habita e sim pelos grandes “olheiros” e investidores de
mercado que ambicionam ganhar espaço para depois explorá-lo. E não há melhor
modo de fazer isto, senão criando confrontos entre os grupos para adquirirem espaços
de dominação.

Com o despertar destes grandes polos de desenvolvimento, os espaços cada vez


mais são tomados e causam incômodos. Daí tem os olhares do Norte x os olhares do
Sul, que propicia a observação das diferenças de polos econômicos em blocos
capitalistas distintos; os que produzem e os que consomem. Numa fala mais íntima do
que possa representar os grupos que tem e os grupos que não tem moeda de
consumo numa sociedade que impera a globalização da perversidade.

E Milton Santos afirma que: “Não há cidadania no Brasil. A classe média não requer
direitos, e sim privilégios.” O estado de cidadania nos é roubado pelo jogo de interesse
no qual esta classe promove. Mas Milton Santos é perspicaz ao frisar que estas ações
não são promovidas de modo estanque pelo Estado, e afirma que: “As fontes
criadoras de diferenças e desigualdades são mais fortes que as ações do Estado.
Para isto, é necessário um Estado socializante. ”

Diante deste Estado socializante a ser construído há também uma sociedade e Milton
Santos é muito feliz quando diz que esta sociedade na qual vivemos ainda é um
ensaio; ela nunca existiu.
Globalização como fábula

 forma como aparece pra nós, ela aparece como a mídia nos mostra de ser algo
bom (miséria e desemprego são considerados algo normal)

Como perversidade

 como ela realmente é, quando a globalização nasce bvem com o discurso


humanista (de melhorar a vida de todos) mas na vdd é mais voltado para o
capitalismo

Nova globalização

 defende a globalização de cunho solidário, começar a nos importar com as


pessoas
 Conceito de globalitarismo: jogo de palavras (autoritarismo + globalização)

Anotações pessoais do vídeo

 Mercado capitalista é o centro da sociedade capitalista, o qual convergem toda


a produção da sociedade
 O centro da sociedade é a mercadoria
 Qualquer forma anterior ao capitalismo, qualquer produto era pra ser trocado,
lógica da troca (quando as pessoas trocam no mercado capitalista)
 Precisa entender a mercadoria (todo e qualquer produto pode ser apreciado,
tem um valor).
 Trabalho humano se tornou uma mercadoria (força de trabalho)
 Nem sempre a força de trabalho esteve separada dos instrumentos de
trabalho, aqueles que produziam bens
 Pra compreender a formação história do homem e instrumento de trabalho, só
foi possível porque a riqueza da sociedade esteve nas mãos de alguns povos e
tornaram essa riqueza em capitalismo, essa massa populacional era obrigada
a se descolar pra cidade a procura de emprego (vender a força de trabalho em
troca de salário)
 Marx analisa que a sociedade se divide em 2 classes proletários vendem a
força capitalista em troca de trabalho
 Mercado funciona como poderoso mecanismo
 Congela as desigualdades de partida, mas também aprofunda ela, a
distribuição de bens segundo a divisão de classes tem uma tendência de
produzir polos de extrema riqueza e pobreza.
 Mercado aparece como instituição neutra, troca de coisas iguais de igual valor,
mas uma troca justa
 Mercado não só realiza, mas aprofunda as desigualdades.
 Promete os ideias de liberdade e igualdade
 Estrutura de ilusão socialmente necessária - estrutura do capitalismo
 Teoria crítica se distingue, fica entre duas possibilidades (positivismo e
utopismo)
 A liberdade e igualdade só vão acontecer com a abolição do capital (acabar
com o mercado?)
 A cada momento histórico as coisas mudam
 Modelo capitalista existe duas vertentes
- Ideia e o que é real
 O fazer do estado é promover a igualdade, fazer leis que cuidam de um novo
assunto, o trabalho.
Reduzir o domínio estatal novamente - neoliberalismo (Século 19 - hoje)

Vídeo sustentação oral – Uniões homoafetivas


Luís Roberto Barroso
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Igualdade em respeito e consideração, serem reconhecidas na sua identidade ainda
que representem minorias. Analogia a uniões heterossexuais. A diferenciação
significaria desprezo aos homoafetivos.
Liberdade significa poder fazer o que a lei não proíbe. Autonomia da vontade.
Dignidade da pessoa humana. As pessoas devem ser tratadas como fim em si
mesmas. Impedir que as pessoas coloquem seus afetos onde estão seus desejos, é
impedir que ela viva ou que tenha vida digna.
Lacuna. “Artigo 226, parágrafo 3 da CF/88 tem por objetivo emancipar as mulheres e
não discriminar os homossexuais”; tem uma lacuna na jurisdição por não falar nada de
união homoafetiva
TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS
A função dos tribunais constitucionais é defender os direitos das minorias.
REGRA CONTRA MAJORITÁRIA NA DEMOCRACIA MAJORITÁRIA
Reconhecer a falta de vontade do legislador e a necessidade de não depender deste.
O legislador constantemente arquiva projetos de lei com base em preceitos morais
majoritários da banca. Assim, é imprescindível que seja encaminhado à tutela do
legislativo, ou corre o risco de a lacuna nunca ser preenchida.
 2° bimestre
Os direitos fundamentais apresentam-se na Constituição como dispositivos
declaratórios que exprimem a existência de um determinado valor que deve ser
assegurado/protegido pelo Estado. Já as garantias são elementos assecuratórios,
dispositivos que servem para proteger o exercício de direitos e limitam o poder do
Estado. Segundo José Afonso da Silva, é importante ressaltar que „as garantias
constitucionais são também direitos, não como outorga de um bem e vantagem em si,
mas direitos instrumentais, porque destinados a tutelar um direito principal.
Resumindo:
 Direito tem caráter declaratório (que são as que imprimem existência legal aos
direitos reconhecidos)
 Garantia tem caráter assecuratório (que são as que, em defesa dos direitos,
limitam o poder)

