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FACULDADE DE IMPERATRIZ WYDEN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Tiago de Brito Pires

Vivências do Estágio Básico I em Psicologia: A atuação do (a) psicólogo (a) na promoção


as Saúde da Mulher no Centro de Especialidades Médicas de Imperatriz - MA

Imperatriz – MA
2021
Acadêmico:
Tiago de Brito Pires

Professora Orientadora:
Ma. Rosemar Andrade Vasconcelos

Relatório de atividades desenvolvidas em áreas de atuação


da Psicologia, apresentado pelo estagiário: Tiago de Brito
Pires, do curso de Psicologia da Faculdade de Imperatriz -
FACIMP WYDEN, sob a orientação de Rosemar Andrade
Vasconcelos com a finalidade de obtenção de créditos para
a disciplina de Estágio Supervisionado Básico I.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- CEMI

Imperatriz........................................................................................................09

Figura 2- Recepção

CEMI.........................................................................................................09

Figura 3- Corredor Consultório do

CEMI..................................................................................09

Figura 4- Figura 4 - Estrutura da

RAPS ...................................................................................12

Figura 5- Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola Maria Sarney

SESI................................16

Figura 6- Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola Maria Sarney

SESI.................................16

Figura 7- Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola Maria Sarney

SESI.................................16

Figura 8- Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola Maria Sarney

SESI................................16

Figura 9- Curso de Capacitação Prevenção ao Suídicio – Fonte:


UnaSUS.................................17
Figura 10 – Tela de Apresentação da Campanha Setembro
Amarelo.......................................17
Figura 11 - Panfletos da campanha ..........................................................................................17

Figura 12: Apresentação de Palestra da Campanha Setembro Amarelo....................................

17

Figura 13- Apresentação Campanha Novembro Azul..............................................................

18

3
Figura 14- Banner Campanha Novembro

Azul..........................................................................18

Figura 15 – Oficina de

Comunicação.........................................................................................18

Figura 16 – Oficina de

Comunicação.........................................................................................18

Figura 17 – Oficina de

Comunicação.........................................................................................19

Figura 18 – Oficina de

Comunicação.........................................................................................19

Figura 19 – Seminário de Saúde Mental via

Teams..................................................................19

Figura 20 – Seminário de Comunicação via

Teams..................................................................19

Figura 21 – Seminário de Saúde Mental via

Teams..................................................................20

Figura 22– Seminário de Psicologia e a diversidade social via

Teams.....................................20

Figura 23 – Seminário de Campos de Atuação e Abordagens Psicológicas via

Teams........................................................................................................................................20

Figura 24 – Seminário de Comunicação via

Teams..................................................................20

Figura 25 – CEMI Imperatriz....................................................................................................21

Figura 26– CEMI Imperatriz.....................................................................................................21

Figura 27 – Conteúdo Digital Plano de Ensino.........................................................................26

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Figura 28 – Conteúdo

Digital.....................................................................................................26

Figura 29 – Conteúdo Digital....................................................................................................26

Figura 30 – Bate papo

Bullyng..................................................................................................27

Figura 31 – Lista de

Presença....................................................................................................27

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IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

Estagiário: Tiago de Brito Pires


Matrícula: 201951308948
Faculdade: Facimp Wyden
Curso: Psicologia
Professora Orientadora Ma. Rosemar Andrade Vasconcelos
Ano Letivo: 2021 Período de Estágio: 09/09/2021 a 25/11/2021
Local do estágio: Centro de Especialidades Médicas de Imperatriz – CEMI
Carga Horária: 80 horas

Assinatura do Acadêmico

Assinatura do (a) Professor(a) Supervisora

SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................07
2. JUSTIFICATIVAS...........................................................................................................08
3. OBJETIVOS......................................................................................................................08
4. AMBIENTE DO ESTÁGIO.............................................................................................09
5. METODOLIGIA...............................................................................................................10
6. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA....................................................................................10
6.1 Saúde e Saúde
Mental..............................................................................................10
6.2 A Reforma
Psiquiátrica............................................................................................10
6.3 Rede de Atenção
Psicossocial..................................................................................11
6.4 Campos de Atuação e ênfases curriculares na
Psicologia........................................12
6.5 A entrevista
Psicológica...........................................................................................13
6.6 A comunicação........................................................................................................13
6.7 O psicólogo e a diversidade
social...........................................................................15
7. A AÇÕES DESENVOLVIDAS E RESULTADOS........................................................16
7.1 Psicologia
Escolar/Educacional...............................................................................16
7.2 Psicologia
Social......................................................................................................17
7.3 Grupos de Supervisão..............................................................................................18
7.4 Psicologia Hospitalar...............................................................................................20
8. CONSIDERAÇÕES
FINAIS............................................................................................22
9. REFERÊNCIAS................................................................................................................23
10. ANEXOS............................................................................................................................24
10.1 Relatos de Experiências (casos clínicos) ..........................................................24
10.2 Outras atividades desenvolvidas........................................................................26

