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As culturas

africanas
Componente curricular: Arte
Professora: Mayara Pinto
4º Bimestre
Máscara, cultura bwa (bobo ule), Burkina
Fasso, 1953. Museu do Quai Branly, Paris,
França

Na forma de um
pássaro, a máscara Figura de um oni (rei), séculos XV-XVI. Latão e chumbo.
ritual do povo bwa Museu Nacional, Ifé, Nigéria.

conecta os humanos Esculturas feitas de metal


com os espíritos da fundido são tradição na arte
natureza. dos Iorubá desde o século X.
Festa do orixá Xangô em Ifanhin,
Benin, c. 1950. Fotografia de Pierre
Verger.

Dança ritual em
celebração a orixás no
Benin, na costa oeste
da África.
Jovem da etnia Nyaneka, Huíla, Angola, século
XX. Fotografia de Mr Foucault. Museu do Quai
Branly, Paris, França.

Adornos corporais expressam identidade


nas culturas tradicionais em Angola.
Considerando as imagens apresentadas
nesta dupla de páginas, responda:

01 O que elas representam? 02


As imagens mostram elementos culturais
africanos e afro-brasileiros: uma máscara ritual em
forma de pássaro, uma escultura que representa Em sua opinião, qual é
um corpo humano de forma naturalista, registros
fotográficos de uma jovem com adornos corporais a conexão entre a
e de uma dança ritual e uma pintura abstrata.
cultura brasileira e as
03 africanas?
A que povos esses
objetos e registros estão
relacionados? A máscara é usada em rituais do povo bwa, de Burkina Fasso; a escultura representa um
oni iorubá, de Ifé, na Nigéria; uma das fotografias registra a dança para um orixá no Benin;
a outra, uma jovem de Huíla, uma província de Angola; a pintura representa símbolos da
religiosidade afro-brasileira por meio de formas geométricas.
Por que estudar as
culturas africanas?
Um enorme contigente de africanos, originários de
diferentes regiões e culturas, foi escravizado e trazido
para o Brasil entre os séculos XVI e XIX. Esses homens e
mulheres foram forçados a deixar sua família, sua casa e
seus pertences do outro lado do Atlântico.
No Brasil, os africanos pertencentes a um mesmo grupo
eram separados uns dos outros, misturados a pessoas de
etnias diversas e encaminhados a destinos variados.
Por necessidade e resistência, falando
línguas diferentes, oprimidos pela violência
cotidiana e submetidos ao trabalho
excessivo, os africanos escravizados
estabeleceram um processo contínuo de
atualização da memória coletiva e de um
imaginário comum.
Dessa forma, suas variadas crenças, mitos, ritos,
formas de adorno corporal, música, dança e culinária,
entre outros saberes, foram preservados e renovados
por meio de estratégias que incluíam práticas
escondidas, linguagem codificada e adaptação às
expressões estéticas dos portugueses e indígenas, em
um processo de mestiçagem que constituiu a cultura
brasileira.
Entretanto, por serem vivas e dinâmicas, as tradições
culturais se transformaram no decorrer dos séculos. No
continente, seja nos Estados Unidos, seja no Caribe, seja
no Brasil, as populações negras originárias da diáspora
africana desenvolveram variadas formas de relações
sociais e culturais e visões distintas da África como terra
de origem.
Os africanos e afrodescendentes escravizados para
servir como força de trabalho no Brasil foram vistos como
seres desprovidos de vida sensível e intelectual. O fim da
escravidão não os livrou da marginalização, das
perseguições e do tratamento preconceituoso, que recebem
até hoje
As religiões afrodescendentes e as
manifestações profanas, como festas e
brincadeiras, têm sido, no Brasil, o elo
mais forte com essa ancestralidade
africana. Por isso, elementos dos cultos,
da música e da dança, tais como a
percussão dos tambores, a dança em
homenagem aos orixás, os colares e os
búzios, surgem nas variadas expressões
artísticas brasileiras no decorrer do
tempo.
Máscaras e rituais
Apesar das diferenças observadas entre as
expressões culturais tradicionais dos
numerosos povos africanos, aspectos
comuns podem ser percebidos em algumas
regiões do continente, como a
predominância da escultura, a valorização
dos rituais, o uso do corpo como escala e
suporte, além do importante papel social
do adorno corporal.
uase tudo o que se conhece como arte
tradicional africana foi esculpido, moldado
ou construído em três dimensões. Em
muitos casos, até mesmo a pintura é
aplicada sobre elaboradas formas
tridimensionais, como se vê nas máscaras.
Os objetos mais conhecidos da cultura
africana são as máscaras usadas em
rituais, que celebram, por exemplo, a
mudança de estação ou a passagem da
infância à juventude. Durante um ritual,
o mascarado pode prestar homenagem
a um ancestral, curar um doente ou
transformar uma criança em adulto. O
uso da máscara permite que nele se
manifestem entidades do mundo
espiritual.
A máscara pode ser engraçada e causar riso ou assustadora
e provocar medo. Os rituais são também uma forma de
entretenimento para a população, movimentam a
comunidade para longe de seu cotidiano em direção ao
excesso, à excitação, propiciando momentos de festividade
e espetáculo.

Para muitos povos africanos, a performance é a forma


essencial de arte. Esse tipo de manifestação inclui música e
dança e envolve objetos e pessoas em ações coletivas. É o
que se observa, entre outras situações, nas procissões em
que as esculturas de um santuário são transportadas
cerimonialmente ou nos festivais ritualísticos que incluem
orquestra percussiva e dança.
Festival GELEDE
O festival Gelede, por exemplo, ocorre nas
comunidades iorubá-nagô da Nigéria, do Togo e do
Benin. O ritual é realizado após as colheitas, em
reconhecimento ao poder e à força vital das mães
ancestrais, de cuja benevolência depende a
fecundidade dos campos. Trata-se de uma forma de
agradar a Iyá Nlá (a ‘Grande Mãe’), que no universo
iorubá representa o princípio materno, e homenagear
a mulher por seus dons espirituais e sua função
social. Para isso, os homens abdicam de suas
prerrogativas masculinas e se vestem como
mulheres, trajando roupas coloridas que podem ser
usadas com enchimentos.
há um barril de
bedida instalado na
há um emaranhado de animais como cabeça de uma figura
cavalo, leão e pássaro que podem que usa óculos e um
representar a força da natureza; lápis atrás da orelha,
o que pode identificar
um personagem
urbano,

Que elementos foram usados


na ornamentação das
máscaras Gelede
uma figura femenina,
apresentadas? O que eles com lenço na cabeça
podem representar? e lábios pintados.
Esses elementos
representam, de
maneira geral, o
poder da Grande
Mãe.
foi usado um automóvel, pneus e
personagens que podem representar a
cena de um acidente;
Observe as máscaras e considere as informações sobre
o festival Gelede para responder às questões a seguir:
1. O que as máscaras têm em comum?
As máscaras têm um formato que sugere um ser meio
humano, meio animal.
1. Qual é a função das máscaras no ritual Gelede?
No ritual Gelede as máscaras propiciam aos homens a
experiência da alteridade, isto é, com elas postas são
capazes de se despir da própria identidade e se
colocar no papel de uma mulher. Transformados pelo
poder desse objeto, os mascarados conseguem
estabelecer conexões com os seres da natureza e do
mundo sobrenatural
1. Em sua opinião, que elementos na performance são
mais importantes para que os homens incorporem a
Grande Mãe?
vários elementos podem contribuir para isso além da
Até próxima
semana!
Materiais para próxima aula
▪ Revistas
▪ Cola

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