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a solução para o seu concurso!

FHSTE-RS
FUNDAÇÃO HOSPITALAR SANTA TEREZINHA
DE ERECHIM

Comum aos cargos de Ensino


fundamental: Cozinheiro,
costureiro, Auxiliar de Serviços
Gerais e Auxiliar de copa e
cozinha.

CONCURSO Nº 01/2023

CÓD: SL-125AG-23
7908433240938
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação de texto................................................................................................................................................................ 7
2. Sinônimos e Antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................................. 10
3. Ortografia oficial. ....................................................................................................................................................................... 11
4. Acentuação. ............................................................................................................................................................................... 12
5. Substantivo e adjetivo: flexão de gênero, número e grau. Verbos: regulares, irregulares e auxiliares. Emprego de pronomes.
Preposições e conjunções. ......................................................................................................................................................... 13
6. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 21
7. Crase........................................................................................................................................................................................... 22
8. Regência...................................................................................................................................................................................... 23

Matemática
1. Números inteiros: operações e propriedades............................................................................................................................. 35
2. Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e propriedades............................................................... 37
3. Razão e proporção...................................................................................................................................................................... 43
4. Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade........................................................................... 45
5. Resolução de situações problema.............................................................................................................................................. 51
6. As quatro operações básicas: adição, subtração, divisão e multiplicação.................................................................................. 52

Legislação
1. Constituição Federal, (Dos Princípios Fundamentais - Art. 1º ao 4º. Dos Direitos e Garantias Fundamentais - Art. 5º a 17. Da
Organização do Estado - Art. 18 e 19; Art. 29 a 31; Art. 34 a 41; do art. 196 ao 200)................................................................ 57
2. Lei nº 8.080/1990 - Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
cionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências........................................................................................ 72
3. Lei nº 8.142/1990 - Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências................................. 82
4. Decreto nº 7.508/2011 - Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Inter federativa, e dá outras
providências................................................................................................................................................................................ 83
5. NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde................................................................................................. 87
6. Lei Nº 12.842, de 10 de julho de 2013. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência)............................................................................................................... 96
7. ERECHIM.Lei nº 3.431, de 27 de dezembro de 2001. Autoriza o poder executivo municipal a criar a fundação hospitalar
Santa Terezinha de Erechim e dá outras providências................................................................................................................ 97
8. ERECHIM. Lei nº 3.488, de 24 de julho de 2002. Institui os estatutos da Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim. .. 99
9. ERECHIM. Lei nº 5.588, de 19 de março de 2014. Dispõe sobre a estrutura administrativa da Fundação Hospitalar Santa
Terezinha de Erechim e dá outras providências.......................................................................................................................... 102

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco- Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
lar Especial > 2015 afirmativa correta.
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
deias-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Interpretação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
dárias. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações ças sejam detectáveis.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Exemplos de interpretação:
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a tro país.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- do que com a filha.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Opinião
curto. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que que fazemos do fato.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
como horas ou mesmo minutos. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURA-
berdade para quem recebe a informação. DO DAS PALAVRAS.

DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO


Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
Fato
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Denotação e conotação
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
Exemplo de fato:
“O gato é um animal doméstico.”
A mãe foi viajar.
“Meu vizinho é um gato.”

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No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro


sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a ORTOGRAFIA OFICIAL.
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
— Definições
Hiperonímia e hiponímia Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere
Exemplos: às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho. são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
Polissemia e monossemia os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra decorrentes dessas funções, entre outros.  
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
Sinonímia e antonímia um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
expressam proximidade e contrariedade. As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
veloz. – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
atrasado. – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
Homonímia e paronímia York.  
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças regras:
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas).
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
os exemplos: abacaxi.  
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar mexerica.   
roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
chorar) . verminose.
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
(saudação). – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.

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Porque, Por que, Porquê ou Por quê? da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, (forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
porque/pois nada está molhado.   abaixo:
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, “Finalmente encontrei a chave do carro.”
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do Recebem acento gráfico:  
cancelamento do show.   – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
do show.  
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao Não recebem acento gráfico:
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. – As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
Por quê?   – As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
Parônimos e homônimos acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na lêem leem.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
apreender (capturar). terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo). Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
ACENTUAÇÃO. -o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Ex.: caqui, urubu.
— Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas Acentuação das palavras Paroxítonas
palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com abaixo. Observe as exceções:
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na – Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
língua portuguesa: hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som – Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro. esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e – Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
âncora, avô. – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com tônus.  
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
tônica! – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de quórum, quóruns.  
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro Acentuação das palavras Proparoxítonas
exemplo semelhante é a palavra bênção.   Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
— Monossílabas Tônicas e Átonas bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer tática, trânsito.
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
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Ditongos e Hiatos
Acentuam-se:
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, mausoléu,
sóis, véus.
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moinho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, enjoo, magoo.

O Novo Acordo Ortográfico


Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor
em 2009:

1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.


Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.

2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.


Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; européia
– europeia.

3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.


Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.

4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.


Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
revêem.

5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça –
linguiça.

6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

SUBSTANTIVO E ADJETIVO: FLEXÃO DE GÊNERO, NÚMERO E GRAU. VERBOS: REGULARES, IRREGULARES E AUXILIARES. EM-
PREGO DE PRONOMES. PREPOSIÇÕES E CONJUNÇÕES.

Substantivo

Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou mito-
lógica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, respeito, criança.

Classificação
- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.: menina, piano, estrela, rio, animal, árvore.
- Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil, América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo, alma, Deus,
vento, saci.
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende sempre de um ser para existir. Designam qualidades, sentimentos, ações,
estados dos seres: dor, doença, amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser ou estar triste para a tristeza
manifestar-se.

Formação
- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: chuva, tempo, sol, guarda.
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- Compostos: são os que são formados por mais de dois radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras; vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Pedro, mês,
queijo.
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão.
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres de uma mesma espécie. Ex.:

Álbum de fotografias Colmeia de abelhas


Alcateia de lobos Concílio de bispos em assembleia
Antologia de textos escolhidos Conclave de cardeais
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas

Reflexão do Substantivo
Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero (masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau (aumenta-
tivo/diminutivo).

Gênero (masculino/feminino)
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a, ou o acréscimo da
vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.

Formação do Feminino
O feminino se realiza de três modos:
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, mestra / leão, leoa;
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa / cantor,
cantora / reitor, reitora.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo, égua.

Substantivos Uniformes
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra
macho ou fêmea.
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A indicação do sexo
é feita com uso do artigo masculino ou feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a pianista.
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha (homem,
mulher) / o cônjuge (marido, mulher).

Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gênero:


o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo);
o guia (acompanhante) - a guia (documentação).

São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete, o Hosana, o
espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida, o herpes, o sósia, o
telefonema, o saca-rolha, o plasma, o estigma.

São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença), a cataplasma,
a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês, a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama, a Xerox, a aguardente.

Número (plural/singular)
Acrescentam-se:
- S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo: povo, povos / feira, feiras / série, séries.
- S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens / abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes, abdômenes, hífenes.
- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mudam sua
sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres / sênior, seniores.
- IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal, jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal, males /
cônsul, cônsules / real, reais.
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S: cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.

Trocam-se:
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões / mamão, mamões.
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães / cão, cães.
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis / pernil, pernis.
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- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis / projétil, Somente o primeiro elemento vai para o plural:
projéteis.
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / atum, - substantivo + preposição + substantivo: água de colônia =
atuns. águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / pão-
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, ba- -de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz.
lões. 2º elimina-se o S + zinhos. - quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá ideia de
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos. tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / pombo-correio
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos. = pombos-correio / salário-família = salários-família / banana-maçã
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos. = bananas-maçã / vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de,
substantivo+especificador)
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor fo-
nético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix / Os dois elementos ficam invariáveis quando houver:
uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o cola-
Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma no -tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora
plural: - os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os
aldeão, aldeões, aldeãos; entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta = os vai-e-
verão, verões, verãos; -volta.
anão, anões, anãos;
guardião, guardiões, guardiães; Os dois elementos, vão para o plural:
corrimão, corrimãos, corrimões;
ancião, anciões, anciães, anciãos; - substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / abe-
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. lha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / tenente-coro-
nel = tenentes-coronéis / redator-chefe = redatores-chefes.
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos /
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), impostos (ó). capitão-mor = capitães-mores / carro-forte = carros-fortes / obra-
-prima = obras-primas / cachorro-quente = cachorros-quentes.
Substantivos que mudam de sentido quando usados no plural: - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-metra-
Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. (Patrimônio); gem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram maravilhosas. (Des- - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = segundas-fei-
canso). ras / quinta-feira = quintas-feiras.

Substantivos empregados somente no plural: Arredores, be- Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for
las-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, férias, pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-florestal =
olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, viveres, idos, guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis / guarda-marinha =
afazeres, algemas. guardas-marinha.

