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Aula 01
Aula 01
CONTÁBEIS
AULA 1
Prof.ª Aline Andrade Barbosa da Silva
CONVERSA INICIAL
obrigatórias e não obrigatórias. De igual modo, trataremos sobre a diferenciação entre medidas
GAAP e não GAAP, e o método empregado para realização da ADC. Bom aprendizado!
CONTEXTUALIZANDO
Martins, Diniz e Miranda (2020) afirmam que a Contabilidade pode ser compreendida como uma
entidade. Tal ciência tem como objetivo funcional atender as demandas de diversos usuários, os quais
Demonstrações Contábeis. Esta última é pontuada pelos autores mencionados anteriormente como
uma prática de investigação, que visa concluir a posição da empresa de acordo com a necessidade
compromissos futuros para credores por empréstimo; como também da política de incentivos fiscais
Com vistas à realização da tarefa correta pelos analistas das demonstrações contábeis, é que se
faz imprescindível que este tenha pleno conhecimento das normas de contabilidade, faça a
escrituração dos fatos administrativos com desenvoltura pela movimentação do patrimônio da
entidade, assim como tenha conhecimento dos meios de apuração do resultado do exercício, saiba
Sendo assim, de modo a atender às expectativas de informação dos seus usuários, é que a ADC
surge como uma ferramenta que capacita o analista a ser um interpretador dos empreendimentos
societários, de modo a utilizar a linguagem dos negócios (contabilidade) para tanto. Diante disso,
para concessão de crédito. Em face disso, é importante que sua estrutura seja conforme a exigência
da legislação. Além disso, os demonstrativos financeiros são relevantes meios de gerir a empresa,
Uma estrutura correta viabiliza o manejo correto dos relatórios financeiros, como também
permite que a análise das demonstrações contábeis seja feita em base confiável. A relevância da
que se torna possível tomar decisões mais assertivas para o negócio. Assim, os relatórios de análise
própria análise. A Análise das Demonstrações captura dados constantes nas respectivas
demonstrações, com a finalidade de calcular índices. Estes tornam viáveis a avaliação de solvência, da
predeterminados.
Ademais, a ADC permite a realização de confronto com as perspectivas dos segmentos ou da
região em que a empresa está inserida, de maneira a fornecer uma visão mais ampla aos gestores
Para Alves e Laffin (2018), as análises colaboram não apenas para a avaliação e tomada de
decisão pela empresa, como também para a análise da competitividade do segmento, para, assim,
Sabemos que os demonstrativos contábeis são peças elaboradas com dados oriundos dos
registros contábeis da organização. Por conta disso, faz-se necessário para análise destes que o
De acordo com os arts. 176 e 177 da Lei n. 6.404/1976, o conjunto de demonstrações contábeis
obrigatórias que devem ser divulgadas ao final de cada exercício financeiro pelas sociedades
anônimas e sociedades de grande porte são: a) balanço patrimonial; b) demonstração dos lucros ou
resultado abrangente. Nas próximas linhas, detalharemos os conceitos e casos práticos de cada um
O Balanço Patrimonial (BP) é uma das mais relevantes demonstrações contábeis e retrata
Líquido. As contas similares desses grupos podem ser agrupadas, contanto que se indique a natureza
O Ativo é composto pelos bens e direitos da empresa e está subdivido nos seguintes
componentes: Ativo Circulante, que são aqueles que podem ser realizados até 12 meses após a data
de divulgação do balanço, e os demais ativos são classificados no Ativo não Circulante, segregado
em: i) realizável a longo prazo; ii) investimentos; iii) imobilizado; e iv) intangível.
sociedades. O imobilizado, por sua vez, é composto por bens corpóreos designados para a
manutenção das atividades da companhia. Por fim, o intangível é representado pelo conjunto de
bens incorpóreos da entidade, tais como marcas, patentes, licenças, softwares, franquias, fundo de
O Passivo é definido como sendo a obrigação presente, resultante de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de fluir benefícios econômicos para a
entidade. O CPC n. 26, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis, classifica os itens do
passivo na categoria circulante quando: espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional
normal da entidade; está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; deve ser
liquidado no período de até 12 meses após a data do balanço; ou a entidade não tem direito
incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos 12 meses após a data do balanço
O Patrimônio Líquido é formado por cinco contas principais: 1) capital social que trará a
reservas estatutárias; iv) reservas de lucros a realizar; e v) reserva de incentivos fiscais; 3) ajustes de
avaliação patrimonial; 4) prejuízos acumulados; e 5) ações em tesouraria, que se trata das ações
(lucro/prejuízo) das empresas. O resultado é calculado com base na dedução de receitas e despesas
do período. As receitas são os aumentos nos benefícios econômicos na figura de saída de recursos
E as despesas são os decréscimos nos benefícios econômicos sob a forma de aumento de ativos
ou diminuição de ativos. Ambas as classificações também não podem ser resultantes de transações
com os sócios e devem ser estimadas em base confiável. A seguir, podemos visualizar a estrutura de
uma DRE de uma companhia que divulga seus relatórios financeiros em Bolsa de Valores.
