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Nome: Juliano de Lima Souza

Curso: Engenharia e Gerenciamento de Manutenção


Disciplina: Engenharia de Manutenção: Introdução, Práticas de Manutenção,
Técnicas Avançadas e Indicadores de Manutenção

Manutenção e Prática

Os equipamentos e infraestruturas desenvolvidos pelo homem estão sujeitos a


sofrerem com a deterioração no decorrer de seu tempo de utilização. Sendo então
necessário que sejam atotadas medidas eficazes em prolongar o tempo de vida dos
mesmos e garantir que tenham um funcionamento eficiente nas atividades para as
quais foram criados.
Todo o processo industrial visa empregar o capital mínimo em
instalações, maquinaria e mão-de-obra para que, obtendo a qualidade e quantidade
desejadas, possam conseguir-se os maiores benefícios dentro de determinado
ambiente. Consegue-se a mais alta produtividade com o emprego mais racional,
eficaz e econômico da instalação industrial e dos colaboradores. Entre os fatores que
intervêm na realização deste objetivo está o de manter a maquinaria e instalações em
perfeitas condições de funcionamento.
Isso requer que sejam efetuadas reparações às máquinas, inspeções, rotinas
preventivas, substituições de órgãos e de peças, mudanças de óleo, limpezas,
pinturas, correção de defeitos, fabricação de componentes para substituição de outros
já gastos etc. Este conjunto de ações constitui aquilo a que se chama Manutenção.
Historicamente é possível dividir a evolução da manutenção em três distintos
períodos, podendo ser considerado o início do primeiro, antes da Segunda Guerra
Mundial. No citado período, a manutenção tratava simplesmente de atos de correção
realizados pelos indivíduos da área de produção, não havia mão-de-obra
especializada especificamente para a atividade de manutenção, não por ser esta
desnecessária, pois as empresas tinham a necessidade de reparações em suas
máquinas.
Seguiu-se então para o período de aumento da mecanização industrial em
substituição da mão-de-obra, que diminuiu. As empresas passam a buscar então,
maior disponibilidade e confiabilidade do setor de manutenção a fim de garantir uma
maior produtividade. Por isso, o seu custo elevou-se significativamente, e como
consequência surgiram os sistemas de planejamento e controle da manutenção, os
quais davam ênfase à maior disponibilidade das máquinas e a uma maior vida útil dos
equipamentos, e a diminuição de custos. Esta foi a segunda fase, até à década de 80.
A partir daí, com as profundas mudanças tecnológicas, são quebrados alguns
paradigmas de gestão nas organizações. Assim, surgem os sistemas automatizados
nas indústrias. Com o aparecimento dos computadores e a redução de seu custo, as
empresas começaram a utilizá-los no planejamento das atividades de manutenção,
bem como, no controle do inventário, recolha e armazenamento de dados, histórico
do equipamento, suporte logístico e apoio ao sistema de custos industriais. Surge,
assim, aquele conceito que se prolonga até aos nossos dias, ou seja, um conceito de
manutenção para o século XXI, que dá ênfase: a maior fiabilidade das máquinas; a
melhor segurança; à obtenção de produtos com maior qualidade; às preocupações
ambientais; a uma vida mais prolongada das máquinas.
Há ainda, uma diferenciação dos tipos de manutenção adotados. Sendo a
Manutenção Corretiva do tipo não programada, realizada após a detecção de uma
avaria, a fim de restaurar o estado de funcionamento de um equipamento. Esta pode
ser ainda, Paliativa, de caráter imediato da reposição do funcionamento, ou Curativa
ligada a preocupação com a qualidade da reparação; na Manutenção Sistemática o
equipamento é desligado, depois de um período de funcionamento, para que se
realizem avaliações e ajustes ou troca de peças, caso seja necessário; e a
Manutenção Preventiva Condicionada através do uso de técnicas específicas mede
periodicamente os parâmetros do equipamento ou sistema que indicam seu estado
ou condição, e partir dai de decidem as ações de manutenção.
O papel da manutenção mostra-se essencial na garantia, tanto da qualidade,
quanto da produtividade empresarial. Assim, o serviço de manutenção desempenha
um papel estratégico na competitividade da empresa, proporcionando a confiança
necessária, bem como, a disponibilidade do funcionamento dos processos produtivos,
evitando a deterioração e as avarias, por meio da preservação dos equipamentos.
Uma manutenção ineficaz com a necessidade de inspeções mais frequentes,
eleva o custo do controle da qualidade. A deterioração das condições do
equipamento, leva a desvios no processo e à perda de qualidade. Assim, a procura
da qualidade do processo e do produto, passa por ter um sistema de manutenção bem
organizado, uma manutenção eficaz pode garantir que o processo não perca a sua
capacidade com imprevistos provocados por problemas no equipamento.
Os objetivos da manutenção industrial têm que ser ligados aos objetivos globais
da empresa já que a manutenção afeta a rentabilidade do processo produtivo por via
tanto da sua influência no volume e na qualidade da produção como do seu custo: por
um lado, melhora o desempenho e a disponibilidade do equipamento, por outro,
acresce aos custos de funcionamento. O segredo está em encontrar o ponto de
equilíbrio entre benefício e custo que maximize o contributo positivo da manutenção
para a rentabilidade geral da empresa.
A Gestão da Manutenção, constitui um ponto de equilíbrio entre o conjunto das ações
destinadas a encontrar e a situar o nível da manutenção desejada/necessária. Porém,
várias condicionantes limitam-na a um modo de funcionamento variável em função
do tipo de indústria, dependendo de fatores como disponibilidades financeiras do
momento, princípios de exploração dos equipamentos industriais, nível de
produtividade desejado, qualidades de fiabilidade intrínseca do material, duração de
vida prevista dos equipamentos, desatualização do material e qualidade do pessoal
de manutenção.
As vantagens econômicas de uma boa manutenção são um argumento
essencial e claro, porém, não se esgotam o tema da importância da manutenção. Para
a organizar estuda-se, recompilam-se dados, elaboram-se estatísticas e organiza-
se cientificamente o trabalho. Uma eficiente gestão da manutenção regulariza os
gastos evitando que se produzam elevados custos.
Assim sendo, não se pode conceber hoje em dia uma empresa eficiente sem
técnicos especializados na área da produção, controlo da qualidade, métodos e
tempos, compras, etc., tão pouco se poderá considerar uma empresa completa, se
não dispor de um adequado serviço de manutenção que assegure a continuidade do
funcionamento da produção/serviço. Uma boa gestão da manutenção cria um
conjunto de expectativas que podem e devem, ser utilizadas em dois sentidos:
primeiro, para convencer o nível superior de gestão da empresa a investir na
manutenção; segundo, para ajudar a estabelecer metas e objetivos práticos
em resultado do esforço na manutenção.

REFERÊNCIAS
MOUTA, Carla Sofia Pereira. Gestão da manutenção. Dissertação
Mestrado em Engenharia Eletromecânica) – Universidade da Beira Interior. Covilhã,
2011.

SANTOS, Mário José Marques Ferreira. Gestão de manutenção do equipamento.


Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto. Porto, 2009.

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