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ASSEMBLEIA DE DEUS – CULTO DA FAMÍLIA (29/10/23)

O CRISTÃO COMO CIDADÃO DO CÉU E DA TERRA (Jo 17.15; Mt 5. 13-15)

INTRODUÇÃO
O cristão tem duas cidadanias: uma conquistada por herança celestial e a outra por
local de nascimento. Já somos cidadãos dos céus, mas ainda não deixamos de ser cidadãos
terrenos. Como cidadãos dos céus, devemos vencer o mal e o pecado, sendo exemplo para
todas as demais pessoas, e de forma transitória; cidadãos da terra, devemos compreender
e praticar o conceito de cidadania.
Nesse sentido os cristãos devem ser os melhores cidadãos, pois como disse
Agostinho, nós fazemos por amor a Deus, o que os outros fazem por obrigação legal.
Logo, se o propósito é estarmos aqui para fazermos a diferença, então não podemos como
cristãos silenciar a nossa voz, mas fazê-la ecoar nos quatro cantos da terra.

1. CONTRIBUIÇÃO DA VISÃO CRISTÃ NO MUNDO


Pertencentes à Igreja de Cristo e sendo cidadãos do Céu e da terra, os cristãos têm
contribuído e influenciado o mundo e isso inclui:
• Elevado valor da vida humana;
• Cuidado com os doentes e a criação dos hospitais;
• Abolição da escravatura no mundo ocidental;
• Elevação da condição social da mulher;
• Alfabetização e a educação para as massas;
• A implementação de elevados padrões de justiça e liberdade civil;
• As obras de bondade e caridade.
Os ateus e outros caluniadores do cristianismo omitem a realidade de que as
misérias e o sofrimento que foram e são trazidos sobre as massas vêm da propensão que
a humanidade tem ao egocentrismo. O cristianismo é, na realidade, o antídoto para essa
propensão, pois a mensagem e o poder de Cristo é que tratam o problema do
egocentrismo.

2. A CIDADANIA DO CRISTÃO X O EGOCENTRISMO


O crente deve guardar a Palavra de Deus no coração como ensinou o Salmista
Davi: “Escindi a tua Palavra no coração para não pecar contra ti” (Sl 119. 11). É através
dessa Palavra que desenvolvemos um estilo de vida que evidencia as marcas do
cristianismo por meio dos ensinos de Cristo. E por isso Jesus Falou: “Vocês são o sal da
terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta
senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se
pode esconder uma cidade situada no alto de um monte. Nem se acende uma lamparina
para colocá-la debaixo de um cesto, mas num lugar adequado onde ilumina bem todos os
que estão na casa”.
O sal é um conservante da mesma forma que os cristãos e a igreja devem resistir
à corrupção e à decadência moral, conservando uma influência piedosa sobre a cultura.
Nos dias de Jesus as pessoas usavam pequenas lamparinas de barro que
queimavam azeite puxado por um pavio. Como cristãos, devemos ser como estas simples
lamparinas, provendo luz nas situações espiritualmente escuras deste mundo atual.
Assim, o crente deve ser luz do mundo e sal da terra. Suas atitudes devem ser
fundamentadas na Palavra de Deus para se afastar das influências predominantes neste
século.
Neste mundo impera o orgulho, a ganância, a corrupção, o abuso de poder, a
desconsideração básica pelos outros, tudo isso como consequência do egoísmo. Do lado
oposto a essa visão de mundo pecaminoso e sistêmico, encontra-se a visão de mundo a
partir cosmovisão cristã, a qual considera os interesses das outras pessoas tão importantes
como os nossos interesses. Isso é o centro dos ensinos de Jesus: “Tudo o que vós quereis
que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt
7.12).
Procurar atender os interesses das outras pessoas, especialmente daquelas que
estejam atravessando momentos de necessidade, constitui-se o principal valor da visão
que Jesus tem deste mundo. A expressão utilizada com maior frequência para descrever
o coração amoroso de Jesus, é moveu-se de íntima compaixão” Quando Ele viu os dois
homens cegos, moveu-se de íntima compaixão”. “Quando Ele viu o leproso, moveu-se
íntima compaixão”. “Quando Ele viu a multidão de famintos e enfermos, moveu-se de
íntima compaixão” (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34). Jesus tem um coração amoroso que
sempre o move de uma maneira que Ele coloca as outras pessoas em primeiro lugar. É
este coração semelhante ao de Cristo que capacitou e tem capacitado os seus seguidores
a mudarem o mundo para melhor.