Plural dos Substantivos Compostos Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os
Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs /
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol = gi- ONGs / PMs / Ufirs.
rassóis / autopeça = autopeças.
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu Grau (aumentativo/diminutivo)
= arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda- Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir in-
-roupas / guarda-sol = guarda-sóis. tensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é que da-
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = sem- mos o nome de grau do substantivo. Os graus aumentativos e dimi-
pre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém-nascido = nutivos são formados por dois processos:
recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / autoescola = autoesco-
las. - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou dimi-
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico = nutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou isinho.
os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres.
- substantivo composto de três ou mais elementos não ligados - Analítico: formado com palavras de aumento: grande, enor-
por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / o bem-te-vi me, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme / carro grande
= os bem-te-vis / o fora-da-lei = os fora-da-lei / o ponto-e-vírgula = / prédio gigantesco); e formado com as palavras de diminuição (di-
os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = os bumba meu bois. minuto, pequeno, minúscula, casa pequena, peça minúscula, saia
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: diminuta).
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer = bel-
-prazeres.

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- Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação a cer- quanto o anterior.”  
tas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha, Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do
coisinha, povinho, livreco. que Luciana.”
- Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho, Toni- Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento
nho, mãezinha. do que a equipe.”   
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns substanti- Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo,
vos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram um significado podendo ser:
novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário). – Analítico - “A modelo é extremamente bonita.”
- As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em síla- – Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”
bas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo zinho(a):
lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão (sílaba nasal) = Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú (hiato) = bauzinho; – Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
café (voga tônica) = cafezinho. – Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
- As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas consoan-
tes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país = paisinho; rapaz Pronome adjetivo
= rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha. Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por prefixa- pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
ção: minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora. esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
— Adjetivo a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar substantivo comum professora).
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade Locução adjetiva
ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
quer que seja nomeado. que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Os tipos de adjetivos Exemplos:
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples – Criaturas da noite (criaturas noturnas).
(bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um – Paixão sem freio (paixão desenfreada).
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo- – Associação de comércios (associação comercial).
limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é — Verbo
primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
lamentável). têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
o exemplo do verbo “nutrir”:
O gênero dos adjetivos – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, significado).
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
/ “Ana é uma amiga leal.”   tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
travessa”. no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
O número dos adjetivos tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
Por concordarem com o número do substantivo a que se – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
formosos. do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos;
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda
O grau dos adjetivos conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

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— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1a pessoa – Eu Meu, minha, meus, minhas
2a pessoa – Tu Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)

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Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as


Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

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CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

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Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..

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Introduzem uma oração subordinada em que


Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.

Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado
para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes da
oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas
relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal concordância ocorre em gênero e pessoa

Casos específicos de concordância verbal


Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração forem distintos.

Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”

Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos.

Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”

Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, tendo
em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
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Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
xadrez.”
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.” Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer singular:
no singular ou no plural: – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
do que ocorreria.” de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou advérbio ou adjetivo:
permanece na 3a pessoa do singular: – “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» – “Menos problema /menos problemas.”

Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
concorda com o termo que antecede o pronome: barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» gênero e número com o substantivo quando exercem função de
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.” CRASE.

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo


concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural: “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial,
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.” em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, (pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) +
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras
ser empregada: femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal
entraram.” inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das de união representado pelo acento grave.
pessoas entenderam.” A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve assistiu às aulas.”
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, – O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
mas também concordar com a forma no masculino plural: – Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.” “Retorne àquele mesmo local.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” – O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
quais devemos o maior respeito e consideração”.
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais: Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.” duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” construção sintática.

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois


ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
substantivo deve estar no plural:
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Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”

2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”

3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não se façam
contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se a
locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”

5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:


Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”

Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso de horas especificadas e definidas: Exemplos:
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”.

REGÊNCIA.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.
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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

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No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

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2. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação e Co-


QUESTÕES municação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o coração não é
o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não é ali que moram
os sentimentos. Puxa, para que serve ele, afinal? Calma, não jogue
1. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio- o coração para escanteio, ele é superimportante. “É um órgão vital.
teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho. É dele a função de bombear sangue para todas as células de nosso
Ele tem braços, dentes, corpo, coração, corpo”, explica Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
muitas vezes homicida, O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e tem
foi ele quem levou o meu irmão. dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas “bom-
bas” ele recebe o sangue das veias e lança para as artérias. Para isso
É muito calmo o rio de minha terra. contrai e relaxa, diminuindo e aumentando de tamanho. E o que
tem a ver com o amor? “Ele realmente bate mais rápido quando
Suas águas são feitas de argila e de mistérios. uma pessoa está apaixonada. O corpo libera adrenalina, aumentan-
Nas solidões das noites enluaradas do os batimentos cardíacos e a pressão arterial”.
a maldição de Crispim desce (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p.
sobre as águas encrespadas. 6)
Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate mais
O rio de minha terra é um deus estranho. rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois exemplos de
variação de grau.
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
para subir as poucas rampas do seu cais. (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de ad-
Foi conhecendo o movimento da cidade, jetivo.
a pobreza residente nas taperas marginais. (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
(C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau comparativo
Pois tão irado e tão potente fez-se o rio do adjetivo.
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por meio
Mas ele prosseguiu indiferente, de um sufixo.
carregando no seu dorso bois e gente, (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
até roçados de arroz e de feijão.
3. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
Na sua obstinada e galopante caminhada, Judiciária-
destruiu paredes, casas, barricadas, Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em
deixando no percurso mágoa e dor. torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isol-
da pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas,
Depois subiu os degraus da igreja santa em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão
e postou-se horas sob os pés do Criador. como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misterio-
sa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os
E desceu devagarinho, até deitar-se para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de
novamente no seu leito. ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera
Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os
Mas toda noite o seu olhar de rio amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música.
fica boiando sob as luzes da cidade. Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e
por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século,
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha têm partilhado o fascínio de Wagner por ela.
terra. Disponível em: https://www.escritas.org) A resposta à primeira pergunta é que a composição cele-
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas- brava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner.
sifica-se como Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de for-
(A) pronome. ma não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era
(B) preposição. a mulher do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era
(C) artigo. um homem casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e
(D) advérbio. indomáveis que por vezes conseguem se sobrepor à vontade
(E) conjunção. própria e que, na ausência de explicações mais adequadas, têm
sido atribuídas à magia ou ao destino. A resposta à segunda
questão é um desafio ainda mais atraente.
Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cé-
rebros capazes de impor comportamentos que podemos ser
capazes ou não de eliminar por meio da chamada força de
vontade. Um exemplo elementar é a substância química oxi-
tocina. No caso dos mamíferos, incluindo os seres humanos,
essa substância é produzida tanto no cérebro como no corpo.
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a solução para o seu concurso!
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De modo geral, influencia toda uma série de comportamentos, Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de
facilita as interações sociais e induz a ligação entre os parceiros feitio manso, mas o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir
amorosos. qualquer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho.
Não há dúvida de que os seres humanos estão constante- Achou logo um cipó bem forte, pedindo para ser usado na caça;
mente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto te- e jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com
nham aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde,
efeitos que podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer nas profundas camadas do ser, e só permite que venha aflorar em
que o filtro de amor não trouxe bons resultados para o Tristão noite de lua cheia!).
e Isolda de Wagner. Ao fim de três horas de espetáculo, eles Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O
encontram uma morte desoladora. coitado nem teve tempo de cravar as garras no laçador. Quando
(Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São agiu, já este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E ou-
Paulo: Companhia das Letras, edição digital) tra. Era fácil para o tatu arrebentar o cipó com a força que a natu-
A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das pai- reza depositou em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu
xões. meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sere-
No contexto em que se encontra, o segmento sublinhado aci- no narrador mentiu, sei lá. Talvez o tenha comprado numa dessas
ma exerce a mesma função sintática do que está também sublinha- casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na
do em: rua, a um vendedor de ocasião, quando tudo se vende, desde o
(A) Wagner era um homem casado. mico à alma, se o PM não ronda perto.
(B) O enredo gira em torno da transformação da relação entre Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um
os dois protagonistas. tatu que não se acomodou ao palmo de terra nos fundos da casa e
(C) Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére- tratou de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira,
bros e lá faz greve de fome. De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite
(D) o que o atraiu para essa história perdeu para ele seu encanto luminoso. A ideia de levá-lo para o
(E) Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção zoológico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor
letal. reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se revela profundamente
contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa
4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área em apelar para os bombeiros a fim de demolir o metrô tão rapi-
Administrativa- Atenção: Para responder à questão, leia a crônica damente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O
“Tatu”, de Carlos Drummond de Andrade. tatu tem razões de sobra para não confiar no homem e no luar do
O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que Corcovado.
o pé do homem pisou e trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa Não é fábula. Eu compreendo o tatu.
de outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do ple- (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos.
nilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz São Paulo: Companhia das Letras, 2013)
a claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu,
de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia, um sentimento de
quando saio precisamente para caçar? Como prover a minha sub- (A) empatia.
sistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos, (B) desconfiança.
como entre homens, e de noite não me dão folga? (C) superioridade.
Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do in- (D) soberba.
terior das placas de sua couraça, em termos de português, é porque (E) desdém.
o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além
de não acreditar em audiência civilizada para seus queixumes. A 5. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área
armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não Administrativa-
há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu. Melancolia e criatividade
Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má
prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só dele sabidas, capturar fama. O melancólico é costumeiramente tomado como um ser
vivo um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Es- desanimado, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que
tava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem, essa ou- convém evitar. Mas é uma fama injusta: há grandes melancó-
tra cor que as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua. licos que fazem grande arte com sua melancolia, e assim pre-
Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como enchem a vida da gente, como uma espécie de contrabando da
quem diz, diante de um motivo de prazer: “Daqui a pouco eu vou tristeza que a arte transforma em beleza. “Pra fazer um samba
trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê com beleza é preciso um bocado de tristeza”, já defendeu o po-
de inimigos maiores. Sem pressentir que o mais temível deles anda- eta Vinícius de Moraes, na letra de um conhecido samba seu.
va por perto, em horas impróprias à deambulação de um professor Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre
universitário. anima a literatura, a música, a pintura, o cinema, as artes todas.
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madru- Anima, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um
gada? bom filme melancólico, revisitar um belo poema desesperan-
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando çado, ouvir uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou
todos roncam. seja: os artistas melancólicos fazem de sua melancolia a maté-

