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Processo inflamatório

O termo inflamação vem do latim inflamare. Ele se refere a uma


reação dos tecidos que possuem vasos a um agente agressor que
apresenta como característica a liberação de líquidos e células do
sangue para o interstício.

Assim, considerando os animais, pode-se dizer que a inflamação é


percebida como uma resposta fisiológica para infecções ou
machucados. Esse tipo de resposta corresponde à reação inata e, por
esse motivo não se trata de uma resposta específica, ocorrendo de
forma padronizada, independentemente do estímulo que o animal
recebe. Nesse processo da inflamação, estão envolvidos algumas
substâncias, células e tecidos do sistema imune, os quais são
mediadoraes das moléculas e dos vasos sanguíneos.

Esse processo de inflamação ocorre conforme mostra a figura 1, sendo


as citocinas e quimiocinas as substâncias liberadas e que dão início ao
processo inflamatório.

Figura 1 – Processo da inflamação.

A inflamação tem como finalidade extinguir a causa primitiva da lesão


sofrida. Ela também controla as reações do sistema imune inato,
elimina as células lesionadas, bem como os tecidos danificados, a fim
de realizar o reparo dos tecidos, restaurando suas funções. Entretanto,
pode ser danosa, prejudicando a saúde do animal. A inflamação, ainda,
pode ser aguda ou crônica.

É fácil observar uma inflamação no animal, devido aos sinais


apresentados que são: edema, dor, calor, perda de função,
vermelhidão e febre. Então, identificado esses sinais, é diagnosticada
uma inflamação e prossegue-se para o devido tratamento.

Células envolvidas na
inflamação
O organismo de um animal reage em resposta a um antígeno,
liberando, ativando ou sintetizando substâncias identificadas por
mediadores químicos. Esses são responsáveis por diversas alterações
locais, manifestadas, a princípio, pela dilatação dos vasos da
microcirculação, seguida do acréscimo no fluxo sanguíneo e
permeabilidade dos vasos, permitindo que o líquido plasmático vase e
forme o edema.

Classicamente, as células que participam da inflamação foram


classificadas conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 – Células que participam da inflamação.


Além das células apresentadas, também participam do processo
inflamatório os mediadores químicos conhecidos como histamina,
bradicinina e calidina. A histamina é responsável pela vasodilatação,
provocando o aumento do edema e a contração da musculatura lisa.
Já a bradicinina e calidina causam a vasodilatação, aumentando a
permeabilidade vascular. Esse processo, consequentemente, resulta
em dor, induzindo a síntese e a liberação das prostaglandinas.

Conforme visto anteriormente, a inflamação pode ocorrer de duas


maneiras. Veja no próximo item.

Inflamação aguda e
crônica
Considerada por alguns como uma defesa do organismo animal, a
inflamação pode ocorrer de duas formas: aguda ou crônica. Essa
ocorrência tem relação com a idade do animal e o tempo de
desenvolvimento do processo.

Cada tipo de inflamação apresenta características específicas. Veja na


figura 3.

Figura 3 – Características da inflamação aguda e crônica.


A inflamação aguda é caracterizada pela exsudação de fluidos e
proteínas do plasma, além da emigração de leucócitos,
principalmente os neutrófilos. Portanto, esse tipo de inflamação
ocorre da seguinte maneira: no local agredido, há o aumento do
calibre dos vasos; os capilares são alterados, permitindo a liberação
das células sanguíneas e do plasma direcionados, bem como a
migração dos leucócitos, em direção ao local lesionado.

Já a inflamação crônica está ligada, histologicamente, à presença dos


macrófagos e linfócitos, além do desenvolvimento dos vasos
sanguíneos e também do tecido conjuntivo, conhecido como
fibroplasia. Assim, esse tipo de inflamação ocorre com a infiltração das
células linfócitos e macrófagos, identificadas como mononucleares;
em seguida, o tecido conjuntivo e angiogênese são formados, a fim de
que a área lesionada seja recuperada; e, por fim, as células
inflamatórias destroem os tecidos atingidos.

Após o animal entrar em contato com um antígeno, pode ocorrer a


formação de um granuloma. Esse é definido como um nódulo de
tecido inflamatório, composto por conglomerado de macrófagos e
linfócitos T ativados, muitas vezes associados à necrose e à fibrose
(SANDRA, 2021).

Por fim, a inflamação pode ser vista tanto do ponto de vista benéfico
como maléfico (Figura 4).

Figura 4 – Características de uma inflamação benéfica e maléfica.


Desse modo, é importante observar os sinais apresentados pelo animal
lesionado e fazer o tratamento adequado para que esse tenha sua sanidade
reestabelecida.

Finalizando
O tipo de agente que provoca a inflamação no animal determinará a
intensidade de seu desenvolvimento, podendo ser aguda ou crônica.

Apesar de a inflamação ser um processo que ocorre localmente, todo


o organismo do animal sofre as consequências, podendo apresentar
os mais diferentes tipos de sinais.

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