A condenação de Diótrefes (vs.

9-11)
⁹ Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes,
que gosta de exercer a primazia entre eles,
não nos dá acolhida.
¹⁰ Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as
obras que ele pratica, proferindo contra nós
palavras maliciosas. E, não satisfeito com
estas coisas, nem ele mesmo acolhe os
irmãos, como impede os que querem recebê-
los e os expulsa da igreja.
¹¹ Amado, não imites o que é mau, senão o que
é bom. Aquele que pratica o bem procede de
Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a
Deus.
¹² Quanto a Demétrio, todos lhe dão
testemunho, até a própria verdade, e nós
também damos testemunho; e sabes que o
nosso testemunho é verdadeiro.

Informações finais. Saudações

¹³ Muitas coisas tinha que te escrever; todavia,
não quis fazê-lo com tinta e pena,
¹⁴ pois, em breve, espero ver-te. Então,
conversaremos de viva voz.
¹⁵ A paz seja contigo. Os amigos te saúdam.
Saúda os amigos, nome por nome.

João inicia a terceira parte de sua carta, onde

trata de Diótrefes, um líder da igreja de Gaio
que estava hostil aos missionários enviados e
hostil ao próprio João.
⁹ Escrevi alguma coisa à igreja; mas
Diótrefes, que gosta de exercer a primazia
entre eles, não nos dá acolhida.
Escrevi alguma coisa à igreja; João o apóstolo
amado se refere que ele já tinha enviado uma
correspondência anterior à igreja.
Poderíamos pensar na carta de 2 João, onde o
apóstolo também toca no assunto da
hostilidade, ao recomendar aos crentes que
não mostrem simpatia alguma a missionários
que não trazem a doutrina de Cristo. Contudo,
não há nada em 2 João que sugira o conflito
com Diótrefes e a situação contemplada aqui
em 3 João (quando analisamos as duas
introduções das cartas 2 e 3 de João).
João se refere provavelmente a uma carta que
acabou não sendo preservada. O assunto da
carta deve ter sido a necessidade de ajudar os
pregadores do Evangelho em suas viagens ou
pode ser também, uma recomendação para os
missionários enviados por João.
A “igreja” à qual o apóstolo enviou a carta é a
de Gaio, onde Diótrefes exercia a liderança.

