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SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL .......................................................................................................................................................................3
TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................................3
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ........................................................................................................................................... 3
DIREITO Á IGUALDADE .................................................................................................................................................................................. 3
DIREITO Á VIDA ............................................................................................................................................................................................. 4
DIREITO Á LIBERDADE ................................................................................................................................................................................... 4
DIREITO Á INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ..................................................................................................................................................... 6
DIREITO DE SUCESSÃO .................................................................................................................................................................................. 9
DIREITO DE INFORMAÇÃO............................................................................................................................................................................. 9
DIREITO DE PETIÇÃO ................................................................................................................................................................................... 10
DIREITO DE CERTIDÃO ................................................................................................................................................................................. 10
DIREITO AO JUIZ NATURAL .......................................................................................................................................................................... 10
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS ........................................................................................................................................................................... 11
HABEAS CORPUS ......................................................................................................................................................................................... 13
MANDADO DE SEGURANÇA ........................................................................................................................................................................ 15
HABEAS DATA.............................................................................................................................................................................................. 16
AÇÃO POPULAR ........................................................................................................................................................................................... 17
TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS EQUIVALENTES À EMENDA CONSTITUCIONAL................................................ 18
DIREITOS SOCIAIS ................................................................................................................................................................................... 18
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO ................................................................................................................................................ 19
PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL .......................................................................................................................................................... 19
PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL ......................................................................................................................................................... 19
DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIE .................................................................................................................................................................... 21
NACIONALIDADE .................................................................................................................................................................................... 25
CONCEITO ................................................................................................................................................................................................... 25
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE..................................................................................................................................................................... 25
CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE NACIONALIDADE PRIMÁRIA ......................................................................................................................... 25
NACIONALIDADE PRIMÁRIA ........................................................................................................................................................................ 25
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA ................................................................................................................................................................... 26
PERDA DA NACIONALIDADE ........................................................................................................................................................................ 29
DUPLA NACIONALIDADE ............................................................................................................................................................................. 29
IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS NACIONAIS ................................................................................................................................................... 29
DIREITOS POLÍTICOS ............................................................................................................................................................................... 29
CONCEITO ................................................................................................................................................................................................... 29
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA ................................................................................................................................................................... 30
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA ............................................................................................................................................................... 31
INELEGIBILIDADES ....................................................................................................................................................................................... 31
PARTIDOS POLÍTICOS.............................................................................................................................................................................. 34
FUNDO PARTIDÁRIO E DIREITO DE ANTENA ................................................................................................................................................ 34
VEDAÇÃO DE PARTIDO POLÍTICO DE CARATER MILITAR ............................................................................................................................. 35
................................................................................................................................................................................................................ 36

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DIREITO CONSTITUCIONAL

TEORIA GERAL DOS DIREITOS E Constituição prevê a garantia do habeas corpus (art.
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
5°, LXVIII)
Vamos iniciar o estudo do Título II, da CF/1988. Em
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
um primeiro momento, vamos trabalhar a chamada
COLETIVOS
teoria geral dos direitos e garantias fundamentais.
A primeira informação importante é que este art. 5º
Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem
consagra uma boa parte do rol de direitos e
este Título II, a saber:
garantias fundamentais previstos na Constituição.
a) Capítulo 1: direitos e deveres individuais Porém, não se pode afirmar que o rol de direitos e
e coletivos; garantias fundamentais trazidos pelo art. 5º esgota
b) Capítulo 2: direitos sociais; todos os direitos e garantias fundamentais
c) Capítulo 3: nacionalidade; existentes na Constituição.
d) Capítulo 4: direitos políticos;
Na verdade, os direitos e garantias fundamentais
e) Capítulo 5: partidos políticos.
estão espalhados por todo o texto constitucional,
A partir dessa análise, podemos concluir que os conforme já reconheceu, inclusive, o Supremo
direitos e garantias fundamentais (Título II) são Tribunal Federal.
gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima
DIREITO Á IGUALDADE
mencionados.
Quando falamos do direito à igualdade, de fato,
DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E
estamos falando de um gênero, que pode assumir
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
duas espécies diferentes: a igualdade formal e a
igualdade material.
Será que direito e garantia seriam termos
sinônimos? A resposta é negativa
A igualdade formal é aquela prescrita no início
do caput do art. 5º e seu inciso I, em que se
Os direitos fundamentais são os bens jurídicos
identifica uma identidade de direitos e deveres
tutelados pela Constituição, de cunho declaratório.
concedidos a todos os membros de uma dada
Por sua vez, as garantias fundamentais são
sociedade, sem distinções.
instrumento de proteção de um determinado direito
também previsto na Constituição, de cunho
Por outro lado, temos a chamada igualdadematerial,
assecuratório. Assim, a Constituição tutela a
que tem a finalidade de buscar a equiparação dos
liberdade de locomoção (art. 5°, XV) e, caso haja
cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
restrição ilegal à liberdade de locomoção, a
jurídico.
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Na igualdade material, identificam-se diferenças Sobre o direito à vida, aprofundando em aspectos
nas pessoas que compõem o gruposocial, e busca-se jurisprudenciais, é importante trazer para nosso
tratar os diferentes de forma diferente para garantir, estudo o julgamento da ADI 3.510, que tinha como
ao fim e ao cabo, as mesmas oportunidades a todos. objeto a possibilidade (ou não) de pesquisas com
É a consagração do ideal de Aristóteles, para quem a células-tronco embrionárias.
igualdade consiste em ―tratar igualmente os iguais e
O STF deliberou pela possibilidade de utilização de
desigualmente os desiguais na medida em que eles
células-tronco embrionárias em pesquisas
se desigualam‖.
científicas e terapias. Ficou consignado que não há,
Tendo como norte a igualdade material, o Estado na manipulação das células-tronco embrionárias,
deve buscar a igualdade de oportunidades a todas as ofensa ao direito à vida, justamente porque, como
pessoas por meio de políticas públicas e leis que, definiu o STF, a vida só começaria no momento
atentas às características dos grupos menos da nidação.
favorecidos, compensem as desigualdades
Entende-se por nidação a fixação do embrião no
decorrentes do processo histórico da formação
útero materno.
social.

Merece destaque também o julgamento da ADPF


DIREITO Á VIDA
54, em que o STF reconheceu o direito da gestante
O direito à vida está previsto no caput do art. 5º e
de submeter-se ao aborto na hipótese de gravidez
pode ser observado por dois prismas, quais sejam:
de feto anencéfalo, previamente diagnosticada por
profissional habilitado.
a) O direito de permanecer vivo e
b) O direitos a uma vida digna.
DIREITO Á LIBERDADE

O direito a permanecer vivo abrange a vida PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA


RESERVA LEGAL
extrauterina (a criança que nasceu com vida) e
também a vida intrauterina (dentro do útero Quando falamos no princípio da legalidade, estamos
materno). Tanto é verdade que o direito, como tratando da possibilidade de o Estado instituir
regra, não tolera o aborto, justamente para proteger obrigações por meio de lei em sentido amplo. Lei
a vida em gestação. em sentido amplo abrange lei em sentido estrito
(uma lei ordinária, por exemplo) e, também, atos
O direito a uma vida digna, por sua vez, garante as
administrativos de caráter normativo.
necessidades vitais básicas, proibindo qualquer
tratamento desumano, como a tortura, penas de É a expressão do inciso II do art. 5º, em que a
caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. (art. Constituição estabelece que ninguém seráobrigado a
5º, III e XLVII). fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
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virtude de lei. Nesse caso, lei quer dizer lei em proporcional ao agravo,
além da indenização por
sentido amplo, isto é, normas constitucionais, leis
dano material, moral ou à
em sentido estrito e atos administrativos imagem;
normativos (decretos, portarias, instruções
DICA DO PROF. JEAN: Cuidado como a
normativas etc.).
partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter
aditivo, ou seja, caso haja um dano
Por outro lado, o princípio da reserva legal exige material, um dano moral e um dano à
imagem provenientes de um mesmo
que a regulamentação de determinada matéria
fato, caberá indenização pelos três
constitucional seja feita obrigatoriamente por lei em danos cumulativamente.
sentido estrito, como, por exemplo, o caso previsto
no inc. XXXIX do art. 5º, que exige lei em sentido Art. 5º, IX – é livre a
expressão da atividade
estrito (lei ordinária) para a instituição de crimes e
intelectual, artística,
penas. Aqui, lei significa lei em sentido estrito. científica e de comunicação,
independentemente de
censura ou licença;
VEDAÇÃO Á TORTURA E AO
TRATAMENTO DESUMANO OU
Importante deixar muito claro que, no Brasil, não
DEGRADANTE
mais se fala em censura prévia, prática muito
Art. 5º, III – ninguém será
comum na época da ditadura militar.
submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou
degradante; Art. 5º, XIV – é assegurado
a todos o acesso à
Esta previsão é uma decorrência clara do direito à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando
vida, sob a ótica do direito à existência digna.
necessário ao exercício
profissional;
Para alguns doutrinadores, esse seria o único direito
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE
absoluto, junto com a vedação aescravidão.
CRENÇA E DE CONVICÇÃO FILOSÓFICA
OU POLÍTICA
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Art. 5º, VI – é inviolável a
Art. 5º, IV – é livre a liberdade de consciência e
manifestação do de crença, sendo
pensamento, sendo vedado assegurado o livre exercício
o anonimato; dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a
A exigência de vedação ao anonimato garante o proteção aos locais de culto
e a suas liturgias.
direito de resposta, que será estudado no inciso Art. 5º, VII – é assegurada,
seguinte. nos termos da lei, a
prestação de assistência
religiosa nas entidades civis
Art. 5º, V – é assegurado o e militares de internação
direito de resposta,
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coletiva; das pessoas, direitos não referenciados de modo
Art. 5º, VIII – ninguém será
expresso no caput do dispositivo, mas que estão,
privado de direitos por
motivo de crença religiosa sem dúvida, conectados ao direito à vida,
ou de convicção filosófica
especialmente na sua segunda acepção (direito à
ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de uma vidadigna).
obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a
Não é simples distinguir a vida privada da
cumprir prestação
alternativa, fixada em lei; intimidade, razão pela qual alguns autores
entendem que ambas designam a mesma coisa. A
O inciso VIII é conhecido pela doutrina como escusa
honra é um bem imaterial conectado ao valor moral
de consciência
do indivíduo, podendo ser compreendida como a
Esquematizando... reputação, o bom nome e a boa fama que o sujeito
goza na vida em sociedade.
Diante de uma obrigação a todos imposta, por
exemplo: serviço militar escusa de consciência DIREITO Á INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
religiosa, política ou filosófica para não cumprir
Segundo o artigo 5º, XI, ―a casa é asilo inviolável
aquela obrigação terá que cumprir uma prestação
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
social alternativa (lei 8.239/91, art. 3°, §2º -
consentimento do morador, salvo em caso de
regulamenta a prestação alternativa).
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial‖. Ou
Professor, e se não cumprir a prestação social
seja, ninguém, especialmente a autoridade pública,
alternativa? Haverá a suspensão de todos os
pode entrar na casa alheia sem consentimento do
direitos políticos. Cuidado que as bancas
morador, exceto:
colocam “Perda”.