3. ATITUDES QUE MUDAM O MUNDO


Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos a mudarem o mundo com o exemplo e
com a mensagem de salvação. Os ensinamentos do Mestre têm o mesmo valor para a
nossa geração, Ele transmitiu essa visão a todos os seus discípulos em (Mt 20.28): “Bem
como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida
em resgate de muitos”. Ideia que foi replicada nas palavras do apóstolo Paulo aos (Fl
2.3,4): “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente
seu, mas cada qual também para o que é dos outros”. Esta compaixão para com as outras
pessoas é uma mensagem radical em nossos dias, e certamente o foi nos dias em que
Cristo veio a terra e nos dias do apóstolo Paulo.
Dentro do império Romano, era comum escravizar as pessoas, outra prática
bastante comum, era o aborto e o abandono de bebês que nascessem deformados. As
mulheres também tinham pouquíssimos direitos e eram consideradas propriedades de
seus maridos. No entanto, nesse contexto, a Palavra de Deus e de seus apóstolos
confrontaram a cultura da época. Por exemplo, Tiago escreveu: (Tg 1.27): A religião pura
e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações
e guardar-se da corrupção do mundo”.
Os primeiros cristãos rejeitaram a prática daquela cultura. Os primeiros cristãos
acreditavam que cada pessoa – incluindo os pobres, os desabrigados, os aleijados e os
enfermos – foi criada à imagem de Deus e possuía um valor infinito, uma dignidade de
valor infinito, e que eram merecedoras de toda a compaixão.
Os primeiros cristãos exerceram amor e compaixão e opuseram à cultura de seu
tempo. Os crentes de hoje devem marcar sua geração pela prática da piedade e se
posicionarem neste mundo contra todas as ideologias que tentam destruir a cidadania
celestial.
Nossa cidadania celestial ofende o mundo que nos responde com perseguição e
hostilidade.

3. A HOSTILIDADE DO MUNDO E DA UNIVERSIDADE CONTRA O CRISTÃO


Jesus afirmou as seguintes palavras (Jo 16.33): Tenho-vos dito estas coisas, para
que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo”. Estamos vivendo esse momento de tribulação e angústia. Em todos os setores
da sociedade, o cristão se vê em situação de embate permanente contra o sistema do
mundo que se opõe e resiste à soberania divina. A universidade, geralmente, constitui-se
um ambiente ainda mais hostil para o discípulo de Cristo. É no ambiente universitário que
existe a predominância do pluralismo de ideias naturalistas, ateístas e materialistas.
É neste espaço acadêmico que o cristão é confrontado com os ensinamentos de
pensadores e filósofos ateus, agnósticos, céticos que formularam críticas ferrenhas contra
Deus e a Igreja, a exemplo de Voltaire, Nietzsche, Bertrand Russel, Michel Foucault e
muitos outros.
Outro fato assustador revelado pelos pesquisadores Neil Bruto e Solon Simmons
das universidades de Harvard e George Mason University, é que 1 em cada 4 professores
universitários são ateus ou agnósticos. Pensamos que esse dado não é muito diferente nas
universidades brasileiras.
Embora os cristãos continuem sendo perseguidos atualmente e sobretudo por uma
agenda progressista que está sendo pautada no mundo, precisamos ecoar nossa voz,
primeiro, marcando nossa geração pelo exemplo. Precisamos espelhar a Glória de Cristo,
segundo, nos opondo as práticas que tentam minar nossos valores e princípios como:
 Confrontando os que desejam legalizar o aborto;
 Opondo-se a descriminalização das drogas;
 Opondo-se a ideologia de gênero e a sexualização das crianças;
 Confrontando toda e qualquer tipo de corrupção.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O evangelho transforma o ser humano de forma completa e plena. Ao longo da
história do Cristianismo construiu o senso de mudança e transformação e desenvolveu
uma visão de mundo que passa pela cruz de Cristo e forma uma cidadania terrena e
celestial com base na Palavra de Deus. `Esse modo de vida a partir dos ensinamentos de
Cristo produziu e produz um coração compassivo como o de Jesus. Foram e são essas
pessoas transformadas que cuidaram e cuida de pessoas que a sociedade se esqueceu,
como os cegos, os paralíticos, os idosos, os deficientes mentais e os pobres e pecadores
em geral.
Como cidadãos da terra devemos ser justos e praticar a justiça, como cidadãos da
terra, devemos refletir a glória de Cristo e pregar a esperança que se encontra em Cristo
Jesus, como escreveu o apóstolo Paulo aos colossenses: “Cristo em vós, esperança da
glória”. (Cl 1.27)
Pr. Antonio Valbert Alves Silva
REFERÊNCIAS
Josh Mc Dowwel. Verdades incontestáveis.

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