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Liveo: LER FRevD 1, 2 IALIDADE S. FREUD (19054) A descoberta da sexualidade infantil: revolugdo e escantialo Publicada em 1905, a obra Trés ensaias sabre a teoria da sexualidade & considerada por muitos como a mais importante de Freud depois de A interpretagao dos sonhos (1900a) e a mais ‘marcamtte sobre a sexualidade. Nela Freud de- safia abertamente a opiniao popular e os pre- conceitos vigentes sobre a sexualidade: por um lado, ele estendeu a nogao de sexualidade para além dos limites estreitos em que era mantida porta definicdo convencional; por outro lado, Teportou o inicio da sexualidade a primeira in- facia isto é,a um periodo muito mais precoce {que se imaginara até entdo. Ele demonstra as- sim que a sexualidade nao comecana puberda- de, mas desde a infancia precoce, e que ela se- ‘gue um desenvolvimento em fases sucessivas até culminar na sexualidade adulta. Além dis- so, ele langa pontes entre as formas anormais de sexualidade e a sexualidade dita normal Utilizando uma linguagem simples eum vo- cabulério do dia-a-dia, Freud langa algumas proposigies sobre a sexualidade que ninguém estava disposto a ouvir. Porém, ndohé nada que ele revele nessa obra que jé ndo seja conhecido, ‘em particular, nao ensina nada de novo aos pais, ‘aos educadores € aos escritores que o tempo todo observam e descrevem as manifestacdes da sexualidade infantil. De resto, as descricdes da sexualidade que Freud apresenta nessa obra esto muito aquém das imagens obscenas ppublicadas alguns anos antes por sexélogos cita- dos por Freud, como Krafft-Ebing ou Havelock Ellis, mas essas publicagdes no desencadearam. ‘© mesmo alarido. De fato, 0 publico reagiu es- candalizado a leitura dos Trés ensaias, que tor- naram Freud “.niversalmente impopular”, segun- do Jones. A obra comprometera por longo tem- poas relagdes de Freud com o publico. A partir dela, Freud passa a ser visto como uma mente ‘obscena e perigosa, e mais ainda depois de cho- car 0 mundo médico vienense ao publicar no mesmo ano 0 caso Dora sem a autorizacio da ppaciente. Por que se desencadeou tamanha hos- tilidade? Sem diivida, Freud, que é um médico burgués e pai de familia, assume grandes ris- os abalando a moral quando se rectisa a fazer ‘um julzo de valor sobre as perversbes. Porém, alheio as criticas, Freud parece mais determi- nado do que nunca a fazer com que o conheci- ‘mento cientifico triunfe sobre o obscurantismo. Ee naeeea net ‘© momento da descoberta da sexualidade infantil Em sous trabelhos ao longo dos anos de 1890, Freud ja suspeitava que fatores de natureza sexual que ‘temontavam a infancia pociam estar na origem dos sintomas histéricos. Entretanto ele imaginava que era Lunicamente em consequéncia de um ato de sedugo por um adulto que a sexualidade despertava prema- turamente em uma crianca. Mas, apés a descoberta do complexo de Edipo durante sua auto-andlise em Continua @ 72 Jean-Michel Quinodoz Deu enced 1897, ele chegou & conclusdio que os impulsos sexuais estavam presentes desde muito cedo em todas as criangas e que se manifestavam independentemente de qualquer estimulaco exercida por um terceir. Em 1899, anunciou a Fliess que sua préxima obra trataria de uma teoria da sexualidade e que pretendia ‘apenas que “uma faisca venha py fogo no material reunido” (Freud e Fless, carta de 11 de novernbro de 11899), Sem dvida, Freud precisou superar fortes resisténcias internas antes de admit a universalidade da sexualidade infantile de realizar seu projeto, que desenvolveu paralelamente & redacdo de Os chistes @ sua relagéo com 0 inconsciente, obra que também foi langada em 1906. Esse foi um periodo de grande produtividade para ele, marcado pela ruptura definiiva com Fliess. A clientela privada preenchia todo seu tempo, e @ maior parte de seus pacientes vinha da Europa Oriental Ele prosseguiu durante trés anos suas conferéncias na Universidade e o circulo da Sociedade das Quar- tas-Feiras se ampliou. O ano de 1905 corresponde igualmente ao inicio de sua fama intemacional. Ele ‘passou a vialar todo ano em companhia de sua cunhada Minna Bamays e de seu irméo Alexandre, ou para a halla ou para a Grécia Freud: um pansexvalista? Em Tis ensaios, Freud aribui um papel central & sexualidade infantil, afrmando pricipalmente que as puisbes ‘eprimidas nos neurésicos so de natureza sexual e que a sexualidade do adolescente e do adulto fundamen: tase na sexualidade infant. Mas ele foi mal compreendido, e 0 acusaram de “pansexualismo’, ito 