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1. INTRODUÇÃO

A disciplina de Estágio Supervisionado Básico I, tem como objetivo proporcionar ao


acadêmico de Psicologia um contato inicial com o exercício da profissão, oportunizando um
elo entre a teoria com a prática.
Para um melhor desenvolvimento das atividades a serem desempenhadas durante o
período de estágio, foi formado um grupo que ficou sob a supervisão da professora Rosemar
Vasconcelos e foi estabelecido horários para partilhas e estudos de conteúdos teóricos que
servissem no auxílio da prática observacional das atividades desenvolvidas pelos psicólogos
atuantes.
E, é nesse contexto, de contato com profissionais, através de seu exercício prático, que
o acadêmico em Psicologia, ainda que não possa se posicionar com suas intervenções,
vislumbra as demandas do exercício dessa atividade profissional e permite compreender as
ações aplicadas e, até mesmo levantar outros exemplos de intervenção como hipóteses nesse
processo.
Os conteúdos teóricos compartilhados em grupo de supervisão foram sugeridos no
plano de ensino da disciplina disponibilizado pela instituição de ensino, seguindo temas
abordados como: a comunicação humana; a entrevista psicológica; os campos de atuação e
ênfases curriculares na psicologia e; o psicólogo e a diversidade social.
O Estágio Supervisionado Básico I aqui relatado foi realizado em espaços de
aprendizagem profissional como o CEMI (Centro de Especialidades Médicas de Imperatriz);
Escola Maria Sarney Sesi, e Auditório da Faculdade de Imperatriz – Facimp. Foi constituído
através de visitas sistemáticas, oficinas de aprendizagem, projetos de intervenção, registro em
diário de campo das atividades desenvolvidas, discussão dos casos com a psicóloga
preceptora no local do estágio e com a professora no grupo de supervisão.

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No trabalho que se segue, objetiva-se, descrever as ações desenvolvidas nos ambientes
acima citado, bem como apresenta dois casos de pacientes acompanhados por este estagiário,
articulando essas experiências com os fundamentos teóricos da Psicologia no Serviço de
Atenção Básica de Saúde.
Antes da exposição dos relatos clínicos, buscou-se descrever rapidamente os
ambientes não-hospitalares e o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial no SUS,
observando os processos que possibilitaram a atuação do psicólogo nessa área. Prosseguindo,
descreveu-se o CEMI, cenário físico e psicológico onde foi desenvolvido a escuta e
observação dos casos clínicos selecionados.
Por fim, os relatos que sucedem essa descrição, são apresentados incluindo-se de uma
avaliação do autor acerca dos diferentes fenômenos que atravessaram os momentos
vivenciados pelo estagiário.

2 - JUSTIFICATIVAS

O Estágio Supervisionado Básico I em seus referenciais teóricos e práticos, possibilita


ao acadêmico de Psicologia:
a) Vivenciar um processo de avaliação das intervenções práticas, em todas as suas
etapas de diagnóstico, planejamento, execução e controle, com base no conhecimento dos
diversos referenciais teóricos da Psicologia, visando identificar estratégias eficazes e
adequadas em diversos contextos da prática profissional
b) experimentar uma visão de conjunto do espaço profissional, com percepção das
dificuldades, se fundamentando nos princípios básicos de acolhimento e escuta, a fim de
identificar as principais necessidades de intervenção;
c) desenvolver uma atitude de autonomia e comportamento ético, tendo como
referência o código de ética do psicólogo, com a finalidade de reproduzir condutas
profissionais éticas e responsáveis;
d) construir uma atitude de cooperação com a professora supervisora, se
fundamentando em discussões de casos concretos e referenciais teóricos, a fim de verificar as
intervenções necessárias; objetivando criar condições que beneficiem os indivíduos que
buscam atendimento psicológico.

3. OBJETIVOS

 Avaliar as intervenções práticas do psicólogo em seu campo de atuação;


9
 Inferir prioridades e particularidades nos estudos de casos e simulações
práticas;
 Analisar a ética e eficácia de práticas psicológicas;
 Contextualizar as diversas necessidades dentro das diversas realidades
socioculturais e econômicas das pessoas que buscam atendimento psicoterápico;
 Construir modos de intervenção objetivos e práticos, se fundamentando nos
conceitos básicos de diversas abordagens teóricas.

4. AMBIENTE DO ESTÁGIO

O CEMI – Centro de Especializações Médicas de Imperatriz, ligado a autarquia


municipal de saúde, está localizado à Rua Bahia, 100 – Bairro Três Podres, na cidade de
Imperatriz – MA. Trata-se de um local pronto para atender a demanda da cidade e região
metropolitana, oferecendo atendimento as especialidades médicas como: clínica geral,
ginecologia, cardiologia, oncologia, psicologia, pequenas cirurgias, dentre outros. O CEMI
possui em sua estrutura de atendimento o PAISM – Programa de Atendimento Integral à
Saúde da Mulher, o Departamento Municipal de Auditoria do SUS, contando também com
atendimento psicológico.

