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Bruna Delgado MCF 2015
Bruna Delgado MCF 2015
Dissertação de Mestrado
Porto, 2015
Coordenadora de Curso:
Professora Doutora Ana Maria Lopes Bandeira
Porto, 2015
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Resumo
Os ativos intangíveis são cada vez mais uma preocupação das organizações, e
atualmente são reconhecidos como os principais ativos das empresas. O Capital
Humano como dimensão do Capital Intelectual é um fator preponderante no
desenvolvimento e crescimento das organizações, uma vez que proporciona criação
de valor e vantagem competitiva para as empresas. A criação, a partilha e a
transferência de Conhecimento são, também, fatores influentes que geram Capital
Humano. Na atualidade, este tema tem despertado o interesse tanto de economistas,
gestores e contabilistas, como de meros investidores.
Este estudo poderia ser tão mais completo, se pudéssemos apresentar uma
comparação entre duas empresas seguradoras e, consequentemente analisar o
comportamento das duas face ao Capital Humano. Outro aspeto interessante seria
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Abstract
Organizations are more and more concerned with intangible assets, and these are
currently considered one of the main assets in firms. Human Capital, as a dimension of
Intellectual Capital, is crucial for the development and growth of organizations, since it
allows for the creation of value and competitive advantage in firms. The creation, the
sharing and the transference of Knowledge are also influential factors that generate
Human Capital. This topic has been arousing the interest of economists, managers,
accountants, as well of investors.
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
The obtained results, both at a quantitative and qualitative level, meet the previously
defined research questions. Therefore, the most important Human Capital components
are training and well-being, knowledge and professionalism and personal and technical
characteristics of the organization’s human resources staff. These are the ones which
most value the organizations’ development and growth.
This study would be more complete if we could present a comparison between two
insurance companies and, consequently, analyze the behavior of the two regarding
Human Capital. Another feature that would be interesting to add is an analysis over the
impact of Human Capital on the financial performance of the insurance companies.
These limitations can be seen as suggestions for future research studies in this
domain.
This study enriches the research in the Human Capital domain, since knowing better
the components that constitute Human Capital will allow an organization to more easily
define their growing and development strategies. This study can support managers in
the definition of valuing policies of this intangible asset in insurance firms.
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Agradecimentos
Agradeço também aos meus pais pelo apoio incondicional, pelo incentivo e pela
motivação imprescindível que sempre me deram para a realização deste meu projeto
de vida. Obrigada meus queridos!
Por último, e não menos importante, quero agradecer a ti Rui, pela paciência,
compreensão, ajuda, força e por toda a motivação que me deste naqueles dias em
que tudo parecia impossível. E a ti Andréa Esteves, que foste uma parceira de luta
incansável nestes dois anos, obrigada por tudo és uma amiga espetacular.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
AF – Análise Fatorial
CH – Capital Humano
CI – Capital Intelectual
GC – Gestão do Conhecimento
I.e. – isto é
RH – Recursos Humanos
SS – Setor Segurador
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Índice
Resumo ........................................................................................................................ i
Abstract ....................................................................................................................... ii
Agradecimentos......................................................................................................... iv
Índice .......................................................................................................................... vi
Índice de Gráficos .................................................................................................... viii
Índice de Ilustrações ................................................................................................. ix
Índice de quadros ....................................................................................................... x
Introdução ................................................................................................................... 1
Conclusões ............................................................................................................... 58
Anexos....................................................................................................................... 69
I. Estrutura Organizacional da Ocidental Grupo ................................................. 69
Apêndices ................................................................................................................. 70
I. Guião das Entrevistas ..................................................................................... 70
II. Questionário .................................................................................................... 71
III. Tabela de dados qualitativos: resumo entrevistas......................................... 73
IV. Teste da Normalidade – análise fatorial ........................................................ 75
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Índice de Gráficos
viii
Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Índice de Ilustrações
ix
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Índice de quadros
x
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Introdução
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Este tema tem ainda um foco de desenvolvimento nos mais diversos contextos, pelo
que é de todo interessante perceber quais os indicadores de destaque do Capital
Humano que as empresas e os gestores/administradores deverão valorizar para uma
maior e melhor gestão interna nas organizações empresariais, com vista à criação de
valor e, consequentemente, à sustentabilidade do lucro empresarial. Desta forma, um
dos aspetos fundamentais a focar nesta investigação, são as componentes que
constituem o Capital Humano e os seus respetivos itens de mensuração. Para tal, a
junção da análise qualitativa e quantitativa na investigação faz com que a mesma seja
mais completa e seja enriquecedora na concretização das respostas às questões de
investigação.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
As componentes que constituem o capital humano são, sem dúvida, uma caracteristica
imprescindível para um bom desempenho dos colaboradores nas suas organizações.
Pelo que, nesta investigação, procura-se através das percepções dos colaboradores
da Seguradora em análise identificar a importância das componentes e dos itens do
capital humano.
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Com base nestes conceitos, efetuámos uma revisão de literatura sobre o capital
intelectual e a sua componente de maior destaque, o capital humano. Por conseguinte,
neste capítulo realçamos a importância do capital humano, bem como o impacto do
mesmo na criação de valor organizacional
Assim sendo, é importante o foco no capital intelectual das empresas e a medição dos
ativos intangíveis das próprias empresas, pois assim aumenta a possibilidade de
proporcionar benefícios reais de negócios às organizações (Marr, Gray & Neely,
2003). Neste mesmo sentido podemos afirmar que analisar o capital intelectual nas
organizações é extremamente importante para todo o tipo de empresas, seja qual for o
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A importância do Capital Humano nas Organizações
mercado onde estejam inseridas. No entanto, esta questão tem tido maior ênfase nas
empresas intensivas em conhecimento, porque se caracterizam maioritariamente por
uma utilização de recursos intangíveis (Kujansiva & Lonnqvist, 2007).