6, de pregar uma teoria simpliicadora segundo a qual todas as condutas humanas se explicam pelo sexo, ou seja, pola sexualidade no sentido mais esto do temo. Embora tenha mostrada a importancia da sexualidade na ratureza humana, Freud sempre se defendeu da acusacdo de pansexualsmo. Em uma carta ao Pr. E CClaparéde, de Genebra (Freud, 1921), ele protestou contra as crtcas de pansexualismo que Ine eram digidas 28 propésito nao apenas da teoria sexual, mas igualmente de sua teoria dos sonhos: ‘Yamais afimel que todo Ssonho tem significado da realizacao sexual, @ muitas vezes refuel isso. Mas ndo adfantou nada, © néo ‘cansam de repetir isso" (Carta de Freud a Edouard Claparéde, 25 de dezerbro de 1920) DESCOBERTA DA OBRA {As paginas indicadas remetam ao texto publicado em $. Freud (1905d), Trois essais sur la théorie sexuelle, trad. P Koeppel, Pais, Galimard, 1987. A obra é dividida em trés partes: a primeira & dedicada as perversées, designadas pelo nome de aberragies sexuais, a segunda & sexualidade infantil ea terceira as metéforas da puberdade. > PRIME ENSAIO: AS ABERRAQOES SEXUAIS. Ao igem infantil das perversoes No primeiro ensaio, Freud critica 0s, pre- conceitos populares e contesta‘a opiniao pre- dominante entre os cientistas da época segun- do a qual as perversdes, como a homossexua- lidade, resultam de uma degenerescéncia ou sfo uma tara constitutiva. Ele propde buscar a verdadeira origem na infancia, isto é, no ni- vel do desenvolvimento psicossocial. Come- ¢a pasando em revista os desvios sexuais listados pelos sexdlogos da época, entre os quais Krafft-Ebing e Havelock Ellis, e consi- dera esses desvios de um angulo inédito, odas relagées destes coma norma aceita, ista é, com a sexualidade dita “normal”. Partindo das nogées de “pulsio” e de “objeto” — conceitos que terdo uma importin- cia decisiva na psicandlise -, Freud introduz uma distingdo dentro das perversbes: ele di ferencia na verdade “os desvios sexuais em rela- "endo"y her6i diz: “Eis 0 tiico objeto de m 0 pai No que se ref Igo ao objeto sex sas perverses a sexualidade, a zoofilia. Ele cor decorrem de uz sexualidade hur tiva, como se pe mossexualidade se produz ao | psicossexual do {quais S80 08 fat a fazer uma esc outras a fazer Ut sexual. Freud re bisserualidade, f fora postulada | desenvolviment no. Contudo, s dade biolégica, essa nogao a0 1 que tendéncias: ninas coexistem dividuo, de for finitivo depend tendéncia em re As pulsoes pai Freud abore “ desvios em rel pulsio sexual ponentes que € as pulsdes parc 10 om todas as, 3 por um terceiro, ee que pretendia de novembro de universalidade da 120s chistes e sua iva com Fliess. A 1 Europa Oriental siedade das Quar- intemacional. Ele vo Alexandre, ou inte que as puisdes >adutto fundamen- ‘alsmo’, ito 6, de polo sexo, ou seja, a sexualdade na ria carta a0 Pr. E. lhe eram dirigidas tis afirne que todo ‘anfou nada, © no sla théorie sexele, ‘le prope buscar nia, isto é, no nj- icossocial. Come- desvios sexuais 2 época, entre’ os 2ck Ellis, e consi- gulo inédito, odas, aceita, isto é,com te “pulsto” e de io uma importan- ~, Freud introduz verversées: ele di- ios sexuais em rela- io ao objeto sexual”, isto 6, em relagio a pessoa da qual emana uma atrasdo sexual, e "as des- bios em relagdo a meta sexual”, isto é, em relagao aoatoa que levaa pulsao. Devemos esclarecer que a psicandlise utiliza o termo “objeto” no sentido do francés classico para designar “uma pessoa”, endo “uma coisa”, como Racine, cujo her6i diz: “Eis o objeto de minha.chama” ou “0 tinico objeto de meu ressentimento” No que se refere aos “desvios sexunis emt re laglo ao objeto sexual”, Freud relaciona entre es- sas perversées as diversas formas de homos- sexualidade, assim como a pedofilia e a zoofilia. Ele considera que essas perversdes decorrem de um componente adquirido da sexualidade humana, ¢ nao inata ou constitu- tiva, como se pensava até entio. Mas, se a ho- mossexualidade resulta de uma evolucao que se produz ao longo do desenvolvimento Psicossexual do individuo, ¢ licito perguntar quais so os fatores que levam certas pessoas a fazer uma escolha de objeto homossexual ¢ outras a fazer uma escolha de objeto heteros- sexual. Freud resolve a questo recorrendo bissexualidade, predisposicao universal que fora postulada por Fliess, fundamentada no desenvolvimento embrionario do ser huma no. Contudo, se Fliess revelou a bissexuali- dade biolégica, Freud foi o primeiro a aplicar essa nogio ao nivel psicol6gico, postulando que tendéncias masculinas