Figura - 1 CEMI Imperatriz. Fonte: Prefeitura municipal de Imperatriz

A estrutura física é composta por uma recepção ampla, acessibilidade, assentos para
espera em espaço climatizado, sob identificação das salas em cada porta e suas especialidades.

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Figura 2: Recepção CEMI – Fonte: Tiago Figura 3: Corredor Consultório do CEMI –
Pires Fonte: Tiago Pires

5. METODOLOGIA

Para o alcance dos objetivos propostos, diversas ações foram desenvolvidas ao longo
de todo o semestre. No quesito avaliar as intervenções práticas do psicólogo na área de saúde
básica, foram desenvolvidas atividades de observação de espaço, bem como atuação do
profissional e o funcionamento de toda estratégia da Rede de Atenção Psicossocial.
Na área educacional, houve elaboração de projeto de intervenção em unidade escolar
do município de Imperatriz – MA, com exposição de material de psicoeducação nas temáticas
bullying e cyberbullying.
Para desenvolvimento teórico de temáticas de aprendizagem, houve aulas expositivas
com apresentação dos conteúdos e discussões sobre situações vivenciadas dentro dos espaços
visitados, e como prática, ocorreu através de oficina, que possibilitasse o treinamento e
aprendizagem.
Para atender demandas específicas, houve elaboração de campanhas e exposição de
conteúdo psicoeducativo em alusão a conscientização do setembro amarelo e novembro azul.
Ao analisar a ética e eficácia de práticas psicológicas, houve observação de relatos de
profissionais através de entrevistas estruturadas e relatos do dia a dia do psicólogo no seu
espaço de trabalho.

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1 Saúde e Saúde Mental

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Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, entende -se por saúde estado do
mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade.
A OMS não possui um conceito definido ainda para saúde mental, mas entende-se
como a forma em que o indivíduo reage às exigências, desafios e mudanças da vida,
equilibrando com suas ideias e emoções. Os termos transtorno mentais e doença mental
precisam ser diferenciado, onde transtorno está relacionado ao diagnóstico e doença está
relacionado aos sintomas e medidas terapêuticas.

6.2 A Reforma Psiquiátrica

A Reforma Psiquiátrica foi inspirada nas ideias e feitos dos psiquiatra Franco
Basaglia, que se destacou, a partir da década de 1960 com abordagens e terapias no cuidado
as pessoas com transtornos mentais nas cidades de Triestre e Gorizia na Itália. Franco
Basaglia foi membro do movimento antipsiquiatria e foi gestor por vários anos de um hospital
psiquiátrico que atendia 1,2 mil pacientes internados, tornando-se crítico da psiquiatria
tradicional e através do seu tratamento psiquiátrico, desenvolveu um método de atendimento
com base no processo de reinserção territorial e cultural do paciente à comunidade da qual
fazia parte. Sua abordagem revolucionária inspirou vários países a seguirem o modelo e
acabou promovendo um debate e discussão no Brasil. Em 1987 foi criado o movimento
antimanicomial que deu prosseguimento à luta por uma nova forma de fazer psiquiatria,
resultando em um projeto de lei, que foi apresentado pelo deputado Paulo Delgado (MG) no
ano de 1989, e foi aprovado e sancionado em 2001, ficando conhecida como a Lei da
Reforma Psiquiátrica ou Lei Antimanicomial (Lei nº 10.216/2001).
Após isso, houve o fechamento gradual de manicômios e hospícios, colocando como
diretriz central a internação de paciente somente em caso que o tratamento fora do ambiente
hospitalar tenha sido considerado incapaz.
A lei 10.216, dispõe sobre a rede de proteção e sobre os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais. Nela é assegurado os direitos, independente da raça, classe
social, gênero ou religião. Ficando sob a responsabilidade do Estado, juntamente da família e
da sociedade em geral, quanto ao desenvolvimento de política de saúde mental, assistência e
promoção de saúde, garantindo assim, o objetivo de reinserção social.

6.3 Rede de Atenção Psicossocial

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Dentro da estrutura organizacional da Estratégia da Saúde Básica do SUS, existe a
RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, que é um instrumento responsável pelo cuidado
integral à saúde mental da população brasileira. É composta pelos seguintes dispositivos:
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Centros
de Convivência Cultural, Unidades de Acolhimento (UAs), e os leitos de atenção integral em
hospitais gerais ou em CAPS III.
A RAPS se baseia nas diretrizes e princípios dos direitos humanos e compreende
princípios e diretrizes adotadas pelo Ministério da Saúde para organizar as ações de promoção
a saúde mental, prevenção de agravos, assistência e cuidado. Responsável ainda, pela
reinserção e reabilitação das pessoas com transtornos mentais e/ ou com problemas de
dependência química. É uma rede diversificada composta por hospitais de emergências
psiquiátricas, programas de acolhimento, e centros de atenção psicossocial (CAPS).

