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Universidade Regional Do Cariri
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Crato - CE
2023
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA- DIREITO DE PROPRIEDADE
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”
A Carta de 1988 inova ao trazer o conteúdo do artigo 182, § 2º, que relaciona a função social
deste tipo de propriedade com as exigências fundamentais de ordenação da cidade: Art. 182. A
política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
No mesmo artigo, em seu § 4º, fica facultado ao município impor “sanções” ao uso
degenerado da propriedade urbana, podendo atingir o ápice com a desapropriação, apenas em
última instância.
O homem estendeu seu domínio sobre a natureza através da ocupação primitiva das coisas
sem dono. Para a aquisição do domínio basta a mera ocupação, sem considerar a circunstância
em que ocorreu. Aquele que trabalha e usa um bem ou recurso natural para seu sustento ou
benefício tem o direito natural de possuí-lo. A posse é justificada pelo trabalho e exercícios
empregados para tirar proveito dos recursos disponíveis.
Para a teoria do trabalho, adotada por Locke, Guyout e Mac Culloch, as coisas chegam ao
domínio do homem por meio da transformação ou elaboração de matéria bruta, e não somente
por simples apropriação. Todos os bens da natureza seriam comuns, podendo ser utilizados por
qualquer pessoa, não significando em sua apropriação. Assim, o trabalho consistiria no título
legítimo da propriedade. Pela teoria da especificação, similar à anterior, a propriedade se
justifica quando, pelo trabalho, o especificador obtiver espécie nova, utilizando matéria-prima
alheia e instrumentos pessoais. Segundo Locke, quando um indivíduo trabalha em uma terra ou
em um bem, ele mistura seu trabalho com a natureza, tornando-se, assim, o legítimo proprietário
daquilo que produziu.
Usar: consiste em utilizar-se da coisa no seu próprio interesse, ou seja, extrair da coisa todos os
benefícios ou vantagens que ela puder prestar, sem alterar-lhe a substância. O direito de
propriedade não exige o uso. O uso é uma faculdade. Mesmo que o proprietário não use, não se
perde a propriedade.
Gozar: significa que o proprietário pode retirar da coisa as suas utilidades econômicas, como,
por exemplo, os frutos naturais, industriais e civis, além dos produtos. É uma faculdade do
proprietário.
Dispor: O proprietário tem o direito de alienar, vender, doar, alugar ou transferir a propriedade
para outra pessoa. Ele também pode estabelecer restrições sobre a disposição do bem por meio
de contratos ou cláusulas específicas. É a faculdade de alienar a coisa, seja onerosa ou
gratuitamente.
“situação jurídica consistente em uma relação dinâmica entre uma pessoa, o dono, e a
coletividade, em virtude da qual são assegurados àquele os direitos exclusivos de usar, fruir,
dispor e reivindicar um bem, respeitados os direitos da coletividade”.
Usucapião extraordinária – é aquela que se adquire quando há má-fé, em quinze anos, mediante
prova de posse mansa e pacífica e ininterrupta, art. 1.238 cc
Usucapião ordinária — é aquela que se confere ao possuidor de boa-fé, em dez anos, mediante
prova de posse mansa e pacífica acompanhada de justo título, art. 1.242 cc
ja o uso de poder Usucapião rural é 5 anos de ocupação sem oposição de imóvel rural, não
superior a 50 hectares, desde que a torne produtiva com seu trabalho, e nela reside sem que seja
proprietário de outro imóvel e o Usucapião urbana, 5 anos de ocupação sem oposição de imóvel
urbano de até 250 m2 utilizando para (nas de moradia sem que seja proprietário de outro imóvel.
A forma mais comum de aquisição de propriedade é por meio da compra e venda. Nesse
caso, o proprietário atual (vendedor) transfere a propriedade a outra pessoa (comprador)
mediante pagamento de um preço acordado entre as partes. Também pode ser adquirida por
meio de doação, que é a transferência gratuita do bem por vontade do doador, nessa modalidade,
não há pagamento, e a aquisição ocorre apenas por ato de liberalidade.
Os herdeiros são definidos pela lei ou por testamento, caso haja um. Acessão é a forma de
aquisição de propriedade que ocorre quando um bem é acrescido a outro, tornando-se parte
integrante dele. Um exemplo é o acréscimo de terra ao longo do tempo por aluvião, ou a
construção de uma edificação em um terreno, que se torna parte do imóvel.