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ria-prima de uma obra-prima. Sorte deles, nossa e da própria A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência
melancolia, que é assim resgatada do escuro do inferno para a de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo com-
nitidez da forma artística bem iluminada. plicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas
Confira: seria possível haver uma história da arte que continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país.
deixasse de falar das grandes obras melancólicas? Por certo Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O
se perderia a parte melhor do nosso humanismo criativo, que estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os
sabe fazer de uma dor um objeto aberto ao nosso reconheci- indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por
mento prazeroso. Charles Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a
essa figura humana inesquecível da complexa composição de nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas;
fracasso, melancolia, riso, esperteza e esperança. O vagabundo outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro,
sem destino, que vive a apanhar da vida, ganhou de seu cria- mais diminuto, alimentado pelos negros.
dor o condão de emocionar o mundo não com feitos gloriosos, Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos
mas com a resistente poesia que o faz enfrentar a vida munido juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era
da força interior de um melancólico disposto a trilhar com de- (e nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima ma-
terminação seu caminho, ainda que no rumo a um horizonte neira de “inventar” uma história não só particular (uma mo-
incerto. narquia tropical e mestiçada) como também muito otimista: a
(Humberto Couto Villares, a publicar) água que corria representava o futuro desse país constituído
No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para por um grande rio caudaloso no qual desaguavam os demais
(A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fra- pequenos afluentes.
casso humano. É possível dizer que começava a ganhar força então a
(B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar ladainha das três raças formadoras da nação, que continuaria
seus altos objetivos. encontrando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.
(C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor (Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo
em franca alegria. brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019)
(D) personificar a complexa conjunção entre força poética e O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi)
marginalidade social. sinônimo de igualdade está flexionado nos mesmos tempo e modo
(E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está que o sublinhado em:
comprometido com nada. (A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com gran-
de naturalidade
6. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecno- (B) Três longos rios resumiriam a nação
logia da Informação- (C) O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um es-
A independência política em 1822 não trouxe muitas novida- trangeiro
des em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro, (D) A independência política em 1822 não trouxe muitas novi-
qual seja: estruturar e justificar uma nova nação. dades
A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto His- (E) a água que corria representava o futuro desse país
tórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio
de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma 7. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas pro- ências Jurídicas- Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador
posições, trabalhos e argumentos. francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão.
Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB, O preço da justiça
basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá or- Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como
ganizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar
que se dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homi-
“Como se deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de in- cidas e matem um homem em grande aparato.
ventar uma nova história do e para o Brasil. Foi dado, então, um Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de ou-
pontapé inicial, e fundamental, para a disciplina que chamaría- tra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas
mos, anos mais tarde, e com grande naturalidade, de “História para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qual-
do Brasil”. quer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil:
A singularidade da competição também ficou associada a seu que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele pre-
resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar, judicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não
nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido na- repara nada.
turalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a
importância, embora novato no que dizia respeito à história em preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem
geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e
que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e po- ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é
vos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à sentida por um momento”.
herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pe- Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém
quenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra pas-
a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por sagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado
aqui existentes. todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação
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por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, 9. FCC - 2022 - PGE-AM - Assistente Procuratorial- Atenção:
ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Esta- Examine a tirinha de Fernando Gonsales para responder à questão:
do que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente
de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti.
São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)
Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado po-
sicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
(A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homi-
cídio
(B) matem um homem / em grande aparato
(C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o pú-
blico Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora a ambiguida-
(D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis de do seguinte termo:
(E) servir ao público / preservar uma região da inundação (A) leitor
(B) interessante.
8. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental (C) livro.
e Médio - Língua Portuguesa- (D) prende.
Ai de ti, Ipanema (E) é.
Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas
mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copacabana, porque eu já fiz o 10. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administra-
sinal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não tivo da Assistência Social- Atenção: Leia a crônica para responder
viste; porém minha voz te abalará até as entranhas.” Era uma à questão
exortação bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a
hiperbólica. “Então quem especulará sobre o metro quadrado fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “fa-
de teu terreno? Pois na verdade não haverá terreno algum.” cilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias impor-
Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da tantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigar-
degradação e da dissolução moral de um bairro prestes a ser rinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o
tragado pelo pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de
meio às abjeções e ao vício: “E os escuros peixes nadarão nas que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
tuas ruas e a vasa fétida das marés cobrirá tua face”. com ele na alma.
A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada, ino- Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesa-
fensiva e pura, era então, como Ipanema seria depois, a síntese da. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem
mítica do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma (“Falta só uma semana, seu Adelino”).
metonímia. Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar
No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não con- palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresqui-
taminado ainda pelos plenos pecados, eram tempos idílicos e nho, o palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmen-
pastorais, a era da inocência, da bossa nova, dos anos dourados te para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
de JK, de Garrincha. Digo eu agora: Ai de ti, Ipanema, que per- Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino
deste a inocência e o sossego, e tomaste o lugar de Copacaba- veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar
na, e não percebeste os sinais que não são mais simbólicos: o dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu
emissário submarino se rompendo, as águas poluídas, as valas Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do
negras, as agressões, os assaltos, o medo e a morte. dia. A inspiração não vinha. O garçom já tinha ido e voltado
(Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:
Rio de Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167) − Que tal um fígado acebolado?
Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai − Acabou, madame − atalhou o garçom.
de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale dos termos exortação e − Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga, − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a
(A) a tonalidade grave de uma invectiva. cabeça.
(B) a informalidade de um discurso emocional. − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com fei-
(C) o coloquialismo de um lírico confessional. jão-branco, farofa e arroz…
(D) a retórica argumentativa dos clássicos. − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma car-
(E) a força épica de uma celebração. nezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço
− ponderou.
A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau
a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português,
e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
Da cozinha veio a informação:

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− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer? mas devidamente amestrado, quando se transforma em luz de
− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo. vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias noturnas nas quais
Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...
de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância
o apetite de seu Adelino: cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
− Está uma beleza! chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sen-
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente. tido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcen-
O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino tra- dência e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele
çou o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em vive no coração da Terra, é também símbolo de profundidades
silêncio. infernais. É vida, mas é também experiência de seu apagar-se e
Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpe- de sua contínua fragilidade.
lou-o: (Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Ja-
− Como é, está bom? neiro: Record, 2021, p. 54-55)
Com um risinho meio de banda, fez a crítica: O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa
− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá forma do plural para integrar corretamente a frase:
nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe (A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as
dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me crianças o espetáculo da lareira.
sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai! (B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáfo-
A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravi- ras que o fazem representar nossas paixões.
lhoso Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi (C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demorada-
detalhando: mente em suas luzes que podem enceguecê-los.
− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, (D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as proprieda-
pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de des do brilho físico e as do estatuto metafórico.
bom, e ainda acrescentam um ovo… (E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto
Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhan- para o eterno espetáculo que suas chamas constituem.
do, desta vez em sorriso aberto:
− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, 12. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
daquelas… Um santo, santíssimo prato! - Área Judiciária
Mas, encarando o concreto: O meu ofício
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es-
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
filme de espionagem para o senhor se consolar. que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me
Não tinha, infelizmente. extraordinariamente à vontade e me movo num elemento que
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: uti-
São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) lizo instrumentos que me são conhecidos e familiares e os sinto
O termo sublinhado em a fregueses mais antigos oferece, an- bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se
tes do menu, o jornal do dia “facilitado” exerce a mesma função estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou
sintática do termo sublinhado em: geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro e me pergun-
(A) O garçom estendeu-lhe o menu e esperou to como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho
(B) seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa a impressão de ser cega e surda como uma náusea dentro de
(C) Vez por outra, indaga se a comida está boa mim.
(D) Uma noite dessas, o movimento era pequeno Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
(E) seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me
importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei
11. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário escrever histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou
- Área Judiciária- um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim.
A chama é bela O que escrevo nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E
sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali.
lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolu- seu país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as ár-
tamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles vores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei
deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada até a morte. Entre os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às
do que qualquer programa, contava histórias infinitas, não se- vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cava-
guia esquemas fixos como um programa televisivo. lo, ou inventar uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do in- que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis
flamar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando
ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como não finalmente fui dormir estava exausta, atônita, estupefata.
podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol),