[Figura 4 - Estrutura da RAPS FONTE: Ministério da Saúde

6.4 Campos de atuação e ênfases curriculares na Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia contribuiu junto ao Ministério do Trabalho em 1992


para a descrição das suas funções e tarefas profissionais, podendo o psicólogo desempenhar
individualmente e em equipes multiprofissionais, em instituições privadas ou públicas, em
organizações sociais formais ou informais, atuando em: hospitais , ambulatórios, centros e
postos de saúde, consultórios, creches, escolas, associações comunitárias, empresas,
sindicatos, fundações, varas da criança e do adolescente, varas de família, sistema
penitenciário, associações profissionais e/ou esportivas, clínicas especializadas, psicotécnicos,

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núcleos rurais e nas demais áreas onde as questões concernentes à profissão se façam
presentes e sua atuação seja pertinente.
As especialidades concedidas atualmente são as seguintes: Psicologia
Escolar/Educacional; Psicologia Organizacional e do Trabalho; Psicologia de Trânsito;
Psicologia Jurídica; Psicologia do Esporte; Psicologia Clínica; Psicologia Hospitalar,
Psicopedagogia; Psicomotricidade; Psicologia Social; Neuropsicologia e Psicologia em saúde.
O exercício profissional do Psicólogo, exige dele o uso de referencial teórico e
metodológico para se interpretar o comportamento e a mente do sujeito. Dentro da Psicologia,
há diversas abordagens teóricas, sendo completas em si mesma, se relacionando-se entre si,
apenas, no objetivo da compreensão de comportamentos e pensamentos. São exemplos de
abordagens: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), Psicanálise, Fenomenologia e
Existencialismo, Behaviorismo, Psicologia Humanista, Psicologia Analítica, Abordagem
Centrada na Pessoa, entre outras.

6.5 A entrevista Psicológica

A entrevista psicológica, tem como função descobrir, por meio de perguntas do


terapeuta, aquilo que não está claro no paciente, porém se manifesta em forma de
pensamentos, comportamentos e emoções. É através dessa ferramenta, que se chega aos
objetivos psicológicos (investigação, diagnóstico, terapia, anamnese, triagem, entre outros).
Trata-se de um dos atributos fundamentais e insubstituível para o profissional da
Psicologia, e é essencial a capacidade de estabelecimento de uma relação de confiança e
empatia do terapeuta com o cliente (rapport). Para isso, algumas características são
fundamentais no entrevistador, são elas: empatia, autenticidade e credibilidade, clareza na
comunicação, ritmo, estímulo para que o paciente fale, estrutura da informação e controle das
emoções.
Segundo Bleger (1980), a estrutura da entrevista segue os respectivos fatores
fundamentais: Observação, hipótese e verificação.
É uma técnica que requer alguns cuidados na sua execução, sendo eles: Evitar
completar frases do paciente; evitar que a entrevista ganhe um aspecto de coloquialidade;
evitar o controle das pausas silenciosas; evidenciar atitudes de aceitação completa das
experiências trazidas pelo paciente; é recomendado o uso de expressões generalistas “parece
que...”, “O que foi dito leva a crer...”; o tempo da entrevista deve ser previamente acordado e

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respeitado; e para finalizar a sessão é recomendado recapitular de forma resumida em tópicos
os pontos principais do entrevistado.
Todo o processo de entrevista deve seguir em sua estrutura técnicas de questionamento
socrático, para que o entrevistado chegue a uma reflexão sobre os pensamentos complexos e
mais profundos. Ex.: O que esse pensamento significa para você? faz sentido para você? E
etc.
As entrevistas psicológicas possuem classificações quanto ao modelo e quanto aos
objetivos, são elas: livre estruturação; semiestruturada e estruturada. E possuem distinção
entre si, dependendo do ambiente em que está sendo aplicada.

6.6 A comunicação

A Personalidade e a Linguagem são os dois obstáculos fundamentais para a


precariedade da comunicação. A comunicação humana, sendo individual, é afetada pela
personalidade, o que contribui para a sua problematização.
Os obstáculos ligados à personalidade são resultado dos preconceitos, educação,
hereditariedade, meio social, experiências individuais, estado fisiológico e emocional de todos
são os envolvidos, são eles:
a) Autossuficiência - Para a comunicação humana, a autossuficiência, significa
obstáculo por vezes intransponível: É impossível para qualquer pessoa começar a aprender o
que ela julga que já sabe. O sucesso do aprendizado depende da disposição em admitir que
não se sabe.
b) Congelamento das avaliações – Possuímos um inesgotável repositório de
avaliações congeladas (crenças limitantes), baseado na ideia de que as pessoas não mudam.
As piores avaliações congeladas, são aquelas que fazemos de nós mesmos. “eu não gosto de
números”. É recomendado aplicação do processo do “quando?” Com ele teremos a
consciência da mutabilidade das coisas: cada situação nova é diferente da situação anterior.
c) Diferença entre os aspectos objetivos e subjetivos do comportamento humano –
A comunicação humana baseia-se na concepção de personalidade projetiva, na evidência de
que, a sociedade humana precisa vender sua personalidade. Nada há de pernicioso em uma
venda, definida como o esforço da aceitação social. O que se procura na comunicação humana
é a coincidência entre a personalidade subjetiva (a que existe interiormente) e a objetiva (a
que se manifesta exteriormente).