comportam: ganhos e perdas atuariais em planos de pensão; ganhos e perdas oriundos de conversão
de demonstrações contábeis à moeda estrangeira; ajuste de avaliação patrimonial relativo aos
ganhos e perdas na remensuração de ativos mantidos para venda e ajuste de avaliação patrimonial
relativo à efetiva parcela de ganhos e perdas de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa. A
A Demonstração dos Fluxos de Caixa é um dos principais relatórios para fins gerenciais (Marion,
2019, p. 51). Companhias abertas são obrigadas a publicar esse demonstrativo, como também
companhias fechadas com patrimônio líquido acima de 2 (dois) milhões de reais.
macroeconômica que essa demonstração traz, pois o valor adicionado representa a contribuição da
empresa no Produto Interno Bruto nacional. Dito isso, apresentamos a estrutura da DVA da
Companhia Ambev.
Após esses breves conceitos, seguimos para a apresentação das Demonstrações e Informações
As sociedades anônimas de capital aberto têm integrado um contexto muito frágil devido ao
número recorrente de escândalos contábeis. A fim de contornar esse cenário, as empresas têm
acionado a divulgação das demonstrações não obrigatórias, com vistas a atingir uma visão de
Ademais, há por parte do mercado financeiro uma exigência cada vez maior para que as
entidades adotem uma posição de clareza das suas divulgações (Silva, 2019). Na sequência,
explicaremos as definições atinentes aos principais demonstrativos e informações não obrigatórias,
de modo a incluir, igualmente, Relato Integrado e Global Reporting Initiative (GRI).
dos Recursos deixou de ser compulsória. A DOAR indica os fluxos financeiros que aumentaram ou
Lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de
exercícios futuros.
Realização do capital social e contribuições para reservas de capital.
Recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a
Dividendos distribuídos.
Responsabilidade Social, é um fruto da Contabilidade Social e deve ser divulgado anualmente pela
empresa que busca evidenciar aos usuários um conjunto de informações associadas aos projetos
De acordo com Colares et al. (2012), o BS contém sete seções. A primeira diz respeito à base de
cálculo para indicadores de sustentabilidade. A segunda seção refere-se aos indicadores sociais
internos, em que se demonstra os dispêndios da entidade com o corpo funcional.
por vias de educação, cultura, saúde, saneamento, entre outros. A quarta parte está associada aos
No quinto componente, são detalhados os indicadores do corpo funcional. O sexto item contém
informações importantes acerca da prática de cidadania. Finalmente, a sétima parte separa um
campo para informações de natureza qualitativa, no que diz respeito à responsabilidade social
3.3 EBITDA
EBITDA constitui a sigla para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, cuja
tradução significa Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações (LAJIDA). Sua
veiculação no território brasileiro é voluntária, mas normalmente é realizada pela maior parte das
companhias abertas.
financiamentos. Em outros termos, o EBITDA considera que parte das receitas de vendas podem
ainda não ter sido recebidas, e parte das compras ainda não terem sido pagas. Isso significa que se
todas as operações fossem à vista, o LAJIDA representaria o valor do caixa produzido pelos ativos,
anteriores à receita e despesas financeiras e dos impostos sobre o lucro.
No cenário brasileiro, por meio da Instrução CVM 527, a Comissão de Valores Mobiliários
brasileira visa uniformizar a divulgação do EBITDA. Tal norma demonstra que a apuração da medida
deve ser divulgada com base nos números fornecidos nas demonstrações contábeis, conforme o
pronunciamento técnico CPC n. 26, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis. Em
vista disso, não podem participar do cálculo do indicador valores que não estejam nas
demonstrações contábeis, principalmente, na Demonstração do Resultado do Exercício.
Sob a iniciativa do movimento internacional, conhecido como Accounting for Sustainability (A4S),
e da Global Reporting Initiative (GRI) foi constituído o International Integrated Reporting Council (IIRC).
