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DISCENTE: Yasmim Paulla Dourado Grando

RESPONSABILIDADE CIVIL, PENAL E ÉTICA DOS MÉDICOS

O artigo aborda o conceito de responsabilidade civil na área da medicina,


examinando os aspectos legais e éticos relacionados a erros médicos e as implicações
para profissionais de saúde e pacientes. O desenvolvimento do conceito de
responsabilidade civil tem suas raízes na discussão sobre o Direito Natural, reconhecendo
os direitos fundamentais do ser humano e a necessidade de reparação quando esses
direitos são violados. O autor enfatiza a importância do consentimento informado,
destacando que os pacientes devem ser informados de forma compreensível sobre sua
condição médica, tratamento proposto, riscos, benefícios e possíveis complicações. O
princípio da culpa é abordado, abrangendo tanto o dolo (ação deliberada de causar dano)
quanto a culpa em sentido estrito (imprudência, negligência ou imperícia), sendo
essenciais para determinar a responsabilidade civil de um profissional médico. Além
disso, é abordada a responsabilidade solidária do hospital em casos de erros cometidos
por seus médicos-empregados. A relação entre médicos e seguros de saúde é discutida,
indicando que a empresa de seguro geralmente não é responsável pelos atos do médico
escolhido pelo paciente. Para hospitais públicos, fundações ou autarquias, a
responsabilidade é regida pelo Direito Público, sendo mencionado o princípio da
responsabilidade objetiva, que implica que as instituições respondam por danos causados
por seus agentes, independentemente de culpa. Também é abordada a questão da
indenização por danos morais, dor e sofrimento resultantes de erros médicos. A
determinação do montante da indenização é um ponto de debate e é submetido ao
julgamento do tribunal. Também se discute prazos de prescrição para acionar a
responsabilidade civil. Observa-se que o novo Código Civil estabelece prazos mais curtos
para a prescrição de pretensões de reparação civil e cobrança de honorários.
O artigo aborda a responsabilidade penal, que origina-se de ações ou omissões
que são tipificadas como crimes. São considerados ilícitos penais apenas os crimes e
contravenções expressamente enumerados na lei. A descrição detalhada dos atos na lei é
essencial para a responsabilização criminal. Existem dois tipos de crime: doloso, quando
o agente quis o resultado ou assumiu o risco, e culposo, quando o resultado ocorre por
imprudência, negligência ou imperícia. As penas variam em gravidade e podem incluir
prisão, restrição de direitos ou multa. Médicos também podem cometer crimes, como
auxílio ao suicídio e omissão de socorro. A absolvição penal não implica em absolvição
civil, e a responsabilidade civil é independente da criminal. A perícia é fundamental em
crimes que deixam vestígios. A lei tem prazos de prescrição, variando de acordo com a
pena aplicável, conforme o artigo 109 do CP.
O artigo também trata da responsabilidade ética dos médicos e o processo ético-
disciplinar conduzido pelos Conselhos Regionais de Medicina. Enquanto o processo civil
busca reparação por danos materiais e o processo penal busca proteção da sociedade, o
processo ético visa disciplinar a conduta profissional. Esse processo é de natureza moral,
mas em ultima instância pode ser contestado judicialmente, conforme a Constituição
Federal e a lei 3.268/57. As regras éticas, apesar de não terem força impositiva por si
mesmas, ganham força jurídica ao serem respaldadas por sanções previstas na lei. O
julgamento ético ocorre a portas fechadas, mas cópias do processo podem ser
requisitadas pela justiça comum. Os Conselhos de Medicina são responsáveis por
supervisionar e disciplinar a ética profissional médica. A prescrição ética ocorre em 5
anos.
O aumento das acusações de "erro médico" tem levado os profissionais de saúde a
adotar medidas preventivas para evitar tais situações. A prática médica criteriosa é
considerada a melhor forma de prevenção contra essa epidemia de acusações. A
implementação de Termos de Ciência e Consentimento para procedimentos médicos,
conforme exigido pelo Código de Defesa do Consumidor, é incentivada como uma medida
para mitigar esses problemas. É enfatizada a importância de preencher prontuários de
maneira clara e legível, pois documentos confusos podem prejudicar a defesa do médico
em processos legais. A utilização de linguagem clara nos registros médicos é crucial para
evitar interpretações negativas por parte dos juízes. Quando confrontados com ações
legais relacionadas a supostos erros médicos, três regras fundamentais são ressaltadas.
Primeiro, é destacado o prazo limitado de 15 dias para a defesa, ressaltando a
importância de buscar assistência legal imediatamente após receber a citação. Em
segundo lugar, é aconselhado não acusar colegas ou terceiros, uma vez que essa prática
é mal vista e pode acarretar mais problemas do que soluções. Por fim, é ressaltada a
importância de não realizar autodefesa, que é mais eficazmente conduzida por advogados
especializados. Assim como somente médicos devem cuidar de pacientes, apenas
advogados com a devida expertise devem lidar com a defesa legal.

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