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d) O vício de deixar-se levar mais pelos mapas do que pelos territórios
(Geografite) – Sofre de geografite o indivíduo que se impressiona mais com mapas do que
com os territórios. Os mapas correspondem aos sentimentos, imaginações, palpites, hipóteses,
pressentimentos, preconceitos, inferências. Os territórios são os objetos, as pessoas, as coisas,
os acontecimentos. E o grande fator para que ocorra essa barreira, é a credulidade no
sobrenatural. O fascínio que exerce sobre nós reflete-se à uma série de obstáculos à
efetividade da comunicação humana.
e) Tendência à complicação – A arte de complicar o que é simples e de obscurecer o
que é claro. Na tendência à complicação, personalidade e linguagem estão juntas, e
contribuem para agravar o problema. Os homens complicam as coisas, mesmo quando se trata
de sistematizar o pensamento lógico. Tendemos a complicar tudo aquilo que não
compreendemos.
Os obstáculos ligados à linguagem antepõem dificuldades como a polissemia, os
pleonasmos, os exageros, as gírias etc. Mas, existem outros obstáculos:
 Confusão entre: fato x opinião; inferências x observações;
 Descuidos nas palavras abstratas;
 Desencontros;
 Indiscriminação;
 Polarização;
 Falsa identidade baseada nas palavras;
 Polissemia;
 Barreiras verbais.

6.7 O psicólogo e a diversidade social

A compreensão da forma de atuação profissional do psicólogo, que pode impactar


dentro das mudanças sociais, se passa primeiramente por uma revisão do objeto de estudo da
própria psicologia e de todo o histórico da profissão, desde a sua validação como ciência até
os dias atuais.
Nesse sentido, vale lembrar que o objeto da Psicologia como ciência, é o estudo do
homem tanto na sua subjetividade, quanto no seu nível interpessoal e a sua relação com o
meio. Entendendo que as concepções de mudanças sociais influenciam de forma direta a vida
e os valores do sujeito e das suas relações.

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No que se refere ao estudo do ser humano, é preciso considerar a sua história, sua
cultura e o seu ambiente, pois, o homem como ser social, é protagonista na construção das
relações, tornando-se indissociável com o meio. E é sobre essa concepção que o psicólogo
poderá pautar a sua atuação profissional, pois, é no fazer coletivo que o homem encontra
oportunidades como sujeito, dando significado à sua vida, por meio da atuação coletiva. O
psicólogo, portanto, precisa enxergar o homem como ator social, dotado de liberdade de ação
diante de um contexto social que o precede e que lhe confere um lugar.
Quanto ao caminho percorrido da profissão desde o seu surgimento como ciência, é
preciso recordar-se do processo evolutivo da atuação, que antes definia-se a partir de uma
clínica somente individual, com tarefas de avaliações psicológicas e do acompanhamento de
aprendizagem nas escolas para uma psicologia ampla e coletiva.
A responsabilidade do psicólogo passa por auxiliar o homem em comunidade a
identificar suas necessidades e aspirações, expressá-las com clareza e ajudá-las na busca por
soluções. Diante da complexidade das mudanças sociais, é preciso, além do trabalho clínico
individual, oportunizar-se aos trabalhos com grupos, proporcionando na formação da
consciência crítica e na construção de uma identidade social e individual.

7. AÇÕES DESENVOLVIDAS E RESULTADOS

7.1 Psicologia Escolar/Educacional


Ação: Campanha de Saúde e Segurança na Escola Maria Sarney Sesi
Tema: Bate papo sobre Bullyng e Cyberbullyng
Período: de 18 de outubro a 22 de novembro de 2021
Local: Escola Maria Sarney Sesi - R. Aquiles Lisboa, 1560 - Mercadinho, Imperatriz -
MA, 65901-470
Público-Alvo: Alunos pré-adolescentes e adolescentes

Figura 5: Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola Figura 6: Palestra Bullyng e CyberBulling na Escola
Maria Sarney SESI – Fonte: Tiago Pires Maria Sarney SESI – Fonte: Tiago Pires
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Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em duplas ou trios
para exposição do material psicoeducativo em sala de aula em horários e turmas diferentes
em turnos matutino e vespertino, com palestras com duração de 40 a 60 minutos,
possibilitando espaço para esclarecimento de dúvidas dos alunos com os estagiários.
Dentro das mais diversas equipes planejadas para execução da ação, houve uma equipe
responsável para montagem, produção do conteúdo e supervisão da ação junto a gestão da
instituição escolar.