A missão do IIRC é liderar o processo de criação da estrutura conceitual para auxiliar as organizações
relatório integrado periódico por uma organização sobre a geração de valor ao longo do tempo e as
respectivas comunicações sobre aspectos da geração de valor (curto, médio e longo prazo).
sustentabilidade vigente. No RI, a geração de valor é descrita de acordo com os seguintes itens:
uma companhia que gera valor ao longo do tempo. Um relato integrado traz benefícios para todos
os usuários que dele se utilizem, tais como colaboradores, clientes, legisladores, reguladores,
fornecedores, por exemplo.
informação.
O RI pode ser construído para atender as necessidades de órgãos reguladores, como também
pode ser um relatório independente ou ser uma parte distinta de outro relatório. Deve englobar,
provisoriamente, uma declaração dos responsáveis pela governança da entidade, para fins de
explicação.
relatórios mais eficazes e úteis no processo de tomada de decisões. Esta foi a primeira revisão
proposta desde 2013.
Saiba Mais
2022.
Esta é uma organização internacional não governamental, com sede em Amsterdã, na Holanda,
que tem como meta expandir mundialmente regras para elaboração de relatórios de sustentabilidade
divulgados de forma optativa. O modelo adotado pela GRI é o único formato aceito
Sustentabilidade, além de criar competência para sua adoção, cujo elemento principal consiste nas
Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade divulgada em 2002.
Mesmo não sendo um relatório obrigatório, há pelo menos cinco razões que levam a maior
parte das entidades a utilizar a GRI em seus relatórios anuais, sejam eles integrados, de
Assim, divulgar utilizando essa metodologia constitui uma garantia de que a estrutura e os
indicadores (denominados na metodologia de itens de divulgação), sejam reconhecidos por
A segunda razão é porque a GRI facilita a comparação dos resultados. Por ser adotado em quase
viabiliza que a companhia possa confrontar seu desempenho com outras empresas no mesmo
cenário nacional, setor, de maneira a facilitar o processo benchmarking, ou seja, o processo de
avaliação da companhia referente à concorrência, por meio do qual é realizada uma comparação do
atém a um formato para divulgação dos resultados. Ao contrário, o principal objetivo é melhorar a
principais impactos da companhia, com foco na gestão e nos resultados sobre a sociedade e o
ambiente, ao longo de toda a cadeia de valor. Em vista disso, compreender seus efeitos e como são
Por fim, a GRI identifica o mapeamento e contribuição dos stakeholders (usuários interessados
nas informações divulgadas). Compreender quem são eles e estabelecer uma linha de comunicação é
primordial para que a companhia seja capaz de estabelecer soluções que sejam sustentáveis.
economia que colabore com todos. A prática de relatar o desempenho de sustentabilidade auxilia a
identificar e gerenciar cenários de riscos nas companhias, além de melhorar as relações com
stakeholders e criar uma imagem mais positiva.
Os elementos que devem ser apresentados são quatro. O primeiro capítulo é constituído do
orientações sobre a estrutura de relatórios GRI, orientações sobre as diretrizes e sua aplicação na GRI.
O terceiro capítulo, por sua vez, é a “Parte 1: Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do
Relatório”. Esse capítulo trata dos princípios que garantem a qualidade do relatório.
entre outros. Por fim, o último capítulo trata do “Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de
Relatórios”, tais como coleta de dados, forma, periodicidade e verificação.
continuidade desta aula pontuará acerca das medidas GAAP e non-GAAP, adotadas pela análise das
demonstrações contábeis.
Medidas GAAP são aquelas que estão de acordo com os princípios de contabilidade, bem como
as normas delas emanadas. Para estes estudos, citam-se os indicadores de liquidez, endividamento,
de rentabilidade e de atividade.
Há várias distinções entre as duas medidas. Os indicadores GAAP seguem um padrão e podem
ser utilizados para comparar entidades, já os indicadores non-GAAP não seguem regras herméticas e
são mais trabalhosos de serem empregados para comparação.
Ademais, as medidas non-GAAP não ponderam efeitos não recorrentes e não desembolsáveis no
resultado das companhias. De igual modo, as medidas GAAP são auditáveis e as medidas non-GAAP
são não auditáveis, por não acompanharem as normas dos US GAAP ou IFRS.
caracterizadas pela heterogeneidade essencial. Dessa forma, nem sempre é possível captar
informações da performance da empresa, de modo a surgir uma lacuna que demanda o surgimento
de indicadores personalizados de desempenho. Assim, aparecem as medidas non-GAAP, como
opções associadas à rentabilidade das entidades que estão à margem dos princípios de contabilidade
geralmente aceitos.