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Apesar dos diversos estudos já existentes sobre o tema, como são exemplo os casos
de Edvinsson & Sullivan (1996), Bontis (1999), Cortini & Banevene (2010) ou Peng
(2011), ainda não se chegou a uma definição consensual de Capital Intelectual.
Klein & Prusak (1994, pp.1) conceptualizam o capital inteletual como o “material
intelectual que foi formalizado, capturado e alavancado com o fim de produzir um
activo de maior valor”. De realçar ainda que, Stewart (1999, p.60), argumenta que o
Capital Intelectual define-se como “o conhecimento existente numa organização e que
pode ser utilizado para criar uma vantagem diferencial”. Mais especificamente, o
capital intelectual pode ser visto como a informação, o conhecimento, a experiência, o
atributo intelectual dos trabalhadores na criação de valor para as empresas (García-
Meca & Martínez, 2005). Outros autores, como é o caso de Edvinsson (1997) e
Brooking (1997), afirmam que o capital intelectual surge da necessidade lógica para o
desenvolvimento e conhecimento da mão-de-obra. O foco sobre o desenvolvimento da
empresa e a sua gestão eficaz são o espelho do capital humano numa organização.
Estes autores consideram o Capital Intelectual como um conjunto de ativos intangíveis
que não são reconhecidos e mensurados nas demonstrações financeiras da empresa,
isto é, afirmam que o capital intelectual é a diferença entre o valor de mercado da
empresa e o seu valor contabilístico.
Desta forma, o ênfase sobre o desenvolvimento da empresa e a sua gestão eficaz são
o espelho do capital intelectual numa organização. Particularmente, o Capital Humano
é considerado a componente do capital intelectual que maior destaque e visibilidade
tem no mundo empresarial (Bontis, 1998).
Segundo Petty & Guthrie (2000), vários estudos sobre o Capital Intelectual passam por
analisar o processo de potenciação, divulgação e desenvolvimento do conhecimento
nas empresas, o qual constitui um fator crucial para a boa gestão das mesmas. Neste
sentido, e como podemos verificar pelas definições apresentadas, o capital intelectual
não é um item singular que existe por si só mas sim um conjunto de elementos
ligados entre si. As definições apresentadas demonstram a existência de um
conjunto de ativos intangíveis da organização que podem ser definidos como
elementos do Capital Intelectual, apesar de estes serem de difícil identificação.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
O Capital Intelectual pode apresentar uma estrutura tripartida, composta por Capital
Humano (Competência), Capital Interno (Capital Organizacional) e Capital Relacional
(Cabrita & Vaz (2006); Bozzolan, S., Favotto, F. & Ricceri, F. (2003); Mouritsen, J.,
Bukn, N. & Bang, H. (2005); Oliveira, L., Rodrigues, L. & Craig, R. (2006); Ordonéz de
Pablos (2003); Beattie & Thomson (2007) ).
Estas três dimensões contituem os seus elementos e trabalham conjuntamente
permitindo que a empresa transforme as suas competências e conhecimentos em
competitividade e riqueza. Quanto maior for a interacção entre as componentes do
Capital Intelectual, maior será a criação de valor (Cabrita & Vaz, 2006).
Portanto, recordamos que o Capital Intelectual poderá estar estruturado nas seguintes
áreas fundamentais, uma vez que é uma das propostas que reúne consenso na
literatura existente sobre o tema ( Carson, E., Ranzijn, R., Winefield, A. & Marsolen, H,
2004)
Capital
Intelectual
Capital Capital
Capital
Organizacional Relacional
Humano
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A importância do Capital Humano nas Organizações
A linha de pensamento sobre o Capital Humano remete para anos passados e muito
longínquos, e tem vindo a ser um dos temas mais abordados no âmbito das
sociedades atuais (Texeira, 1999). Hoje em dia as empresas têm uma visão diferente
face à economia do conhecimento, isto porque as empresas na atualidade gerem os
próprios capitais intelectuais para beneficios dos seus stakeholders. Desta gestão
resulta e destaca-se o Capital Humano, sendo esta uma das dimensões mais
importantes no seio empresarial. No mundo empresarial dos dias de hoje, nas
estratégias de negócio, as políticas de capital humano que são vistas como uma
vantagem são as que originam respostas eficazes às mudanças nas organizações
(Henriques, 1997).
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Ao longo dos anos, o Capital Humano tem vindo a ser um tema muito estudado e
explorado, pelo que o seu próprio conceito tem vindo a sofrer inúmeras alterações e
interpretações (Graça, 2011).
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A importância do Capital Humano nas Organizações
habilidades dos empregados de uma organização, conforme cita Seleim & Khalil
(2011). Segundo, Piazza Georgi (2002) o capital humano pode também ser visto como
o “stock de capacidades pessoais que os agentes económicos têm à sua disposição”.
Outra definição mais completa deste ativo é a que nos apresentam Carvalho & Souza
(1999, pp. 2): “O Capital Humano é a capacidade, conhecimento, habilidade,
criatividade e experiências individuais dos empregados e gestor transformados em
produtos e serviços que são o motivo pelo qual os clientes procuram e empresa e não
outros concorrentes”. Assim sendo, o conceito de capital humano refere-se a
indivíduos, conhecimentos e habilidades que permitem mudanças no crescimento
económico e nas ações das organizações (Coleman, 1988).