7.2 Psicologia Social


Ação: Campanha de Saúde Mental em alusão ao setembro amarelo
Tema: Setembro Amarelo na Facimp
Período: de 11 de setembro a 30 de setembro de 2021
Público-Alvo: Funcionários da Facimp
Local: Auditório Zulica da Facimp - Av. Prudente de Morais, S/N – Imperatriz – MA,
65901-326

Figura 9: Curso de Capacitação Prevenção ao Suídicio Figura 10: Apresentação de Palestra de Psicoeducação
– Fonte: UnaSUS Setembro Amarelo – Fonte: Tiago Pires

Figura 11: Panfletos da campanha – Fonte: Tiago Pires Figura 12: Apresentação de Palestra da Campanha
Setembro Amarelo – Fonte: Yasmim Ayres 18
Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em duplas ou trios
para exposição do material psicoeducativo para público-alvo específico, com palestras
com duração de 40 a 60 minutos, possibilitando espaço para esclarecimento de interação
com os estagiários. Para execução dessa ação, houve curso de capacitação junto a
Universidade do SUS de curso gratuito de Prevenção ao Suicídio, com carga horária de 30
horas.

Ação: Campanha de Saúde Mental em alusão novembro azul


Tema: Novembro Azul – Homem também se cuida
Período: 23 a 30/11/2021
Público-Alvo: Funcionários da Facimp
Local: Auditorio Zulica da Facimp - Av. Prudente de Morais, S/N – Imperatriz – MA,
65901-326

Figura 13: Apresentação Campanha Novembro Azul – Figura 14: Banner da Campanha Novembro Azul –
Fonte: Laura Pontes Fonte: Laura Pontes

Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em grupos para


elaboração de todo o evento de atividade de psicoeducação. A exposição do material
psicoeducativo para público-alvo específico, com palestra com duração de 40 a 60
minutos, possibilitando espaço para esclarecimento de interação com os estagiários.

7.3 Grupos de Supervisão


Ação: Oficina de Comunicação humana
Tema: A comunicação interpessoal
Período: 30 de outubro de 2021
Público-Alvo: Acadêmicos de Psicologia
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Local: Sala de Aula da Facimp - Av. Prudente de Morais, S/N – Imperatriz – MA, 65901-
326

Figura 15: Oficina de Comunicação – Fonte: Tiago Pires Figura 16: Oficina de Comunicação – Fonte: Tiago Pires

Figura 17: Oficina de Comunicação – Fonte: Tiago Pires Figura 18: Oficina de Comunicação. Fonte: Tiago Pires

Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em grupos para


elaboração e apresentação de material educativo e de práticas grupais. A oficina ocorreu
nas dependências da faculdade Facimp e teve duração de 04horas, possibilitando espaço
para esclarecimento de interação com os estagiários.

Ação: Seminários de Temas Teóricos da Ementa curricular


Tema: A comunicação humana, a entrevista psicológica, os campos de atuação e ênfases
curriculares na psicologia e o psicólogo e a diversidade social.
Período: 06 a 27 de Novembro de 2021
Público-Alvo: Acadêmicos de Psicologia
Local: Sala Virtual em ambiente da Microsoft Teams

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Figura 22: Psicologia e a diversidade social via teams–
Figura 21: Seminário de Saúde Mental via teams– Fonte:
Fonte: Tiago Pires
Tiago Pires

Figura 23: Seminário de Campos de Atuação e Figura 24: Seminário de Comunicação via teams–
Abordagens via teams– Fonte: Tiago Pires Fonte: Tiago Pires

Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em grupos para


elaboração e apresentação de material educativo dentro de temáticas específicas. A
exposição do conteúdo se deu através de apresentação de fundamentos teóricos,
depoimento de psicólogos atuantes no mercado, partilha dos grupos e atividade
verificadoras.

7.4 Psicologia Hospitalar


Ação: Visitas Sistemáticas a Unidades de Saúde Básica da Rede de Atenção Psicossocial
Tema: Psicoterapia Breve em ambiente hospitalar.
Período: 08 de setembro a 24 de Novembro de 2021
Público-Alvo: Acadêmicos de Psicologia
Local: CEMI – Centro de Especializações Médicas de Imperatriz - R. Bahia, 100 - Tres
Poderes, Imperatriz - MA, 65901-330

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Figura 25 - CEMI Imperatriz. Fonte: Prefeitura municipal Figura 26 - CEMI Imperatriz. Fonte: Tiago Pires
de Imperatriz

Como se desenvolveu? Os acadêmicos estagiários foram separados em 02 grupos


semanais de 04 alunos para acompanhamento forma intercalada (semana sim, outra não),
sendo, uma vez por semana para cada grupo. Nas visitas faziam o acompanhamento da
atuação das Psicólogas Lena Lobato e Roberta Borba nos atendimentos de psicoterapia
breve junto a clientela da referida instituição hospitalar.