Os indicadores non-GAAP incluem e excluem certos itens do resultado que são ditos como
transitórios ou não monetários, de modo a não considerar ganhos ou despesas que não estão
relacionadas às atividades básicas da companhia ou que não modificam o caixa durante o período.
Por isso, tais indicadores são publicados sem obrigatoriedade. Na sequência, veremos a abordagem
de algumas dessas medidas.
No cenário atual, a maior parte da discussão no que diz respeito a tais medidas referem-se à
qualidade e intenção dos gestores com a sua divulgação. Estudos revelaram duas principais razões
que justificam a publicação. A primeira seria a liberdade de escolha dos gestores, a qual envolve a
capacidade deles em serem altruístas. A ideia por trás dessa escolha é trazer informações mais
detalhadas para os investidores potenciais.
de ganhos GAAP, de modo a excluir receitas e despesas que podem se realizar no futuro, fato que
representa informações adicionais sobre a natureza lucrativa (Doyle; Jennings; Soliman, 2013).
A liquidez corrente sinaliza quanto a companhia possui de recursos de curto prazo (Ativo
Circulante) para cada real de obrigações de curto prazo (Passivo Circulante), ou seja, a capacidade de
pagamento no curto prazo e sua expectativa em financiar suas demandas por capital de giro. Nesse
caso, se o índice for superior a 1, isso indica que o Capital Circulante líquido será positivo e que
haverá de capacidade de honrar as obrigações de curto prazo por meio dos recursos de curto prazo.
A utilidade desse tipo de indicador está na combinação dele com outros índices, a fim de
ratificar as conclusões obtidas pelos analistas, que analisará tendências para os próximos anos da
realidade econômico-financeira da entidade. Apesar disso, há uma fraqueza nesse tipo de indicador,
pois este não consegue capturar as diferenças temporais existentes entre constituintes do Ativo
Circulante e Passivo Circulante.
Em outras palavras, o índice não leva em consideração se um título vencerá em poucos meses,
em relação a outra conta que também foi utilizada na base de cálculo do indicador. Outro ponto
descrito por Martins, Diniz e Miranda (2020) é que o índice de liquidez corrente sofre consequências
dos métodos de avaliação de ativos, em especial, o de estoques.
Com vistas a suprir essa deficiência, foi criado o índice de liquidez seca, que indica a parte das
dívidas de curto prazo que poderiam ser extintas por meio de componentes de maior liquidez no
ativo, isto é, sem considerar os estoques.
Da mesma forma que a liquidez corrente, o índice de liquidez seca é largamente utilizado pelos
analistas das demonstrações contábeis e seu proveito cresce com o emprego de outros indicadores,
para verificar projeções das empresas e compará-las com outras de mesmo segmento. No entanto, as
contas a receber (Ativo Circulante) podem representar valores altos, de maneira a incorrer em uma
falha desse índice. Sendo assim, surge o índice de liquidez imediata.
O índice de liquidez imediata demonstra a parte das obrigações de curto prazo que poderiam
ser pagas instantaneamente por meio de saldos de caixa e equivalentes de caixa. Esse índice sofre
interferências temporais, tendo em vista que o numerador é mais passível de transformar-se em
dinheiro do que as obrigações de curto prazo – que podem levar mais tempo para serem pagas. O
indicador também pode ser relevante para a análise de bancos comerciais, haja vista o volume de
saques e depósitos em dado período.
Por fim, o índice de liquidez geral que indica o quanto a empresa possui de recursos de curto e
longo prazo (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) para cada valor de obrigações de curto e
longo prazo (Passivo + Passivo não Circulante). De acordo com Martins, Diniz e Miranda (2020), tal
índice evidencia o potencial de saldar compromissos futuros da empresa.
A análise do endividamento pode ser baixa, razoável ou ruim. Mas também é necessário analisar
a qualidade da dívida, tendo em vista que pode se tratar de endividamento alto com custo baixo e,
exigível no curto prazo (Passivo Circulante). Assim, uma companhia com menores níveis de
endividamento no curto prazo certamente oferecerá menores riscos.