O capital humano é um dos recursos que constituí o Capital Intelectual, e não cumpre
as exigências para a definição de Activo. Dado que, apesar dos indivíduos conduzirem
a benefícios económicos futuros nas empresas onde trabalham, não é possível aferir e
medir com rigor o valor do conhecimeno aquirido a nível académico e profissional e,
ainda, ao nível da experiência pessoal e profissional (Sousa,2009). Portanto, de
acordo com Brás (2007), o Capital Humano é um dos principais recursos de algumas
empresas, apesar de não satisfazer a noção de Activo. Em contrapartida, alguns
autores como Davidsson & Honig (2003), vêm o capital humano como um ativo
complexo e de análise difícil.
Na mesma lógica de ideias de definição deste ativo, Malhotra (2000, pp.23) diz que o
“capital humano incorpora fatores únicos de sucesso que proporcionam vantagem
competitiva no passado, presente e futuro. Pelo que, é a vertente mais importante para
a criação de valor nas organizações”. Segundo o estudo de Graça (2011), a educação
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Este tipo de capital é o mais responsável pelo sucesso das organizações conforme
podemos verificar nas diferentes abordagens e conceitos sobre Capital Humano
expostos por alguns autores. O Capital Humano é alcançado por parte das pessoas
através da educação, formação profissional e, também, ao longo de toda a vida
Teixeira (1999).
O Capital Humano também pode ser definido como um nível individual que combina
quatros fatores (Hudson, 1993), nomeadamente:
i. A sua herança genética.
ii. A sua educação.
iii. A sua experiência.
iv. A sua atitude sobre a vida e sobre negócios
Outra perspetiva tem Davenport (2007) ao afirmar que, o Capital Humano depende da
relação de várias componentes: capacidade, conhecimento, técnica e talento, sendo
estas desenvolvidas por subcomponentes onde se distinguem o comportamento, o
esforço e o tempo.
Ilustração 3 - Componentes do Capital Humano
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Mestrado em Contabilidade e Finanças
A importância do Capital Humano nas Organizações
Estes fatores apresentados e definidos pelos autores referidos são uma possível
combinação daquilo que constituí o Capital Humano. No entanto, poderão não ser os
únicos. O conhecimento, as habilidades, as capacidades e a experiência dos
colaboradores é o capital humano de uma empresa, e neste sentido traduz-se num
fator de extrema importância nas organizações. Segundo, Martins (2009), a inovação e
a criatividade também podem ser muitas vezes incluídas no âmbito do capital humano.
O capital humano são as pessoas, e como tal este não é propriedade da empresa. As
organizações deverão transformar o conhecimento e as inovações produzidas pelas
pessoas que constituem os recursos humanos em ativos, de maneira a criar
mecanismos de transferência de qualidade do capital humano das pessoas (Brás,
2007).
A teoria do capital humano é composta por diversas variáveis que contribuem para um
elevado aumento de produtividade nas organizações. E por sua vez o crescimento
económico está interligado com o stock de capital humano e, também, com os
rendimentos dos indivíduos (Arraes, Mariano & Barros, 2008).
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Conhecimento
o
Competências
Capacidades
Experiências
(…)
O capital humano de uma organização começa em cada individuo, mas não fica na
própria organização permanece com o indivíduo. Este capital traduz-se sobretudo no
saber criar, inovar, adaptar, ou seja, pode definir-se como uma troca de conhecimento,
que se traduzem na sabedoria, experiência, formação do individuo. Em contrapartida,
a organização transfere métodos e técnicas profissionais com o objetivo de
desenvolver mais o conhecimento individual e fazer dele o sucesso da empresa
(Barroso, Silva, & Monteiro, 2013).
O capital humano é visto muitas vezes como um conceito vago e bastante complexo.
Por vezes é caracterizado como se fosse apenas constituído pelo nível de
escolaridade, no entanto noutro contexto é considerado um conjunto mais abrangente
de investimentos, isto é, engloba bem-estar, produtividade, saúde ou até nutrição
(Teixeira, 1999). Portanto, algumas das dimensões que caracterizam o CH, como a
educação e a formação profissional, têm sido objeto de análise e debate em várias
sociedades (Teixeira, 1999).
O Capital Humano tem sido nas últimas décadas considerado uma prioridade política,
económica e social para muitas economias mundiais. Segundo o relatório da OCDE –
O Capital Humano: Como o seu conhecimento compõe a vida (2007), o Capital
Humano está associado a benefícios económicos e outro tipo de benefícios para as
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A importância do Capital Humano nas Organizações
sociedades, como é o caso da saúde, das expectativas de vida ou até mesmo das
ações comunitárias. De realçar ainda que o Capital Humano não é só uma
preocupação global das sociedades mas sim uma preocupação cada vez mais
constante nos mais diversos contextos. Com o surgimento da economia do
conhecimento e a gestão de informação surge o interesse em investigar este tema em
diferentes contextos, como é o caso das seguradoras que temos vindo a abordar, dos
hospitais (Vagnoni & Oppi 2015), das universidades, entre muitos outros.