22
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Supervisionado Básico I, realizado durante o segundo semestre de 2021,


possibilitou a construção de uma base sólida de conhecimentos, resultado de uma interação
entre os referenciais teóricos e a prática nos ambientes visitados.
Sob a supervisão da professora Rosemar Vasconcelos, pude exercer a disciplina e a
construção de uma rede de cooperação tanto com ela, como com os demais acadêmicos, que
permitiu a verificação das intervenções utilizadas dentro dos processos analisados.
Já as campanhas psicossociais em alusão aos meses de setembro amarelo e novembro
azul, abriu a mente para a atuação do psicólogo dentro de uma equipe multidisciplinar.
No que se refere as oficinas e seminários teóricos expositivos, exigiu-se a leitura, a
compreensão e a elaboração de estratégias facilitadoras de transmissão de conhecimento com
os demais acadêmicos nos grupos de discussões.
Quanto ao desenvolvimento de um projeto de intervenção escolar junto a demanda da
Escola Maria Sarney Sesi, ele exigiu, estudo para sua formatação e desenvoltura para
execução, adaptando-se o conhecimento adquirido a linguagem escolar dentro de uma
proposta que atende a demanda da instituição de ensino.
Finalizando, lembro que os casos clínicos trazidos ao relatório, expôs a necessidade de
um olhar acolhedor e a percepção de uma ação eficaz para o momento do atendimento, dando
oportunidades para a sugestão de outras hipóteses direcionadoras e a compreensão da
estrutura de atendimento psicológico dentro do ambiente hospitalar. Apesar da oferta de
serviços psicológicos gratuitos por meio do Sistema Único de Saúde neste ambiente,
percebeu-se pouca efetividade no preenchimento das vagas para as consultas disponíveis, por
muitas vezes não houve atendimento por falta de pacientes. Por esse motivo, sugiro que
CEMI- Centro de Especializações Médicas de Imperatriz, refaça seu processo de captação de
pacientes para especialidades na área de saúde mental, pois sabemos que em Imperatriz, assim
como na maioria dos municípios brasileiros, têm sido alarmante a demanda por esse serviço,
ainda mais se considerarmos a urgência de cenário pandêmico da qual estamos passando.
Considero, portanto, atendido os objetivos elencados da disciplina de Estágio Básico
Supervisionado I, que designava a observação e avaliação das intervenções do psicólogo,
entendendo prioridades e particularidades, dentro de uma postura ética e eficaz, possibilitando
a contextualização das diversas realidades em nossa sociedade.

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9. REFERÊNCIAS:

AMARANTE, Paulo. “Asilos, alienados e alienistas: uma pequena história da psiquiatria


no Brasil”. In: Psiquiatria Social e Reforma Psiquiátrica. Organização: Paulo Amarante. Rio
de Janeiro: Fiocruz, 1994. p.73-84.

BASTOS, A. V. B. & GONDIM, S. M. G. (EDS.). O trabalho do Psicólogo no Brasil.


Porto Alegre: Artmed. 2010
DE ALMEIDA, N. V. A entrevista psicológica como um processo dinâmico e criativo. In:
Revista da Vetor Editora, v.5, n.1, 2004.

DADOS DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS) NO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE (SUS). Elaborado pelo Ministério da Saúde, através do Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Set/2021. Brasília – DF.

______. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Gabinete do ministro. Portaria n. 3.088, de 23 de


dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 jun.
2011a, Seção 1, p. 59.

HULAK, S. (1988). Entrevista: mitos, métodos e modelos. Recife, PE: Oedip

MACIEL, Tania Maria de Freitas Barros; Alves; Monalisa Barbosa. A importância da


Psicologia Social Comunitária para o Desenvolvimento Sustentável. Pesquisas e Práticas
Psicossociais, 10(2), São João del-Rei, julho/dezembro 2015

KOCHENGORGER, Helena Beatriz Scarparo; Guaresch, Neuza Maria de Fátima.


PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. Junho de 2007

NUNES, M. L. T. (1999). Entrevista psicológica. In: J. A. Cunha, Psicodiagnóstico - IV (4ª


ed., rev.). Porto Alegre, RS: Artmed

PENTEADO, J.R. W. Os obstáculos à comunicação humana – Capítulo 07 do livro “A


Técnica da Comunicação Humana”. Cengage Learning Brasil, 2012.

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10. ANEXOS
10.1 – Relatos de Experiência (Casos clínicos)

Caso 01 - R. de A. S.
Relato da Paciente - É uma senhora de 56 anos de idade, moradora local, há mais de 15 anos,
possui 03 filhos, sendo 02 do primeiro casamento, 01 do segundo casamento. Encontra-se em
processo de separação do seu terceiro casamento. Seu primeiro casamento, se deu aos 15 anos
de idade, logo assim, que começou seu primeiro namoro. Motivado pelo padrasto e sua mãe a
se envolver-se precocemente, em virtude de que os mesmos, não queriam ser responsáveis
financeiros da jovem. Mesmo contrariada, a sra. R. de A. S. e seu companheiro foram morar
juntos, concebendo dois filhos dessa relação e vivendo por 11 anos, até que seu companheiro
decidiu abandoná-la. Passado tempos depois, a paciente envolveu-se em outro
relacionamento, tendo 01 filho dessa relação, mas que não durou muito, cerca de cinco anos.
Então, envolveu-se em uma terceira relação, do qual seu atual esposo, mesmo não tendo filhos
dentro da relação, sentiu-se responsável pela criação dos filhos da paciente. Ela relata que até
10 meses atrás, comportavam-se como uma família feliz, que frequentavam juntos templos
religiosos. Ocorre que o esposo, então desempregado, viu-se na necessidade de migrar para
serviços de transporte de passageiros através de aplicativos de mobilidade, o que segundo ela,
começou a atrapalhar a relação e resultar no distanciamento, cerca de 30 dias atrás, o então
esposo, decidiu não voltar para casa e para a relação, encontrando-se a paciente novamente
em situação de abandono. A paciente relata, que antes do ocorrido, sua mãe, já havia desejado
e exposto para seu esposo, que a filha deveria sofrer, e que ela ainda não havia descoberto o
que era o sofrimento. Ela relata que um dos filhos do primeiro casamento, também passa por
acompanhamento psicológico por sentir-se abandonado. E que ela se encontra agora em
situação de abandono e desesperança, chegando a interromper sua frequência aos cultos, por
não suportar o questionamento de membros de sua comunidade religiosa. E condiciona toda a
situação de abandono, ao desejo de sua mãe, que, segundo ela, quer vê-la infeliz.
Intervenção da Psicóloga – A atuação da profissional limitou-se a uma orientação psicológica,
em virtude de o atendimento ocorrer em uma unidade básica de saúde, o que limita a paciente
dentro de um processo contínuo de terapia. A conversa profissional se deu no esclarecimento
da postura da mãe da paciente dentro da relação materna, no esclarecimento das situações
matrimoniais de abandono como fatalidades imprevisíveis, e que todos dentro desse contexto
de união matrimonial estão sujeitos. Se deu também, no alerta quanto encarar a situação