1. Em caso de flagrante delito (a qualquer


INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA
PRIVACIDADE, DA HONRA E DA IMAGEM hora);
2. Desastre (a qualquer hora);
Art. 5º, X – são invioláveis a
intimidade, a vida privada, a 3. Socorro (a qualquer hora);
honra e a imagem das
4. Por determinação judicial (durante o dia).
pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo
dano material ou moral DICA: O conceito de “casa”, para os fins
decorrente de sua violação; da proteção jurídico-constitucional a
que se refere o artigo 5º, XI, reveste-se
A Constituição tutela a privacidade no inciso X do de caráter mais amplo do que a ideia
geral de mera residência, pois,
art. 5º, contemplando a inviolabilidade da
compreende:
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem a) qualquer compartimento habitado
unifamiliar;
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b) qualquer aposento ocupado de ordem judicial, nas hipóteses
habitação coletiva; e e na forma que a lei
c) qualquer compartimento privado estabelecer para fins de
onde alguém exerce profissão ou investigação criminal ou
atividade. instrução processual penal;
No caso da letra “c”, a ideia central é a
seguinte: o princípio da inviolabilidade Percebam que a Constituição só ressalva as
domiciliar estende-se ao espaço em que
comunicações telefônicas por ordem de JUIZ e
alguém exerce, com exclusão de
terceiros, qualquer atividade de índole para fins de investigação criminal ou instrução
profissional.
processual penal. Não se pode afirmar, além disso,
Outra celeuma existente é a definição de ―dia‖para que o sigilo das correspondências e das
os fins da inviolabilidade domiciliar. comunicações telegráficas e de dados seria direito
absoluto. Aliás, conforme vimos, os direitos
A doutrina, para responder a essa indagação,
fundamentais são relativos.
desenvolveu duas correntes:
A título de exemplo, a jurisprudência do STF admite
a) A que adota o critério físico-astronômico;
a interceptação da carta do preso pela
b) E a que adota o critério cronológico.
administração penitenciária com a finalidade de se

O critério físico-astronômico afirma que ―dia‖ é o evitar a prática de ilícitos. Aplica-se à espécie a

lapso temporal existente entre a aurora e o ponderação de interesses, já que os direitos

crepúsculo, ou seja, enquanto houver sol. Já pelo fundamentais não podem servir como escudo para

critério cronológico, ―dia‖ é o intervalo entre as 6 práticas de atividades ilícitas.

horas da manhã até as 18 horas.


LIBERDADE PROFISSIONAL
ATENÇÃO!!! O STF reconhece que se
uma diligência começou dentro do Art. 5º, XIII – é livre o
horário adequado (durante o dia), exercício de qualquer
porém, em face da complexidade do trabalho, ofício ou profissão,
fato, estendeu-se para além das 18 atendidas as qualificações
horas, não se fala em violação da profissionais que a lei
proteção constitucional ao domicílio, ou estabelecer;
seja, não se pode arguir a ilicitude da
prova colhida nessa diligência. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO

SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA E DA Art. 5º, XV – é livre a


COMUNICAÇÕES locomoção no território
nacional em tempo de paz,
Art. 5º, XII – é inviolável o podendo qualquer pessoa,
sigilo da correspondência e nos termos da lei, nele
das comunicações entrar, permanecer ou dele
telegráficas, de dados e das sair com seus bens;
comunicações telefônicas,
salvo, no último caso, por
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LIBERDADE DE REUNIÃO têm legitimidade para
representar seus filiados
Art. 5º, XVI – todos podem judicial ou
reunir-se pacificamente, sem extrajudicialmente;
armas, em locais abertos ao
público, independentemente ATENÇÃO: quando se tratar de
de autorização, desde que mandado de segurança coletivo, não
não frustrem outra reunião há necessidade de autorização.
anteriormente convocada Súmula 629, STF: A impetração de
para o mesmo local, sendo mandado de segurança coletivo por
apenas exigido prévio aviso entidade de classe em favor dos
à autoridade competente; associados independe da
autorização destes.
ATENÇÃO ESPECIAL: O exercício do
direito de reunião, sempre pacífico e DIREITO DE PROPRIEDADE
sem armas, independe de autorização; o
que se exige é prévio aviso para não Art. 5º, XXII – é garantido o
frustrar outra reunião marcada para o
direito de propriedade;
mesmo local.
Art. 5º, XXIII – a propriedade
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO atenderá a sua função social;

Art. 5º, XVII – é plena a


liberdade de associação DESAPROPRIAÇÃO
para fins lícitos, vedada a
de caráter paramilitar;
Art. 5º, XXIV – a lei
Art. 5º, XVIII – a criação de estabelecerá o procedimento
associações e, na forma da para despropriação por
lei, a de cooperativas necessidade ou utilidade
independem de autorização, pública, ou por interesse
sendo vedada a social, mediante justa eprévia
interferência estatal em seu indenização em dinheiro,
funcionamento; ressalvados os casos
previstosnesta Constituição;
Art. 5º, XIX – as
associações só poderão ser REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas Art. 5º, XXV – no caso de
atividades suspensas por iminente perigo público, a
decisão JUDICIAL, exigindo- autoridade competente
se, no primeiro caso, o poderá usar de propriedade
trânsito em julgado; particular, assegurada ao
proprietário indenização
Art. 5º, XX – ninguém ulterior, se houver dano;
poderá ser compelido a
associar-se ou a PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA RURAL
permanecer associado;
Art. 5º, XXI – as entidades Art. 5º, XXVI – a pequena
associativas, quando propriedade rural, assim
expressamente autorizadas, definida em lei, desde que
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trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para
pagamento de débitos DIREITO DE SUCESSÃO
decorrentes de sua
atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os Art. 5º , XXX – é garantido
meios de financiar o seu o direito de herança;
desenvolvimento;
Art. 5º , XXXI – a sucessão
DIREITOS AUTORAIS de bens de estrangeiros
situados no País será
Art. 5º , XXVII – aos autores regulada pela lei brasileira
pertence o direito exclusivo em benefício do cônjuge ou
de utilização, publicação ou dos filhos brasileiros,
reprodução de suas obras, sempre que não lhes seja
transmissível aos herdeiros mais favorável a lei pessoal
pelo tempo que a lei fixar; do de cujus;

Art. 5º , XXVIII – são DEFESA DO CONSUMIDOR


assegurados, nos termos da
lei:
Art. 5º , XXXII – o Estado
a) a proteção às participações individuais em promoverá, na forma da lei, a
obras coletivas e à reprodução da imagem e defesa do consumidor;

voz humanas, inclusive nas atividades


desportivas; DIREITO DE INFORMAÇÃO
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que
Segundo o art. 5º, XXXIII –
participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindi cais e todos têm direito a receber dos órgãos públicos
associativas; informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
PROTEÇÃO A PROPRIEDADE INDUSTRIAL
prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
Art. 5º, XXIX – a lei ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
assegurará aos autores de
inventos industriais privilégio à segurança da sociedade e do Estado;
temporário para sua
utilização, bem como Trata-se, no caso, de um remédio constitucional de
proteção às criações
industriais, à propriedade natureza administrativa, que decorre do princípio
das marcas, aos nomes de da publicidade. É um instrumento que viabiliza o
empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o controle popular sobre a coisa pública.
interes se social e o
desenvolvimentotecnológico
e econômico do País;
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Cuidado!!! Não se trata de direito Também é um remédio constitucional de natureza
absoluto, uma vez que o Poder administrativa, no entanto, difere no que tange à
Público pode se recusar a prestar a
informação quando: legitimação, haja vista possuir caráter
o sigilo for imprescindível à personalíssimo, ou seja, não se presta à obtenção de
segurança da sociedade;
o sigilo for imprescindível à cópias de documentos que digam respeito a
segurança do Estado; e terceiros.
o sigilo for imprescindível à
preservação da privacidade de
terceiros. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da


apreciação do Poder Judiciário lesão
DIREITO DE PETIÇÃO ou ameaça a direito;