e tendéncias femi- ninas coexistem desde a infancia em todo in- dividuo, de forma que a escolha de objeto de- Finitivo depende da predominancia de uma tendéncia em relacao a outra, As pulsces parciais Freud aborda em seguida a questio dos “desvios emt relacio & meta sexual”, nos quais Pulsdo sexual se desintegra em diferente com- onentes que ele chama de “pulsdes parciais”: as pulsdes parciais tém como fonte de excita- Ler Freud 73 ‘80 sexual uma “zona erdgena”, de modo que as perversdes se baseiam na dominagio de uma pulsio parcial de origem infantil, Entre as formas de perversao ligadas as pulsdes se- xuais, umas utilizam partes do corpo ou Objetos fetiches para fins de satisfado sexual, como substituto de zonas corporais normal: mente destinadas 4 unio sexual. Outras for mas de perversao constituem fixagdes em metas sexuais preliminares, como as priticas erdticas ligadas & zona oral (felacao, cunilin- gua), 0 tocar ou olhar, ou ainda o sadismo e 0 masoquismo. Nesse caso, Freud esclarece: “A tendéncia se atém aos atos preparatérios e a criar nnovas metas sexuais que podem substituir as me- tas normais” (p. 66). Resumindo seu ponto de vista, podemos dizer que nas perversses a pulsdo sexual se. desintegra em varios com: ponentes chamados de “pulsdes parciais”, enquanto na sexualidade normal as pulsoes Parciais se reiinem e se colocam a servico da maturidade genital. Freud chegou a duas conclusdes que cho- caro particularmente o publico. Em primeiro lugar, ele afirma que os sintomas neursticos ndo se criam unicamente em detrimento da pulsio sexual normal, mas em parte também em de- trimento de uma sexualidade anormal. Ele sin- tetiza isso em uma frase célebre ao declarar: “A Lneurase & por assim dizer olnegativo da perversity” (P. 80), metafora tirada da fotografia que signi- fica que o que € agio pelos perversos através de seus comportamentos sexuais aberrantes, 0s neur6ticos imaginam em suas fantasias e em seus sonhos, Em segundo lugar, Freud conclu que a predisposigao as perversdes nao é um trago excepcional, mas que pertence integral- mente a constituicao dita normal, cujo esbogo podemos observar na crianca: “Essa constitui- $40 presumida, que coniém os germes de toda per- versio, 36 pode ser evidenciada na crianga, ainda que as pulsées nao possam se manifestar nela com {oda intensidade” (p. 89). 74 Jean-Michel Quinodoz No segundo ensaio, Freud abala ainda mais a crenca popular, segundo a qual a pulsio sexual estd ausente durante a infancia © aparece apenas na puberdade, como tam- bém os estudos cientificos que ignoravam a existéncia de uma sexualidade na crianga. Ele atribui essa ignorancia ao que chama de “am- nésia infantil, isto é, ao fato de que os adul- tos tém pouca ou nenhuma lembranca de seus primeiros anos de infancia, Para Freud, tanto © esquecimento da amnésia infantil quanto 0 esquecimento da amnésia histérica tém como causa a repressio; do mesmo modo que o his- ‘érico reprime as pulsdes sexuais ligadas a se- dugio, 0 adulto mantém a margem de sua consciéncia os inicios de sua vida sexual quan- do ainda era crianca, Segundo Freud, a vida sexual das criangas manifesta-se de uma forma observavel por volta dos 3 ou 4 anos, mas as manifestagées da pulsio sexual se chocam com obsticulos externos, como a educagao, que é um fator de ivilizacao, e com objetos internos, como a re- pulsa, o pudor e a moral, sendo que estes tilt- ‘mos constituem a expressio da repressio. Durante a fase de laténcia, nota-se que as for- a8 pulsionais sexuais se desviam da metas sexuais para se dirigirem a outras metas, sob a forma de produgées culturais, gracas ao pro- cesso que Freud chama de sublimagio, Mas ele reconhece que, ds vezes, a pulsio sextal volta a tona durante o periodo de laténcia, seja de maneira epis6dica, seja de maneira duradou- ra, até a puberdade. Freud toma como modelo das manifesta- «Ges da sexualidade infantil a sucpio que apa- rece no bebé e pode persistir inclusive por toda a vida. Segundo ele, a crianga que suga busca ‘um prazer jé vivido que se baseia na “primeira mais vital atividade da crianga,o aleitamento no seio materno (ou em seus substitutos)” (p. 105). Durante a amamentagio, os lébios da crianca tém o papel de zona erégena que est na fonte da sensacao de prazer. Assim, “a atividade se- xual se apéia inicialmente em uma das fungdes que serve & conservngio da vida” (p. 105), e s6 mais tarde a satisfacdo sexual se separa da riecessi- dade de alimentagio e se torna independen- te: Mas, segundo Freud, essa