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(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. — Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? per-
Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, guntou-me a mãe de Conceição.
passim) — Leio, D. Inácia.
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha
observadas em: tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene,
por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu. enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca de D’Artagnan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao
falta a espontaneidade dos bons escritos. contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa- bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. En-
cilidade que encontra ela em escrever seus textos. tretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au- da leitura.
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa. (Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri- Paulo: Companhia das Letras, 1988)
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias *comborça: qualificação humilhante da amante de homem ca-
sado
13. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu- Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a supressão de
tação - Infraestrutura de TI- Atenção: Para responder à questão, leia um verbo em:
o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis. (A) A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas
Nunca pude entender a conversação que tive com uma escravas.
senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era (B) Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu
noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à mis- levaria outra, a terceira ficava em casa.
sa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo (C) A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
à meia-noite. neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de mi-
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão nhas primas.
Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de (D) Nunca pude entender a conversação que tive com uma se-
minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta nhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta.
acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de (E) Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Sena-
Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, do, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios.
naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus li-
vros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, 14. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário
o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. - Área Administrativa-
Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e Crimes ditos “passionais”
meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma A história da humanidade registra poucos casos de mulhe-
vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não
me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, sabemos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também
e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e esse tipo de igualdade: a igualdade no crime e na violência.
só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que Provavelmente, não. O crime dado como passional costuma ser
o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores uma reação daquele que se sente “possuidor” da vítima. O sen-
com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa timento de posse, por sua vez, decorre não apenas do relacio-
uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a namento sexual, mas também do fator econômico: o homem é,
existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara- em boa parte dos casos, o responsável maior pelo sustento da
-se, e acabou achando que era muito direito. casa. Por tudo isso, quando ele se vê contrariado, repelido ou
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao traído, acha-se no direito de matar.
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados?
nem grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenu- Como reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da bru-
ado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem talidade que se tenta justificar como resultante da paixão? Há
feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal decisões estapafúrdias, sentenças que decorrem mais em fun-
de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que ção da eloquência dos advogados e do clima emocional preva-
não soubesse amar. lecente entre os jurados do que das provas dos autos.
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pe- Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
los anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de
em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na que houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na
Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me lei. Os motivos que levam o criminoso passional a praticar o
na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor ato delituoso têm mais a ver com os sentimentos de vingan-
da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a ça, ódio, rancor, frustração, vaidade ferida, narcisismo maligno,
porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira prepotência, egoísmo do que com o verdadeiro sentimento de
ficava em casa. honra.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo- (D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa
ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercus- que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas, também
são nas decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes o tempo, de outras ocupações, o autor mostra seu temor de
passionais. A sociedade brasileira vem se dando conta de que que, se assim continuar nossa civilização se degradará.
mulheres não podem ser tratadas como cidadãs de segunda (E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa
categoria, submetidas ao poder de homens que, com o sub- que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também
terfúgio da sua “paixão”, vinham assumindo o direito de vida e o tempo de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de
morte sobre elas. que, se assim continuar nossa civilização se degradará.
(Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus.
São Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim) 16. FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico
É inteiramente regular a pontuação do seguinte período: Legislativo- Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto
(A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se abaixo.
considere passional um crime movido pelo rancor, e pelo ódio. Distribuição justa
(B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses cri- A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende
mes em que, a paixão alegada, vale como uma atenuante. das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo
(C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mu- do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão cru-
lheres, aos poucos, têm garantido seus direitos fundamentais. cial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os ta-
(D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que es- lentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao
tão na raiz mesma, dos crimes hediondos apresentados como contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no proces-
passionais. so, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de
(E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional, vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação
acaba por convencer o júri, inocentando assim um frio crimi- racial, sexual, de gênero ou religiosa?
noso. A condição da família em que uma criança tiver a sorte
ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a
15. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci- exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do
ências Jurídicas Considere o texto abaixo para responder à questão. que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo
da vida. A falta de um mínimo de equidade nas condições ini-
[Viver a pressa] ciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha,
Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva vicia o jogo distributivo e envenena os valores da convivência.
e calculista do mundo do trabalho e aquilo que somos e fazemos A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação
nas horas em que estamos fora dele. das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de es-
epidêmica como a peste em outros tempos: a frequência do acesso colhas possíveis na vida prática e eleger seus projetos, apostas
a um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival. e sonhos de realização.
Mais de um quinto dos usuários da internet desistem de um vídeo (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Pau-
caso ele demore mais que cinco segundos para carregar. lo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a con-
em que toda essa pressa deixe de ser uma obsessão? Será que a cordância na frase:
adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima aca- (A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo
bará por esvaziar até mesmo a consciência dessa nossa degradação menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se
descontrolada? distribuir.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São (B) À medida que se recomporem as condições iniciais do pro-
Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 88) cesso, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um
Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período: de seus ideais.
(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, (C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas in-
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de justiças.
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. (D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribui-
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, ção de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se
que contamina não apenas o tempo do trabalho mas, também, desejam fazer.
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de (E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunida-
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. des, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, referendo.
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas também
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de
que, se assim continuar nossa civilização, se degradará.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

17. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu- 18. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário -
tação - Sistemas da Informação- Área Administrativa- Crimes ditos “passionais”
1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narrado- A história da humanidade registra poucos casos de mulhe-
res dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não
eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas sabemos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também
vitrines interativas de hoje é a própria personalidade. esse tipo de igualdade: a igualdade no crime e na violência.
2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria Provavelmente, não. O crime dado como passional costuma ser
uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos, uma reação daquele que se sente “possuidor” da vítima. O sen-
compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo timento de posse, por sua vez, decorre não apenas do relacio-
pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes. namento sexual, mas também do fator econômico: o homem é,
3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da inte- em boa parte dos casos, o responsável maior pelo sustento da
met são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumen- casa. Por tudo isso, quando ele se vê contrariado, repelido ou
tos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer traído, acha-se no direito de matar.
um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expres- do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados?
são. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio, Como reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da bru-
por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê talidade que se tenta justificar como resultante da paixão? Há
impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência decisões estapafúrdias, sentenças que decorrem mais em fun-
nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme ção da eloquência dos advogados e do clima emocional preva-
das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os lecente entre os jurados do que das provas dos autos.
de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas des- Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
tes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico. ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de
4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário, que houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na
há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso lei. Os motivos que levam o criminoso passional a praticar o
dessa autocriação. ato delituoso têm mais a ver com os sentimentos de vingan-
5. As diversas versões dessas personalidades que performam ça, ódio, rancor, frustração, vaidade ferida, narcisismo maligno,
em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas cos- prepotência, egoísmo do que com o verdadeiro sentimento de
tumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que honra.
hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artis- A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo-
ta romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercus-
obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e são nas decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes
os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo passionais. A sociedade brasileira vem se dando conta de que
seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade mulheres não podem ser tratadas como cidadãs de segunda
atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a categoria, submetidas ao poder de homens que, com o sub-
obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade terfúgio da sua “paixão”, vinham assumindo o direito de vida e
que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo morte sobre elas.
que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, co- (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus.
mentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de São Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo Considere as orações:
David Riesman, no livro A multidão solitária. I. Há crimes ditos passionais.
(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como II. Os agentes desses crimes são por vezes inocentados.
espetáculo. Contraponto, edição digital) III. Os inocentados alegam legítima defesa da honra.
Está correta a redação da seguinte frase: Essas orações articulam-se de modo claro, correto e coerente
(A) Têm-se que o modo de vida dos jovens mais abastados das neste período único:
grandes cidades estadunidenses estão no cerne do novo tipo (A) São ditos passionais os crimes inocentados, por alegarem os
de personalidade das mídias sociais. criminosos, por vezes, legítima defesa da honra.
(B) Diariamente exibe-se fotografias autorreferentes nas mí- (B) É a legítima defesa da honra a alegação de que os agentes
dias sociais, fazendo de seus autores um tipo de personagem já de crimes ditos passionais usam ao serem inocentados.
visto no cinema e na televisão. (C) Os inocentados agentes de crimes ditos passionais, alegam
(C) Por tratar-se de uma obra à ser vista, os relatos autobio- a razão da legítima defesa da honra.
gráficos encontrados nas mídias sociais, precisam conquistar (D) Ao alegarem legítima defesa da honra, são por vezes ino-
grande audiência. centados os agentes dos crimes ditos passionais.
(D) Como é sabido, existe inúmeras estratégias de autopromo- (E) São por vezes inocentados, sendo alegado legítima defesa
ção com o intuito de aumentar a visibilidade de uma persona- da honra, os agentes de crimes ditos passionais.
lidade virtual.
(E) Grande parte dos relatos cotidianos encontrados nas mídias
sociais possui como meta a autopromoção da própria perso-
nalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