Desta forma, segundo os propósitos de Boog (2002) algumas das principais áreas de
gestão do capital humano são:
Eficácia organizacional
Estrutura de RH
Remuneração
Benefícios
Absenteísmo e rotatividade
Recrutamento e seleção
Educação e aprendizagem
Saúde ocupacional
Relações trabalhistas
Perfil dos recursos humanos
Conforme vem sendo referido ao longo do estudo, o capital humano e a sua análise
são demasiado complexas, ao ponto de atualmente não existir ainda uma variável
direta que consiga medir o capital humano. Contudo, dos diversos estudos existentes
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A importância do Capital Humano nas Organizações
podemos concluir que a variável mais utilizada para a medição do capital humano é os
anos de escolaridade.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Por sua vez, Antunes (2000, p.97) comenta que “a combinação dessas áreas de foco
resultaram em um relatório diferente, uma vez que elas apontam para diversos
aspectos que dão um caráter dinâmico, por isso o relatório foi denominado
Navegador.” Por fim, para cada um dos cinco focos foram estabelecidos vários
indicadores para medir o seu desempenho.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Seguindo esta lógica do foco humano, o modelo de Navigator Skandia, originou que
novos modelos de mensuração sobre os ativos intangíveis e o Capital Humano
surgissem. Embora atualmente o Capital Humano não nos apresente ainda um modelo
de mensuração definido e de referência, existem alguns estudos realizados onde se
aborda conceitos como índice do Capital Humano, relação entre gestão do Capital
Humano e gestão do conhecimento, e se explique de uma forma detalhada a teoria do
capital humano.
Desta forma, segundo Brás (2007) alguns itens de destaque de medição do capital
humano são o nível académico, a experiência pessoal e profissional, o rendimento, e
outros não menos importantes e com grande potencialidade de criação de valor o nível
de serviços e os produtos comercializados individualmente.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Assim sendo, podemos afirmar que o Capital Humano é um dos ativos mais
importante das empresas, pois é daqueles que mais valor proporciona. E quando
falamos de valor, falamos de valor social, valor estrutural, mas também, de valor
financeiro que em muitas vezes é considerado o valor indispensável para o
crescimento das organizações (Teixeira, 1999).
O Capital Humano são as pessoas, e as pessoas são criadoras de valor, pelo que o
Capital Humano pode ser uma dimensão que inclua capital social (equipas de
trabalho, grupos de trabalho), capital relacional (relações dentro e fora da
organização), capital do conhecimento (experiência e sabedoria), capital emocional e
ativos (motivação) (Aragão & Boas, 2006).
Assim sendo, conforme Balley (1997), o conhecimento para existir implica que alguém
faça a combinação e a interpretação das informações (Ilustração 6). A competência ou
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Competências
Conhecimento
1. Informação
Dados
Capacidade intelectual de
cada pessoa
Conjunto do
conhecimento individual
dos colaboradores
Com o passar dos tempos a vitória sempre sorriu àqueles que se encontram no cume
da onda do conhecimento. O conhecimento sempre foi muito importante – não é sem
fundamento que o ser humano é considerado o homem pensante. No entanto,
atualmente o conhecimento é mais relevante do que alguma vez foi (Stewart, 1999).
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Este é considerado hoje em dia até mais importante que os fatores tradicionais de
produção, como o capital, o trabalho e a terra (Teixeira, 2005).
Desta forma, verifica-se nas últimas décadas, que o conhecimento tem assumido um
importante e decisivo papel em prol do crescimento das organizações de um modo
geral. Entende-se que o dinamismo que tem caracterizado os mercados, corrobora de
forma relevante para que o conhecimento passe a ser compreendido como um fator
essencial para qualquer empresa que pretenda assumir uma posição de destaque na
sua área de atuação.
Davenport & Prusak (1998) afirmam que o conhecimento está presente nas
organizações não só nos documentos ou repositórios, como também nas rotinas,
processos, normas e práticas internas organizacionais. Este é considerado uma
mistura de valores, informação contextual, experiência condensada uma nova
estrutura para a avaliação de novas experiências e informações nas empresas.
Neste contexto de definições sobre o tema, surge uma distinção crucialentre dois tipos
de conhecimento: o Conhecimento Explícito e Conhecimento Implícito. Nonaka &
Takeuchi (1995) identificam dois níveis de conhecimento: o conhecimento explícito é
formalizdo e sistemático e, por isso, transferível sem grandes dificuldades e o
conhecimento implícito (ou tácito) é mais pessoal, intuitivo, que resulta da experiência
pessoal.
Por sua vez, a criação e transmissão do conhecimento pode revestir quatro formas:
socialização, externalização, combinação e internalização (Teixeira, 2005).
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A importância do Capital Humano nas Organizações
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Por outro lado, Correia & Sarmento (2003) sugerem que a GC incluí três atividades:
1) Criação de Conhecimento
2) Integração de Conhecimento
3) Partilha de Conhecimento
Desta forma, sendo o conhecimento uma peça fundamentel das sociedades, podemos
referir que nesta era em que vivemos – na Era do Conhecimento - , melhorar a aptidão
e as competências humanos é o principal foco das sociedades e das organizações,
conforme afirma (Crawford, 1994).
O capital Humano é o grande foco deste trabalho de investigação, e para além disso
com os estudos já efetuados podemos perceber que também é um dos principais
fatores a ter em conta no desenvolvimento e crescimento das organizações de um
modo geral.
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No mercado português, não foge à regra no que diz respeito ao grau de importância
que os ativos intangíveis têm vindo a ter. Cada vez mais, o Capital Humano é
potenciado nas empresas de forma a permitir organizações mais inovadas e que
proporcionem criação de valor e aumento de resultados.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Com o trabalho de pesquisa realizado sobre este tema, verificamos que o Capital
Humano como componente do Capital Intelectual é um ativo de extrema importância
para a evolução e o progresso das organizações, tais como nas empresas do ramo
segurador onde se situa a empresa onde foi aplicado o nosso estudo.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
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Entende-se por bancassurance, a venda de produtos e serviços de seguros através de agências
bancárias de uma instituição financeira.
http://wb1.webbanca.pt/glossario/definicao.asp?id=994&termo=Bancassurance, consulta efetuada a 05
Setembro 2015.