propriedade erégena nio se limita a zona oral e pode estar ligada a qualquer outra parte do corpo, que as vezes é dotada da excitabilidade dos érgios sexuais. Portanto, 0 cardter das pulsdes sexuais & essencialmente masturbatdrio durante a infan- cia. Entre as manifestagées sexuais infantis, Freud situa ndo apenas as atividades mas- turbatorias orais, mas também as atividades masturbatorias ligadas a zona anal (prazer da retengao ou da expulséo ligada a fungio in- testinal, etc.), assim como as atividades uretrais ligadas ao prazer da micsao (tanto no menino como na menina) e aquelas ligadas as zonas genitais. Essas observacées levam- no a distinguir trés fases na masturbacio in- fantil;a primeira fase é a do onanismo do bebé na época do aleitamento, a segunda aparece em torno dos 3 ou 4 anos e a terceira corres- ponde ao onanismo da puberdade, a inica a ser levada em conta durante muito tempo. A descoberta do papel precoce desempe- nhado pelas zonas erdgenas levou Freud a considerar que existe na crianga o que ele cha- ma de uma “predisposigio perversa polimorfa” (© que quer dizer isso? A expressio “predispo- sigdo perversa” significa que as diferentes par- tes do corpo da crianga pequena apresentam desde’o inicio da vida uma sensibilidade par- ticularmente forte a erotizagao, aguardando que as zonas erégenas sejam submetidas a or- ganizacio genital destinada a unificar a sexua- Iidade. Quando ao termo “polimorfa’, ele des- taca a grande diversidade de zonas erégenas suscetiveis de serem despertadas precocemen- polimorf” & ain ra muitos, F ferdade, ofa tum prazer sex significa necess sa” no sentido termo significa da disposicao p precoce de um que ainda nao genital, em qu hierarquia den coloque a serv rente da perve uum comportan quala satisfaca tode uma plen individuo, e ¢ objetos sexuais mossexualidad culares, como1 a crianga apre perversa, mas Entre as mi fantil, Freud e mostram as cri guntas sobre a bebés? Como ¢ zem? Essas pei suas formas pe ticulares que a pésito da sexu conviegio de « origem da dif substitutos} lo, 05 labios erégena que esta (. 105}, y na font Prazer. Assim, “a atividade falmente em uma ds fu ada vida” (p. 105), ‘outa Parte do dacxcitabildade don eg iter das pulsdes sexuai nats em ifestagdes sexuais infant, 'penas as atividades mew” mas também as atividades 3498.4 zona anal prazer ta 2ulsGo ligada a flingao ine sim como as atividades 2razer da micsio anton mina) © aquelas ligacine 3ssas observacies levons: 26a do onanismo 2 lo bebe - entoa segunda sone anos ea corres- da puberdade, a tinica durante muito tempo, ‘apel precoce i ‘genaslevou Pear tacrianga o que ele cha, sd perverse polis | A expresso “predispo. ue as diferentes par- jPeduena apresentam, wt Sensibilidade par. pfzaslo, aguardando “jam submetidas & or- daa unificara sexua, tea excitagdo sexual. A existéncia de uma pre- disposigio petversa polimorfa na crianga pe- ‘quena permitiu a Freud explicar 0 fato de que tima perversio organizada, tal como se encon- tra no adulto, resulta da persisténcia de um componente parcial da sexualidade infantil que permaneceu fixado a uma fase precoce do desenvolvimento psicossocial. ‘Anogio freudiana de “predisposicio perversa polimorfa” € ainda hoje uma fonte de escindalo para muitos, por ser mal compreendida. Na verdade, o fato de que uma crianca obtenha ‘um prazer sexual de suas zonas erdgenas nao significa necessariamente que ela seja “perver- a” no sentido que se entende no adulto. Esse termo significa para Freud que a fase infantil da disposigdo perversa polimorfa é um estgio precoce de um desenvolvimento psicossexual que ainda no chegou a fase da sexualidade genital, em que ainda nao se estabeleceu uma hierarquia déntro das zonas erdgenas que as coloque a servico da reprodugio. E bem dife- rente da perversio no adulto, que consiste em um comportamento fortemente organizado no qual a satisfacao parcial é obtida em dletrimen- ode uma plenitude da sexualidade genital do individuo, e o prazer sexual € obtido com objetos sexuais do mesmo sexo, como na ho- mossexualidade, ou exigindo condigées parti- culares, como no fetichismo. Pode ocorrer que a crianga apresente uma. verdadeira fixacdo perversa, mas trata-se de casos excepcionais. As teorias sexuais infant Entre as manifestagdes da sexualidade in- fantil, Freud evoca a curiosidade intensa que ‘mostram as criangas em suas incansaveis per- guntas sobre a sexualidade. De onde vém os bebés? Como € que o papai e a mamae os fa- zem? Essas perguntas