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Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – Unidade II

Direito – manhã

ELIEBER MACHADO DOS SANTOS

DIREITO CIVIL
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem

CAMPO GRANDE/MS – 2020


Introdução

Com o êxodo urbano e a nova sistemática e dinâmica de convivência e coexistência nos


grandes centros, aliados a massiva aglutinação de pessoas em espaços limitados, surge
naturalmente lides concernentes ao direito de propriedades e seus limites. Nessa seara,
cabe destacar alguns aspectos a respeito de como Código Civil bem disciplina essa matéria,
sobretudo aos limites entre prédios e os direitos de tapagem.

Conceito

É importante mencionar, que os direitos de vizinhança são criados por leis e tem por objetivo
a relação pacifica e a garantia da ordem social daqueles titulares de direitos reais sobre os
bens imóveis, levando-se em consideração a proximidade geográfica dos bens. Assim prevê
o art. 1.277 do Código Civil/02.

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer


cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos
que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza


da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem
as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos
moradores da vizinhança. (BRASIL, Código Civil. 2002).

No uso da propriedade o proprietário pode cometer atos, que podem ser ilegais ou lesivos.
Os ilegais dizem respeito a pratica de ato ilícito, com abuso, causando incomodo ao
confidente. Ex. esgoto irregular, barulho excessivo. O atos lesivos por seu turno são aqueles
decorrente do uso regular e normal da propriedade porem causam danos ao vizinho. Ex.
uma indústria de curtume (mau cheiro), indústria que expele fuligem no ar. Afim de modo a
restabelecimento da normalidade deve o interessado pleitear ante ao juízo, com base no art.
1.279 CC/02 “Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o
vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis.”, a
redução dos danos de modo a torna-los suportáveis.

Compreendem também o direito de vizinhança, as árvores limítrofes, a passagem de cabos


e tubulações, as águas, os limites entre prédios, o direito de tapagem e o direito de construir
de acordo com os art’s. 1.277 ao 1.313 do C. C. De 2002.
Dos Limites entre Prédios

Tema deste trabalho, diz respeito a delimitação física de barreiras com o propósito de
individualizar o bem imóvel, e restringir a mobilidade e âmbito de atuação, bem como é
utilizado para definição de parâmetros para o pagamento do imposto predial e territorial
urbano. A instituição de linha divisória implica ao confinante que este avente rumos
apagados e que renove os marcos destruídos ou arruinados justamente como disciplina a
norma arts 1.297 a 1.298 CC/02.

Cuida-se, que as despesas para esses fins são divididas proporcionalmente entre os
confinantes, e para demarcação considera-se o memorial descritivo dos títulos de
propriedade. Se restarem insuficientes, buscar-se-á solução para demarcação através da
posse, cabendo àquele que tiver posse justa. É por meio da ação
demarcatória ,arts. 950 a 952 do CPC, que se fixa no solo, o limite da propriedade quando
este não existe ou não se possa mais identificar.

Do Direito de Tapagem

O direito de tapagem, diz respeito a uma faculdade que poderá ser exercida pelo
proprietário em instituir na linha divisória, muro, parede, cerva de arame, cerca viva, valas e
etc. É obrigação propter rem devendo os confinantes a arcarem proporcionalmente com os
custos da edificação. A obrigação de repartir despesas sobre o tapume divisório decorre da
lei e está condicionada à inexistência de anterior tapume divisória ou à prova de
necessidade da substituição do tapume existente.
No entanto, havendo necessidade de tapumes especiais divisórios (para impedir, por
exemplo, a passagem de animais domésticos ou de criação) a responsabilidade é de quem
deles necessita.
Ademais, a ação cabível para solucionar as confusões entre as linhas divisórias é a
demarcatória.
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de
qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu
confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a
aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados,
repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas
despesas.
§ 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes
vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se,
até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes,
sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a
concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e
conservação.
§ 2 o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de
marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo
entre proprietários.
§ 3 o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de
animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem
provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a
concorrer para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se
determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela
provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios,
ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles,
mediante indenização ao outro. (BRASIL, Código Civil. 2002).

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