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Estes valores são partilhados e desenvolvidos por todos os colaboradores das mais
diversas áreas, conforme se pode ver pela constituição da estrutura organizacional
apresentada em anexo (Anexo I).
A escolha desta organização como objeto de estudo prende-se com o fato desta
organização estar inserida num ramo que depende maioritariamente da envolvência
dos recursos humanos com os clientes, pelo que o Capital Humano é uma
componente muito importante a ter em conta no desenvolvimento e crescimento do
negócio deste tipo de empresa. Paralelamente, verificamos que cada vez mais as
instituições financeiras e as seguradoras tendem a apresentar relatórios mais
completos sobre as questões estratégicas das empresas, onde se enquadra a análise
dos ativos intangíveis nomeadamente do Capital Intelectual, e deixam de privilegiar
somente os relatórios de informação financeira, conforme também referem Gomes,
Serra & Ferreira (2007).
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Uma análise do tipo qualitativa tem uma ampla área de investigação, isto porque este
método pode proporcionar estudos nas mais diversas áreas. A recolha efetuada
permite a análise de dados qualitativos tendo por base várias teorias ou paradigmas.
(Denzin & Lincoln, 2006). A investigação qualitativa pode ser considerada
interpretativa, uma vez que o inquiridor esteve tipicamente envolvido numa experiência
contínua e intensiva com os participantes, como se verifica neste presente estudo
onde os diretores (entrevistados) e o investigador (entrevistador) mantiveram uma
envolvimento em relação ao tema e à organização investigada.
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Segundo Denzin & Lincoln (2006), a triangulação de dados visa preconizar a utilização
de vários tipos de fonte de dados de maneira a alcançar uma descrição mais
detalhada e rica dos fenómenos em estudo. Desta forma, apresentamos de seguida as
várias fontes de dados que recorremos neste estudo.
É importante salientar que antes de iniciar a fase da recolha dos dados, procedemos a
um pedido de autorização junto da Direção de Recursos Humanos da Ocidental
Companhia Portuguesa de Seguros, SA de forma a obter o consentimento para
aplicarmos o estudo nessa organização. Com autorização e aceitação por parte da
seguradora começámos a por em prática a recolha de dados que nos iam levar ao
objetivo de investigação. Assim, nas próximas secções descrevemos os
procedimentos e a justificação do seu contributo para esta dissertação.
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Nas entrevistas presenciais o registo dos dados foi efetuado através de gravação em
áudio com autorização explícita dos entrevistados. Este método pareceu-nos ser o
mais adequado uma vez que os dados registados desta forma tornam-se mais
fidedignos face à alternativa de tirar notas escritas. Por sua vez, a duração média das
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Assim, de acordo com a tipologia defendida por Yin (2014), utilizámos neste estudo
entrevistas semiestruturadas, suportadas por um guião com perguntas estruturadas
desenvolvido previamente (Apêndice I). O guião da entrevista foi elaborado com o
intuito de promover um discurso espontâneo aos diretores e responsáveis de área
sobre o tema abordado, com o objetivo de extrair informação mais rica sobre o Capital
Humano. Apesar de optarmos por entrevistas deste tipo, existem outras referenciadas
por os mais diversos autores. Segundo Cohen, Manion, & Morrison (2007) consideram
a existência de quatro tipos de entrevistas: entrevista informal, entrevista guiada,
entrevista standard aberta e, ainda, entrevista quantitativa fechada. Por outro lado, Yin
(2014) enumera apenas três: 1) entrevistas em profundidade, 2) focused interviews e
3) entrevistas com perguntas estruturas, similares a um questionário.
No momento inicial, aquando da realização das entrevistas, optamos por efetuar uma
breve apresentação sobre o objetivo da mesma e explicar o enquadramento no âmbito
da tese de mestrado. O conteúdo das entrevistas foi preparado e conduzido de uma
forma organizada, tendo por base a literatura existente sobre a temática, não
esquecendo que esta ferramenta é uma das principais fontes de informação para este
estudo. Na concretização das mesmas tivemos especial cuidado para adotar uma
postura neutra que não influenciasse a opinião sobre o tema, pelo que nestas
situações é necessário demonstrar uma atitude extremamente profissional e que
transmita segurança e confidencialidade.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Numa segunda fase, a recolha de dados teve por base a aplicação de questionários a
uma amostra de 117 colaboradores da seguradora, dos cerca de 501 colaboradores
que atualmente desempenham funções.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
De acordo com Yin (2014), um estudo de um fenómeno fica tanto mais completo se
ligarmos a metodologia qualitativa com a metodologia quantitativa, e procurarmos
dessa forma uma estratégia mais abrangente na investigação.
2
A escala Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários, e é a escala
mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados
especificam seu nível de concordância com uma afirmação. Esta escala tem seu nome devido à publicação de um
relatório explicando seu uso por Rensis Likert.
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A importância do Capital Humano nas Organizações
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A importância do Capital Humano nas Organizações
Numa fase inicial do tratamento das entrevistas procurámos efetuar uma primeira
leitura com algum rigor de forma a isolar unidades de texto importantes e com
significados idênticos. Dado que estamos perante um estudo exploratório, o objetivo
de ler e reler as entrevistas era o de perceber quais os temas, ideias e conceitos que
iam sendo identificados e poderiam ser utilizados na discussão de resultados. Com o
objetivo de identificar os conteúdos de uma forma mais imediato, procedemos assim à
construção de uma tabela de interpretação, onde indicamos todas as perguntas do
Guião de Entrevista e identificamos as respetivas respostas dadas pelos entrevistados
(Apêndice III).