constantes em todas as suas formas permitem entrever as teorias par- ticulares que as criangas podem forjar a pro- Pésito da sexualidade, como, por exemplo, a convicgo de que existe apenas um érgao'na origem da diferenca dos esos os meninos tam Ler Freud 75 tum pénis e as meninas so desprovidas dele Outras teorias sexuais infantis dizem respeito as idéias que as criangas fazem sobre o nasci- ‘mento (0 bebé € evacuado pelo mesmo orf cio que as fezes?, etc.), ou sobre as relagdes sexuais dos pais (fecundagdo ao beijar, con- cepgao sédica de suas relagdes, etc.). Mas, quaisquer que sejam as fantasias conscientes das criancas, elas sio essencialmente o refle- xo de sua organizacao sexual inconsciente € da maneira como elas imaginam em suas fan- tasias as relagdes com as pessoas de seu meio. Emseis edicées sucessivas, Freud introdu- ziu conceitos novos e fundamentais, ¢ a obra passou de 80 paginas em 1905 para 120 pagi- nasna sexta tiltima edicio, langadaem 1925, que englobava todos os acréscimos feitos. Na revisao de 1915, introduziu a nogao de uma “organizagao da libido em fases sucessivas”, sen- do que cada fase corresponderia ao primado de zonas erdgenas. Assim, descreve a fase oral, a fase sddico-anal a fase genital. Ele su- gere também a idéia de que o desenvolvimen- to da libido passa por uma sucessio de fases, cada uma correspondendo a uma das zonas erdgenas prevalentes. Em 1923, acrescenta as fases descritas anteriormente a “fase de orga- nizagto falica”, que situa entre a fase anal e a fase genital, ¢ explica que na fase félica um Linico tipo de érgao é reconhecidd: 0 pénis no menino e seu equivalente na menina, 0 clitéris. O desenvolvimento da sexualidade seguiria uma progressio a partir das fases pré- genital de organizacio da libido — oral, sédi- co-anal e félica — até a organizacao genital, esta tiltima instituindo-se na puberdade. Embora descreva o desenvolvimento psicos- sexual infantil em termos evolucionistas, Freud esclarece que essa progressio nao € completamente linear e que os agrupamen- tos sio numerosos e ainda que cada fase dei xa marcas permanentes atras de si. 76 Jean-Michel Quinodoz > TERCEIRO-ENSAIO: AS METAMORFOSt uto-erotismo Je objeto pos-puberda | oposto a estoih Na edicio de 1905, Freud opte categorica- mente o funcionamento da sexualidade infan- til, que ele considera como auto-erética, ¢ 0 da sexualidade pés-pubertéria, que centra na “escolha de objeto”, isto é na escolha da pes- soa eleita como objeto de amor. De acordo com a primeira versio da obra, a etapa precoce da sexualidade nao teria outro objeto a nao ser 0 préprio corpo, enquanto a sexualidade pos- pubertéria se fundamentaria na escolha de objeto, isto é, a pessoa amada e desejada de- pois que o individuo atingiu sua maturidade fisica e psiquica. Contudo, Freud jé descreve na primeira edi- slo de Trés ensaios uma relacao de objeto parcial ¢ uma relacdo de objeto total. Assim, quando afirma em 1905 que “a figura da crianga que suga 0 seio de sua mie tornou-se 0 modelo de toda relagao amorosa’ (p. 165) e se refere a esta como sendo “essa relagao sexual que € primeira ea mais impor- late de todas” (p. 165), ele evoca uma relagio de ‘objeto parcial, em que o seio materno é tomado ppelo bebé como o substituto de sua mae. Freud descreve igualmente a maneira como 0 bebé, depois de renunciar ao seio - relagio de objeto parcial, dirfamos hoje -, descobre a pessoa da mae em sua totalidade: segundo Freud, essa [passagem se efetua “na époct em que e torna pos- sivel@ crianga formar a representagto global da pes- soa a qual pertencia 0 drgao que the da satisfago” (p. 165). Freud descreve assim a passagem de uma relagdo de objeto parcial a uma relagio de objeto total, nogdo que complementaré em segui- da a0 introduzir o conceito de “pulsdo parcial” em Artigos sobre metapsicologia, em 1915. © papel dos afetos na relacao de objeto Seguindo os acréscimos sucessivos feitos a Trésensaios, contata-se que Freud atenua a opo- sigdo entre auto-erotismo infantil e escolha de objeto pés-pubertéria. Assim, quando introduz em 1915 a nogio de fases da libido, descreve ara cada uma delas um tipo correspondente de relagao de objeto. Na puberdade ocorre uma integracao progressiva das pulses parciais que culmina na escolha de objeto - total, diriamos 16s -, caracteristica da fase genital: “O conjun- to de aspiragdes sexuais se dirige a uma tinica pes- saa, ra qual buscam atingir suas metas” (p. 166). Na seqiiéncia, Freud daré uma importin- cia cada vez maior ao papel