Ponto de destaque: Observem que João fala

como se Gaio não tivesse conhecimento da
carta. “Pode ser que Diótrefes suprimiu a carta
e engavetou-a, sem dar conhecimento à
congregação”.
Veja bem, o apóstolo pode ter sugerido
naquela carta uma visita sua à igreja para
conversar sobre o assunto, no que tria sido
rechaçado, conforme a parte seguinte do
versículo.
Aplicação: Por isso irmãos temos que ter
muito cuidado ao colocarmos pessoas em
nossa liderança, cuidado com falsos legalistas,
que se vestem de um falso senso de
moralidade e temor, e esquecem o amor, a
hospitalidade e sincero desejo de evangelizar,
não fazem o principal papel de todo o cristão,
que é ser testemunha de Cristo, segundo o que
diz em Mateus 28:18-20.
⁹ Escrevi alguma coisa à igreja; mas
Diótrefes, que gosta de exercer a primazia
entre eles, não nos dá acolhida.
Veja que João diz que ele escreveu, mas esse
Diótresfes, cuja a pessoa já vimos nos
versículos anteriores.
Veja que tinha se tornado um líder da igreja da
qual Gaio fazia parte. Talvez fosse o principal
presbítero, embora não saibamos ao certo. De
qualquer forma, ele queria governar a igreja
toda e do seu próprio modo.
A palavra em destaque: Exercer primazia,
deriva de uma só palavra grega que significa
literalmente “gostar de ser o primeiro” (na ARC,
“procura ter o primado”; na BLH, “deseja ser
líder”; na NVI, “gosta muito de ser o mais
importante”). Essa atitude de Diótrefes
contrastava radicalmente com que Jesus havia
ensinado, numa ocasião em que a mãe do
próprio João pede que no reino vindouro seus
filhos lugares de destaque, lugar de honra,
onde Jesus responde em Mateus (20:25-28): ²⁵
Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que
os governadores dos povos os dominam e
que os maiorais exercem autoridade sobre
eles.
²⁶ Não é assim entre vós; pelo contrário,
quem quiser tornar-se grande entre vós,
será esse o que vos sirva;
²⁷ e quem quiser ser o primeiro entre vós
será vosso servo;
²⁸ tal como o Filho do Homem, que não veio
para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos.
Lembrando que a busca por querer ter a
primazia, era um desejo dos fariseus, onde foi
muito criticado pelo nosso Senhor Jesus
(Mt23:6).
Podemos perceber em nossas igrejas, alguns
que se vestem de uma falsa roupagem de
humildade e são orgulhosos, melindrosos e não
querem se submeter as autoridades, assim
como fez Diótrefes.
Devemos pastorear como servos uns dos
outros e não como dominadores (Rm 12:10; Fp
2:3-5; Tt 1:7).
Não nos dá acolhida. – “Dar acolhida”
interessante que, este termo só se encontra
aqui em todo o N.T, que significa: Receber,
aceitar, reconhecer.
Diótrefes não fazia caso do apóstolo, João já
havia enviado vários missionários judeus para
que pregassem o evangelho, mas todos eles
foram rejeitados e lançados fora.
Além de tudo, atacava a João com palavras
maliciosas (v.10-11).
¹⁰ Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as
obras que ele pratica, proferindo contra nós
palavras maliciosas. E, não satisfeito com
estas coisas, nem ele mesmo acolhe os
irmãos, como impede os que querem recebê-
los e os expulsa da igreja.
¹⁰ Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas
as obras que ele pratica – João já um homem
idoso, mas mesmo assim, pretende ir
pessoalmente resolver esse assunto e para ver
o seu amado discípulo (ref. V.14, “e, breve,
espero ver-te. Então conversaremos de viva
voz”).
Mas ele não dá certeza se a visita iria
acontecer de fato.
Caso a visita aconteça, ele tem a intenção de
confrontar os erros do irmão insubordinado de
língua ferina e de falsa humildade.
Mesmo o apóstolo sendo de idade avançada
não tem medo de confrontar os desvios de
conduta da fé e amor sem fingimento.
Essa firmeza de atitude e de autoridade contra
os inimigos do Evangelho, os caluniadores e
difamadores.
Podemos ver na igreja de Corinto a podridão
do pecado que estava encravado no seio da
igreja, onde todos sabiam sobre o pecado de
um membro que possuía a mulher do seu pai, e
não disciplinavam o irmão faltoso (1 Co 5).
Muito embora o servo de Deus deva procurar
sempre a paz com todos e evitar os conflitos,
há momentos em que o confronto se faz
necessário, para que a verdade do Evangelho
permaneça.
Temos que enfrentar megalomaníacos como
Diótrefes, por amor à verdade e à igreja. Como
nos falta essa atitude hoje em dia, em que
prevalece um espírito de falsa tolerância para
com os falsos líderes!
Proferindo contra nós palavras maliciosas –
“Proferir” literalmente é significa dizer bobagens
ou falar coisas sem sentido; e neste caso,
“palavras maliciosa”, como o objetivo de
denegrir a imagem do apóstolo, falando mal de
João.
Em segundo lugar, além de falar mal de João e
de seus enviados, Diótrefes “não acolhe os
irmãos”, não os recebe bem na igreja,
provavelmente alegando os que querem
recebê-los”. O verbo no original reflete uma
ação contínua.
Diótrefes estava sistematicamente usando sua
autoridade para impedir qualquer atitude de
simpatia e acolhimento por parte dos membros
da igreja.
Vemos que ele não conseguiu totalmente, pois
Gaio continuava a recebê-los e desafiar
Diótrefes.
Em último lugar, o megalomaníaco “os
expulsou da igreja”, isto é, os missionários.
Assim como Diótrefes muitas pessoas que
exercem um cargo de destaque, se sentem
como fossem o próprio dono, o único capaz,
não são, mas tem o sentimento que
soubessem, porém não sabem quase nada.
Possuem pensamentos retrógrados e
medíocres, pensam ser sábios, mas são
verdadeiros analfabetos na Palavra e no amor
verdadeiro.
¹¹ Amado, não imites o que é mau, senão o que
é bom. Aquele que pratica o bem procede de
Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a
Deus.
¹¹ Amado, não imites o que é mau, senão o
que é bom – Aqui João fala diretamente para
Gaio, meu filho na fé, eu digo para você, não
imites o que é mau,
Ao invés de imitar o que é mau, faz o que é
bom! Não siga o modelo de Diótrefes, não se
deixe influenciar pela maldade de tais homens
como esses.
Nas sagradas Escrituras há várias advertências
dos pais aos filhos, quanto a não imitar o que é
mau, Ex23:2, Sl 1:1; Jó 28:28) e outros mais.
Na última parte do v.11, Aquele que pratica o
bem procede de Deus; aquele que pratica o
mal jamais viu a Deus.
Vemos outro contraste, linguagem comum para
os judeus, que utilizavam muito em suas
escritas.
O praticar o “bem” no original é uma ação
contínua, e tem seu status espiritual em relação
a Deus. Porque “procede de Deus” o Senhor
Jesus afirmou que, os verdadeiros adoradores,
são aqueles que adoram o Pai em espírito e
em verdade Jo 4:23,24.