O índice de imobilização do Patrimônio Líquido indica a parte do capital próprio que está
aplicada em ativos de baixa liquidez – Imobilizados, Investimentos ou Ativos Intangíveis. São ativos
de baixa liquidez os Ativos não Circulante deduzidos dos ativos realizáveis a longo prazo. A ideia aqui
é financiar o Ativo Circulante com capital próprio para minimizar a dependência de recursos de
terceiros.
intangível. Esse índice, quando superior a 1, significa que a empresa está imobilizando recursos de
curto prazo (Passivo Circulante).
Em face do exposto, os indicadores non-GAAP são métricas alternativas na maioria dos casos de
São exemplos de indicadores non-GAAP o volume de vendas, o mix de vendas, clientes perdidos,
custos de perdas de materiais e EBITDA. Reforçamos que o material não esgota as medidas não
outras janelas de tempo. A atividade que intensifica as análises do volume de vendas são o adequado
controle da entrada de fluxo de caixa, bem como a elaboração de relatórios detalhados sobre vendas
realizadas.
Nessa linha de pensamento, qual a relação entre volume de vendas e margem de contribuição?
Qual a vantagem existente em utilizar esses dois indicadores? Como isso pode ser importante para o
comércio varejista?
Saiba Mais
Conheça sete indicadores de desempenho do varejista <https://www.pricefy.com.br/blog/co
nheca-7-indicadores-de-desempenho-do-varejista>. Acesso em: 29 jan. 2022.
Consiste na atuação da empresa em dois ou mais nichos de mercado, haja vista a possibilidade
de um nicho ser passível de enfraquecimento ao longo do tempo. Kotler e Keller (2012) declaram que
as principais formas de nicho de mercado são as que se seguem.
Especialista em usuário final: a empresa tem como especialidade atender um certo tipo de
consumidor final.
Especialista de nível vertical: a empresa tem como especialidade algum nível da cadeia de
valor-distribuição.
Especialista em porte de cliente: a empresa tem como centralidade vender a clientes de
área do mundo.
Especialista em produto ou em linha de produtos: a empresa tem como especialidade a
venda de um produto ou de uma linha de produtos.
Especialista em serviço: a empresa dispõe-se a ofertar um ou mais serviços que não são
prestados por outras organizações.
Especialista em canal: a empresa se especializa em atingir apenas um canal de distribuição.
Vejamos um exemplo:
Com a crise pandêmica, 1.500 discentes evadiram da graduação, por falta de condições em arcar com
a mensalidade.
Dessa forma, o Churn Rate (número de clientes perdidos) dessa escola para o mês de junho do
referido ano é: 1.500/60.000 x 100 = 2,5%. Mas quando chegou em julho de 2020 a universidade
teve 2.000 novos matriculados na graduação? Para isso, existe o Churn Rate Negativo.
O Churn negativo seria: [60.000 – 60.500/ 60.000] x 100 = (-500/60.000) x 100 = 0,0083333
x 100 = -0,83333%.
As perdas podem acontecer por elementos, tais como fraudes, roubo, erros na armazenagem
dos itens estocados, excesso de estoque, prazo de validade, avarias, entre outros. Para calcular esse
Nesta parte da aula, será sintetizado o método proposto por Martins, Diniz e Miranda (2020)
para análise das demonstrações contábeis. Os passos contemplados para isso são observação, exame
e interpretação e serão explicados de forma objetiva a seguir.
5.1 OBSERVAÇÃO
confiáveis, isto é, se a contabilidade e gestão da empresa são conhecidas pelo analista por sua
qualidade no conhecimento técnico. Posteriormente, o analista deve conhecer com profundidade o
segmento de negócio, tendo em vista que isso é crucial para a compreensão do que ocorre com a
empresa. Nesse caso, deve-se conhecer a legislação e as normas que regulam seu setor, a política
econômica do período de análise investigado, como também o impacto trazido para o contexto em
identificar anomalias que ocorreram no patrimônio empresarial. Aqui é válido utilizar-se de notas
explicativas para eventuais esclarecimentos das contas identificadas. Assim, o processo de
observação é um dos mais importantes, pois permite o relato da situação financeira, se realizada de
forma eficaz.
5.2 EXAME
O exame consiste em fornecer sentido lógico ao que foi observado. Para tanto, é feita a
padronização e simplificação das demonstrações contábeis, com reclassificações das contas e síntese
de contas de valores menos significativos. Para Martins, Diniz e Miranda (2020, p. 74),
também é importante que os valores constantes nas peças contábeis sejam convertidos em uma
moeda de poder aquisitivo constante, para que os efeitos inflacionários sejam expurgados e
mantido o poder aquisitivo da moeda, notadamente quando se trabalha com períodos mais longos.
Os tipos de análise financeira podem ser classificados tanto quanto ao local, tanto quanto ao
método de análise. No que tange ao local, têm-se a análise externa e a interna. A primeira consiste na
análise de demonstrativos por pessoas de fora da entidade, tais como credores, investidores e
agências governamentais e possui algumas limitações, como o fato de não poder ser realizada de
maneira minuciosa.
Já a segunda é feita por pessoas de dentro da empresa, ou seja, por funcionários e gestores da
empresa. Como sabemos, tais usuários terão mais informações acerca da empresa. Essa análise é
mais consistente, haja vista que é desenvolvida com base no registro completo de informações.
No tocante ao método utilizado pela análise, existem três tipos de análise: horizontal, vertical e
horizontal conjugada com a vertical. A análise horizontal é desempenhada em função de vários anos.
A análise vertical, por conseguinte, é realizada para verificar a situação de uma conta ou grupo
dentro de um determinado ano. A análise horizontal quando combinada com a vertical é executada
por meio da verificação de uma conta ou grupo de contas ao longo de certo número de anos.
Os instrumentos originados pela etapa de exame são os índices, que são relevantes à
averiguação do desempenho anterior da empresa analisada. Estes servem para fornecer indícios do
estado econômico-financeiro, por meio da relação entre dois índices e podem ser expressos por
razão pura (proporção entre duas contas ou grupos), multiplicador (para medir quantas vezes uma
conta é maior do que outra) e percentagem (para indicar quantos por cento uma conta representa de
outra).
Cada método adotado para o exame possui privilégios. Em vista disso, cabe ao analista decidir
qual é o mais adequado e pertinente para sua situação.
5.3 INTERPRETAÇÃO
índices, mas é de suma importância saber como fazer a leitura destes, a fim de usá-la para o processo
decisório. Segundo Martins, Diniz e Miranda (2020), há várias formas de interpretar os índices: a) um
único índice: quando é analisado apenas um indicador; b) grupos de índice: quando é desenvolvida
com base em grupos de índices; c) comparação histórica e sazonalidade: quando é feita com
fundamento em informações históricas, com vistas a verificar tendências; d) comparação de índices
entre e dentro da empresa; e) comparação com outras empresas; e f) comparação com a própria
empresa.
TROCANDO IDEIAS
Para realizar a análise das demonstrações contábeis, é necessário o conhecimento das dinâmicas
das demonstrações contábeis e dos índices dela provenientes. Os indicadores GAAP e non-GAAP são
uma nomenclatura recente e estão adequados aos princípios de contabilidade geralmente aceitos e
às práticas de gestão, respectivamente.
Enquanto os indicadores GAAP da ADC são os clássicos da literatura contábil da área, como
endividamento, liquidez, entre outros, os indicadores non-GAAP são as medidas fornecidas pela
Contabilidade Gerencial. Em face disso, qual a principal diferença entre as medidas GAAP e non-
GAAP? A resposta prevista pode ser encontrada na próxima seção Na Prática.
NA PRÁTICA
Resposta esperada: as medidas GAAP seguem um padrão e podem ser utilizadas para confrontar
companhias de diversos segmentos, as medidas non-GAAP não seguem regras e são mais difíceis de
serem empregadas para confrontação de desempenhos empresariais.
FINALIZANDO
Este material teve como objetivo apresentar os conceitos iniciais pertinentes à análise das
demonstrações contábeis. Estamos chegando ao final da nossa aula, que apresentou os tipos de
demonstrações contábeis, tipos de informações não obrigatórias e tipos de medidas GAAP e non-
estudaremos sobre as Análises Vertical e Horizontal, bem como a interpretação dos índices de
liquidez e de endividamento e a Geração de Valor ao acionista. Bons estudos e até a próxima!
REFERÊNCIAS
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<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595027428/>. Acesso em: 29 jan. 2021.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm>. Acesso em: 29 jan.
2022.
COLARES, A. C. V. et al. O balanço social como indicativo socioambiental das empresas do Índice
de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa. Revista de contabilidade do mestrado em
DOYLE, J.; JENNINGS, J.; SOLIMAN, M. Do managers define non-GAAP earnings to meet or beat
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
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_____. Análise avançada das demonstrações contábeis: uma abordagem crítica. 3. ed. São
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SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5. ed. São
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