19. FCC - 2019 - SANASA Campinas - Técnico de Instrumentação 6 E


- Automação de Processos-
Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o 7 A
problema da poluição oceânica, mas, até o momento, não tomaram 8 A
quaisquer medidas concretas.A organização holandesa The Ocean
Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de com- 9 D
bater a poluição oceânica nos próximos anos. 10 E
A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os
11 D
plásticos que poluem os mares do planeta e pretende começar
a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de de- 12 B
tritos marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizan- 13 D
do seu sistema de limpeza recentemente redesenhado.
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes 14 E
oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede de telas em forma 15 A
de “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O
plástico concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à 16 C
costa marítima para fins de reciclagem. 17 E
(Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.
18 D
com)
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes 19 D
oceânicas fazer todo o trabalho. (3° parágrafo) 20 C
O conteúdo da frase acima está preservado nesta outra reda-
ção, respeitando-se as regras de ortografia e acentuação:
(A) Em sintese, a ideia principal do projeto equivale a deixar
que as correntes oceânicas furtem-se a quaisquer trabalhos.
ANOTAÇÕES
(B) Para sintetisar, a ideia principal do projeto tem haver com
deixar que as correntes oceânicas executem o trabalho inte- ______________________________________________________
gralmente.
(C) De modo suscinto, a ideia principal do projeto está em dei- ______________________________________________________
xar que as correntes oceânicas desempenhem qualquer traba-
lho. ______________________________________________________
(D) Em poucas palavras, a ideia principal do projeto consiste
em deixar que as correntes oceânicas realizem o trabalho com- ______________________________________________________
pleto.
______________________________________________________
(E) Sem mais delongas, a ideia principal do projeto assemelha-
-se a deixar que as correntes oceânicas desempenhem hesito- ______________________________________________________
samente o trabalho.
______________________________________________________
20. FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Médio- A concordân-
cia, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase ______________________________________________________
que se encontra em:
(A) Falta e ausência têm em quaizquer seres humanos. ______________________________________________________
(B) Não hão falta e ausência em uma série de individuos.
______________________________________________________
(C) Não existem falta e ausência como sentimentos humanos.
(D) Todos nós nos sentimos em falta para com o outro as vezes. ______________________________________________________
(E) Não haviam falta e ausência em nós quando eramos crian-
ças. ______________________________________________________

_____________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 A
3 D ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a distância


NÚMEROS INTEIROS: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES. ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira.
Representa-se o módulo por | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
Definimos o conjunto dos números inteiros1 como a reunião do O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o conjunto O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto é denota- O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é sem-
do pela letra Z (Zahlen = número em alemão). pre positivo.

Números Opostos: Dois números inteiros são ditos opostos um


do outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que os
representam distam igualmente da origem.
Exemplo: O oposto do número 3 é -3, e o oposto de -3 é 3, pois
3 + (-3) = (-3) + 3 = 0
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e vice-
-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero.

O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos


notáveis: Operações entre Números Inteiros
Adição de Números Inteiros
Atenção: A nomenclatura utilizada abaixo pode interferir direta- Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos
mente no contexto de uma questão, tome muito cuidado ao inter- números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros
preta-los, pois são todos diferentes (Z+ , Z_ , Z*). negativos a ideia de perder.

- O conjunto dos números inteiros não nulos: Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+ 5) + (+ 3) = (+8)
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...} Perder 3 + perder 4 = perder 7 (- 3) + (- 4) = (- 7)
Z* = Z – {0} Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+ 8) + (- 5) = (+ 3)
Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (- 8) + (+ 5) = (- 3)
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...} O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado.

- O conjunto dos números inteiros positivos: Subtração de Números Inteiros


Z*+ = {1, 2, 3, 4,...} A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
- O conjunto dos números inteiros não positivos: - Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma delas
Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0} tem a mais que a outra;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a uma
- O conjunto dos números inteiros negativos: delas para atingir a outra.
Z*- = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
A subtração é a operação inversa da adição.
Observe que em uma subtração o sinal do resultado é sempre
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do maior número!!!
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4+5=9
4 – 5 = -1
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MATEMÁTICA

Considere as seguintes situações: Considerando os exemplos dados, concluímos que, para efetu-
ar a divisão exata de um número inteiro por outro número inteiro,
1 - Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou de +3 diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo módulo
graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura? do divisor.
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – (+3) = +3 Exemplo: (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro.
2 - Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o dia, - No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e
era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus. Qual a não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
temperatura registrada na noite de terça-feira? - Não existe divisão por zero.
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = +3 - Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) – (+3) a zero.
é o mesmo que (+6) + (–3). Exemplo: 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0
Temos:
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 Regra de Sinais da Multiplicação e Divisão
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 → Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 → Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre negativo.

Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o mesmo Potenciação de Números Inteiros
que adicionar o primeiro com o oposto do segundo. A potência xn do número inteiro a, é definida como um produto
de n fatores iguais. O número x é denominado a base e o número
Fique Atento: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., n é o expoente. xn = x . x . x . x ... x, x é multiplicado por x, n vezes.
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti-
do, ou seja, é dado o seu oposto.
Ex.:
10 – (10+5) =
10 – (+15) =
10 – 15 =
-5
Exemplos:
Multiplicação de Números Inteiros 33 = (3) x (3) x (3) = 27
A multiplicação funciona como uma forma simplificada de uma (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
adição quando os números são repetidos. Poderíamos analisar tal (-7)² = (-7) x (-7) = 49
situação como o fato de estarmos ganhando repetidamente algu- (+9)² = (+9) x (+9) = 81
ma quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes
consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser - Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2 + 2
+ ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 - Toda potência de base negativa e expoente par é um número
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2) + inteiro positivo.
(–2) + ... + (–2) = 30 x (­-2) = –60 Exemplo: (–8)2 = (–8) . (–8) = +64
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indi-
cado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. - Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um núme-
ro inteiro negativo.
Divisão de Números Inteiros Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125

- Propriedades da Potenciação:

1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base


e somam-se os expoentes.
(–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9

2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a


base e subtraem-se os expoentes.
- Divisão exata de números inteiros. (-13)8 : (-13)6 = (-13)8 – 6 = (-13)2
Veja o cálculo:
(– 20) : (+ 5) = q  (+ 5) . q = (– 20)  q = (– 4) 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
Logo (– 20) : (+ 5) = - 4 os expoentes.
[(-8)5]2 = (-8)5 . 2 = (-8)10

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MATEMÁTICA

4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. 4) Elemento oposto da adição: a + (-a) = 0


(-8)1 = -8 e (+70)1 = +70 5) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a.(b.c)
6) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual 7) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a
a 1. 8) Distributiva da multiplicação relativamente à adição: a.(b +
(+3)0 = 1 e (–53)0 = 1 c) = ab + ac
9) Distributiva da multiplicação relativamente à subtração: a.(b
Radiciação de Números Inteiros – c) = ab – ac
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro x é a opera-
ção que resulta em outro número inteiro não negativo b que ele- Atenção: tanto a adição como a multiplicação de um número
vado à potência n fornece o número x. O número n é o índice da natural por outro número natural, continua como resultado um nú-
raiz enquanto que o número x é o radicando (que fica sob o sinal mero natural.
do radical).

=b NÚMEROS RACIONAIS, REPRESENTAÇÃO FRACIONÁRIA E


bn = x DECIMAL: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES.
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro x é a opera-
ção que resulta em outro número inteiro não negativo que elevado m
ao quadrado coincide com o número x. Um número racional2 é o que pode ser escrito na forma n ,
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
Atenção: Não existe a raiz quadrada de um número inteiro ne- de zero. Frequentemente utilizamos m/n para significar a divisão
gativo no conjunto dos números inteiros. de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser obti-
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didáticos e dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual, o
até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de: conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim, é
comum encontrarmos na literatura a notação:
9 = ± 3, mas isto está errado. O certo é:
3
8 = +3 m
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
Observamos que não existe um número inteiro não negativo n
que multiplicado por ele mesmo resulte em um número negativo.

A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro x é a operação


que resulta em outro número inteiro que elevado ao cubo seja igual
ao número x. Aqui não restringimos os nossos cálculos somente aos
números não negativos.

Exemplos:

(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8 No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:

(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8 Atenção: A nomenclatura utilizada abaixo pode interferir di-
retamente no contexto de uma questão, tome muito cuidado ao
(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27 interpreta-los, pois são todos diferentes (Q+ , Q_ , Q*).