Esta tabela de auxílio da análise qualitativa proporciona uma melhor e mais rigorosa
interpretação dos dados recolhidos através das entrevistas, e com eles podemos
analisar conceitos e pontos cruciais que vão de encontro ao objetivo desta
investigação.
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Portanto, o tratamento inicial dos questionários teve por base as seguintes fases:
1) Enumerar os questionários por ordem de entrega;
2) Classificar as variáveis no programa estatístico IBM SPSS Statistics
21.0;
3) Introduzir todas as respostas no programa estatístico IBM SPSS
Statistics 21.0;
4) Tratamento dos dados com recurso a técnicas estatísticas.
A análise estatística aplicada neste estudo recaí sobre a análise descritiva e a análise
fatorial.
A segunda fase do tratamento dos dados quantitativos incide sobre a análise fatorial.
Esta análise é considerada uma técnica de estatística diversificada que permite
através de uma matriz de dados identificar a estrutura de variáveis e o seu significado
e, ainda, a sua informação subjacente (Hair Jr., Anderson, T., & Black, 2005; Reis,
2001). Ou seja, a análise fatorial é uma técnica estatística multivariada usada para
identificar um número relativamente pequeno de fatores que podem ser usados para
identificar relacionamento entre um conjunto de muitas variáveis inter-relacionadas
entre si.
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Segundo (Pestana & Gageiro, 2014, p.519 ) entende-se por a análise fatorial: “um
conjunto de técnicas estatísticas que procura explicar a correlação entre as variáveis
observadas, simplificando os dados através da redução num número de variáveis
necessárias para os descrever.”
Desta forma, quando estamos perante “constructos” ou variáveis que não são
diretamente observáveis, como é o caso do capital humano, deverá aplicar-se uma
análise estatística que recorra à análise fatorial. Nestas circunstâncias define-se a
atribuição de escalas que representam a informação das variáveis conforme fizemos
neste estudo. Posteriormente com a análise e com a informação extraída por esta via
é possível identificar as relações estruturais entre as variáveis, que por vezes não são
reconhecidas (Maroco, 2011).
Em seguida, verificamos a consistência interna das variáveis. Para este teste existem
várias medidas de consistência interna são elas: 1) Alpha de Cronbach, 2) Coeficiente
de bipartição (split-half), 3) Modelo parallel e strictly parallel, 4) Limites inferiores de
guttman e 5) Coeficientes de correlação intra classe. Neste estudo, tendo em conta a
investigação pretendida optámos por aplicar o teste de consistência de Alpha de
Cronbach.
Segundo (Pestana & Gageiro, 2014, p.531 ), o Alpha de Cronbach é uma das medidas
mais usadas para a averiguação da consistência e define-se como sendo a correlação
que se espera obter entre a escala usada e outras escalas hipotéticas do mesmo
universo e que meçam as mesmas características. Esta medida varia entre 0 e 1,
sendo que:
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Conforme sugestão de Pestana & Gageiro (2014) aplicámos este teste de consistência
interna - o Alpha Cronbach - e estamos em condições de avançar para a realização da
análise fatorial.
Nesta fase, é importante conferir a qualidade nas correlações das variáveis e verificar
se é possível prosseguir com a análise fatorial. Para isso é imprescindível efetuar dois
procedimentos estatísticos: Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy
(KMO) e o Teste de Bartlett (Pestana & Gageiro, 2014 ).
O KMO está compreendido entre 0 e 1, e quando mais próximo de 1 melhor a
qualidade da análise fatorial, sendo que o mesmo terá de ser sempre superior a 0,5.
Relativamente ao Teste de Bartlett este demonstra-nos se a matriz de correlações é
igual à matriz identidade, pois o que se pretende é que seja diferente.
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Desta forma, podemos constatar que a matriz das comunalidades na AFCP mostra-
nos a percentagem da variância de cada variável explicada pelos fatores que foram
retidos (Pestana & Gageiro, 2014). Por sua vez, o estudo da variância explicada dos
fatores também se pode verificar através do gráfico Scree Plot, uma vez que este
reforça a retenção dos fatores. Neste gráfico, os valores próprios dos fatores a reter
correspondem à maior inclinação do segmento de reta apresentado.
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O interesse que esta temática do capital humano tem vindo a ganhar em Portugal e a
sua importância no mundo das organizações contribuíram e muito para a elaboração
deste estudo científico. Tendo em conta que o objetivo deste trabalho é identificar as
componentes principais da envolvência do Capital Humano nas organizações,
nomeadamente nesta empresa seguradora, optamos por realizar um estudo de
carácter exploratório, conforme sugere Yin (2014).
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Neste capítulo começamos por fazer uma apresentação da análise de resultados tanto
no âmbito qualitativo como quantitativo, onde destacamos as principais conclusões
das análises realizadas.
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Embora no seu global, identificavam como sendo um dos principais e mais importante
ativo de uma organização.
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Posteriormente, procurámos efetuar uma análise tendo por base uma técnica
multivariada que permite reduzir um conjunto de variáveis correlacionados e facilitar a
sua interpretação e representação num espaço dimensional. Ou seja, recorremos a
uma análise fatorial. O principal objetivo deste tipo de análise é encontrar conjuntos de
variáveis que se agrupem em componentes, como poderemos ver nos nossos
resultados finais.
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Desta forma, relativamente aos dados ordinais e nominais apresentamos uma breve
análise descritiva, de forma a podermos contextualizar a população inquirida para esta
investigação. Portanto vejamos as variáveis da análise descritiva que destacamos:
Faixa Etária:
Relativamente à idade dos inquiridos a mesma foi questionada através de uma escala
(Apêndice II), sendo que a média de idade = 2,5, ou seja, dentro do escalão de 31 a
40 anos de idade.
Segundo Sáenz (2005), a idade média de uma equipa de trabalho deverá estar numa
situação ideal quando existe um equilíbrio entre experiência e juventude, pois permite
que o know-how acumulado seja explorado e preservado e ao mesmo tempo a
existência de ideias novas e inovadoras. Face ao cenário exposto, é este o quadro
para que tende a OCS.
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Nível de Escolaridade:
Do total dos inquiridos, 116 responderam a esta questão e podemos concluir que a
maioria dos colaboradores da OCS são profissionais que têm pelo menos o grau de
qualificação da licenciatura, sendo que 25,0 % dos inquiridos têm um grau de
qualificação ao nível do mestrado ou superior. Ora vejamos:
Género
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Situação Profissional
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Género Total
Masculino Feminino
Menos de 30 anos 10 11 21
De 31 a 40 anos 17 19 36
Idade
De 41 a 50 anos 20 20 40
Mais de 50 anos 10 10 20
57 60 117
Total
48,7% 51,3% 100,0%
Numa análise fatorial as medidas de consistência interna são cinco, no entanto neste
estudo damos especial atenção à primeira medida, o teste de consistência segundo o
Alpha de Cronbach, conforme podem visualizar na tabela seguinte:
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0,919 0,922 23
Nesta análise Alpha Cronbach = 0,919, o que significa que a consistência interna dos
itens existentes tendo em consideração a escala usada neste estudo é muito boa.
O KMO varia entre 0 e 1 e quanto mais próximo do 1 melhor qualidade tem a análise
fatorial. O Teste de Bartlett analisa a esfericidade da matriz de correlações ser a matriz
identificada uma vez que o que se pretende é que seja diferente ( H0: π ≠ 1).
Sig. ,000
Segundo a tabela anterior, nesta análise Sig =0,00 portanto o nível de significância
leva à rejeição da hipótese da matriz das correlações ser uma matriz identidade. Logo
pode-se continuar a realização da análise fatorial visto existir correlação entre os itens.
De maneira a analisar os itens de mensuração do CH de forma isolada, podemos
utilizar a tabela das Comunalidades, onde verificarmos a relação que as variáveis têm
com os fatores a reter.
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Initial Extraction
Os valores expressos na tabela mostra-nos a forte relação que as variáveis têm, e que
posteriormente se verifica com os fatores retidos. Algumas de maior destaque são:
tomada de decisão, liderança, bem-estar económico, ética profissional, honestidade
para com os clientes. Em contrapartida as variáveis que ficam pouco acima de 0,500
são as menos relevantes, sendo que neste campo a menos relevante é qualidade na
prestação de serviço.
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Conforme a tabela apresentada dos fatores a reter, podemos concluir que com a
utilização do método de extração das componentes principais, a soma dos valores
próprios (apresentado no quadro na tabela “componentes”) é igual ao somatório do
número de variáveis em análise, neste caso 23. Podemos ainda concluir que pela
aplicação deste método e segundo o critério de Kaiser devemos reter seis fatores,
uma vez que existem seis valores próprios maiores do que 1 (conforme coluna
“Extraction Sums of Sqared Loadings – Total”).
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Ora vejamos, o primeiro fator explica 37,9% da variância, o segundo fator explica
10,0%, o terceiro explica 6,3%, o quarto explica 5,0%, o quinto explica cerca de 4,8%
e o sexto explica apenas 4,5%. Juntos explicam no total 68,6% da variabilidade das 23
variáveis.
Podemos concluir que a variância explicada total pelos seis fatores não varia com a
rotação, mantém-se em 68,606%. O mesmo não acontece com a variância explicada
de cada um dos fatores que varia, por exemplo no fator 3 antes da rotação temos
54,255% e após a rotação reduz para 41,340%. Assim sendo, a explicação de cada
fator de forma isolada deve corresponder aos valores anteriores à rotação.
Em complemento a esta última análise, o Scree Plot vem corroborar a retenção dos 6
fatores, conforme podemos ver no gráfico seguinte através da linha vertical vermelha
representada. O Scree Plot é o gráfico da variância distribuída pelo número de
componentes, e conforme é visível no próximo quadro os valores próprios a reter são
os que correspondem à maior inclinação do segmento de reta.
Desta forma, segundo o critério de Kaiser a variância total explicada conforme tabela e
quadro acima apresentados mostram que a análise fatorial se adequa aos dados e
não há necessidade de reter mais fatores.
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Nível de qualificação
C5: Qualificação e Experiência
Experiência
Liderança
C6: Liderança e Tomada de Decisão
Tomada de Decisão
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Estes fatores estão apresentados por ordem de importância, não esquecendo que
todos eles contribuem para a valorização do Capital Humano que estamos a
investigar. Por exemplo, relativamente ao Bem-estar e Formação as variáveis que
mais contribuem para este fator são o bem-estar económico e o nº de horas de
formação, no entanto a condição física dos trabalhadores e o relacionamento entre
eles também contribuem.
É de salientar que quanto menor o grau de importância dos fatores retidos para o
Capital Humano, menor também o número de variáveis dos fatores. Ou seja,
relativamente à qualificação e experiência e à liderança e tomada de decisão, os itens
envolvidos são apenas dois.
O Capital Humano é, sem dúvida, uma das componentes mais importantes do Capital
Intelectual. Segundo Stewart (1999), o CH é a componente onde tudo começa e onde
está a visão do Capital Intelectual, e neste estudo podemos verificar esta sua
importância dentro deste tipo de ativos intangíveis.