À luz do art. 5º, inc. XXXIV, alínea ―a‖, são atodos IRRETROATIVIDADE RELATIVA DAS LEIS
assegurados, independentemente do pagamento de De acordo com o art. 5º, inc. XXXVI, a lei não
taxas, o direito de petição aos poderes públicos em prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de perfeito e a coisa julgada.
poder.
Essa norma constitucional tem por finalidade
Cuida-se de outro remédio constitucional de proteger a segurança das relações jurídicas já
natureza administrativa, cuja legitimidade ativa consolidadas e a estabilidade das relações sociais.
compete a qualquer pessoa, não necessitando de
assistência de advogado. DIREITO AO JUIZ NATURAL

Art. 5º, XXXVII – não haverá


Na esteira da gratuidade do direito de petição, juízo outribunal de exceção;
temos a Súmula Vinculante 21 quedetermina que ―é
Art. 5º , LIII – ninguém será
inconstitucional a exigência de depósito ou processado nem
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para sentenciado senão pela
autoridade competente;
admissibilidade de recurso administrativo‖.
JURI POPULAR
DIREITO DE CERTIDÃO
Art. 5º , XXXVIII – é
São a todos assegurados, independentemente do reconhecida a instituição do
júri, com a organização que
pagamento de taxas, a obtenção de certidão em lhe der a lei, assegurados:
repartição pública, para defesa de direitos e
a) a plenitude de defesa;
esclarecimento de situações de interesse pessoal b) o sigilo das votações;
(art. 5o, inc. XXXIV, alínea ―b‖). c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o
julgamento dos crimes
dolosos contra a vida;
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IRRETROATIVIDADE RELATIVA DA LEI inafiançáveis e insuscetíveis
PENAL de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de
Art. 5º , XXXIX – não há entorpecentes e drogas
crime sem lei anterior que o afins, o terrorismo e os
defina, nem pena sem prévia definidos como crimes
cominação legal; hediondos, por eles
respondendo os mandantes,
Art. 5º, XL – a lei penal não os executores e os que,
retroagirá, salvo para podendo evitá- los, se
beneficiar oréu; omitirem;

PUNIÇÃO ÀS DISCRIMINAÇÕES PESSOALIDADE DA PENA,


ATENTATÓRIAS INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA E PENAS
PROIBIDAS
Art. 5º , XLI – a lei punirá
qualquer discriminação Art. 5º, XLV – nenhuma
atentatória dos direitos e pena passará da pessoa do
liberdades fundamentais; condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS e a decretação do
perdimento de bens ser, nos
É certo que o Estado detém o monopólio do jus termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles
puniendi – direito de punir. Esse poder
executadas, até o limite do
sancionatório, como regra, perde-se com o tempo valor do patrimônio
transferido;
(ou seja, prescreve), em homenagem à segurança
jurídica e à estabilidade das relações humanas. Art. 5º, XLVI – a lei regulará
a individualização da pena e
adotará, entre outras, as
A imprescritibilidade das infrações penais constitui,
seguintes:
portanto, uma exceção à regra geral de que os a) privação ou
restrição daliberdade;
crimes prescrevem. Na verdade, só vigoram no
b) perda de bens;
Brasil duas hipóteses de crimes imprescritíveis c) multa;
d) prestação social alternativa;
previstas no texto constitucional:
e) suspensão ou interdição
dedireitos;
a) racismo (art. 5º, XLII); e
b) ação de grupos armados, civis ou Art. 5º, XLVII – não haverá
penas:
militares, contra a ordem constitucional e a) de morte, salvo em caso de
o Estado de Direito (art. 5º, XLIV). guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS, c) de trabalhos forçados;
TERRORISMO E CRIMES HEDIONDOS d) de banimento;
e) cruéis;

Art. 5º, XLIII – a lei


considerará crimes
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CUMPRIMENTO DA PENA E DIREITO AO CONTRADITÓRIO E À
ALEITAMENTO MATERNO AMPLA DEFESA

Art. 5º, XLVIII – a pena será Art. 5°, LV – aos litigantes,


cumprida em em processo judicial ou
estabelecimentos distintos, admnistrativo, e aos
de acordo com a natureza acusados em geral são
do delito, a idade e o sexo assegurados o contraditório
do apenado; e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela
Art. 5º, L – às presidiárias inerentes;
serão asseguradas
condições para que possam VEDAÇÃO ÁS PROVAS ILÍCITAS
permanecer com seus filhos
durante o período de Art. 5°, LVI – são
amamentação; inadmissíveis, no processo,
as provas obtidas por meios
RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA E ilícitos;
MORAL DO PRESO
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
Art. 5º, XLIX – é assegurado INOCÊNCIA
aos presos o respeito à
integridade física e moral; Art. 5º, LVII – ninguém será
considerado culpado até o
EXTRADIÇÃO trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
Art. 5º, LI – nenhum
brasileiro será extraditado, IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
salvo o naturalizado, em
caso de crime comum, Art. 5º, LVIII – o civilmente
praticado antes da identificado não será
naturalização, ou de submetido a identificação
comprovado envolvimento em criminal, salvo nas
tráfico ilícito de hipóteses previstas em lei;
entorpecentes e drogas afins,
naforma da lei; AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA
PÚBLICA
Art. 5º, LII – não será
concedida extradição de Art. 5º, LIX – será admitida
estrangeiro por crime político ação privada nos crimes de
ou de opinião; ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
DIREITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS
Art. 5º, LIV – ninguém será PROCESSUAIS
privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido Art. 5º, LX – a lei só poderá
processo legal; restringir a publicidade dos
atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
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PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS PARA PRISÃO CIVIL POR DIVIDA
A PRISÃO
Art. 5º, LXVII – não haverá
Art. 5º, LXI – ninguém será prisão civil por dívida, salvo
preso senão em flagrante a do responsável pelo
delito ou por ordem escrita e inadimplemento voluntário e
fundamentada de autoridade inescusável de obrigação
judiciária competente, salvo alimentícia e a do
nos casos de transgressão depositário infiel;
militar ou crime
propriamente militar, ATENÇÃO: Muito embora a Constituição
definidos em lei; preveja duas hipóteses de prisão civil por
dívida, o STF firmou relevante
Art. 5°, LXVI – ninguém entendimento de que não é possível a
será levado à prisão ou nela prisão civil do depositário infiel. Ou seja,
mantido, quando a lei a prisão civil por dívida é aplicável
admitir a liberdade apenas ao responsável pelo
provisória, com ou sem inadimplemento voluntário e inescusável
fiança; de obrigação alimentícia.

DIREITOS DO PRESO Isso, aliás, ficou consignado na Súmula


Vinculante 25: é ilícita a prisão civil de
Art. 5º, LXII – a prisão de depositário infiel, qualquer que seja a
qualquer pessoa e o local modalidade do depósito.
onde se encontre serão
comunicados
imediatamente ao juiz HABEAS CORPUS
competente e à família do
preso ou à pessoa por ele Antes de falarmos especificamente do habeas
indicada;
corpus (HC), vamos explicar o que são os remédios
Art. 5º, LXIII – o preso será constitucionais.
informado de seus direitos,
entre os quais o de
permanecer calado, sendo- Bem, remédios constitucionais são garantias
lhe assegurada a assistência presentes no art. 5º, que servem para tutelar um
da família e de advogado;
determinado direito quando atacado por uma
Art. 5º, LXIV – o preso tem ilegalidade ou abuso de poder.
direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório Temos remédios constitucionais de natureza
policial; administrativa, que são os já estudados direito de
Art. 5º, LXV – a prisão ilegal informação, direito de petição e direito de certidão,
será imediatamente relaxada e remédios de natureza judicial: o habeas corpus, o
pela autoridade judiciária;
mandado de segurança (individual e coletivo), o
mandado de injunção (individual e coletivo), o
habeas data e a ação popular.
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Os remédios administrativos recebem essa A jurisprudência do STF admite, também, que
designação porque são utilizados perante a pessoa jurídica entre com o habeas corpus. Num
Administração Pública. Por sua vez, os remédios primeiro momento isso pode soar estranho, uma
judiciais são utilizados junto ao Poder Judiciário vez que a pessoa jurídica não tem liberdade de
como verdadeiras ações constitucionais. locomoção. Na verdade, nesse caso, a pessoa
jurídica é a impetrante, tendo obrigatoriamente uma
Feita essa breve introdução, falemos do HC. O
pessoa física como beneficiária da ordem (exemplo:
habeas corpus é uma espécie de remédio
empresaem benefício de seu diretor).
constitucional de natureza judicial que visa garantir
a liberdade de locomoção em face de ilegalidades Outro ponto que merece destaque é a legitimidade
ou abusos de poder. passiva, ou seja, contra quem será impetrado o HC,
aquilo que se chama de autoridade coatora. Como
Determina o art. 5º, inc. LXVIII: ―conceder-se-á
autoridade coatora, podem figurar tanto autoridades
habeas corpus sempre que alguém sofrer [HC
públicas (situação mais comum), quanto pessoas
repressivo, também chamado de liberatório] ou se
privadas. O exemplo mais elucidativo de pessoa
achar ameaçado de sofrer [HC preventivo, também
privada como autoridade coatora no HC é o diretor
chamado de salvo-conduto] violência ou coação em
de um hospital privado que determina a retenção de
sua liberdade de locomoção [direito de ir, vir e
paciente que se encontra internado até que seja
permanecer], por ilegalidade ou abuso de poder‖.
paga a conta do hospital. É uma determinação
ilegal que afeta a liberdade de locomoção da pessoa,
É uma ação constitucional de natureza penal, cuja
portanto, cabe HC para combater esse ato ilegal que
legitimidade ativa é universal, alcançando o
cerceia a liberdade de locomoção.
Ministério Público e qualquer um do povo, nacional
ou estrangeiro, independentemente de capacidade
Com relação à gratuidade, diz-se que o habeas
civil, de idade, de sexo, de estado mental, podendo
corpus é uma ação judicial isenta de custas (art. 5º,
ingressar em benefíciopróprio ou alheio.
LXXVII). Além disso, os legitimados ativos
(aqueles que entram com a ação) não precisam
Cuidado com a possibilidade de o estrangeiro entrar
constituir advogado.
com o HC sem constituir advogado. Isso é possível,
mas se o estrangeiro for o próprio impetrante do
Por fim, à luz do art. 142, § 2º, não cabe habeas
habeas corpus, a jurisprudência do STF estabelece
corpus em face de transgressão disciplinar. Cuidado
que é obrigatório o uso do vernáculo (língua
com essa afirmação, porque não se deve interpretar
portuguesa), haja vista que o art. 13 determina que
esse comando na literalidade. A jurisprudência do
―a língua portuguesa é oidioma oficial da República
STF entende que não cabe habeas corpus em face
Federativa do Brasil‖.
do mérito da punição disciplinar militar (motivo e

