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Nome: Keen Ranca-Perna

Raça: Kobold
Classe: Fighter
Alinhamento: Leal e Neutro

Aparência:

Keen é um kobold pequeno e atarracado como um anão. Diferente dos outros


kobolds Keen desenvolveu músculos pequenos e fortes, provavelmente ligados a
sua descendência. Possui escamas marrom claro, com pontas vermelho escuras e
olhos vermelhos com pupilas amarelas e pode-se notar garras e dentes maiores
que os outros kobolds. Nunca se separa de uma bela katana do tamanho de seu
corpo que leva nas costas e que claramente não é um artefato feito por kobolds,
que contrasta bastante com a figura do pequeno.

História:

Era um pequeno grupo de kobolds, não mais que 50, o que é bem pouco para a
raça, viviam em um velho templo abandonado, de um deus a muito esquecido.
Viviam como qualquer tribo comum de kobolds, caçavam e comiam praticamente
qualquer coisa, lutavam contra invasores com técnicas de fuga e ataque em
massa, espalhavam armadilhas para grupos de aventureiros que buscavam
espólios no templo, eram bem sucedidos, principalmente pela localização isolada
da construção que atraia poucos invasores.

Tudo acontecia como sempre quando uma das fêmeas do grande chefe, o shamã
Klauth, botou um ovo estranho. O ovo era pouco maior que o normal e de
aparência menos repulsiva (defesa natural contra predadores, típica dos ovos de
kobolds), tinha uma cor levemente avermelhada, casca lisa e quente ao toque.
Muitos viram aquilo como uma anormalidade e indagaram Klauth, ao qual todos
recorriam quando precisavam de sabedoria (o que não era nada raro e, por vezes,
irritava bastante o instável grande chefe), e o grande chefe dizia ser um sinal de
Svartalas que enviava aquele que lideraria a tribo quando ele se fosse e faria com
que ela crescesse e prosperasse. Fato é que Keen se tornou um kobold baixinho e
mimado pela tribo por causa da “profecia” de seu pai, foi treinado pelos defensores
da tribo para ajudar na defesa, e se mostrava muito capaz, principalmente pela
força que demonstrava, acima do normal, mas pecava muito na agilidade comum
da espécie, em pouco tempo Keen já participava ativamente da defesa e por
vezes conseguia até mesmo vencer sozinho pequenos invasores, como goblins,
suas presas prediletas, usando garras e dentes que sempre foram mais afiados e
maiores que os demais da tribo.

Tudo caminhava para que Keen se tornasse líder, o primeiro líder não shamã da
tribo, quando um grupo de humanos se instalou no templo. Pareciam apenas
buscar abrigo de uma longa viagem, mas claro que a curiosidade sobre o templo,
que Keen interpretou como ganância, os fez adentrar nos corredores cheios de
armadilhas e kobolds a espreita. Se tratava de um pequeno grupo, quatro
humanos carregando armas estranhas e tortas, usando armaduras engraçadas
que os kobolds não haviam visto em outros invasores, entravam com mais
cuidado que os afobados que fracassaram anteriormente, não caíam em suas
armadilhas e isso preocupava Keen, pois eles chegariam na câmara principal,
onde as fêmeas e filhotes estavam, decidiu então proteger a entrada da câmara e
fez com que os defensores caíssem todos para cima dos invasores, como sempre
faziam, apostando na surpresa e superioridade numérica que sempre havia
funcionado. Mas o jovem kobold não esperava que os invasores fossem tão bem
preparados, corpos dos defensores de sua tribo eram cortados ao meio com
facilidade pelas armas dos atacantes que mal sofriam com o ferimentos causados.
Com fúria os humanos mataram a todos, crianças, fêmeas e velhos, como Klauth
que para surpresa de Keen não conseguiu causar muito estrago com suas magias
(que na verdade não eram lá tão eficazes), na verdade os humanos não
distinguem bem os sexos ou idades dos kobolds, mas para Keen foi uma
crueldade imensa e ele continuou lutando, muito ferido, até que foi subjulgado e
preso por um dos humanos.

O homem parecia nunca ter visto um kobold antes, foi o que Keen pensou, pois o
mantiveram preso e pareciam estudá-lo. Após pilhar as poucas coisas de valor
dos kobolds os homens partiram, levando Keen enjaulado, sem ele entender o
porquê. Os humanos viajaram um bom tempo e Keen não entendia quase nada do
que diziam, mas prestava bastante atenção, refreando a raiva e observando como
os homens se portavam e, principalmente, como lutavam com aquelas armas
estranhas que os fizeram derrotar sua tribo tão facilmente, pois apontava todo
mérito da vitória dos humanos àquelas armas, já que a tribo já houvera derrotado
muitos humanos antes, mas nunca com aquelas armas tortas que cortavam de um
lado só. Depois de meses em que Keen foi bem maltratado, mas mantido vivo sem
motivo aparente, o grupo de humanos foi atacado. Quando descansavam a noite
grandes aranhas surgiram do chão e surpreenderam os homens que após muito
lutarem e muito matarem acabaram vencidos e servido de alimento às grandes
aranhas. Durante a batalha a gaiola de Keen foi derrubada com força, e em
seguida pisoteada por um dos humanos, o libertando, mas também o condenando
às aranhas. Felizmente Keen aproveitou-se da confusão causada pelo ataque
para fugir entre a mata, tentando a todo custo procurar abrigo, encontrou algumas
pequenas aranhas que derrotou facilmente com garras e dentes, mas escapou da
maioria encontrando um rio e se refugiando por um longo tempo.

Depois de dias tentando retornar e tendo que fugir ao rio novamente, Keen
conseguiu voltar a clareira do ataque e não encontrou mais aranhas nem corpos,
pegou alguns equipamentos dos humanos que havia os visto usar, como um saco
de couro que guardava água, pedras que faziam fogo e o que mais desejava, uma
daquelas espadas tortas. Apesar da força de Keen, a katana era pesada e ele mal
conseguia imitar os humanos, mas a guardou assim mesmo, amarrando às costas
e partindo imediatamente, caso as aranhas retornassem. Keen não tinha para
onde ir e estava sozinho, e para sua raça estar sozinho é não viver muito mais
tempo, pois só sobrevivem em grandes grupos, mas Keen era diferente, desde
que nascera fora diferente e conseguiu viver sozinho por um bom tempo, foi se
acostumando a caçar com a espada, o que no começo foi extremamente
complicado, mas sua força acabou compensando o tamanho e ele imitava cada
vez melhor o estilo de luta daqueles homens, embora se algum deles o visse
provavelmente achariam bem desajeitado.

Depois de muito andar Keen encontrou o que parecia uma boa caverna para
descansar antes de retornar a viajem sem destino, porém não demorou muito
tempo de exploração e sua perna ficou presa em algo. Uma armadilha, temeu que
fossem goblins ou orcs, ou coisa pior, mas nem passou pela sua cabeça ver
poucas horas depois um grupo de kobolds que vieram verificar a armadilha, ele
fora caçado por membros de seu povo. Os kobolds estranharam muito aquele ser
que parecia um irmão, mas era ao mesmo tempo tão diferente, o levaram
amarrado até os shamãs da tribo, Keen não reagiu à essa imposição, havia
encontrado mais dos seus e estava feliz, apesar do receio de não ser bem aceito.
Assim que o viram, os shamãs começaram a murmurar algo e depois de pouco
tempo de conversa ele foi desamarrado e levado a falar a sós com um dos líderes
da tribo. Não demorou muito para Keen ser aceito, principalmente pela força que
demonstrava, que era algo incomum, mas os shamãs escondiam algo, até o mais
estúpido kobold podia notar isso.

Keen fora bem acolhido, chamava muita atenção por sua cor e pela espada do
tamanho de seu corpo que levava para todos os lados, chamava de Cortadora e
cuidava como a um filho, algo que havia aprendido com os humanos e também
parte da ganância que se escondia dentro dele que não permitia a ninguém mais
tocá-la.

Quando o grande protetor da tribo, Grovel, partiu a mando dos anciões para
treinar, retornar e se tornar líder, Keen passou a cuidar da tribo e liderar os
caçadores e defensores, sabia que podiam aparecer humanos muito fortes e não
queria passar pelo que passou novamente, então por vezes era bem duro com os
outros kobolds, tentando os ensinar a usar armas (muito rudimentares
comparadas a que pegou dos humanos) e táticas melhores de defesa, pois não
podiam confiar apenas nas armadilhas e na vantagem numérica, porém não era
muito fácil mudar o comportamento de seus irmãos quanto pensava e não eram
nada raras as ocasiões que tinha que dar uma boa bronca pra recuperar a
atenção dos irmãos.

Em um certo dia Keen partiu com um grupo de caça para conseguir comida e
demoraram a retornar devido à cheia no pântano e a forte chuva. Passaram pouco
mais de um dia fora e quando retornaram encontraram seus irmãos mudados,
seguindo um tal “mestre” que havia tomado seu lar. Os irmãos não ousavam
enfrentar o grupo de caça, mas levaram eles até o grande dragão verde que havia
escravizado a tribo. Keen não entendia bem, por que alguns obedeciam
cegamente aquele ser que os matava e torturava. O dragão pareceu interessado,
talvez percebendo algo em Keen que ele não percebia, disse a Keen que ele
estava no lugar errado, que ele era mau e deveria viver sozinho, que poderia e
deveria matar sua tribo e servir ao mestre para despertar todo seu potencial e se
tornar o que ele era realmente, mas parecia ao mesmo tempo se divertir com a
duvida e curiosidade não solucionada do pequeno kobold. Tentou incitar Keen a
lutar contra seus irmãos torturando e matando todos do grupo de caça, e tentando
novamente com jovens kobolds e fêmeas, em pouco tempo Keen estava furioso e
tentou atacar o grande dragão. Era inútil mas pela imprudência e estupidez
daquele verme que achava que podia feri-lo, o dragão não o matou. Pelo
contrário, o manteve vivo e aprisionado, se divertindo ao torturá-lo e curá-lo, para
voltar a torturar, era seu passatempo predileto, principalmente torturar outros
kobolds, ou forçá-los de alguma maneira que Keen não imaginava a fazer coisas
terríveis.

Keen foi mantido assim por algum tempo, até que Grovel retornou com dois
humanos. Estava fraco demais para ver quando o grande dragão sucumbiu pelos
golpes dos três, isso não mudou muito o ódio que sente dos humanos, mas
conseguiu soltar um pequeno sorriso que não entendeu muito bem o porquê. Não
durou muito e ele perdeu as forças e ficou desacordado. Após a morte do dragão
e a libertação da tribo, Keen foi encontrado muito ferido e exausto, ficou aos
cuidados dos shamãs da tribo e dormiu por mais de uma semana desde o retorno
de Grovel, se recuperando lentamente para viver novamente com sua nova
família, mas no fundo sentia que o dragão não fora totalmente fracassado na
tentativa de despertar algo ruim nele, depois de tudo que o fez passar.

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