Recomendação a Demétrio (v.12)

Quarta parte da carta de 3 João é direcionada
a outro personagem, Demétrio. O que nos
causo dificuldade para entender
hermeneuticamente a carta, é em decifrar a
relação entre os indivíduos que são
mencionados “(Gaio, Diótrefes e Demétrio) e o
presbítero”
Entre Gaio e Diótrefes já temos uma ideia
razoável sobre a relação. Agora, vamos
estudar o Demétrio.
João revela que Demétrio, tinha o bom
testemunho de todos da igreja e além de tudo,
“até da própria verdade”. O que João se
refere? Pode ser em referência ao próprio
Espírito de Deus, concedendo a Demétrio dons
especiais para o serviço cristão. Vimos em 1
João 5:6, o apóstolo se referindo ao Espírito
Santo como a “Verdade” (Jo 14:6).
Esse Demétrio era um homem exemplar, pois
dava um bom testemunho para os de dentro
como para os de fora como em 1 Tm 3:7.
Despedida (13-15)
Muitas coisas tinha de escrever, talvez seja
uma forma padrão de se comunicar do apóstolo
em terminar suas cartas, como fez em 2 João.
3 Jo 14 - Pois em breve, espero ver-te.
Então conversaremos de viva voz.
Vemos a intensão de João não mais querer
escrever, ele tinha verdadeira intensão de ver
seu filho na fé, além de confrontar a Diótrefes.
3 Jo 15 – Paz seja contigo. Os amigos te
saúdam. Saúda os amigos, nome por nome.
João termina a carta primeiramente desejando
a gaio que a Paz seja com ele. Pax tibi era a
saudação comum para aquela época.
Essa palavra Paz, contudo só aparece duas
vezes nas cartas de João, aqui e em 2 Jo 1:3.
No Evangelho de Jesus escrito pelo apóstolo,
ocorre cinco vezes (Jo 14:27; 16:33; 20:19, 20,
26).
E assim João termina essa carta maravilhosa,
cujo poder de abençoar a igreja tem sempre
sido desproporcional ao seu tamanho. Queria
Deus usar esse comentário para tornar sua
leitura ainda mais preciosa para seus folhos.
A Deus toda Glória!