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objeto), entretanto os aspectos extrínsecos do ato Possui como legitimados ativos as pessoas físicas
que aplicou a sanção podem ser objeto de ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
apreciação pelo Poder Judiciário. Por aspectos domiciliadas ou não no Brasil, titulares do direito
extrínsecos entende-se a competência, a forma e a violado.
finalidade do ato punitivo.
Importante que se diga que a Constituição prevê a
MANDADO DE SEGURANÇA possibilidade de impetração de mandado de
segurança coletivo, cuja diferençasitua-se no campo
Estabelece o art. 5º, inc. LXIX: ―conceder- se-á
da legitimação ativa. A legitimidade ativa do MS
mandado de segurança (MS) para proteger direito
coletivo nos é dada pelo art. 5º, inc. LXX. Vejamos
líquido e certo [aquele demonstrado de plano por
meio de prova documental, que prescinde de
Art. 5º, LXX – o mandado
dilação probatória] não amparado por habeas de segurança coletivo pode
ser impetrado por:
corpus ou habeas data [natureza supletiva], quando
a) partido político com
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder representação no Congresso
Nacional; (Basta um Deputado
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica ouum Senador)
no exercício de atribuições do Poder Público b) organização sindical,
entidade de classe ou
[legitimadospassivos]‖. associação legalmente
constituída e em
funcionamento há pelo menos
Conforme lemos, o objeto tutelado pelo mandado
um ano, em defesa dos
de segurança é o direito líquido e certo. Mas o que interesses de seus membros ou
associados;
é isso? Direito líquido e certo, meus alunos, é
aquele demonstrado de plano no momento da CUIDADO: a exigência de um ano de
constituição e funcionamento destina-
impetração da ação, por meio de prova pré-
seapenas às associações, não
constituída. Ou seja, se o direito é líquido e certo, alcançandoas organizações sindicais e
não há necessidade de dilação probatória. entidade de classe.

MANDADO DE INJUNÇÃO
Não há necessidade de prova testemunhal, perícias,
exames, para o autor comprovar que detém o Segundo o art. 5º, LXXI, ―conceder-se-á mandado
melhor direito. Se não houver direito líquido e de injunção (MI) sempre que a falta de norma
certo, não haverá mandado de segurança. regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das
Esta ação tem natureza civil, ainda quando prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
impetrada contra ato de juiz criminal, praticado em e à cidadania‖.
processo penal.
A legitimação ativa recai sobre qualquer pessoa,
física ou jurídica. O que cresce de importância é a
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legitimação passiva. Nesse caso, essa ação III – por organização sindical, entidade de classe ou
constitucional será impetrada SEMPRE em face de associação legalmente constituída e em
autoridades públicas, que têm a obrigação de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para
regulamentar a norma constitucional. assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de
Diz-se que não há hipótese de entidade privada
seus membros ou associados, na forma de seus
regulamentar direito previsto na Constituição
estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
Federal. Portanto, nunca haverá a possibilidade de
dispensada, para tanto, autorização especial;
MI em face de pessoa privada.

O mandado de injunção não é gratuito e, para sua


impetração, é necessária a assistência de advogado. IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela
requerida for especialmente relevante para a
Muito embora não haja previsão constitucional, a
promoção dos direitos humanos e a defesa dos
lei regulamentadora do MI prevê a possibilidade de
direitos individuais e coletivos dos necessitados, na
mandado de injunção coletivo a ser impetrado pelos
forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição
seguintes legitimados, conforme art. 12 da Lei n.
Federal.
13.300 de 2016:
HABEAS DATA
O mandado de injunção coletivo pode ser
O habeas data trata-se de remédio constitucional de
promovido:
natureza civil criado para combater o sigilo das
I – pelo Ministério Público, quando a tutela informações relativas à pessoa do impetrante
requerida for especialmente relevante para a defesa constantes de repartições públicas ou particulares
da ordem jurídica, do regime democrático ou dos acessíveisao público.
interesses sociais ou individuais indisponíveis;

Segundo o art. 5º, inc. LXXII, conceder-se-á habeas


II – por partido político com representação no data (HD) para assegurar o conhecimento de
Congresso Nacional, para assegurar o exercício de informações relativas à pessoa do impetrante,
direitos, liberdades e prerrogativas de seus constantes de registro ou banco de dados de
integrantes ou relacionados com a finalidade entidades governamentais ou de caráter público,
partidária; bem como para retificação desses dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo.

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Fica claro da leitura da Constituição que a
legitimação ativa pertence ao cidadão, assim
A legitimação ativa para impetração do HD é de
entendido como a pessoa física que está no pleno
qualquer pessoa física (brasileira ou estrangeira) ou
gozo dos direitos políticos, comprovados nos autos
jurídica, mas SEMPRE no interesse próprio, jamais
pela juntada do seutítulo de eleitor.
para buscar informações de terceiros, uma vez que
é uma ação constitucional de natureza A ação popular pode assumir a forma preventiva
personalíssima. (ajuizada antes da consumação do ato lesivo) e
repressiva (visando corrigir os efeitos danosos já
Por sua vez, conforme dispõe a Constituição, a
consumados).
legitimidade passiva recairá sobre as entidades
governamentais ou privadas de caráter público, ou ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA
seja, recairá sobre a Administração Públicadireta ou
Art. 5º, LXXIV – o Estado
indireta ou entidades privadas que possuam bancos prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que
de dados abertos ao público (como exemplo, o
comprovarem insuficiência de
serviço de proteção ao crédito – SPC). recursos;

Aplica-se também às pessoas jurídicas.


O HD também é uma ação constitucional gratuita,
tal qual o habeas corpus.
DIREITO Á INDENIZAÇÃO POR ERRO
JUDICIÁRIO OU EXCESSO DE PRISÃO
Art. 5º, LXXVII: são
gratuitas as ações de Art. 5º, LXXV – o Estado
habeas corpus e habeas indenizará o condenado por
data, e, na forma da lei, os erro judiciário, assim como o
atos necessários ao que ficar preso além do
exercício da cidadania. tempo fixadona sentença;
Gratuidade de registro de
AÇÃO POPULAR nascimento e certidão de
óbito
Segundo o art. 5º, inc. LXXIII, ―qualquer cidadão
[legitimado ativo] é parte legítima para propor ação Art. 5º , LXXVI – são
gratuitos para os
popular que vise [finalidade desta ação reconhecidamente pobres,
constitucional] anular ato lesivo ao patrimônio na forma da lei:

público ou de entidade de que o Estado participe, à a) o registro civil de


nascimento;
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
b) a certidão de óbito;
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, c) Gratuidade do habeas
corpus, do habeas data e dos
salvo comprovada má- fé, isento de custas judiciais atos necessários ao exercício
e do ônus da sucumbência‖. da cidadania

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Art. 5º, LXXVII – são gratuitas as ações de outros decorrentes do
habeas corpus e habeas data, e, na forma da regime e dos princípios por
lei, os atos necessários ao exercício da ela adotados, ou dos
cidadania. tratados internacionais em
que a República
PRINCÍPIO DA CELERIDADE Federativa do Brasil seja
PROCESSUAL parte.

Art. 5º, LXXVIII – a todos, É possível afirmar que a Constituição traz um rol
no âmbito judicial e
expresso de direitos e garantias fundamentais. No
administrativo, são
assegurados a razoável entanto, existem direitos e garantias fundamentais
duração do processo e os
que são IMPLÍCITOS.
meios que garantam a
celeridade de sua
tramitação. TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE
DIREITOS HUMANOS EQUIVALENTES À
Cuidado com um detalhe: o STF
EMENDA CONSTITUCIONAL
reconheceu que este princípio também
se aplica aos inquéritos policiais em
convenções internacionais sobre direitos humanos
curso.
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
APLICABILIDADE IMEDIATA DOS Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
dos respectivos membros, serão equivalentes às
Art. 5º, § 1º As normas emendasconstitucionais
definidoras dos direitos e
garantias fundamentais
SUBMISSÃO AO TRIBUNAL PENAL
têm aplicação imediata.
INTERNACIONAL
Mais um ponto com o qual vocês devem tomar
Art. 5º, § 4º O Brasil se
muito cuidado. Muito embora seja um parágrafo do submete à jurisdição de
Tribunal Penal Internacional
art. 5º, tal previsão se aplica a todos os direitos e
a cuja criação tenha
garantias fundamentais, independentemente de manifestado adesão
onde estejam situados na Constituição.
DIREITOS SOCIAIS
Ademais, não é uma regra absoluta, uma vez que é
Vamos trabalhar inicialmente os princípios
possível um direto ou uma garantia ter
atinentes aos direitos sociais e, depois, estudar os
aplicabilidade mediata.
artigos 6º ao 11, dando especial ênfase às normas
ENUMERAÇÃO ABERTA DOS DIREITOS E mais cobradas.
GARANTIAS FUNDAMENTAIS (ROL NÃO
TAXATIVO)
A título de recordação, lembremos que os direitos
Art. 5º, § 2º Os direitos e sociais são, de acordo com a evolução dos direitos
garantias expressos nesta
Constituição não excluem
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e garantias fundamentais, qualificados como de de fornecimento obrigatório, pois inseridos dentro
segunda geração. do mínimo existencial.

PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL


RETROCESSO
Por sua vez, o princípio da reserva do possível
Segundo o princípio da proibição do retrocesso, no
significa que a implementação dos direitos sociais,
grau de concretização dos direitos sociais, o Estado
de caráter sempre oneroso, esbarra no óbice do
brasileiro somente pode avançar, jamais retroceder:
financeiramente possível, vale dizer, o Estado
o Brasil não pode desconstituir as conquistas já
brasileiro só poderá concretizar os direitos sociais
alcançadas pelo povo brasileiro.
quando houver orçamentoadequado para tanto.

Ou seja, o princípio em questão impede que os


A título de exemplo, não pode o ente público ficar
níveis de concretização dos direitos sociais —
condenado a custear todo tratamento que for
saúde, educação, trabalho, assistência social, entre
prescrito por médicos, pois somente os
outros — já atingidos venham a ser reduzidos ou
medicamentos que estão inseridos na lista do
suprimidos.
Ministério da Saúde podem ser considerados de
fornecimento obrigatório, já que estão inseridos
Mas cuidado!!! Há situações em que a política
dentro do mínimo existencial.
pública poderá ser alterada, o que, a princípio,
poderia se caracterizar como um retrocesso social.
Pensemos em tratamentos experimentais sem
No entanto, se o Estado adotar aquilo que o STF
eficácia comprovada no exterior.
chama de políticas compensatórias que garantam a
manutenção das conquistas já realizadas, não haverá Será que o Sistema Único de Saúde, de parco
desrespeito ao princípioda proibição do retrocesso. orçamento, deveria ser condenado a custeá-los em
detrimento dos demais que do SUS necessitam? O
PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL
STF já enfrentou o tema, vejamos:
O princípio do mínimo existencial traduz-se na
[...] obrigar a rede pública a financiar toda e
preservação de um rol mínimo de direitos vitais
qualquer ação e prestação de saúde existente
básicos indispensáveis a uma vida humanadigna.
geraria grave lesão à ordem administrativa e levaria
Tal princípio está intrinsecamente ligado ao ao comprometimento do SUS, de modo a prejudicar
fundamento do Estado brasileiro da dignidade da ainda mais o atendimento médico da parcela da
pessoa humana, previsto no art. 1°, III. Aplica-se o população mais necessitada. [...] os tratamentos
princípio em tela, por exemplo, nos casos de experimentais (sem comprovação científica de sua
entrega de medicamentos que estão inseridos na eficácia) são realizados por laboratórios ou centros
lista do Ministério da Saúde e que são considerados médicos de ponta, consubstanciando-se em
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pesquisas científicas. A participação nesses Ora, como reconhece o próprio Poder Judiciário, a
tratamentos rege-se pelas normas que regulam a saúde é direito de todos e dever do Estado (União,
pesquisa médica e, portanto, o Estado não pode ser Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), o
condenado a fornecê- los. qual deverá garantir à sociedade a efetiva prestação
de serviços mínimos para uma vida digna, não
[...] É relevante apontar que a jurisprudência
podendo valer-se da cláusula da reserva do possível
sufraga o entendimento de a teoria da reserva do
para se abster de dar o efetivo cumprimento ao
possível ser de todo pertinente, quando se ingressa
princípio da dignidade da pessoa humana.
na área de experimentação científica desenvolvida
no exterior, ou seja, a assistência médica prestada Isto é, diante da omissão estatal quanto ao seu
pelo Estado tem seu orçamento submetido a uma dever de entregar ao povo brasileiro o mínimo
política de prioridades, e assim o é em razão de que existencial, cabe ao Poder Judiciário determinar a
cabe a ele o custeio da saúde de milhões de execução das políticas públicas pertinentes, sem
pessoas, de forma que resulta inviável o que isso fira a separação dosPoderes.
deferimento de tratamento fora do Brasil
Nessas situações, o juiz protegerá a Constituição,
considerados experimentais para os poucos que
que determina algumas ações estatais, como, por
recorrem ao judiciário. (Min. GILMAR MENDES
exemplo, a implementaçãode um serviço público de
na Suspensão de Tutela Antecipada n. 175 AgR,
saúde gratuito e de qualidade. Essa atuação
julgado em 17/03/2010)
excepcional do Poder Judiciário na determinação da
DICA DO PROF. JEAN: o princípio da execução de políticas públicas é o que se denomina
reserva do possível encontra seus
ativismo judicial.
limites no mínimo existencial.

Sobre o tema, vejamos elucidativo


Em situações em que o Estado brasileiro deixa de julgado do STJ:
[...] não podem os direitos sociais ficar
entregar voluntariamente o mínimo existencial, condicionados à boa vontade do
justamente porque é o mínimo, alegando a reserva Administrador, sendo de suma
importância que o Judiciário atue como
do possível, o prejudicado poderá buscar a tutela órgão controlador da atividade
judicial do seu direito violado. administrativa. Seria uma distorção
pensar que o princípio da separação dos
poderes, originalmente concebidocom o
Vale dizer: a reserva do financeiramente possível escopo de garantia dos direitos
não é oponível ao controle judicial das políticas fundamentais, pudesse ser utilizado
justamente como óbice à realização dos
públicas, quando o caso concreto envolver o direito direitos sociais, igualmente importantes.
ao mínimoindispensável à dignidade humana. Tratando-se de direito essencial, incluso
no conceito de mínimo existencial,
inexistirá empecilho jurídico para que o
Judiciário estabeleça a inclusão de
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determinada política pública nos planos I – relação de emprego
orçamentários do ente político, protegida contra despedida
mormente quando não houver arbitrária ou sem justa causa,
comprovação objetiva da incapacidade nos termos de lei
econômico-financeira dapessoa estatal complementar, que preverá
(REsp 771.537/RJ, Rel. indenização compensatória,
Min. Eliana Calmon, Segunda Turma,DJ dentre outros direitos;
3.10.2005). II – seguro-desemprego, em
caso de desemprego
DIREITOS SOCIAIS EM ESPÉCIE involuntário;

Art. 6º São direitos sociais a Somente o desemprego involuntário autoriza o


educação, a saúde, a recebimento do seguro- desemprego. Caso o
alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o trabalhador peça demissão (desemprego voluntário)
lazer, a segurança, a não terádireito ao benefício.
previdência social, a
proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos III – fundo de garantia do
desamparados, na forma tempo de serviço;
desta Constituição. IV – salário mínimo, fixado
(Redação dada pela em lei, nacionalmente
Emenda Constitucional n. unificado, capaz de atender a
90, de 2015). suas necessidades vitais
básicas e às de sua família
Primeira informação importante: cuidado com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer,
com o direito ao transporte, inserido no art. 6º pela
vestuário, higiene, transporte
EC n. 90, de 2015. e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe
Outro dado relevante: o art. 6º nos traz preservem o poder aquisitivo,
um rol exemplificativo de direitos sendo vedada sua vinculação
sociais. O rol é exemplificativo porque para qualquer fim;
existem outros direitos sociais
espalhados pela Constituição Federal, Sobre esse ponto, cuidado com a Súmula
especialmente no Título VIII, que versa Vinculante n. 4: ―Salvo nos casos previstos na
justamente sobre a Ordem Social.
Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de
Art. 7º São direitos dos trabalhadores servidor público ou de empregado, nem ser
urbanos e rurais, além de outros que substituído por decisão judicial.‖.
visem à melhoria de sua condição
social:
Quando a Súmula Vinculante n. 4 grafa ―salvo nos
casos previstos na Constituição‖, está se referindo
O caput do art. 7º nos informa que os direitos
ao art. 58 do ADCT, que determina:
sociais individuais dos trabalhadores urbanos e
rurais são os mesmos.

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Art. 58. Os benefícios de prestação ser devotados ao nosso objeto de estudo: a
continuada, mantidos pela previdência Constituição Federal.
social na data da promulgação da
Constituição, terão seus valores
revistos, afim de que seja VII - garantia de salário, nunca inferior ao
mínimo, para os que percebem
restabelecido o poder aquisitivo,
remuneração variável;
expresso em número de salários VIII – décimo terceiro salário com base na
mínimos, que tinham na data de sua remuneração integral ou no valor da
concessão, obedecendo-se a esse aposentadoria;
critério de atualização até na IX – remuneração do trabalho noturno
implantação do planode custeio e superior à do diurno;
benefícios referidos no artigo seguinte. X – proteção do salário na forma da lei,
Parágrafo único. As prestações mensais constituindo crime sua retenção dolosa;
dos benefícios atualizadas de acordo com XI – participação nos lucros, ou
resultados, desvinculada da
ATENÇÃO PARA AS SÚMULAS remuneração, e, excepcionalmente,
VINCULANTES: participação na gestão da
Súmula Vinculante n. 6: Não viola a empresa,conforme definido em lei;
Constituição o estabelecimento de XII - salário-família pago em razão do
remuneração inferior ao salário mínimo dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
paraas praças prestadoras de serviço
militar inicial. XII – duração do trabalho normal não
superior a oito horas diárias e quarenta e
Súmula Vinculante n. 16: Os artigos 7º ,
quatro semanais, facultada a compensação
IV, e39, § 3º (redação da EC 19/98), da de horários e a redução da jornada,
Constituição, referem-se ao total da mediante acordo ou convenção coletiva de
remuneração percebida pelo servidor trabalho;
público. XIII – jornada de seis horas para o
Por fim, o Supremo Tribunal Federal trabalho realizado em turnos ininterruptos
reafirmou a jurisprudência da Corte no de revezamento, salvo negociação coletiva;
sentido de que a fixação de pensão
alimentícia em salários mínimos não Entendem-se por turnos ininterruptos de
viola aConstituição (ARE 842.157, com
revezamento aqueles em que grupos de
repercussão geral reconhecida).
trabalhadores se sucedem nos mesmos locais de
V – piso salarial proporcional
trabalho, cumprindo horários que permitam o
à extensão e à complexidade
do trabalho; funcionamento ininterrupto da empresa
VI – irredutibilidade do
salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo; XV - repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço
extraordinário superior, no mínimo, em
Quando lidamos com os direitos sociais no estudo
cinquenta por cento à do normal;
do Direito Constitucional, temos de ser fiéis ao XVII – gozo de férias anuais remuneradas
com, pelo menos, um terço a mais do que o
texto da Constituição. Em outras palavras, salário normal;
estamos num limiar muito tênue entre o Direito XVII – licença à gestante, sem prejuízo
do emprego e do salário, com a
Constitucional e o Direito do Trabalho e temos de duração de cento e vinte dias;