que desempenham 08 afetos de amor e de édio nas relagées de objeto ao longo do desenvolvimento. Assim, em 1912, quando introduz 0 conceito de ambiva- lencia em “A dinamica da transferéncia” (1912b), passara a considerar que a ambiva- lencia amor-6dio caracteriza a relacao de objeto no nivel pré-genital. Ele introduz igualmente ‘uma oposicao entre, por um lado, uma corrente tera, caracteristica das pulsdes parciais infantis, , por outro, uma corrente sensual, caracteristica da escolha de objeto da puberdade. Para que se estabelega a corrente sensual da escolha de objeto, é preciso que a crianga tenha renunciado 0s seus primeiros objetos incestuosos repre- sentados por seu pai e sua mae, devido a proi bigdo do incesto, ¢ assim ela dirige sua escolha de objeto para outras pessoas. Contudo, essas ovas escolhas de objeto ainda sio influencia- das pelas escolhas precoces, de modo que per: siste uma semelhanga entre os objetos do dese- jo escolhidos no periodo pés-pubertario e as primeiras escolhas de objeto, isto 6, os pais. Em outros termos, segundo Freud, ninguém esca- aa influéncia das primeiras escolhas de objeto incestuosas da infancia, que persistird durante toda a existéncia: “Mesmo quem conseguiu evitar 4 fixagio incestuosa da libido ndo escapa totalmente sua influéncia” (19054, p. 172). Posteriormen- te, Freud mostrard que a reunigo da corrente tema e da corrente sensual se instala quando do estabelecimento da sexualidade genital, en- quanto nos distirbios neuréticos as duas cor- rentes no chegam a se reunir: "(..)[correntes] ‘cuja reuniao éa tinica a garantir um comportamen- to amoroso perfetamente normal” (19124, p. 57). Finalmente, no que diz respéito ao amor de objeto, Freud o considera igualmente em uma perspectiva de desenvolvimento e, segundo ele, a crianga aprende a amar outras pessoas com evel, chega a dinses¢ afetvas mor. Quanto ar Freud reservacsse deamor que sedi tama pessoa total, tervéhvum outro @ cvowho 0 © complexo de Ed Embora a nocdo ‘sobre a teoria da s ___ Principals etapas d ‘ua obra, e Freu j 0 complexo de Ed crianga e constitu do individuo. Para ‘controntado com a ‘Aim disso, o comy esta presente tamt © complexo de ke pag oor na a FEncontel em min pal sontmerios qu eo rel Irterpretagdo ds Incl” (1000a, p. om seus fab em 310, em"Umt {e Edjpo™ aparece No ino, Freud de postivoou dete e Gomenin. Este te Sans o amcr qu ‘ser castad polo P mde ede seu 6d taba por rerun tena. Freud pensava oi menino © 0 da me fuberdade ocorre uma Fas pulsdes parciais que objeto ~ total, diriamos fase genital: “O conju. ie drige a uma tinica pes- gir suas metas” (p. 166, ‘d daré uma importan- pel que desempenham € dio nas relagées de awolvimento. Assim, em 9 conceito de ambiva- ica da transferéncia” siderar que a ambiva- erizaarelagio de objeto le introduz igualmente rum lado, uma corrente oulsdes parcias infantis, ‘te sensual, caracteristica a puberdade. Para que » sensual da escolha de ‘ianga tena renunciado tos incestuosos repre- sua mae, devido a proi- neladirige sua escolha ss0as. Contudo, essas © ainda sao influencia- aces, de modo que per- Itre os objetos do dese- 4o pis-pubertario e as 2jeto, isto 6, os pais. Em » Freud, ninguém esca- eiras escothas de objeto que persistiré durante 10 quem conseguiu evitar ido mao escapa totalmente P. 172) Posteriormen- a reuniso da corrente sual se instala quando extalidade genital, en- seurdticos as duas cor- reunir: “..)[correntes} rantir um comportamen: xormal” (19124, p. 57). liz respeito ao amor de a igualmente em uma vimento Segundo ele, ar outras pessoas com base em um amor sexual que sentiu pelas pes- soas que cuidaram dela'a partir do periodo de laténcia. Para resumir 0 conjunto do desenvol- ‘vimento psicossexual da crianca, a pulso sexual se instala com objetos parciais de natureza es- sencialmente pré-genital e, depois de uma lenta evolugao, chega a uma sintese de correntes libi dinosas ¢ afetivas em uma escolha de objeto de amor. Quanto & nocio de “escolha de objeto”, Freud reserva esse termo para arelacio de objeto deamor quese dirigea uma pessoa sentida como uma pessoa total, modo de relagao em que in- mum outro par de opostos, aquele que con- Ler Freud 77 trapde 0 amor a0 ddio, como mostrar em 1915 em “Pulses e destinos das pulses”: “(.)s fr- ‘mos amor e édio nto devem ser utilizados para as relagies de pulsdes com seus objetos, mas reservadas para as relagdes do ego total com os objetos” (1915c, P. 61). Mas Freud reconhece que a maturidade sexual descrita nesses termos