Garantias gerais asseguram o Estado Democrático de Direito

Garantias constitucionais

 Gerais: arbitrariedade (cláusula pétrea, poder separado)


 Especiais: instrumentos. A constituição inclui entre as garantias [constitucionais
especiais] individuais o direito de petição, o habeas corpus, o mandado de
segurança, o mandado de injunção, o habeas data, a ação popular aos quais
vem dando, na doutrina e na jurisprudência o nome de (...) remédios
constitucionais
Remédios constitucionais (provocar a intervenção das autoridades competentes,
visando sanar, corrigir, ilegalidade e abuso de poder em prejuízo de direitos e
interesses individuais)
Dentro dos remédios algumas garantias são chamadas de ações constitucionais
(provocam o Estado - juiz), sempre o estado.
Toda ação é um remédio, mas nem todo remédio é uma ação

Habeas data
O Habeas Data surge como resposta do Poder Constituinte da Magna Carta de 1988
aos anseios políticos sociais surgidos no período de Ditadura Militar
Sujeito ativo: personalíssimo - a própria pessoa (STJ => herdeiros legítimos ou
cônjuge supértice de indivíduo falecido)
S. Passivo: órgãos; pessoa jurídica privada (que preste serviço de caráter público) ou
pública
Objetivo: acessar ou corrigir informação
Urgência: SIM
Requisitos: se em via administrativa tiver negação expressa no fornecimento das
informações ou pelo tempo

 Observar se foi decretado segredo


Habeas Corpus
Ação constitucional de natureza penal e procedimento especial que visa a reparar ou
evitar violência ou coação à liberdade de locomoção em virtude da prática da
ilegalidade ou abuso do poder
Sujeito ativo: qualquer pessoa
S. Passivo: Estado/autoridade competente
Objetivo: evitar ameaça da liberdade de locomoção (somente acontece na esfera
criminal)
Urgência: SIM
Requisitos: formalismo mínimo; não precisa de advogado
Efeito: A decisão do habeas corpus não produz coisa julgada, nem influi, em regra,
sobre a marcha do processo com que tem afinidade. Por isso, não suspende nem
interrompe a marcha deste, o qual não perde sua eficácia com a pronúncia ou a
condenação do paciente, e pode ser renovado, desde que não seja pelo motivo que
constou do anterior, ou desde que ocorram novos fundamentos, ou se exibam novos
documentos que possam comprometer a decisão última proferida

Mandado de segurança
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data.
Direito líquido e certo → tem tudo documentado; direito comprovado de plano, que
resulta de fato certo, com prova inequívoca apto e manifesto no ato de sua existência
Sujeito ativo: Pessoa físicos ou jurídica, que tenha o direito violado
S. Passivo: toda autoridade pública ou pessoa jurídica pública/privada (pode ser
privada, mas exerce função pública)
Objetivo: proteger Direito líquido e certo
Urgência: SIM
Requisitos: ato comissionados; ilegalidade; lesão ou ameaça; subsidiariedade (não é
atendido nem pelo H. Data e nem pelo H. Corpus)

Ação popular
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente, e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má -fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência
Sujeito ativo: qualquer cidadão (não está incluso estrangeiros)
S. Passivo: autoridade e pessoas envolvidas
Objetivo: anular ato lesivo
Urgência: NÃO
Requisitos: ser cidadão e indicar qual ameaça

 Deve prezar pela coletividade


 Ação popular (Têm por objetivo impedir atos lesivos à coletividade) ≠ iniciativa
popular (Permite que parcela da sociedade envie projeto de lei de forma direta
ao Congresso Nacional)
 Ação popular
Legitimidade ativa: cidadão, art. 5°, LXXIII. Quando o autor for pessoa física (cidadão)
será, sempre, hipótese de ação popular. Vale lembrar que, para os fins do que dispõe
a Lei 4.717/65, a prova da cidadania será feita com o título eleitoral, ou com
documento que a ele corresponda.
 Ação civil pública
Legitimidade ativa: art.5º da Lei 7.347/85 Ministério Público; Defensoria Pública União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, autarquia, empresa pública, fundação
ou sociedade de economia mista e para a associação que esteja constituída há pelo
menos 1 (um) ano.

Efeitos: Possui efeitos descontitutivos e ao mesmo tempo declaratórios. Assim,


podem: invalidar o ato lesivo ao patrimônio público. Condenar as autoridades, os
administradores, os funcionários e os beneficiários a pagar perdas e danos;

Mandado de injunção
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
Sujeito ativo: qualquer pessoa que será beneficiada
S. Passivo: poder público legislativo competente
Objetivo: preencher a ausência de uma lei (que sem ela não é possível você exercer
certo direito)
Urgência: NÃO
Requisitos: ausência da norma e que a pessoa que entrar com esse mandado ser a
beneficiada

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