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XIX – licença-paternidade, nos termos Parágrafo único. São assegurados à
fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da categoria dos trabalhadores domésticos os
mulher, mediante incentivos específicos, direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII,
nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
nostermos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao atendidas as condições estabelecidas em lei e
trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança; observada a simplificação do cumprimento das
XXIII– adicional de remuneração para as obrigações tributárias, principais e acessórias,
atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei; decorrentes da relação de trabalho e suas
XXIV – aposentadoria;
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
XXV – assistência gratuita aos filhos e
dependentes desde o nascimento até 5 IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
(cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; integração à previdência social.
XXVI – reconhecimento das convenções e
acordos coletivos de trabalho; Visto isso, vamos passar para os direitos sociais
XXVII – proteção em face da automação,
naforma da lei; sindicais.
XXVIII – seguro contra acidentes de
trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou Art. 8° É livre a associação profissional
culpa; ou sindical, observado o seguinte:
XXIX – ação, quanto aos créditos I – a lei não poderá exigir autorização
resultantes das relações de trabalho, com do Estado para a fundação de
prazo prescricional de cinco anos para os sindicato, ressalvado o registro no órgão
trabalhadores urbanos e rurais, até o competente, vedadas ao Poder Público
limite de dois anos após a extinção do a interferência e a intervenção na
contrato detrabalho; organização sindical;
XXX – proibição de diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de O inciso I do art. 8° trata do chamado prncípio da
admissão por motivo de sexo, idade, cor
ouestado civil; autonomia sindical.
XXXI – proibição de qualquer
discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador Aspectos intrigantes é o seguinte: o inciso faz
portador de deficiência; referência a registro no ―órgão competente‖.
XXXII – proibição de distinção entre
trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre osprofissionais respectivos; Mas qual seria esse órgão? A resposta nos é dada
XXXIII – proibição de trabalho noturno,
pela Súmula n. 677, do STF. Vejamos: ―até que lei
perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do
de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos; Trabalho proceder ao registro das entidades
XXXIV – igualdade de direitos entre o sindicais e zelar pela observância do princípio da
trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso. unicidade‖.

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Percebam que a Súmula aborda o princípio da sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
unicidade.
VII – o aposentado filiado tem direito a
II – é vedada a criação de mais de votar e ser votado nas organizações
sindicais
uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de VIII – é vedada a dispensa do
empregado sindicalizado a partir do
categoria profissional ou econômica,
registro da candidatura a cargo de
na mesma base territorial, que será direção ou representação sindical e, se
eleito, ainda que suplente, até um ano
definida pelos trabalhadores ou
após o final do mandato, salvo se
empregadores interessados, não cometer falta grave nos termos dalei.
podendo ser inferior à área de um
Município; Esse é o já citado Parágrafo único. As disposições deste artigo
princípio da unicidade sindical. aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
Chama-se unicidade porque, para colônias de pescadores, atendidas as condições que
cada categoria profissional ou a lei estabelecer.
econômica, é criado um único
O próximo artigo nos traz o perfil constitucional do
sindicato numa determinada base
direito de greve. Justamente por ser um direito, a
territorial. Quem é que define a
simples adesão à greve não constitui falta grave,
base territorial do sindicato? Os
conforme nos ensina a Súmula n. 316, do STF.
próprios sindicalizados, nunca
podendo ela ser inferior a um
CF: Art. 9º É assegurado o
Município direito de greve, competindo
aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de
III – ao sindicato cabe a defesa dos
exercê-lo e sobre os
direitos e interesses coletivos ou
interesses que devam por
individuais da categoria, inclusive em
meio dele defender.
questões judiciais ouadministrativas;
§ 1º A lei definirá os serviços
ou atividades essenciais e
IV – a assembleia geral fixará a
disporá sobre o atendimento
contribuição [confederativa] que, em
das necessidades inadiáveis
se tratando de categoria profissional,
da comunidade.
será descontada em folha, para
§ 2º Os abusos cometidos
custeio do sistema confederativo da
sujeitam os responsáveis às
representação sindical respectiva,
penas da lei.
independentemente da contribuição
Art. 10. É assegurada a
[sindical] prevista em lei;
participação dos
trabalhadores e
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou
empregadores nos
a manter-se filiado a sindicato;
colegiados dos orgãos
públicos em que seus
VI – é obrigatória a participação dos
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interesses profissionais ou CRITÉRIOS PARA ADOÇÃO DE
previdenciários sejam objeto NACIONALIDADE PRIMÁRIA
de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de Para a definição da nacionalidade primária, a
mais de duzentos
Constituição adota dois critérios:
empregados, é assegurada a
eleição de um representante
destes com a finalidade a) ius sanguinis: critério sanguíneo
exclusiva de promover- lhes o
pautado nahereditariedade;
entendimento direto com os
empregadores. b) ius solis: critério territorial, sendo
irrelevantea nacionalidade dos pais.
NACIONALIDADE
A nossa atual CF adotou como regra o critério ius
CONCEITO
solis, permitindo a utilização do ius sanguinis em
Conforme nos ensina José Afonso da Silva, a algumas hipóteses que estudaremos a seguir.
nacionalidade é um vínculo jurídico- político de Vejamos.
Direito público interno, que faz da pessoa um dos
NACIONALIDADE PRIMÁRIA
elementos componentes da dimensão pessoal do
Estado (o seu povo — conjunto de nacionais — Segundo o art. 12, I, são brasileiros natos:
brasileiros natos enaturalizados).
a) os nascidos na República Federativa do
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de
Temos duas espécies de nacionalidade, quais sejam:
seu país [de origem];
a) primária (originária, de 1º grau,
Aqui se adota o critério do ius solis: nasceu no
involuntária, ou nata): resultante de um
Brasil, será, em princípio, brasileiro nato. Só não
fato natural (o nascimento). Trata-se de
será brasileiro nato aquele que aqui nascer se houver
aquisição involuntária de nacionalidade,
a conjugação e dois fatores:
decorrente do simples nascimento
ligado a um critério constitucional;
1) ambos os pais estrangeiros;
b) secundária (adquirida, por aquisição, de
2) pelo menos um deles deve estar no
2º grau, voluntária, ou por
território brasileiro a serviço do seu País
naturalização): é a que se adquire por
de origem.
ato de vontade, depois do nascimento,
somado ao cumprimento de um Muito cuidado com um detalhe: se estiver a serviço
requisito constitucional. de um terceiro País, o nascido na República
Federativa do Brasil será considerado brasileiro

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nato. Exemplo: se um casal deportugueses estiver a diplomática ou consular); e
serviço da Espanha no Brasil, o filho deles, nascido
II – os nascidos no
no Brasil, será considerado brasileiro nato. estrangeiro, de pai brasileiro
ou de mãe brasileira, desde
que venham a residir na
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
República Federativa do
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a
esteja a serviço da República Federativa do
maioridade, pela
Brasil; nacionalidade brasileira.

A segunda hipótese é o que a doutrina chama de


Na alínea ―b‖, adota-se o critério ius sanguinis.
nacionalidade originária potestativa. Importante
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ressaltar que essa opção pela nacionalidade
ou de mãe brasileira, desde que sejam originária brasileira é considerada pelo STF como
registrados em repartição brasileira personalíssima: só pode ser exercida pela própria
competente ou venham a residir na pessoa interessada, a partir dos 18 anos.
República Federativa do Brasil e optem, em
Antes de manifestar a opção confirmativa, haveria
qualquer tempo, depois de atingida a
uma nacionalidade provisória, suspensa ao atingir
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
os 18 anos, até que fosse manifestada a opção para
Cuidado com a expressão “estar a se adquirir, definitivamente, a nacionalidade
serviço da República Federativa do
Brasil”. brasileira.
“A serviço da República Federativa
do Brasil” é expressão que abrange As hipóteses de nacionalidade originária estão
todos os órgãos e todas as entidades
da Administração Pública direta e dispostas em rol taxativo, não podendo a lei
indireta da União, dos Estados, do infraconstitucional criar outros casos.
Distrito Federal ou dos Municípios.
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA
No caso da alínea ―c‖, adota-se o critério ius A nacionalidade secundária é aquela adquirida pelo
sanguinis.
estrangeiro que passa por um processo de
naturalização.
Na verdade, a alínea ―c‖ consagra duas hipóteses
distintas de nacionalidadeoriginária: Com efeito, considera-se naturalização o processo
que permite ao estrangeiro adotar a nacionalidade
I– os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro do país em que se encontra, desde que preenchidos
ou de mãe brasileira, desde os requisitos legais. No nosso caso, essas hipóteses
que sejam registrados em
repartição brasileira
competente (repartição
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constitucionais estão previstas no art. 12, inciso II, O § 1º do art. 12 trata de forma diferente os
portugueses residentes no Brasil. .
vejamos:

a) os que, na forma da lei, § 1º Aos portugueses com


adquiram a nacionalidade residência permanente no
brasileira, exigidas aos País, se houver
originários de países de reciprocidade em favor de
língua portuguesa apenas brasileiros, serão atribuídos
residência por um ano os direitos inerentes ao
ininterrupto e idoneidade brasileiro, salvo os casos
moral; previstos nestaConstituição.