raramente é atin- gida e, reafirmando o papel decisivo desempe- hado pela sexualidade infantil no futuro nor- mal e patol6gico do individuo, afirma que “to- dos os distirbios patolégicos da vida sexual podem ser considerados'com razio como inibigdes do desen- olvimento” (1905d, p. 144) @ evowucAo bos conceiTos FREUDIANOS © complexo de Edipo: as etapas sucessivas do uma descoberta Embora a nogdo de complexo de Edipo ainda nao aparega como tal na primeira edigao de Trés ensaios Sobre a feria de sexuadade em 1905, mas apenas em acrescimos postoores, varew Geserver oss principals elapas desde esse momento. De resto, essa nocao fol evolunde progressivamete ao longo do §5u2 obra, e Freud jamais dedicou um trabalho conjunto ao complexo de Epa 0 complexo de Edipo é uma descoberta freudiana essencial que aparece durante o desenvoh”imento da -crianga e constitui o organizador central da vida psiquica em torno da qual se estrutura a identidade sexual do inv, Para Feud, esse complexo 6 universal como afrma em Tiésensaos: Todo sor human so v8 antontado com a tareta de dominaro complxo de Edipo: (19054, p. 187, nota 2 acrescartaga om 1620), Além disso, © complexo de Eclipo néo di respeto apenas a0 desonvoWiento do indliduo normal: mos ‘sd presente tambem no cere da psleopatoioga e forma “o complexe nuclear Gas neuroses” © complexo de Edipo em sua forma simples (ou positiva) "No decorrer de sua a.to-andlise, Freud foi levado a reconhecer 0 amor por sua mee a inveja em relacdo a seu Pal ue sentu na infancia, © a estabelecer uma ligagao entre esse conflito de senimentos e o mito do Edipo *Encontrei am mim e em tod parte sentimentes de amor em relaco a minha mae e de inveja om rlacdo @ meu ai, Sertimentes que, suponho, so comuns a todas as criancas pequenas(..) send assim (.) compreend so ‘foto incrve! de Edo Rel” (Freud a Flies, carta de 15 de outubro de 1897). Esse tema fl retomad ern A ‘nterpretagéo dos sonhos: *O Epo que mata o pal e casa com a mde pens realea um dos desejos de nossa ‘iféncia” (18000, p. 229 (303)). Nos anos seguintes, Freud referiu-se com freqiéncia & nogio de complexo de ‘em seus trabalhos cnicos, como 0 caso “Dora” em 1905 ou o do "pequer Hans” em 1908. Mas apenas «2m 1910, om “Um tipo especial da escolha de objeto feita pelos homens” (1910h), & que a nocdo de ‘complex {de Edipo" aparece pela primeira vez como tal, sendo que o temo “complexo" vem de Jung. No inicio, Freud descobre a forma simples do complexo de Ecipo (chamado também de complexo de Epo Positvo ou direto) e descreve a evolugdo desse complexo tal como ocorre durante a desenvoMimento psicossextal ‘do menino. Este em como primeiro objeto de afeigdo sua me que ele deseja ter somente para sh, mas entre 3 185 anos 0 amor que © menino sente por pela mae o leva a rvalizar com o pal que ele passa a oda. Teme ent ‘er castrado pelo pal ~ ser privado de seu pnis - por causa dos desejos incestuosos que sent em relacao & ime e de seu dco contra ele. Sob o efeto da angistia desencadeada por essa ameaga de castracao, 0 menino ‘acaba por renunciar realizago de seus desejos sexuaisincestuosos em rlacao & mae e entra no perlodo de Freud pensava originalménte que existia uma simetia completa entre o desenvolvimento psicossexual do 'menino @ 0 da menina e que, do mesma modo que o menino se apaixonava pela mae e odiava 0 pai, a See 7B Jean-Michel Quinodoz @ EvowwcAo bos CONCEITOS FREUDIANOS + Cortinuacéo ‘menina se apaixonava pelo pai e odiava a mae, Mais tarde, porém, percebeu que o percurso seguido pela ‘menina nao era o mesmo que o do menino. Em 1913, em Totem e tabu, Freud procura explicar 0 caréter universal do complexo de Edipo e, particular rent, 0 papel estruturante que ele desempenha na consttulo da personalidade de cada individu. Ele tenta responder a isso langando a hipétese do assassinato do pai da horda origindria pelos filhos, desojo- ‘sos de conquistar as mulheres que ele possula, Segundo Freud, esse crime originario seria transmitido em Sequida de geragdo em geragao via flogénese, e a culpa ligada a esse assassinato inicial reapareceria em ccada individuo sob a forma do complexo de Edipo. ‘A.forma completa do complexo de Edipo: uma descoberta tardia ‘S6 muitos anos mais tarde, em O ego ¢ 0 id (1923b), Freud acrescentou & nogéo de complexo de Edipo positive (ou direto) @ de complexo de Edipo negative (ou invertido), nogao fundada na existéncia de uma constituigdo bissexual fisica e psiquica de todo individuo desde a infaincia. Enquanto no complexo de Edipo ‘positive 0 menino deseja casar com a mde a matar 0 pai, no complexo de Edipo negativo o menino deseja ese com ale elma a née, que 6 vista como ral Ao contro da forma postva do complxo de Edipo, em que 0 menino se identifica com seu rival e que ser “como” seu pai, na forma negativa ou invertida Gotonplo,o monn desi "sor sua mae por ae uma regressio a eniicao, que consi, eau do rout alorna mas precoce de amor pelo ebjeto. Os desejs pasos feminins que o merino sente em ‘Suto a su pl lover a enunciayaes sees Cesejos hetrossenais om Tetagao& sua mde, com ta Sem ao desig de entfcagao mascuina com ol pero, com Freud seem seu etudo sobre £0 ato Sewer em Tot, cu o caso do Homer dos los" em 1918, Para Freud, as duas formes do ‘complexo de Edipo coexistem no psiquismo de todo individuo, de forma que o complexo de | Edipo completo Taplon agora quatro pessoas de um lao, opal ea me, de uo, a lgpescso ao mesmo tempo masculna ‘Toranira Ja ang (meno ou menina), hndaca na bisenuaidade plquca” propa a todo ser humano. 5 proporgio ene esas Qua endencias vara, ea Keiidade sexual de Um nao resulta da provaléncia aisha sabre a cule sepdo que oGoservovimer plcossexal do norma esta de ura predor- indincia do complexo de Edipo positivo sobre o complexo de Edipo negativo. tm 1903/om"A organtzaglo gontal frit (1920), Freed screscarta Ua quar fase pré- gona, a “ase fdleat que vor oe sorts fase orl anal e genital quo rvodura om 1915 em uma revisto de Trés breate'A part de ono, ele passa a consicear Que o deservolmento pelcossoxual da canga se centra ‘essencialmente no primado do pénis como zona erégena determinante @ no complexo de Edipo no nivel de relagbes de objeto. Ele esclarece também que essa contribuigéo de complexo de Edipo atinge seu Spice rte 36 5 anos, sto 6 alse falc, ao meso tempo em que os Seclossexuas pelo progenitor do sexo opono sao mas totes ea angista de casracag& mas rtensa Em 1004 om sou afigo A dsola0 do compexo de E90" (T82%c, Freud descreve a mania com 0 Eamplons do Espo so dsoove™ ou desaparece Mas, 20 contro do queleve aero uo de sua conti Geoque se enone 6c conto ecplao ll come se obeena om toda a sua scudade na canga ence 305 Sioa, orem, a stusgdo edna propamerte da subsea no Inconcionte lal como se consi, como troarizdor corral ca vida pq Go ivi, perdendo, podria cae, crater patogrico Bando & rp de “complexo" £1828, Youd retoma a descigéo do desenvolvimento sex da menina em um argo initlado “Alu frs eonaequéncas piqueas Ga sting anatomica ere os sexos” (1905). Nesse meio tempo, ele Consatara que seo reno ea merina tem o mesma objeto ro hic da vida sto &, ade, postrnmente 6 desemohimento da merina se ferencaré do desenvohimento do merino; na vordade, ela 6 evada a ‘tua Ge objeto ® passa’ do amor pela mae 20 amor pelo pal. Contigo, como veremos mais adante a proptsto de suas coscep;bes sobre a eminidade, Freud coninuarseustertando que o desenvolvimento vritoncowll da meninas fa so 0 domino cava do pais que a rang deseosa dopa tora como resto, Froud pormanecerd sompre fel & sua tera conhecsa pelo nome de "morism fco, que sedemcs considera’ como um reso de igagao a uma teota eexual nfl, Finalmente, om um argo Faitinge “Sexoaidade feminine (1901) ele confrmara a mportan'a que ato a igagao precoce da ‘henna sua mde e&cfelcade que decore para a menna de moder de objeto, 6, do passar da mae para opal durante seu deserwohimento pscosserua ‘opercurso seguido pela «0 de Edipo e, particular- 4e,de cada indvicuo. Ele ira pelos fos, desejo- \ério sera ransmitido em 10 inicialreapareceria em 10 de complexo de Eipo da na existincia de uma ono complexo de Edipo regativo 0 menino deseja, ppostiva do complexo de rma negativa ou inverida 340, que constitu, segun- '$ que 0 menino sente em to & sua mao, como tam- ‘em seu estudo sobre “O ‘eud, as duas formas do ‘Plexo de Edipo completo ‘mesmo tempo masculina ‘6pria todo ser humano. tuo resulta da prevaléncia ‘sutado de uma predomi- fase pré-gontal “tase em uma visio de Tres sual da cianga se contra piex0 de Epo no nivel 210 de Edipo ange seu ¥ sexuais pelo progenitor 2rottulo de sua contribu ‘ade na cranga entre 3.65 ‘omo se constiuiu, como urdter patogénico igado & m artigo inttulado “Algu Nesse meio tempo, ele 46,a mde, posteriormente | verdade, ela 6 levada a vveremos mais adiante a 2 que o desenvolvimento 3ejosa do pai toma como ‘2 “monismo falico", que rnalmente, em um artigo Dui a ligagéo precoce da Isto 6, de passar da mée Ler Freud 79

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