(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27 - Q* = conjunto dos racionais não nulos;
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de - Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
números inteiros, concluímos que: - Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
(1) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número inteiro - Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
negativo.
(2) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de qual- Representação Decimal das Frações
quer número inteiro. p
Propriedades da Adição e da Multiplicação dos números In- Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo
teiros de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do
Para todo a, b e c numerador pelo denominador.
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c) 2 IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
2) Comutativa da adição: a + b = b + a IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e Funções
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a http://mat.ufrgs.br
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MATEMÁTICA

Nessa divisão podem ocorrer dois casos:


1º - O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2º - O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

Existem frações muito simples que são representadas por formas decimais infinitas, com uma característica especial:

Aproveitando o exemplo acima temos 0,333... = 3. 1/101 + 3 . 1/102 + 3 . 1/103 + 3 . 1/104 ...

Representação Fracionária dos Números Decimais


Trata-se do problema inverso, estando o número racional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de fração. Temos
dois casos:
1º Transformamos o número em uma fração cujo numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado:

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MATEMÁTICA

2º Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns exemplos:

a) Seja a dízima 0, 333...


Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo 3)  então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no numerador
o período.

3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
b) Seja a dízima 5, 1717... 9
O período que se repete é o 17, logo dois noves no denominador (99). Observe também que o 5 é a parte inteira, logo ele vem na
frente:

512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
9
Neste caso para transformarmos uma dízima periódica simples em fração, basta utilizarmos o dígito 9 no denominador de acordo
com a quantidade de dígitos que tiver o período da dízima.

c) Seja a dízima 1, 23434...


O número 234 é a junção do anteperíodo com o período. Neste caso dizemos que a dízima periódica é composta, pois existe uma parte
que não se repete e outra que se repete. Temos então um anteperíodo (2) e o período (34). Ao subtrairmos deste número o anteperíodo
(234-2), obtemos 232 no qual será o numerador. O denominador é formado por tantos dígitos 9 – que correspondem ao período, neste
caso 99 (dois noves) – e pelo dígito 0 – que correspondem a tantos dígitos tiverem o anteperíodo, neste caso 0 (um zero).

611
Simplificando por 2, obtemos x = , que será a fração geratriz da dízima 1, 23434...
495
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que representa esse número ao ponto de abscissa zero.

Exemplos: 3 3 3 3
1) Módulo de – é . Indica-se =
2 2 2 2
2) Módulo de + é . Indica-se 3 =
3 3 3
2 2 2 2
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MATEMÁTICA

3 3
Números Opostos: Dizemos que – 2 e 2 são números racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do outro.

As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta são iguais.


2 2
Inverso de um Número Racional

Representação geométrica dos Números Racionais

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infinitos números racionais.

Soma (Adição) de Números Racionais


Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre os números racio-

c c
nais e , da mesma forma que a soma de frações, através de:
d d

Subtração de Números Racionais


A subtração de dois números racionais p e q é a própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: p – q = p + (–q),

a a
onde p = eq= .
b b

Multiplicação (Produto) de Números Racionais


Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de dois números racio-

a c
nais e , da mesma forma que o produto de frações, através de:
b d

Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
Podemos assim concluir que o produto de dois números com o mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais
diferentes é negativo.

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Divisão (Quociente) de Números Racionais


A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = p × q-1

Potenciação de Números Racionais


A potência qn do número racional q é um produto de n fatores iguais. O número q é denominado a base e o número n é o expoente.
qn = q × q × q × q × ... × q,    (q aparece n vezes)

Exemplos:

Propriedades da Potenciação:
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1.

2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.

3) Toda potência com expoente negativo de um número racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual ao
inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expoente anterior.

4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da base.

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MATEMÁTICA

5) Toda potência com expoente par é um número positivo.

6) Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto de potências de mesma base a uma só potência, conservamos a
base e somamos os expoentes.

7) Divisão de potências de mesma base. Para reduzir uma divisão de potências de mesma base a uma só potência, conservamos a base
e subtraímos os expoentes.

8) Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência a uma potência de um só expoente, conservamos a base e multiplica-
mos os expoentes.

Radiciação de Números Racionais


Se um número representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
Exemplos:

1 1 1 1 1
1) Representa o produto . ou .Logo, é
3 3 3 3 3

1
a raiz quadrada de .
9

Indica-se =
3
0,2163 0,216

2) 0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3
0,216 = 0,6.
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o número zero ou um número racional positivo. Logo, os números racionais
negativos não têm raiz quadrada no conjunto dos números racionais.

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MATEMÁTICA

100
Por exemplo, o número − não tem raiz quadrada em
9

10 1
0 Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo
Q, pois tanto + 3 como + , quando elevados ao quadra- porcentagem, também chamada de razão centesimal.
3
do, dão 100 .
9
Já um número racional positivo, só tem raiz quadrada no con-
junto dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
2 Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima
E o número 3 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado de
número racional que elevado ao quadrado dê 2 . consequente (B).

RAZÃO E PROPORÇÃO.

Qual o valor de x na proporção abaixo?


A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas,
sendo o coeficiente entre dois números3.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões,
ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo resultado.
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. x = 12 . 3
Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando formam x = 36
uma proporção.
Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos
cotidianamente os conceitos de razão e proporção. Para preparar descobrir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”.
uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
entre os ingredientes. primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de a segunda são os segundos termos (C/D).
medida terão de ser as mesmas. Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três,
A partir das grandezas A e B temos: utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor procurado.

Razão — Propriedades da Proporção


1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por
exemplo:

ou A : B, onde b ≠ 0.

Proporção Logo: A · D = B · C.

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por


onde todos os coeficientes são ≠ 0. exemplo:

Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?

é equivalente

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e


o denominador, o de baixo.
3 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/ Logo, D. A = C . B.
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MATEMÁTICA

— Regra de três simples e composta construção.


A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, que
podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimentos,
entre outros4.
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.

As Grandezas 5x = 80 . 7
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas 5x = 560
diretamente e inversamente proporcionais. x = 560/5
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o x = 112
acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na
outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
será triplicada, e assim sucessivamente. pedreiros.

Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempresa Regra de Três Simples
com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quantas A regra de três simples funciona na relação de apenas
folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
colaboradores aumentar para 50? proporcionais.

Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do


suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos
limões serão necessários?

Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de


colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel.
Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através
da multiplicação cruzada: Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já
que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
35x = 50 . 10 de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
35x = 500 multiplicação cruzada:
x = 500/35
x = 14,3 x = 250 . 6
x = 1500 ml de suco
Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as
demandas da microempresa com 50 funcionários. Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em
Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?
aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
e assim por diante.

Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80


dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?

Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três


simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro
o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das
razões deverá ser invertida e transformada em direta.

Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois


a relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque
a diminuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de
4 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-
-tres-simples-e-composta
Editora
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MATEMÁTICA

70x = 120 . 2
70x = 240
x = 240/70
x = 3,4 h

Regra de Três Composta


A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou seja, as
relações que aparecem em mais de duas colunas.

Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem trabalhando,
quantos dias levará para a produção de 300 peças?

Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao valor desconhecido, isto é:


- Relacionando os dias de produção com a quantidade de peças, percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcionais, pois
aumentando o número de peças cresce a necessidade de mais dias de trabalho.
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de produção, observa-se que aumentando a quantidade de peças o quadro de
funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as grandezas são inversamente proporcionais.

Após análises, organiza-se as informações em novas colunas:

4/x = 160/300 . 6/8


4/x = 960/2400
960x = 2400 . 4
960x = 9600
x = 9600/960
x = 10 dias

SISTEMA MÉTRICO: MEDIDAS DE TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE E CAPACIDADE.

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como comprimento, capacidade, massa,
tempo e volume5.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no sistema métrico decimal, o SI surgiu
da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na maior parte dos países.

— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da distância percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)6.
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma multiplicação que tem
como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como referência o metro. Eles
aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.
5 https://www.todamateria.com.br/unidades-de-medida/
6 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
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MATEMÁTICA

— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um recipiente7. A principal unidade
de medida da capacidade é o litro (L).
O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a medida da aresta elevada ao
cubo, temos então a seguinte relação:

1 L = 1 dm³

Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e decalitro que são seus
múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.
Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-se ou
dividindo-se por 10.
Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplo: fazendo as seguintes transformações:


a) 30 mL em L
Observando a tabela acima, identificamos que para transformar de ml para L devemos dividir o número três vezes por 10, que é o
mesmo que dividir por 1000. Assim, temos:
30 : 1000 = 0,03 L

Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a vírgula três casa diminuindo o número.

b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para converter de decalitro para decilitro devemos multiplicar duas vezes
por 10, ou seja, multiplicar por 100.
5 . 100 = 500 dL

c) 400 cL em L
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:
400 : 100 = 4 L

Medida de Volume
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um corpo. Desta forma, podemos muitas vezes conhecer a capacidade de
um determinado corpo conhecendo seu volume.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico (m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³, hm³ e dam³) e submúltiplos
(dm³, cm³ e mm³).
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de medida de volume para uma unidade de medida de capacidade ou vice-
versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações:
1 m³ = 1 000 L
1 dm³ = 1 L
1 cm³ = 1 mL
7 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/
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MATEMÁTICA

Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de comprimento, 0,90 m de
largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque, em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200

Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso, devemos multiplicar suas dimensões:
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³

Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer a seguinte regra de três:

Assim, x = 0,81 . 1000 = 810 L.