A alínea ―a‖ consagra a hipótese de naturalização Vale dizer: satisfeitos os pressupostos


ordinária, uma vez que a simples satisfação dos constitucionais de residência permanente no País e
requisitos não assegura ao estrangeiro a reciprocidade, os portugueses não precisam se
nacionalidade brasileira. naturalizar brasileiros para auferir os direitos dos
brasileiros NATURALIZADOS
Importante fixar que a concessão da naturalização,
Mas cuidado: não se trata de uma
como regra, é ato discricionário do Presidente da .
hipótese de naturalização, mas tão
República decorrente da soberania estatal, não se somente de forma de atribuição de
falando, pois, em direito público subjetivo do direitos

requerente.
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS
E NATURALIZADOS
b) os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes
na República Federativa do O art. 12, § 2º, prevê que a lei (no caso, lei
Brasil há mais de quinze
infraconstitucional) não poderá estabelecer
anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde distinção entre brasileiros natos enaturalizados: só a
que requeiram a
Constituição poderá estabelecer esta diferenciação,
nacionalidade brasileira.
e o faz em quatro hipóteses:
Na alínea ―b‖, trata-se de uma hipótese de
naturalização extraordinária (também chamada de 1) Cargos
quinzenária).
São privativos de brasileiros natos os cargos de:
MUITA ATENÇÃO NESSA HORA: nessa situação, não
há discricionariedade do .Presidente da República, Presidente e Vice-Presidente da República;
possuindo o interessado direito público subjetivo à
nacionalidade brasileira, desde que requeira e Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do
preencha os pressupostos constitucionais.
Importante esclarecer que, quando a Constituição Senado Federal; Ministro do Supremo Tribunal
se refere à residência na República Federativa do
Federal; carreira diplomática; oficial das Forças
Brasil,o que se exige é o ânimo de permanecer no
Brasil, isto é, fazer daqui o seu lar. Nesses termos, Armadas; e Ministro de Estado da Defesa (art. 12,
o STF entende que a simples ausência temporária
do estrangeiro não significa que a residência não § 3º).
foi contínua. 27
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CUIDADO: essa previsão alcança tanto VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de
os titulares do cargo quanto os seus
substitutos. trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados
É muito importante memorizar esse pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
rol, uma vez que esse ponto do nosso
curso despenca em concurso público. Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Vamos a um mnemônico: MP3.COM Deputados, todos com mandato de três anos,
A razão é simples: o próprio Presidente da vedada a recondução
República precisa ser brasileiro nato, portanto,
3) Extradição
todos aqueles que estão na sua linha sucessória
também (Vice-Presidente da República, Presidente
Da leitura do art. 5º, inciso LI, o brasileiro nato
da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado
NUNCA será extraditado.
Federal e Ministros do Supremo Tribunal Federal –
arts. 79 e 80). Já o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado,
em caso de crime comum, praticado antes da
Nos casos da carreira diplomática, dos oficiais; das
naturalização, ou de comprovado envolvimento em
Forças Armadas e do Ministro de Estado da Defesa,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
a ideia é proteger a segurançanacional.
forma da lei, praticado a qualquer tempo.

2) Função no Conselho da República


Art. 5º, LI – nenhum
brasileiro será extraditado,
A Constituição reservou seis vagas para brasileiros salvo o naturalizado, em
caso de crime comum,
natos, vejamos:
praticado antes da
naturalização, ou de
Art. 89. O Conselho da comprovado envolvimento
República é órgão superior em tráfico ilícito de
de consulta do Presidente entorpecentes e drogas
da República, e dele afins, na forma da lei;
participam:
I – o Vice-Presidente da
República; 4) Direito de propriedade
II – o Presidente da
Câmara dosDeputados;
Conforme estabelece o art. 222, caput, a
III – o Presidente do
senado Federal; propriedade de empresa jornalística e de
IV – os líderes da maioria
radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa
e daminoria na Câmara dos
Deputados. de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez
V – os líderes da maioria
anos.
e daminoria no Senado
Federal;
VI – o Ministro da Justiça; Art. 222. A propriedade de
empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de
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sons e imagens é privativa passando o brasileiro a possuir dupla nacionalidade,
de brasileiros natos ou
motivo pelo qual a doutrina o qualifica como
naturalizados há mais de dez
anos, ou de pessoas polipátrida (aquele que possui mais de uma
jurídicas constituídas sob as
nacionalidade).Vejamos essas hipóteses:
leis brasileiras e que tenham
sede noPaís.
Art. 12, § 4º Será declarada
PERDA DA NACIONALIDADE a perdada nacionalidade do
brasileiro que: [...]
Segundo o art. 12, § 4º, inciso I, será declarada a II – adquirir outra
nacionalidade,salvo nos
perda da nacionalidade do brasileiro que tiver
casos:
cancelada sua naturalização, por sentença judicial, a) de reconhecimento
de nacionalidade originária
em virtude de atividade nociva ao interesse
pela lei estrangeira;
nacional. b) de imposição de
naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro
Como a Constituição alude aqui a cancelamento da
residente em estado
naturalização, essa hipótese atinge apenas o estrangeiro, como condição
para permanência em seu
brasileiro naturalizado.
território ou para o exercício
de direitos civis;
Outra situação de perda da nacionalidade brasileira
IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS NACIONAIS
ocorre quando o brasileiro (nato ou naturalizado)
adquire outra nacionalidade, salvo se ocorrer uma Art. 13. A língua portuguesa
é o idioma oficial da
das hipóteses citadas nas alíneas ―a‖ e ―b‖ (art. 12,
República Federativa do
§ 4º, II). Brasil.
§ 1º São símbolos da
República Federativa do
Art. 12, § 4º Será declarada
Brasil a bandeira, o hino, as
a perda da nacionalidade do
armas e o selo nacionais.
brasileiro que:
§ 2º Os Estados, o Distrito
I – tiver cancelada sua
Federal e os Municípios
naturalização, por sentença
poderão ter símbolos
judicial, em virtude de
próprios.
atividade nociva ao interesse
nacional;
DIREITOS POLÍTICOS
II – adquirir outra
nacionalidade, salvo nos
CONCEITO
casos: [...]
Segundo José Afonso da Silva, os direitos políticos,
DUPLA NACIONALIDADE
consistem no ―conjunto de normas que asseguram o
O art. 12, § 4º, II, alíneas ―a‖ e ―b‖, traz duas
direito subjetivo de participação no processo
situações em que a escolha por outra nacionalidade
político e nos órgãosgovernamentais‖
não provoca a perda da nacionalidade brasileira,

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Em outras palavras, são um conjunto de normas Ora, o direito ao sufrágio garante aos brasileiros o
constitucionais e infraconstitucionaisque asseguram direito de votar nos plebiscitos e nos referendos.
a participação do povo no processo político, Mas qual a diferença entre os dois institutos?
votando, sendo votado e apresentando projetos de Ambos são consultas populares diretas, a diferença
lei de inciativa popular. está no momento da manifestação do povo:

Importante saber desde logo que, em Direito a) se antes do ato legislativo ou do ato
Constitucional, interessam-nos os direitos políticos administrativo, será um plebiscito;
na Constituição. Os direitos políticos nas normas b) se após a realização do ato legislativo ou
infralegais competem ao Direito Eleitoral. do ato administrativo, será um referendo,
cabendo ao povo a ratificação ou a
A Constituição prevê, no art. 14, que a soberania
rejeição doreferido ato.
popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com igual valor para todos e, CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA
nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e
A capacidade eleitoral ativa é o direito de votar nas
iniciativa popular.
eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, cuja
aquisição se dá com o alistamento eleitoral.
Além disso, o art. 61, § 2º, prevê a possibilidade de
iniciativa popular das leis complementares e
De acordo com o art. 14, § 1º, o alistamento
ordinárias, que poderá ser exercida pela
eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
dezoito anos e facultativos para os analfabetos,
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
maiores de setenta anos e maiores de dezesseis e
eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por
menores de dezoito anos.
cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento doseleitores de cada um deles. Já o § 2º do mesmo art. 14 estabelece que não
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
Por tudo isso, podemos afirmar que são direitos
durante o período do serviço militar obrigatório, os
políticos previstos na Constituição:
conscritos.

a) direito ao sufrágio: direito de votar nas


Esses são os chamados inalistáveis.
eleições, nos plebiscitos e nos referendos,
bemcomo o direito de ser votado; Em regra, é vedado aos estrangeiros o alistamento
b) direito à iniciativa popular de lei: para a eleitoral. No entanto, os portugueses com
propositura de projetos de leis residência permanente no Brasil, se houver
complementares e projetos de leis reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal,
ordinárias. poderão alistar-se como eleitores (art. 12, § 1º).
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DICA: os conscritos englobam os soldados, os da República e Senador;
• 30 anos: Governador e Vice-Governador
médicos, os dentistas, os farmacêuticos e os
de Estado e do Distrito Federal;
veterinários, durante o período em que prestam o • 21 anos: Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
serviço militar obrigatório.
e juiz de paz;
• 18 anos: Vereador.
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA

A capacidade eleitoral passiva, também chamada de *Por esclarecedor, vejamos o que determina o
elegibilidade, diz respeito ao direito de ser votado, art. 11, § 2º , da Lei n. 9.504, de 1997, com a
ou seja, de eleger-se para cargos políticos. redação dada pela Lei n. 13.165,de 2015: “a idade
mínima constitucionalmente estabelecida como
A Constituição prevê, no art. 14, § 3º, as
condição de elegibilidade é verificada tendo por
condições para elegibilidade. São elas:
referência a data da posse, salvo quando fixada
em dezoito anos, hipótese em que será aferida na
a) nacionalidade brasileira: Os portugueses
equiparados, atendidas as condições data limite para o pedido de registro”.
previstas no art. 12, § 1º , podem concorrer
a cargos políticos, à exceção de Presidente
e Vice-Presidente da República, que são INELEGIBILIDADES
acessíveis apenas aos brasileiros natos
(art. 12, § 3º, I). As inelegibilidades afastam o direito de concorrer a
b) pleno exercício dos direitos políticos: mandatos eletivos nos Poderes Executivo e
os que tenham suspensos ou perdidos
os direitos políticos não possuem Legislativo.
capacidade eleitoral passiva, nos
termos do art. 15, que será estudado Essas inelegibilidades podem ser absolutas ou
mais à frente;
relativas. A inelegibilidade absoluta impede que o
c) alistamento eleitoral: todo elegível é cidadão concorra a todos os pleitos eleitorais. É o
obrigatoriamente eleitor, mas nem todo
eleitor é elegível; que está previsto no art. 14, § 4º, a saber: ―são
inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos‖.
d) domicílio eleitoral na circunscrição;
Domicílio eleitoral não se confunde
com o de domicílio civil, à luz do art. Por outro lado, a inelegibilidade relativa retira a
42 do Código Eleitoral, e segundo possibilidade de concorrera determinado(s)
entendimento fixado peloTSE.
pleito(s) eleitoral(is). Vejamos os casos
e) filiação partidária: o Brasil não admite constitucionais de inelegibilidade relativa.
a candidatura avulsa;

f) idade mínima a ser exigida na data da 1) Art. 14, § 5º: “o Presidente da


POSSE, COM EXCEÇÃO DO República, os Governadores de Estado
VEREADOR*, que é na data limite para e do Distrito Federal, os Prefeitos e
o pedido de registro: quem os houver sucedido ou substituído
no curso dos mandatos poderão ser
• 35 anos: Presidente e Vice-Presidente reeleitos para um único período
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subsequente.” Ou seja, é vedada a “lei complementar estabelecerá outros
reeleição para o terceiro mandato casos de inelegibilidade e os prazos de
sucessivo. sua cassação, a fim de proteger a
2) Art. 14, § 6º: “o Chefe do Poder proibidade administrativa, a moralidade
Executivo que queira concorrer a outros para exercício de mandato considerada
cargos deverá renunciar vida pregressa do candidato, e a
(desincompatibilizar) até seis meses normalidade e legitimidade das eleições
antes da eleição”. contra a influência do poder econômico ou
3) Art. 14, § 7º: conhecida como o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou
inelegibilidade reflexa, uma vez que não
indireta”.
incide sobre o Chefe do Poder
Executivo, mas sim sobre terceiros a
CONSULTAS POPULARES
ele ligados. São inelegíveis, no território
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às
de jurisdição do titular, o cônjuge e os
eleições municipais as consultas populares sobre
parentes consanguíneos ou afins, até o
questões locais aprovadas pelas Câmaras
segundo grau ou por adoção, do
Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90
Presidente da República, de
(noventa) dias antes da data das eleições,
Governador de Estado, Território ou do
observados os limites operacionais relativos ao
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
número de quesitos. (Incluído pela Emenda
os haja substituído dentro dos seis
Constitucional nº 111, de 2021)
meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às
reeleição.
questões submetidas às consultas populares nos

Súmula Vinculante n. 18: termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas


A dissolução da sociedade ou do vínculo eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita
conjugal, no curso do mandato, não
no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º
do artigo 14 da Constituição Federal. Constitucional nº 111, de 2021).

4) Art. 14, § 8º: trata da condição


específica dos militares. PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS
O militar alistável é elegível, desde que
Segundo o art. 15, é vedada a cassação de
atenda às seguintes exigências:
I – se contar menos de dez anos de direitos políticos, cuja perda ou sus pensão só se
serviço, deveráafastar-se da atividade;
dará nos casos de...
II – se contar mais de dez anos de serviço,
será agregado pela autoridade superior e,
se eleito, passará automaticamente, no ato Apesar da vedação absoluta à cassação, o citado
da diplomação, para a inatividade. artigo permite a privação dos direitos políticos, seja
5) Art. 14, § 9º: reza que as
hipóteses de inelegibilidade relativa não no caso de perda, seja no caso de suspensão.
são exaustivas, podendo lei complementar
federal criar outras situações. Vejamos:
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E qual a diferença entre perda e suspensão? A por incapacidade civil absoluta está, por ora,
distinção está na maneira pelo qual os direitos esvaziada, por falta de hipótese fática que se
políticos serão restabelecidos após a cessação da enquadre no art. 15, inciso II.
causa que deu ensejo à privação.
III – condenação criminal transitada em
No caso de perda, o restabelecimento dos direitos julgado, enquanto durarem seus efeitos: os que
políticos dependerá do requerimento do indivíduo, sofrerem condenação criminal com trânsito em
isto é, de um novo alistamento eleitoral. julgado terão os direitos políticos SUSPENSOS
até a extinção da punibilidade.
Já no caso de suspensão, o restabelecimento se dará
automaticamente, independentemente de Súmula n. 9 do TSE: A suspensão de direitos
manifestação da pessoa. políticos decorrente de condenação criminal
transitada em julgado cessa com o
cumprimento ou a extinção da pena,
Vejamos agora as hipóteses de perda e de independendo de reabilitação ou de prova de
suspensão dos direitos políticos: reparação dos danos.

IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou


I – cancelamento da naturalização por
prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII:
sentença [JUDICIAL] transitada em julgado: o
cuida-se da escusa de consciência prevista no art.
cancelamento da naturalização provoca a perda da
5º, VIII, segundo o qual ―ninguém será privado de
condição de nacional, conforme os termos do art.
direitos por motivo de crença religiosa ou de
12, § 4º, I. Tal fato provoca a PERDA dos direitos
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
políticos, haja vista que o estrangeiro não detém
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
direitos políticos no Brasil.
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei‖.
II – incapacidade civil absoluta: este tópico
merece uma digressão mais aprofundada.
Mesmo não havendo unicidade de entendimentos, a
doutrina majoritária entende que é uma situação de
A Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015, que
PERDA dos direitos políticos.
instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência,
alterou o art. 3º do Código Civil, passando a prever
V – improbidade administrativa, nos termos do
apenas uma hipótese de incapacidade civil absoluta
art. 37, § 4º: o próprio art. 37, § 4º nos dá a dica
— o menor de 16 anos —, que, segundo a
de que é uma hipótese de suspensão, percebam:
interpretação do § 1º do art. 14 da Constituição, não
“os atos de improbidade administrativa
exerce direitos políticos, por ser inalistável.
importarão a SUSPENSÃO dos direitos
Portanto, pode-se afirmar que a previsão
políticos, a perda da função pública, a
constitucional de suspensão de direitos políticos
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
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erário, na forma e gradação previstas em lei, parlamentar de acordo com a
lei.
sem prejuízo da ação penal cabível”.

§ 1º É assegurada aos partidos


PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE políticos autonomia para definir
ELEITORAL OU DA ANUALIDADE sua estrutura interna,
ELEITORAL organização e funcionamento e
para adotar os critérios de
Segundo o art. 16, ―a lei que alterar o processo escolha e o regime de suas
eleitoral entrará em vigor na data de sua coligações eleitorais, sem
obrigatoriedade de vinculação
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até entre as candidaturas em
um ano da data de sua vigência‖. âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer
Notem que a vigência se dará na data da normas de disciplina e fidelidade
publicação, mas a eficácia só ocorrerá após um ano. partidária.
§ 2º Os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica,
PARTIDOS POLÍTICOS na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal
Dirley da Cunha Júnior entende que o partido SuperiorEleitoral.
político é ―uma pessoa jurídica de direito privado
FUNDO PARTIDÁRIO E DIREITO DE
que consiste na união ou agremiação voluntária de ANTENA
cidadãos com afinidades ideológicas e políticas,
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
organizada segundo princípios de disciplina e
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão,
fidelidade‖.
na forma da lei, os partidos políticos que
Art. 17. É livre a criação, alternativamente: (Redação dada pela Emenda
fusão, incorporação e extinção Constitucional nº 97, de2017)
de partidos políticos,
resguardados a soberania
nacional, o regime I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
democrático, o Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos
pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço
humana e observados os das unidades da Federação, com um mínimo de 2%
seguintes preceitos:
I – caráter nacional; (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
II – proibição de recebimento delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº
de recursos financeiros de
entidade ou governo 97, de 2017)
estrangeiros ou de
subordinação a estes; II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
III – prestação de contas à
JustiçaEleitoral; Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades daFederação. (Incluído pela
IV – funcionamento
Emenda Constitucional nº 97, de 2017).
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§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os
requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para
fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e
de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados


Estaduais, os Deputados Distritais e os
Vereadores que se desligarem do partido pelo qual
tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos
casos deanuência do partido ou de outras hipóteses
de justa causaestabelecidas em lei, não computada,
em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou
de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao
rádio e à televisão. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 111, de 2021).

VEDAÇÃO DE PARTIDO POLÍTICO DE


CARATER MILITAR

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos


de organizaçãoparamilitar

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