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diante da comunidade religiosa que frequenta. A profissional estimulou a ela a voltar para o
seio social, evitando o isolamento, o que pode acarretar no agravamento da situação de
desesperança momentânea que está passando. Orientou a paciente a ser franca quando
questionada sobre seu atual esposo, dizer que, ele saiu de casa, que desconhece os motivos e
que mais esclarecimentos devem ser feitos diretamente a ele.
Observação do Estagiário – Entendendo a limitação da profissional quanto a um atendimento
psicológico mais aprofundado. Percebo que a intervenção psicológica possa se dá na
desconstrução de crenças centrais e enraizadas da paciente em relação a sua vida. Por
exemplo, ela acredita que toda situação de abandono dentro das suas relações matrimoniais,
semelha-se a situação de abandono de sua mãe aos 15 anos e faz essa correlação. Esses
pensamentos podem ter influenciado suas relações conjugais, apesar de não ter aprofundado
os motivos dos términos durante a conversa.

Caso 02 – C de F S
Relato da Paciente – Trata-se de uma jovem de 23 anos, nunca trabalhou, é casada, porém,
seu esposo cumpre prisão em penitenciária, com possiblidade de soltura dentro dos próximos
02 anos. Mora atualmente com o pai, que é separado, não detalhou sua relação com sua mãe.
Relatou que morou por muito tempo com seu avô paterno, mas que ele faleceu há 04 anos e é
essa a demanda apresentada. Diz sofrer muito com a perda de seu avô, e para conter esse
sofrimento, provoca no seu corpo automutilações, como cortes e chegou a ingerir produtos de
limpeza. Tudo isso para não sentir a dor da perda de seu avô. Relatou também, dificuldades
para dormir e acordar.
Intervenção da Psicóloga – A psicóloga logo de início fez encaminhamento para um
profissional da psiquiatria, sobre justificativa de que ele auxiliaria no processo de controle do
sono. Sob uma rápida conversa psicológica, disse que após o acompanhamento com o médico,
necessitará entrar em um processo de psicoterapia para trabalhar a dificuldade da paciente em
relação as suas emoções e sofrimentos. Justificou que ela poderia estar com sono desregulado
por ausência de rotina, que apesar do sentimento de saudades em relação ao seu avô, já possui
tempo suficiente para ter superado a perda e que possui idade adulta, o que compreende
maturidade para lidar com sofrimento.
Observação do Estagiário – Em que pese a profissional não ter esclarecido o motivo para o
encaminhamento da paciente para um profissional da medicina em saúde mental, embasado
nos conhecimentos teóricos aprendidos até aqui, concluo que estamos diante de uma

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emergência psiquiátrica. A paciente possui ideação suicida e comportamentos de
automutilação. Portanto, são comportamentos que podem indicar possibilidade de depressão
maior, motivada pela perda inesperada do avô e o despreparo quanto a habilidade do manejo
sentimento de perda. Dentro de um processo terapêutico, será preciso aprender a manejar de
suas emoções, e precisa expor ao terapeuta seu pensamento em relação a sua mãe, bem como
compreender, sua relação com o pai e seu esposo que se encontra em sistema penitenciário.
Como não houve tempo hábil para exposição dessas relações, não poderemos avaliar se elas
têm contribuído para o quadro depressivo da paciente.

10.2 – Outras atividades

Conteúdo Digital

Figura 27 – Conteúdo Digital – Plano de ensino. Fonte: Sia Facimp

Figura 28 – Conteúdo Digital. Fonte: Sia Figura 29 – Conteúdo Digital. Fonte: Sia Facimp
Facimp
Material desenvolvido para Intervenção Escolar e Lista de Presença

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Figura 31 – Lista de Presença do Bate Papo sobre Bullyng

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