Portanto, a resposta correta é a alternativa b.

Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg)8. Um cilindro de platina e irídio é usado como o padrão
universal do quilograma.
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente a 1000 kg.

• Unidades de medida de massa


As unidades do sistema métrico decimal de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg),
centigrama (cg), miligrama (mg).

Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos das unidades de massa estão na tabela a seguir.

Além das unidades apresentadas existem outras como a tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que 1 tonelada equivale a 1 000
000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada para indicar grandes massas.
A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos e de outros produtos. Uma
arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.

— Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-
se ou dividindo-se por 109.

8 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
9 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
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Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplos:
a) Quantas gramas tem 1 kg?
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro acima. Observe que é necessário multiplicar por 10 três vezes.
1 kg → g
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g

b) Quantos quilogramas tem em 3.000 g?


Para transformar grama em quilograma, vemos na tabela que devemos dividir o valor dado por 1.000. Isto é o mesmo que dividir por
10, depois novamente por 10 e mais uma vez por 10.
3.000 g → kg
3.000 g : 10 : 10 : 10 = 3.000 : 1.000 = 3 kg

c) Transformando 350 g em mg.


Para transformar de grama para miligrama devemos multiplicar o valor dado por 1.000 (10 x 10 x 10).
350 g → mg
350 x 10 x 10 x 10 = 350 x 1000 = 350.000 mg

— Medidas de Tempo
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema internacional de
medidas a unidades de tempo é o segundo (s)10.

Horas, Minutos e Segundos


Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que está, por exemplo, em minuto para segundos, ou em segundos para
hora.
Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta forma, 1 hora corresponde
a 3.600 segundos.
Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180 minutos (3 . 60 = 180).

O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.

Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus submúltiplos.
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de segundos.
Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de segundo.

10 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/
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Instrumentos de Medidas
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.
Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra projetada de um objeto
para indicar as horas.
Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos mecânicos como os
pêndulos para indicar intervalos de tempo.

Outras Unidades de Medidas de Tempo


O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra equivale a 24h, que representa 1 dia.
O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado número de dias. Os meses de abril, junho, setembro, novembro têm 30
dias.
Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro normalmente têm 28
dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.
O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano corresponde a 365 dias, no
entanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).
Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

Tabela de Conversão de Medidas


O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias grandezas.
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das grandezas que queremos converter,
por exemplo:
Capacidade: litro (l)
Comprimento: metro (m)
Massa: grama (g)
Volume: metro cúbico (m3)

Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili correspondem
respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente a dez, cem e mil vezes a unidade
fundamental.

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MATEMÁTICA

Exemplos:
a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade. Lembrando que a medida pode
ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso
é o litro.

Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre atrás dos algarismos que
estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.

b) Transformando 700 gramas em quilogramas.


Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada, neste caso g e os demais algarismos
nas casas anteriores.

Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A vírgula passa então para atrás
do algarismo que está na casa do quilograma.

Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

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RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES PROBLEMA.

A resolução de problemas na matemática é um processo que envolve a aplicação de conceitos matemáticos para solucionar questões
ou situações que requerem raciocínio lógico e análise quantitativa. É um processo criativo que requer habilidades de pensamento crítico
e estratégias específicas para chegar a uma solução.
Aqui estão algumas etapas comuns que podem ajudar a resolver problemas matemáticos:
Compreensão do problema: Leia cuidadosamente o enunciado do problema e certifique-se de entendê-lo completamente. Identifi-
que os dados fornecidos, as incógnitas a serem encontradas e as restrições dadas.
Planejamento: Desenvolva um plano ou estratégia para resolver o problema. Isso pode envolver a identificação de fórmulas ou con-
ceitos matemáticos relevantes, a criação de diagramas ou representações visuais, a divisão do problema em etapas menores ou a consi-
deração de casos específicos.
Execução: Implemente o plano que você desenvolveu, realizando os cálculos e aplicando as estratégias escolhidas. Organize suas
informações e seja cuidadoso com os cálculos para evitar erros.
Verificação: Após chegar a uma solução, verifique se ela faz sentido e está de acordo com as restrições do problema. Faça uma revisão
dos cálculos e verifique se a resposta obtida é razoável.
Comunicação: Expresse sua solução de forma clara e coerente, utilizando termos matemáticos apropriados e explicando o raciocínio
utilizado. Se necessário, apresente sua solução em um formato compreensível para outras pessoas.
Dentro deste prisma vamos elencar a técnica abaixo:

TECNICA PARA INTERPRETAR PROBLEMAS DE MATEMÁTICA

A linguagem matemática para algebrizar problemas:

Linguagem da questão Linguagem Matemática


Preposição da, de, do Multiplicação
Preposição por divisão
Verbos Equivale, será, tem, e, etc. igualdade
Pronomes interrogativos qual, quanto x?
Um número x
O dobro de um número 2x
O triplo de um número 3x
A metade de um número x/2
A terça parte de um número x/3
Dois números consecutivos x, x + 1
Três números consecutivos x, x + 1, x + 2
Um número Par 2x
Um número Ímpar 2x - 1
Dois números pares consecutivos 2x, 2x + 2
Dois números ímpares consecutivos 2x -1, 2x -1 + 2 (2x + 1)
O oposto de X ( na adição ) -x
O inverso de X ( na multiplicação) 1/x
Soma Aumentar, maior que, mais, ganhar, adicionar
Subtração menos, menor que, diferença, diminuir, perder,
tirar
Divisão Razão

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Multiplicação
AS QUATRO OPERAÇÕES BÁSICAS: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,
DIVISÃO E MULTIPLICAÇÃO. A Multiplicação está intimamente relacionada à adição, pois po-
de-se dizer que ela é a soma de um número pela quantidade de vezes
que deverá ser multiplicado. O símbolo mais conhecido é o (x), mas
As operações matemáticas abrangem os cálculos que são utiliza- muitas pessoas utilizam o (*) ou (.) para representar essa operação.
dos para a resolução das equações. Basicamente têm-se a adição, a Os nomes dados aos seus elementos são fatores e produtos. Vejamos
subtração, a divisão e a multiplicação, que, apesar de abrangerem um um exemplo:
raciocínio simples, são de suma importância para realização de qual-
quer cálculo matemático, como por exemplo, na tabuada. As escolas 4 (fator) x 4 (fator) = 16 (produto)
já apresentam esses conteúdos nas séries iniciais e à medida que os
alunos vão avançando compreendem os conceitos mais complexos. Observe que o exemplo também poderia ser representado: 4 +
4 + 4 + 4 = 16.
Adição
As propriedades da Multiplicação são:
Na adição existe o cálculo de adicionar números naturais a ou-
tros. Essa operação matemática também é conhecida popularmente - Comutatividade: a ordem dos fatores não altera o produto. Ex.:
como soma. O resultado final da adição é chamado de total ou soma 4 x 2 = 8 e 2 x 4 = 8.
e os números utilizados são as parcelas. O operador aritmético, ou - Associatividade: quando tem mais de dois fatores não importa
seja, o sinal que indica o seu cálculo é o (+). Observe o exemplo: a sua ordem, pois o resultado será o mesmo. Ex.: (3 x 5) x 2 = 30 ou
3 x (5 x 2) = 30
6 (parcela) + 2 (parcela) = 8 (soma ou total) - Distributividade: quando temos que multiplicar e somar deve-
mos iniciar o cálculo pela multiplicação, mesmo que a soma esteja
As propriedades da adição são: dentro de parênteses. Ex.: 2 x (3 + 3) = (2 x 3) + (2 x 3) = 6 + 6 = 12.
- Elemento neutro: número 1, sendo que qualquer número mul-
- Elemento neutro: zero, ou seja, qualquer número somado a tiplicado por ele resultará nele mesmo.
zero terá como resultado ele mesmo. Ex.: 6 + 0 = 6.
- Comutatividade: a ordem de duas parcelas não altera o resulta- Divisão
do final. Ex.: 8 + 2 = 10 e 2 + 8 = 10.
- Associatividade: a ordem de mais de duas parcelas também Nessa operação é possível dividir dois números em partes iguais.
não altera o resultado, mas é necessário considerar a regra do uso Essa operação tem os seguintes elementos: dividendo, divisor, quo-
dos parênteses, que significa que deve-se iniciar a adição a partir do ciente e resto. O sinal utilizado é (÷), mas podemos ver também os
que está dentro deles. Ex.: 8 + (2 + 1) = 11 e (8 + 2) + 1 = 11. sinais (/) ou (:). Observe o exemplo:
- Números negativos e positivos: os números positivos e negati-
vos podem ser somados, mas existem algumas regras que devem ser 31 (dividendo) ÷ 2 (divisor) = 15 (quociente) 1 (resto)
consideradas. Quando os números possuem sinais diferentes (nega-
tivos e positivos) o resultado acompanhará o sinal do número maior. Ao dividir 31 por 2 não temos um resultado exato, sendo assim,
Ex.: (-3) + 4 = 1. Já no caso de dois números negativos, o resultado temos o 15 como quociente e 1 de resto.
também será negativo. Ex.: (-8) + (-7) = - 1.
As propriedades da divisão são as seguintes:

Subtração - A ordem dos elementos altera o resultado final, pois não é co-
mutativa. Ex.: 8 ÷ 2 = 4 é diferente de 2 ÷ 8 = 0,25.
A subtração abrange a redução de um número por outro. Os - Não é associativa; na divisão os parênteses devem ser resolvi-
seus elementos são: minuendo, subtraendo e diferença ou resto. O dos primeiro. Ex.: (6 ÷ 3) ÷ 3 = 3 ÷ 3 = 1 é diferente de 6 ÷ (3 ÷ 3) = 6
(-) é o sinal utilizado na operação. Veja o exemplo: ÷ 1 = 6.
- Elemento neutro: número 1, ou seja, o valor dividido por ele
8 (minuendo) – 2 (subtraendo) = 6 (diferença ou resto) terá como resultado ele mesmo.
- Números positivos e negativos: os sinais interferem no resul-
As propriedades da subtração são: tado final, sendo assim, quando forem iguais ele fica positivo, mas
quando forem diferentes ele ficará negativo. Ex.: +10 ÷ +5 = +2; -10 ÷
- O resultado é alterado no caso de mudança na ordem de apre- -5 = +2; +10 ÷ -5 = -2.
sentação dos valores, e nesse caso a diferença terá o sinal trocado.
Ex.: 8 - 2 = 6 é diferente de 2 - 8 = -6. Vale destacar que essas são as operações matemáticas mais bá-
- Não existe elemento neutro. sicas. Apesar disso, elas são utilizadas na realização de diversas ou-
tras operações, como, por exemplo, soma de frações e subtração de
frações.

Fonte: Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/ma-


tematica/operacoes-matematicas. Acesso em: 16.fev.2023.
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PROBLEMAS COM AS QUATRO OPERAÇÕES Resolução:


Primeiro mês = x
Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e sub- Segundo mês = x + 126
trações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro- Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176
isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos 3.x = 1176 – 204
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com x = 972 / 3
utilização da álgebra. x = R$ 324,00 (1º mês)
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar: * No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B

(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE


DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra-
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven-
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de
(A) 1 / 4.
Exemplos: (B) 1 / 3.
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – (C) 2 / 5.
CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros (D) 1 / 2.
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sa- (E) 2 / 3.
be-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e
que Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 Resolução:
metros, então é verdade que Mônica tem, de altura: Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
(A) 1,52 metros. mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
(B) 1,58 metros. B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.
, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )
Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos: Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:
C = M + 0,05 ( I ) 7.Q = 2. (360 – Q)
C = A – 0,10 ( II ) 7.Q = 720 – 2.Q
A = D + 0,03 ( III ) 7.Q + 2.Q = 720
D não é mais baixa que C 9.Q = 720
Se D = 1,70 , então: Q = 720 / 9
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Q = 80 (queimadas)
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
( I ) 1,63 = M + 0,05 Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca- Resposta: B
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês?
(A) R$ 498,00
(B) R$ 450,00
(C) R$ 402,00
(D) R$ 334,00
(E) R$ 324,00

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QUESTÕES

1. (Fundação Casa – Agente Educacional – VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso adequado dos
materiais em geral e dos recursos utilizados em atividades educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma dinâmica elen-
cando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse suas
atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se um jovem classificou
como positiva apenas 20 das 50 atitudes anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50.
(B) 45.
(C) 42.
(D) 36.
(E) 32.

2. (UEM/PR – Auxiliar Operacional – UEM) Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior quantidade possível, sem ficar
devendo na loja.
Verificou o preço de alguns produtos:
TV: R$ 562,00
DVD: R$ 399,00
Micro-ondas: R$ 429,00
Geladeira: R$ 1.213,00

Na aquisição dos produtos, conforme as condições mencionadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco recebido será de:
(A) R$ 84,00
(B) R$ 74,00
(C) R$ 36,00
(D) R$ 26,00
(E) R$ 16,00

3. (BNDES – Técnico Administrativo – CESGRANRIO) Multiplicando-se o maior número inteiro menor do que 8 pelo menor número
inteiro maior do que - 8, o resultado encontrado será
(A) - 72
(B) - 63
(C) - 56
(D) - 49
(E) – 42

04. (Polícia Militar/MG - Assistente Administrativo - FCC) Em um jogo de tabuleiro, Carla e Mateus obtiveram os seguintes resultados:

Ao término dessas quatro partidas,


(A) Carla perdeu por uma diferença de 150 pontos.
(B) Mateus perdeu por uma diferença de 175 pontos.
(C) Mateus ganhou por uma diferença de 125 pontos.
(D) Carla e Mateus empataram.

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5. (Pref. de Palmas/TO – Técnico Administrativo Educacional 10. (Pref. Jundiaí/SP – Agente de Serviços Operacionais –
– COPESE/UFT) Num determinado estacionamento da cidade de MAKIYAMA) Quando perguntado sobre qual era a sua idade, o pro-
Palmas há vagas para carros e motos. Durante uma ronda dos agen- fessor de matemática respondeu:
tes de trânsito, foi observado que o número total de rodas nesse “O produto das frações 9/5 e 75/3 fornece a minha idade!”.
estacionamento era de 124 (desconsiderando os estepes dos veí- Sendo assim, podemos afirmar que o professor tem:
culos). Sabendo que haviam 12 motos no estacionamento naquele (A) 40 anos.
momento, é CORRETO afirmar que estavam estacionados: (B) 35 anos.
(A) 19 carros (C) 45 anos.
(B) 25 carros (D) 30 anos.
(C) 38 carros (E) 42 anos.
(D) 50 carros
11. PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PROFESSOR - IBADE/2020
6. (Pref. Jundiaí/SP– Agente de Serviços Operacionais – A cidade de Vila Velha é separada da capital, Vitória, pela Baía
MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua de Vitória, mas unidas por pontes. A maior delas é a monumental,
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como Terceira Ponte, com 3,33 km de extensão, um cartão postal das duas
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual cidades.
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo- O comprimento da ponte, em metros, corresponde a:
rita? (A) 0,333
(A) 1/4 (B) 33,3
(B) 3/10 (C) 333
(C) 2/9 (D) 3.330
(D) 4/5 (E) 33.300
(E) 3/2
12. CREFONO - 1ª REGIÃO - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2020
7. (Fundação CASA – Agente de Apoio Operacional – VUNESP) Com base nessa situação hipotética, julgue o item.
De um total de 180 candidatos, 2/5 estudam inglês, 2/9 estudam Supondo-se que um cachorro de pequeno porte precise de 600
francês, 1/3 estuda espanhol e o restante estuda alemão. O número mL de água por dia para se manter hidratado e que 1 g de água
de candidatos que estuda alemão é: ocupe o volume de 1 cm3, é correto afirmar que a quantidade de
(A) 6. água necessária para um cachorro de pequeno porte se manter
(B) 7. hidratado é superior a meio quilo.
(C) 8. ( ) CERTO
(D) 9. ( ) ERRADO
(E) 10.
13. CREF - 21ª REGIÃO (MA) - AUXILIAR ADMINISTRATIVO -
8. (Fundação CASA – Agente de Apoio Operacional – VUNESP) QUADRIX/2021
Em um estado do Sudeste, um Agente de Apoio Operacional tem O ser humano pode carregar, no máximo, 10% do seu peso,
um salário mensal de: salário­base R$ 617,16 e uma gratificação de sem prejudicar sua coluna. Em uma loja, um funcionário que pesa
R$ 185,15. No mês passado, ele fez 8 horas extras a R$ 8,50 cada 80 kg transportou 1.000 pacotes de folhas de papel de uma estante
hora, mas precisou faltar um dia e foi descontado em R$ 28,40. No A para uma estante B. Cada pacote contém 100 folhas de papel e
mês passado, seu salário totalizou cada folha pesa 5 g.
(A) R$ 810,81. Com base nessa situação hipotética e sabendo-se que o
(B) R$ 821,31. funcionário não prejudicou sua coluna, é correto afirmar que o
(C) R$ 838,51. número mínimo de vezes que ele se deslocou da estante A para a
(D) R$ 841,91. estante B é igual a:
(E) R$ 870,31. (A) 61.
(B) 62.
9. (PM/SE – Soldado 3ªclasse – FUNCAB) Numa operação poli- (C) 63.
cial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4 des- (D) 64.
sas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as (E) 65.
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial? 14. PREFEITURA DE BOA VISTA/RR - NUTRICIONISTA -
(A) 145 SELECON/2020
(B) 185 Para calcular a capacidade de um caldeirão, usa-se a fórmula V
(C) 220 = π x R² x h (altura). Considerando-se que o caldeirão possui 1 metro
(D) 260 de diâmetro e 0,50 cm de altura, a capacidade média em litros é
(E) 120 (considere π = 3,14):
(A) 252,5
(B) 302,6
(C) 337,5
(D) 392,5
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