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Com o objetivo de investigação definido, muitos foram os autores que recorremos para
explorar o Capital Humano e as suas componentes. Segundo Seleim & Khalil (2011) o
CH é visto como um conjunto de vários fatores que engloba o conhecimento, a
inovação, a experiência e as habilidades dos indivíduos. Estes fatores também foram
destacados tanto na análise qualitativa como quantitativa. Um dos diretores
entrevistados, afirma que no âmbito da seguradora, “ o CH é ter colaboradores com
boas capacidades pessoais e técnicas, com conhecimento e experiência adquirida e
com vontade de evoluir e inovar”. Outro diretor vai mais longe e diz-nos que este ativo
diz respeito “às competências, o know-how, às atitudes e aos perfis comportamentais
dos colaboradores, que podem resultar na construção da cultura organizacional da
seguradora.” Por outro lado, os resultados da análise quantitativa também sugerem
que estas variáveis se destacam sendo o Conhecimento e as Características Pessoais
e Técnicas, onde se enquadra a inovação e as habilidades dos colaboradores, umas
das que se destacam segundo esta definição.
Um outro autor que se destaca vem argumentar que o Capital Humano combina várias
dimensões, entre elas a educação e a experiência (Hudson 1993). Neste sentido os
entrevistados afirmam que os fatores mais relevantes para constituir os RH de uma
organização são a partilha, transferência e aquisição de conhecimento, as
competências técnicas e pessoais, a formação académica e não académica, o
compromisso, a responsabilidade, e, também, a honestidade. De acordo com uma
Responsável de Área do Ramo Vida da OCS, “os valores mais importantes nos RH
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Portanto, apesar da informação extraída das entrevistas ser uma mais-valia para
identificar possíveis variáveis que definem o Capital Humano, alguma dessa
informação veio de encontro a variáveis já indicadas noutros estudos científicos, como
é o caso dos seguintes autores: Edvinson, Seleim & Khalil (2011), Sáenz (2005).
Algumas das variáveis já conhecidas e que foram corroboradas na análise qualitativa
são: o compromisso, a responsabilidade, a experiência, o nível de qualificação, a inter-
relação entre os indivíduos.
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No entanto, é importante salientar que, estas variáveis tinham por base itens de
mensuração e não se encontravam agrupadas em componentes de influência do ativo
Capital Humano, daí o nosso objetivo principal da investigação ir de encontro a este
pressuposto. Desta forma, com a definição das variáveis é importante salientar que
aquelas que foram indicadas na análise qualitativa estão enquadradas em três das
quatro principais componentes identificadas para o Capital Humano: Profissionalismo
e Conhecimento (C2), Características Pessoais e Técnicas (C3) e Desempenho (C4).
Com a análise efetuada, como podemos constatar através dos dados quantitativos e
tendo por base alguma informação adquirida dos dados qualitativos que as
componentes que mais identificam o Capital Humano a nível organizacional são: o
Bem-estar e Formação, o Profissionalismo e Conhecimento, as Características
Pessoais e Técnicas, o Desempenho, a Qualificação e Experiência e, ainda, a
Liderança e Tomada de Decisão.
Por sua vez, Sáenz (2005), diz-nos que os indicadores mais importantes são a idade
da equipa, o nº de homens e mulheres, o nível de qualificação, existência de
incentivos financeiros e nº de horas de formação, que no nosso estudo enquadramos
nas Componente 1 (C1): Bem-Estar e Formação e Componente 5 (C5): Qualificação e
Experiência.
Em complemento o estudo de Seleim & Khalil (2011) identifica mais índices que
contribuem para o capital humano, são eles: nível de qualificação, criatividade,
especialistas nas funções, partilha de conhecimento, compromisso, liderança,
qualidade na prestação de serviço, tomada de decisão, trabalho em equipa e
relacionamento entre colaboradores. Estes índices foram por nós também utilizados
na análise quantitativa e encontra-se enquadrados um pouco por todas as
componentes, sendo a que mais contempla estas variáveis é a Componente 3 (C3):
Características Pessoais e Técnicas.
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Assim sendo, mais uma vez podemos referir que o Capital Humano é a componente
de maior destaque do Capital Intelectual, e neste sentido este estudo veio comprovar
isso mesmo.
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Conclusões
Os avanços que hoje em dia se têm verificado nas sociedades organizacionais têm
sido em muito complementados com investimentos adequados em Capital Humano.
Desta forma podemos afirmar que este estudo está enquadrado naquilo que é a
realidade das empresas no mercado empresarial português e mundial.
Com a realização deste estudo podemos constatar que o Capital Humano é uma
dimensão bastante complexa que engloba fatores determinantes para o crescimento e
desenvolvimento das organizações. E conforme objetivo de investigação a que nos
prepusemos estamos perante o reconhecimento de componentes de relevância e
influência do Capital Humano.
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O conhecimento e a sua partilha e transferência a par com o Capital Humano são duas
componentes dos ativos intangíveis também de grande destaque. Relativamente à
partilha do conhecimento a mesma é tida como uma variável de destaque no âmbito
da seguradora e da população inquirida e entrevistada.
Uma possível sugestão para investigações futuras prende-se com o facto de avaliar o
item da motivação dentro do Capital Humano das organizações seguradoras em
Portugal, e caso possível enquadrar com o mercado português. Visto que,
curiosamente, nesta nossa investigação o indicador da motivação não se enquadra em
nenhum dos fatores de maior importância, dado que o seu peso bruto de contribuição
é reduzido. No entanto, segundo o estudo apresentado pelo autor Sáenz (2005) o grau
de motivação dos colaboradores e o melhoramento na formação dos mesmos são
indicadores muito importantes para o capital humano.
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Anexos
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Apêndices
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II. Questionário
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