Em alguns casos, a propriedade pode ser adquirida por meio do registro de títulos e
documentos, como é o caso de algumas propriedades intelectuais, como marcas e patentes.
A doutrina de Carlos Roberto Gonçalves disciplina que:
"O direito hereditário é, também, modo de aquisição da propriedade imóvel porque,
aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários”.
O que limita este direito é o cumprimento da chamada função social. Para entender como
isso tudo funciona na prática, é preciso compreender o que é a função social e o que a lei
brasileira prevê que aconteça no caso de não cumprimento dessa função. A propriedade não
pode ser mantida ociosa ou ser utilizada apenas para fins especulativos.
Caso a propriedade não cumpra sua função social, pode estar sujeita a medidas de
intervenção do Estado, como desapropriação.
COMPROVAÇÃO DE PROPRIEDADE:
Os direitos dos índios sobre suas terras são definidos como “direitos originários”, isto é,
anteriores à criação do próprio Estado e que levam em conta o histórico de dominação da época
da colonização. “O direito indígena se insere dentro dessa problemática de como lidar com os
resquícios da desigualdade derivada de uma colonização que continua criando um panorama de
genocídio, de negação da humanidade, da dignidade, das coisas mais básicas”, avalia a
estudante de mestrado em direito pela Universidade de Brasília e especialista em direitos
indígenas Daiara Tukano.
Os índios têm a posse das terras, que são bens da União. “A necessidade de demarcação da
Terra indígena é a espinha dorsal de toda a luta ancestral da população indígena no Brasil.
Recentemente, tivemos alguns avanços nos direitos na demarcação da terra, o maior exemplo
foi a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol”. A Constituição reconhece o direito
dos povos indígenas à posse permanente e ao usufruto exclusivo das terras que tradicionalmente
ocupam. Essas terras são denominadas Terras Indígenas (TIs) e são destinadas à preservação
de seus modos de vida e atividades culturais, sociais e econômicas.
A função social da propriedade rural por sua vez é constituída por elementos adicionais,
sendo um de caráter econômico e outro ambiental. No que diz respeito ao caráter econômico, a
propriedade rural deve ser utilizada de forma racionalizada e adequada, em consonância com o
meio ambiente, preservando os recursos naturais, fazendo uma exploração responsável do solo,
das águas, da fauna etc. Portanto, a função social da propriedade rural somente é atendida
quando se tem a observância dos elementos sociais, econômicos e ambientais.
O direito de propriedade da terra é a base para o exercício de outros direitos na área rural.
Os proprietários rurais têm o direito de utilizar, gozar e dispor de suas terras de acordo com a
legislação vigente. A propriedade intelectual também é relevante na área rural, com proteção
de variedades vegetais (cultivares) e patentes relacionadas a tecnologias agrícolas.
Sobre o assunto ensina José Diniz de Moraes:
[...] não pode o proprietário causar contaminação do solo, construir em áreas de reserva
legal ou em áreas de preservação permanente. Em relação a estas últimas, a limitação
consiste na imodificabilidade, existindo restrição ao direito de construir, não meramente por
interesse urbanístico, mas por razões ambientais e de equilíbrio ecológico. A intangibilidade
das áreas de preservação permanente não é absoluta57, porquanto o Código Florestal, com
a redação dada pela Medida Provisória n.º 2.166-67/200158, prevê a excepcional
possibilidade de supressão de vegetação em áreas de preservação permanente, quando
necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou
interesse social (assim definidos no art. 1o, § 2o, inc. IV e V59), quando inexistir alternativa
técnica e locacional60. Fica patente, pois, a função social. (MORAES, 1999, p.139).
O objetivo do direito de propriedade é estabelecer uma base legal para que os indivíduos
possam exercer seus direitos de posse, uso e disposição sobre bens e recursos, promovendo a
estabilidade, o desenvolvimento econômico e social, e o bem-estar da sociedade como um todo.
O equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos é essencial para garantir que o direito de
propriedade cumpra sua função de forma justa e benéfica para toda a comunidade.
Garante aos indivíduos a segurança e a liberdade para possuir, controlar e administrar bens e
recursos. Essa segurança é essencial para incentivar o investimento e a inovação, já que os
proprietários têm a confiança de que suas posses estão protegidas legalmente. Principalmente um é um
incentivo para o desenvolvimento econômico, uma vez que estimula a iniciativa privada, a produção, a
geração de empregos e a eficiência na utilização dos recursos.
REFERENCIA: