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GEOMETRIA COM

CONSTRUÇÕES
GEOMÉTRICAS

Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira


Professor Esp. Fernando Marcussi

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação e Pós-graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Antoneli da Silva Ramos
Designer Educacional
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Rossana Costa Giani
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
152 p.
“Graduação - EaD”. Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
1. Geometria. 2. Construções Geométricas . EaD. I. Título. Editoração
Robson Yuiti Saito
ISBN 978-85-459-1005-3
CDD - 22 ed. 516 Qualidade Textual
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Produção de Materiais
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe
de professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES

Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira


Possui Graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual
de Ponta Grossa (2002), Especialização em Educação Científica e Tecnológica
pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2007), Mestrado em
Ciências. Área de Concentração: Física pela Universidade Estadual de Ponta
Grossa (2007) e Doutorado em Ciências. Área de Concentração: Física pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa (2015). Compõe o corpo docente das
Faculdades Ponta Grossa - FacPG e Sagrada Família - FASF, da Universidade
tecnológica Federal do Paraná - UTFPR e da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná - SEED.

Professor Esp. Fernando Marcussi


Possui graduação em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá
(2010), Especialização em Auditoria e Controladoria pelo Centro Universitário
Cesumar (2014) e Especialização em EAD e as Tecnologias Educacionais a
Distância pelo Centro Universitário Cesumar (2017). Atualmente é Professor
Mediador do Centro Universitário Cesumar e Professor com dedicação Parcial
do Instituto Eficaz. Tem experiência na área de Matemática Aplicada, Cálculo
e Matemática Financeira.
APRESENTAÇÃO

GEOMETRIA COM CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

SEJA BEM-VINDO(A)!
O livro Geometria com Construções Geométricas é destinado aos alunos do Curso de Li-
cenciatura em Matemática e visa ao ensino da Geometria com a utilização de materiais
tais como régua, compasso e transferidor.
O objetivo deste livro é criar condições para que você, estudante, possa compreender
as ideias básicas da Geometria atribuindo significado a elas, além de saber aplicá-las na
reso- lução de problemas do mundo real.
Todos os conceitos básicos foram explorados de maneira instituível e compreensível. As
re- ceitas prontas e o formalismo excessivo foram evitados, porém, foi mantido o rigor
coerente com o nível superior para o qual o livro está sendo proposto.
Dessa forma, este livro foi desenvolvido a fim de apresentar a Geometria de maneira a
atender aos seguintes aspectos:
• Definir a área de abrangência da Geometria.
• Apresentar os conceitos fundamentais de cada tema constante da área de
abrangên- cia da disciplina.
• Indicar como os temas devem ser inseridos no Ensino da Matemática fazendo
uso de materiais.
Para este fim, o livro foi organizado em 5 unidades e cada unidade composta por Intro-
du- ção, Conteúdos, Considerações Finais, Atividades de Autoestudo, Leitura Comple-
mentar e Material Complementar.
Antes de resolver as Atividades de Autoestudo, é necessário que você estude a teoria,
ana- lise e refaça os exemplos. Também é importante refletir sobre as considerações
propostas em cada unidade.
A Leitura Complementar está relacionada com a unidade e dá uma ideia do tema estu-
dado além de poder apresentar uma abordagem histórica sobre o assunto discutido.
O livro engloba todos os assuntos costumeiramente trabalhados no curso de Geome-
tria, além de auxiliá-lo(a) formação para o Ensino da Matemática fazendo uso dos mate-
riais. As sugestões e críticas que visem ao aprimoramento deste trabalho ser ao sempre
bem-vindas.
Os autores
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A


CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS

15 Introdução

16 Conceitos

17 Proposições

19 Retas

29 Ângulos

38 Considerações Finais

42 Gabarito

UNIDADE II

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS

47 Introdução

48 Construção de Retas

51 Construção de Ângulos

54 Triângulos

62 Construção de Triângulos

64 Quadriláteros

67 Construção de Quadriláteros

68 Considerações Finais

73 Gabarito
10
SUMÁRIO

UNIDADE III

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE


FIGURAS

79 Introdução

80 Regiões Poligonais

84 Construção de Polígonos

87 Circunferências

91 Construção de Circunferências

93 Semelhança de Figuras

94 Construção de Figuras Semelhantes

96 Considerações Finais

103 Gabarito

UNIDADE IV

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE

111 Introdução

112 Poliedros

114 Prismas

117 Pirâmide

120 Considerações Finais

126 Gabarito
11
SUMÁRIO

UNIDADE V

CILINDRO, CONE E ESFERA

133 Introdução

134 Cilindro

136 Cone

139 Esfera

142 Considerações Finais

148 Gabarito

151 Conclusão
152 Referências
Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira
Professor Esp. Fernando Marcussi

CONCEITOS ELEMENTARES

I
UNIDADE
DE GEOMETRIA ALIADOS A
CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender os conceitos elementares da geometria: ponto, reta e plano
■■ Determinar posições relativas entre os elementos fundamentais
■■ Construir os elementos fundamentais

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceitos
■■ Proposições
■■ Retas
■■ Ângulos
15

INTRODUÇÃO

A palavra Geometria vem do grego: geo - terra, metria - medida e indica o ramo
da matemática destinado a resolver questões de forma, tamanho e posição rela-
tiva de figuras e ainda questões com propriedades do espaço.
A geometria teve início de forma independente em culturas antigas, como
sendo um con- junto de conhecimentos práticos sobre comprimento, área e
volume. Por volta do século III a.C., a geometria foi posta em uma forma axio-
mática por Euclides, cujo tratamento, cha- mado de geometria euclidiana,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

estabeleceu um padrão que perdurou por séculos.


A geometria é aplicada em diversas áreas da atividade humana. Uma evidên-
cia muito forte desse uso é encontrada na arquitetura. A geometria de posição
é fundamental para viabilizar a elaboração de projetos estruturais cujas formas
arquitetônicas situam-se entre o limite da Matemática e da Física.
A natureza desperta a admiração do homem por sua beleza, harmonia de cores
e perfei- ção das formas, incentivando-o a estudar essas formas encontradas e com-
preender suas relações perfeitas. O homem começou a imitar a natureza em suas
próprias construções, produzindo assim edificações cada vez mais rígidas e perfeitas.
A geometria desenvolve o pensar geométrico ou o raciocínio visual. Se essa
matéria é deixada de lado, alguns transtornos podem ser causados no dia a dia
do aluno, pois em seu cotidiano este deve ter noção de paralelismo, perpendicu-
larismo, medição (comprimento, perímetro, área, volume), simetria, seja pelo
visual (formas), seja pelo uso no lazer, na profissão ou na comunicação oral.
A importância da geometria na vida do homem é constante e hoje o seu
estudo é inserido no ensino da Matemática desde os primeiros anos escolares.
No entanto, são notórias a dificuldade no aprendizado e a falta de motivação no
estudo da geometria. A utilização de materiais como régua e compasso no estudo
da geometria pode auxiliar no desenvolvi- mento cognitivo, trazendo assim uma
melhor aprendizagem e compreensão da geometria.
A seguir, serão apresentados alguns conceitos geométricos fundamentais
que irão auxi- liar o(a) futuro(a) professor(a) de matemática a compreender a
geometria e dessa forma trabalhar com seus alunos a fim de desenvolver o pen-
sar geométrico ou o raciocínio visual.

Introdução
16 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS

Os conceitos geométricos são estabelecidos por meio de definições. Os concei-


tos pri-mitivos são construídos sem definição. Serão adotados sem definir os
conceitos de ponto, reta e plano. Para o ponto, a reta e o plano têm-se conhe-
cimentos intuitivos decorrentes da experiência e observação, são adotadas sem
definição, ou seja, existe ponto, existe reta e existe plano.

Notação com letras:


Ponto - é concebido como algo sem dimensão, sem massa e sem volume,
representado por letras maiúsculas latinas: A, B, C...
Reta - é concebida sem espessura, sem começo e sem fim e representadas
por letras mi- núsculas latinas: a, b, c...
Plano - é concebido sem espessura e sem fronteiras, representado por
letras gregas mi- núsculas: α, β, γ...

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


17

Notação gráfica:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: Dolce (1993).

PROPOSIÇÕES

As proposições geométricas são aceitas mediante demonstrações. As proposi-


ções primitivas, também denominadas postulados ou axiomas, são aceitas sem
demonstrações.

Postulado da existência:
1. Numa reta, bem como fora dela, existem infinitos pontos.
2. Num plano existem infinitos pontos.
A expressão infinitos pontos tem significado de tantos pontos quanto se queira.

GEOMETRIA DE POSIÇÃO NO PLANO

No estudo da Geometria é comum, e adequado, usar objetos do cotidiano como


modelos aproximados para os conceitos geométricos. Por exemplo, para a ideia de
ponto, costuma- se pensar em uma marca de giz na lousa ou em um ponto-final.

Proposições
18 UNIDADE I

Para a ideia de reta, costuma-se usar um fio esticado. E para a ideia de plano é
comum usar uma folha de papel.

POSTULADOS

POSTULADO DA DETERMINAÇÃO DA RETA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dois pontos determinam uma única (uma, e só uma) reta que passa por eles.

Fonte: Souza (2013).

POSTULADO DA DETERMINAÇÃO DO PLANO

Três pontos não colineares determinam um único plano que passa por eles.

Fonte: Souza (2013).

POSTULADO DA INCLUSÃO

Se uma reta tem dois pontos distintos num plano, então essa reta está contida nesse
mesmo plano.

Fonte: Souza (2013).

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


19

DEFINIÇÕES
■■ Pontos coplanares são pontos que pertencem ao mesmo plano.
■■ Figura é qualquer conjunto de pontos.
■■ Figura plana é qualquer figura que tem todos os seus pontos no mesmo plano.
■■ A geometria plana estuda as figuras planas.
■■ Duas retas são concorrentes, quando elas têm um único ponto comum.
■■ Duas retas distintas num plano são paralelas quando não têm ponto em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

comum.

RETAS

RELAÇÃO ENTRE UM PONTO E UMA RETA

O ponto A pertence à reta s.

Fonte: Souza (2013).

O ponto B não pertence à reta s.

Retas
20 UNIDADE I

RELAÇÃO ENTRE PONTOS

Dados os pontos A e B pertencentes a uma reta r, enquanto o ponto C não per-


tence à reta r. Indicamos que A ∈ r, B ∈ r e C ∉ r.
Dizemos que os pontos A e B estão alinhados e, portanto, são ditos colineares.
Da mesma forma, se os pontos A, B e C são colineares (existe uma reta que
passa pelos três).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
E
D
Fonte: Souza (2013).

Os pontos A, D e E não são colineares (não existe reta que passa pelos três
simultaneamente).
Dois pontos são sempre colineares.

RELAÇÃO ENTRE DUAS RETAS DE UM PLANO

As retas c e m são distintas e paralelas.

Fonte: Souza (2013).

As retas b e c são concorrentes.

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


21

Fonte: Souza (2013).

As retas p e n são concorrentes e perpendiculares, ou seja, são concorrentes


entre si e formarem um ângulo reto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: Souza (2013).

As retas a e r são coincidentes (paralelas iguais).

Fonte: Souza (2013).

Retas
22 UNIDADE I

Uma transversal a duas retas r e s, é uma reta que as interceptam em dois pon-
tos distintos, mas as retas r e s não precisam ser necessariamente paralelas para
que uma reta seja transversal a outras duas retas, conforme é ilustrado abaixo,
onde temos t interceptando r e s nos pontos P e Q, respectivamente, e r e s se
interceptando no ponto R.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Franco (2006)

Sejam r e t duas retas e A um ponto pertencentes a um plano a. Se essas retas


estão contidas em a, então todos os seus pontos pertencem a a. Dessa forma,
indicamos: A ∈ a, r ⊂ a e t ⊂ a. Neste caso, dizemos que r e t são coplanares.

Fonte: o Autor.

SEGMENTO DE RETA

Dados dois pontos distintos, a reunião do conjunto desses dois pontos com o
conjunto dos pontos que estão entre eles é um segmento de reta.
A noção de “estar entre” é uma noção primitiva que obedece aos postula-
dos ou axiomas que seguem:

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


23

Quaisquer que sejam os pontos A, B e P :


1. Se P está entre A e B, então A, B e P são colineares.
2. Se P está entre A e B, então A, B e P são distintos dois a dois.
3. Se P está entre A e B, então A não está entre P e B nem B está entre A e P .
4. Quaisquer que sejam os pontos A e B, se A é distinto de B, então existe
um ponto P que está entre A e B.
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Fonte: Dolce (1993).

SEMIRRETA

Dados dois pontos distintos A e B, a reunião do segmento de reta AB com o con-


junto dos pontos X tais que B está entre A e X é a semirreta AB indicada por .

Fonte: Dolce (1993).

SEGMENTOS CONSECUTIVOS

Dois segmentos de reta são consecutivos se, e somente se, uma extremidade de
um deles é também extremidade do outro (uma extremidade de um coincide
com uma extremidade do outro).

Fonte: Dolce (1993).

Retas
24 UNIDADE I

SEGMENTOS COLINEARES

Dois segmentos de reta são colineares se, e somente se, estão numa mesma reta.

SEGMENTOS ADJACENTES

Dois segmentos consecutivos e colineares são adjacentes se, e somente se, pos-
suem em comum apenas uma extremidade (não têm pontos internos comuns).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Dolce (1993).

CONGRUÊNCIA DE SEGMENTOS

A congruência (símbolo ≡) de segmentos é uma noção primitiva que satisfaz os


seguintes postulados:
1. Reflexiva: Todo segmento é congruente a si mesmo: AB ≡ AB.
2. Simétrica: Se AB ≡ CD, então CD ≡ AB.
3. Transitiva: Se AB ≡ CD e CD ≡ EF , então AB ≡ EF .

POSTULADO DO TRANSPORTE DE SEGMENTOS

Dados um segmento AB e uma semirreta de origem A´, existe sobre esta semir-
reta um único ponto B´ tal que A´B´ seja congruente a AB.

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


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ADIÇÃO DE SEGMENTOS

Dados dois segmentos AB e CD, tomando-se numa semirreta qualquer de ori-


gem R os segmentos adjacentes RP e PT tais que

RP ≡ AB e PT ≡ CD, (I.1)

o segmento RT é a soma de AB com CD.


O segmento RS, que é a soma de n segmentos congruentes a AB, é múlti-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

plo de AB segundo n (RS = n. AB). Se RS = n.AB, então AB é submúltiplo de RS


segundo n.

COMPARAÇÃO DE SEGMENTOS

Dados dois segmentos AB e CD, pelo postulado do transporte é possível obter na


semirreta um ponto P tal que AP ≡ CD. Têm-se três hipóteses a considerar:

Fonte: Dolce (1993).

1ª) O ponto P está entre A e B. Neste caso, AB é maior que CD (AB > CD).

2ª) O ponto P coincide com B. Caso em que AB é congruente a CD (AB ≡ CD).


3ª) O ponto B está entre A e P . Caso em que AB é menor que CD (AB < CD).

Retas
26 UNIDADE I

PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO

Um ponto M é ponto médio do segmento AB se, e somente se, M está entre A


e B e AM ≡ MB.
M ∈ AB e MA ≡ MB (I.2)

DISTÂNCIAS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

Dados dois pontos distintos, A e B, a distância entre A e B é a medida do seg-


mento AB.

Fonte: Paiva (2013)

Será adotada a notação AB para o segmento e AB para a medida do segmento.

DISTÂNCIA DE UM PONTO A UMA RETA

Dados um ponto P e uma reta r, pode-se traçar uma reta que passa por P e é
perpendicular a r no ponto A. A distância do ponto P à reta r é a distância entre
os pontos P e A.

Fonte: Paiva (2013).

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


27

DISTÂNCIA DE UM PONTO A UM PLANO

Dados um ponto P e um plano α, é possível determinar P´, que é a projeção


ortogonal de P sobre α. A distância do ponto P ao plano α é a distância entre
os pontos P e P´.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: Paiva (2013).

DISTÂNCIA ENTRE DUAS RETAS DISTINTAS E PARALELAS

Segundo postulado de Euclides, por um ponto P fora de uma reta a, existe uma
e uma só reta paralela à reta a.
Dadas as retas r e s, distintas e paralelas, a distância entre r e s é a distância
de qualquer ponto de uma delas à outra reta.

Fonte: Paiva (2013).

A distância entre duas retas concorrentes é nula, isto é, igual a zero.

DISTÂNCIA DE UMA RETA A UM PLANO QUANDO A RETA É PARA-


LELA AO PLANO E NÃO ESTÁ CONTIDA NELE

Dados a reta r e o plano α tais que r//α, a distância da reta r ao plano α é a dis-
tância de qualquer ponto de r ao plano α.

Retas
28 UNIDADE I

Fonte: Paiva (2013).

DISTÂNCIA ENTRE DOIS PLANOS DISTINTOS E PARALELOS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dados dois planos distintos, α e β, tais que α//β, a distância entre esses dois pla-
nos é a distância de qualquer ponto de um deles ao outro plano.

Fonte: Paiva (2013).

OBSERVAÇÃO: Quando dois planos distintos não são paralelos (nem coinciden-
tes), então eles se interceptam segundo uma reta, e a distância entre eles é zero.

DISTÂNCIA ENTRE DUAS RETAS REVERSAS

Dizemos que duas retas são reversas entre si se não existe plano que as contenha.
Dadas duas retas reversas, r e s, considerando um ponto qualquer de r e o
plano que contém s e é paralelo a r. A distância entre r e s é a distância desse
ponto a esse plano.

Fonte: Paiva (2013).

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


29

ÂNGULOS

DEFINIÇÃO

Um ângulo é a reunião de duas semirretas que têm a mesma origem, mas estão con-
tidas numa mesma reta. Se um ângulo é formado pelas semirretas e então as
semirretas são chamadas lados do ângulo, e o ponto A é chamado vértice do ângulo.
Tal ângulo é denominado ângulo BAC ou ângulo CAB e representado por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

BÂC ou CÂB, respectivamente. Algumas vezes, quando está claro no texto, é


simplesmente denominado ângulo A e representado por Â.

Fonte: Rezende (2008).

Na definição acima, ângulo é simplesmente um conjunto que é a união de duas


semirretas de mesma origem não contidas na mesma reta. Esta definição é adequada
para quase todo o desenvolvimento da Geometria Euclidiana. Os ângulos orienta-
dos, nos quais são destacados o lado inicial e final, definem um ângulo de medida
zero quando os lados inicial e final são coincidentes ou um ângulo de medida 180,
quando os lados são opostos. Ângulos orientados, ou mais geralmente, ângulos
cuja medida é um número real qualquer, são usados também na trigonometria.

ÂNGULOS CONSECUTIVOS

Dois ângulos são consecutivos se, e somente se, um lado de um deles é também
lado do outro (um lado de um deles coincide com um lado do outro). Assim,
temos que os ângulos AÔB e AÔC são consecutivos.

Ângulos
30 UNIDADE I

Fonte: o Autor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ÂNGULOS ADJACENTES

Dois ângulos consecutivos são adjacentes se, e somente se, não têm pontos inter-
nos comuns. Assim, os ângulos AÔC e CÔB são ângulos adjacentes.

Fonte: o Autor.

ÂNGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE

Dois ângulos são opostos pelo vértice se, e somente se, os lados de um deles são
as respectivas semirretas opostas aos lados do outro.
Temos que os ângulos AÔB e CÔD são opostos pelo vértice, assim como
AÔD e BÔC.

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


31

Fonte: o Autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Note que duas retas concorrentes determinam dois pares de ângulos opostos
pelo vértice.

ÂNGULOS ALTERNOS INTERNOS E CORRESPONDENTES

Consideremos duas retas r e s cortadas por uma transversal t, nos pontos P e Q,


respectivamente. Sejam A, B, C, D, E e F, conforme desenho abaixo. Os pares de
ângulos (A F , E B) e (C F , E D) são denominados ângulos alternos internos.
Os pares de ângulos (E A, E D), (E C, E B), (C F , B F ) e (A F , D F )
são denominados ângulos correspondentes.

Fonte: Franco (2006).

Ângulos
32 UNIDADE I

CONGRUÊNCIA E COMPARAÇÃO

A congruência (símbolo ≡) entre ângulos é uma noção primitiva que satisfaz os


seguintes postulados:
1. Reflexiva: Todo ângulo é congruente a si mesmo: Â ≡ Â.

2. Simétrica: Se  ≡ , então ≡ Â.

3. Transitiva: Se  ≡ e ≡ , então  ≡ .

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
POSTULADOS DO TRANSPORTE DE ÂNGULOS

Dados um ângulo AÔB e uma semirreta de um plano, existe sobre este


plano, e num dos semiplanos que permite determinar, uma única semir-
reta que forma com um ângulo A´Ô´B´ congruente ao ângulo AÔB.

COMPARAÇÃO DE ÂNGULOS

Dados ângulos AÔB e C D, pelo postulado do transporte é possível obter, no semi-


plano que tem origem em e contém B, uma semirreta ´ tal que AÔD´ ≡ C D.
Têm-se três hipóteses a considerar :
1ª) A semirreta ´ é interna a AÔB. Neste caso AÔB é maior que C D
(AÔB > C D).
2ª) A semirreta ´ coincide com . Neste caso AÔB é congruente a CÔD
(AÔB ≡ CÔD).
3ª) A semirreta ´ é externa a AÔB. Neste caso AÔB é menor que CÔD
(AÔB < CÔD).

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


33

ADIÇÃO DE ÂNGULOS

Se a semirreta é interna ao ângulo AÔC, o ângulo AÔC é soma dos ângu-


los AÔB e BÔC.

o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: o Autor.

AÔC = AÔB + AÔC

Dados dois ângulos AÔB e CÔD, se existem RÛS ≡ AÔB e SÛT ≡ CÔD tais que
US é interna a RÛT, diz-se que o ângulo RÛT é a soma de AÔB e CÔD.
O ângulo RÛS que é a soma de n ângulos AÔB, se existir, é chamado múlti-
plo de AÔB segundo n (RÛS = n.AÔB).
Se AÔB = n · CÔD, se diz que CÔD é submúltiplo de AÔB segundo n.

BISSETRIZ DE UM ÂNGULO

Uma semirreta interna a um ângulo AÔB é bissetriz do ângulo AÔB se, e


somente se, AÔC ≡ BÔC.
A bissetriz de um ângulo é uma semirreta interna ao ângulo, com origem
no vértice do ângulo e que o divide em dois ângulos congruentes.
PROPOSIÇÃO 1: Dois ângulos opostos pelos vértice são congruentes.
De fato, considerando o desenho apresentado acima, devemos mostrar que
AÔD ≡ CÔB.
Assim, como o ângulo CÔA é raso, então CÔB e BÔA são suplementares.

CÔB + BÔA = 180º

Ângulos
34 UNIDADE I

Por outro lado, BÔD também é um ângulo raso, então BÔA e AÔD são
suplementares.

BÔA + AÔD = 180º

Assim, pelas duas equações:

CÔB + BÔA = BÔA + AÔD


CÔB = AÔD

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Obtendo assim o desejado.

Ângulos opostos pelo vértice

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


demonstração desta proposição.

MEDIDA DE UM ÂNGULO - AMPLITUDE

A medida de um ângulo AÔB será indicada por m(AÔB). A medida de um ângulo


é um número real positivo associado ao ângulo de forma que:
1ª) Ângulos congruentes têm medidas iguais e, reciprocamente, ângulos que
têm medidas iguais são congruentes.
AÔB ≡ CPD ⇔ m(AÔB) = m(CPD)
2ª) Se um ângulo é maior que outro, sua medida é maior que a medida deste outro.
AÔB > CPD ⇔ m(AÔB) > m(CPD)

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


35

3ª) Se um ângulo corresponde soma de outros ângulos, a medida desse ângulo


corresponde a soma das medidas desses ângulos.
AÔB ≡ AÔB + CPD ⇔ m(AÔB) = m(AÔC) m(CÔB)
À medida de um ângulo dá-se o nome de amplitude do ângulo. Em geral, asso-
cia-se um número a um ângulo estabelecendo a razão (quociente) entre este
ângulo e outro ângulo tomado como unidade.

UNIDADES DE MEDIDA DE ÂNGULOS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ângulo de um grau (1º) é o ângulo submúltiplo segundo 90 (noventa) de um


ângulo reto.

ângulo reto
ângulo de um grau = 90

Um ângulo reto tem 90 graus (90º).


A medida de um ângulo agudo é menor que 90º.
A medida de um ângulo obtuso é maior que 90º e menor que 180º.

Fonte: o Autor.

Ângulo de um minuto (1´) é o ângulo submúltiplo segundo 60 (sessenta) do


ângulo de um grau.

1´ = 60

Um grau tem 60 minutos (60´).


Ângulo de um segundo (1´´) é o ângulo submúltiplo segundo 60 (sessenta) do
ângulo de um minuto.

Ângulos
36 UNIDADE I


1´´ = 60

Um minuto tem 60 segundos (60´´).


Ângulo de um grado (1gr) é o ângulo submúltiplo segundo 100 (cem) de
um ângulo reto.
ângulo reto
ângulo de um grado = 100

Dos submúltiplos do grado, dois se destacam:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ o centígrado (0,01gr), também chamado minuto de grado, e
■■ o decimiligrado (0,0001gr), também chamado segundo de grado.

Conversão de ângulos (graus, minutos, segundos e


grados)

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


resolução deste exemplo.

ÂNGULOS COMPLEMENTARES E ÂNGULOS SUPLEMENTARES

Dois ângulos são complementares se, e somente se, a soma de suas medidas
for 90º. Um deles é o complemento do outro.
Dois ângulos são suplementares se, e somente se, a soma de suas medidas for
180º. Um deles é o suplemento do outro.

ÂNGULO NULO E ÂNGULO RASO

Pode-se estender o conceito de ângulo para se ter o ângulo nulo (cujos lados são
coincidentes) ou o ângulo raso (cujos lados são semirretas opostas).

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


37

Fonte: o Autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A marca de giz na lousa ou o ponto-final no caderno têm dimensões (em-


bora sejam pequenas), enquanto o ponto geométrico não tem dimensões.
Reflita sobre as limitações físicas do lápis como modelo de reta e da folha de
papel como modelo de plano.

Plano Cartesiano - No plano cartesiano os pontos são localizados por meio


de dois eixos perpendiculares, e cada ponto fica perfeitamente determi-
nado por sua posição. O princípio de representação dos pontos no plano
cartesiano é que a cada posição no plano fica associado um ponto. René
Descartes (1596-1650), filósofo famoso por sua frase: “Penso, logo existo”,
estabeleceu relações entre curvas no plano e equações algébricas com duas
incógnitas. As propriedades geométricas das curvas foram assim, “traduzi-
das” por meio de equações, e os resultados da Álgebra foram interpretados
geometricamente. Descartes estava empenhado em descobrir uma fórmula
que disciplinasse o raciocínio e unificasse o conhecimento.
Outro estudioso da Matemática que contribuiu para o desenvolvimento da
Geometria analítica foi o francês Pierre de Fermat (1601-1665). Assim como
Descartes, Fermat associou equações a curvas e superfícies. Embora seja
comum a ideia de que a Geometria analítica é uma redução da Geometria
à Álgebra, os escritos de Descartes mostram que sua preocupação era a
construção geométrica e a possibilidade de encontrar um correspondente
geométrico para as operações algébricas. Já com relação a Fermat, o uso
de coordenadas surge da aplicação da Álgebra da Renascença a problemas
geométricos da Antiguidade. Isso mostra que os caminhos percorridos por
eles foram independentes.

Ângulos
38 UNIDADE I

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A geometria é o ramo da Matemática que trata do estudo da medida, forma,


tamanho e posição relativa de figuras e ainda questões com propriedades do
espaço. Aqui foi possível conhecer alguns conceitos fundamentais da geometria
para dar início ao seu estudo.
Neste capítulo foi possível conhecer a origem da geometria bem como, sua
importância como conteúdo da disciplina de Matemática. Foram apresentados
os conceitos elementares da geometria. Também foi abordado sobre retas sendo

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
identificado as posições relativas entre os elementos fundamentais sendo eles o
ponto, a reta e o plano. E finalmente foi abordado sobre ângulos.
Foram apresentadas proposições, que são aceitas mediante demonstrações e;
proposições primitivas, também denominadas postulados, aceitas sem demons-
trações. Na sequência foi apresentado a geometria de posição o plano, sendo
apresentada a relação entre um ponto e uma reta, a relação entre pontos, a rela-
ção entre duas retas e um plano.
Ainda foi definido segmento de reta e semirreta e apresentado os segmentos
consecutivos, colineares e adjacentes. Também foi definido segmentos congruen-
tes, adição e compara- ção de segmentos. No estudo de distâncias foi abordado
sobre distância entre dois pontos, distância de um ponto a uma reta, distância de
um ponto a um plano, distância ente duas retas distintas paralelas, distância de
uma reta a um plano quando a reta é paralela ao plano e não está contida nele, dis-
tância entre dois planos distintos e paralelos e distância entre duas retas reversas.
Ao tratar de ângulos foi abordado ângulos consecutivos, adjacentes e opos-
tos pelo vértice. Além de congruência e comparação de ângulos foi visto adição
de ângulos, bissetriz de um ângulo. Também foi tratado de ângulos reto, agudo
e obtuso; as unidades de medida de ângulos; ângulos complementares e ângu-
los suplementares e por fim ângulos nulo e ângulo raso.
No capítulo seguinte será discutido sobre a construção de retas e ângulos, além
de ser definido triângulos e quadriláteros e apresentado exemplos de construção
de triângulos e quadriláteros fazendo uso de materiais como régua e compasso.

CONCEITOS ELEMENTARES DE GEOMETRIA ALIADOS A CONSTRUÇÕES FUNDAMENTAIS


39

Das questões de 1 a 6, classifique as afirmações em verdadeira (V) ou falsa (F).


1. ( ) Duas retas perpendiculares a um mesmo plano são coplanares.
2. ( ) Por um ponto passa uma única reta perpendicular a um plano dado.
3. ( ) Se uma reta está contida em um plano, toda perpendicular a ela será per-
pendicular ao plano.
4. ( ) Se dois planos distintos, α e β, são paralelos, então toda reta r perpendicu-
lar a um deles é perpendicular ao outro.
5. ( ) Por um ponto passa um único plano perpendicular a uma reta dada.
6. ( ) Se uma reta é perpendicular a um plano, ela é perpendicular a todas as
retas desse plano.
7. Na figura abaixo, as retas r e s são paralelas. Nessas condições, encontre a me-
dida do angulo 0, apresentando seus cálculos.

8. Dado um ângulo α = 42º, quais os valores dos ângulos complementar e suple-


mentar referente a esse ângulo α? Apresente e explique os passos utilizados.
9. Consideremos três ângulos AÔC, AÔB e BÔC, onde AÔB e BÔC medem 50º e
60º, respectivamente. Determine a medida de AÔC.
10. Dados o angulo α = 60,18°. Determine seu respectivo representante em graus,
minutos e segundos.
40

A Geometria, ao longo de toda a sua história, acompanhou o ser humano na busca pelo
co- nhecimento da natureza que o cerca. Quando a civilização grega chegou ao ápice,
os gre- gos assumiram o desenvolvimento da Geometria. Passaram a privilegiar o co-
nhecimento dedutivo e não o empírico, como ocorria até então. E questões que sempre
intrigaram a humanidade, como o tamanho do raio da Terra, a distância entre a Terra e
a Lua ou entre Terra e o Sol, já estimadas em outras épocas por outros sábios, passaram, a
partir de então, a ser tratadas com o auxílio dos conhecimentos geométricos.
Com o fim da hegemonia grega, o mundo passou por quase 15 séculos de trevas. Ape-
nas com a queda de Constantinopla e o início do Renascimento, os textos gregos vol-
taram à Europa, trazidos pelos que fugiam da invasão turca. E com o seu ressurgimento
também voltaram as contribuições da Geometria aos outros campos do conhecimento
científico.
O grego Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a. C.) foi brilhante em perceber como compa-
rar as distâncias entre a Terra e a Lua e entre a Terra e o Sol usando triângulos retângulos,
semelhança de triângulos e proporções. Eratóstenes (276 a.C. - 196 a. C.) não era grego,
mas estudou em Atenas e viveu em Alexandria, importante centro cultural da época. Fi-
cou conhecido por sua versatilidade e por uma engenhosa ideia para calcular o raio da
Terra, baseado na proporcionalidade entre medida e comprimento de arcos, nos ângulos
correspondentes em paralelas cortadas por transversais e na razão entre comprimento
da circunferência e seu diâmetro.
O polonês Nicolau Copérnico (1473 - 1543) retomou as hipóteses heliocêntricas de Aris-
tarco (que na época não vingaram) e elaborou toda uma teoria em que os planetas te-
riam órbitas circulares em torno do Sol, calculando os períodos de revolução dos plane-
tas e suas distâncias até o Sol, com base na proporcionalidade de arcos e semelhança
de triângulos (já na forma de Trigonometria). O alemão Johannes Kepler (1571 - 1630)
aperfeiçoou as ideias de Copérnico ao afirmar que as órbitas planetárias são na verdade
elípticas e apre- sentou as três leis conhecidas hoje como “leis de Kepler”, repletas de
proporcionalidades, áreas e elípses.
A Geometria estudada hoje é essencialmente a mesma que serviu de alicerce para que
os estudiosos do passado conseguissem cada vez mais adquirir conhecimento e enten-
der melhor a natureza que nos cerca. Se hoje sabe-se muito sobre ela e seus fenômenos,
isso é resultado do esforço e da dedicação de muitos sábios da Antiguidade, alguns dos
quais considerados os maiores astrônomos, geômetras ou matemáticos de suas épocas.
Fonte: Dante (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Ensino Médio: coletânea de artigos


extraídos da Revista do Professor de Matemática (RPM) - uma publicação da Sociedade
Brasileira de Matemática (SBM), com apoio da Universidade de São Paulo.
<http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 5 mar. 2018.

Material Complementar
GABARITO

1. ( ) Duas retas perpendiculares a um mesmo plano são coplanares.


Verdadeiro, pois como as retas são perpendiculares a um mesmo plano, con-
sequentemente elas são paralelas, assim poderemos encontram um plano do
qual as duas retas pertencem.
2. ( ) Por um ponto passa uma única reta perpendicular a um plano dado.
Verdadeiro. Por definição, por dois pontos passa uma única reta, perpendicular
ou não.
3. ( ) Se uma reta está contida em um plano, toda perpendicular a ela será per-
pendicular ao plano.
Falso. Dada a junção entre dois planos α e β onde a reta r ∈ α ∈ β, se esta junção
não for perpendicular, poderemos ter uma reta s ∈ α ou s ∈ β perpendicular a r,
porém não será perpendicular ao plano α ou β.
4. ( ) Se dois planos distintos, α e β, são paralelos, então toda reta r perpendicular
a um deles é perpendicular ao outro.
Verdadeiro. Suponhamos que a reta r seja perpendicular a α e não seja perpen-
dicular a β, desta forma conclui-se que α e β são concorrentes. (ABSURDO!)
5. ( ) Por um ponto passa um único plano perpendicular a uma reta dada.
Verdadeiro, pois seja um plano r que passa por um ponto e seja perpendicular
a uma reta dada r. Tome um outro plano perpendicular a r e passando pelo mes-
mo ponto, assim os planos que seriam paralelos entre si se intersetam no ponto
dado (ABSURDO!)
6. ( ) Se uma reta é perpendicular a um plano, ela é perpendicular a todas as retas
desse plano.
Falso, pois tome uma reta r que é perpendicular ao plano π. Seja P o ponto de
intersecção da reta r com o plano π. Tomando uma reta t pertencente ao plano π
e que P ∈ t. Essa reta será reversa a reta r e não perpendicular à reta r.
7. Temos aqui retas paralelas cortadas por uma transversal. Assim, traçando um
reta paralela a s pelo ponto onde as transversais se encontram, conseguimos
dividir 0 em duas partes (α1 e α2). Assim, pela propriedade de ângulos alternos
internos, temos α1 = 45º e α2 = 30º, portanto 0 = 45º + 30º = 75º.
8. Devemos obter ângulos de 48º e 138º. Temos que dois ângulos são complemen-
tares se, e somente se, a soma de suas medidas for 90º. Um deles é o comple-
mento do outro e dois ângulos são suplementares se, e somente se, a soma de
suas medidas for 180º. Um deles é o suplemento do outro. Assim o complemen-
tar de 42º é 48º e o suplementar de 42º é 138º.
43
GABARITO

9. Note que, uma semi-reta SÔB divide um ângulo AÔC, então a medida do ângulo
AÔC é igual a soma das medidas dos ângulos AÔB e BÔC, ou seja, m(AÔC) =
m(AÔB)+ m(BÔC) 0 = 50º + 60º = 110º.
10. Temos que α = 60, 18º = 60º + 0, 18º, assim 0, 18º = 10, 8´ = 10´ + 0, 8´. Por outro
lado, 0, 8´ = 48´´. Reagrupando os termos temos: α = 60, 18º = 60º10´48´´.
Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira
Professor Esp. Fernando Marcussi

II
CONSTRUÇÃO DE RETAS,

UNIDADE
ÂNGULOS, TRIÂNGULOS,
QUADRILÁTEROS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as propriedades geométricas das figuras planas e suas
representações grá- fica e algébrica.
■■ Construir figuras planas fazendo uso de régua, compasso e demais
ferramentas ma- temáticas.
■■ Compreender os conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas
para solucionar problemas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Construção de retas.
■■ Construção de ângulos.
■■ Triângulos.
■■ Construção de triângulos.
■■ Quadriláteros.
■■ Construção de quadriláteros.
47

INTRODUÇÃO

As construções geométricas apareceram na antiguidade e tiveram grande impor-


tância no desenvolvimento da Matemática. Há 2000 anos a palavra número
significava somente número natural. Não havia números negativos e as frações
não eram consideradasnúmeros, apenas razões entre números. Se não havia ainda
a noção de número racional, os números reais estavam longe de ser definidos.
Contudo os gregos tiveram uma grande ideia. A de representar uma grandeza
qualquer por um segmento de reta. Esta ideia é equivalente a dizer que todo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

número real positivo está associado a um ponto de uma semirreta graduada.


Assim, as operações de adição e subtração de segmentos são inteiramente
intuitivas e a multiplicação de dois segmentos podia ser visualizada como a área
de um retângulo.
Nas construções geométricas são permitidos apenas a régua (não graduada)
e o compasso. A régua serve apenas para desenhar uma reta passando por dois
pontos dados e o com- passo serve apenas para desenhar uma circunferência
cujo raio é dado por um segmento e cujo centro é um ponto dado. Estes instru-
mentos não podem ser utilizados de nenhuma outra maneira.
Sendo assim, as construções geométricas que utilizam uma régua não gra-
duada e um compasso devem seguir algumas regras básicas:
1. Conhecendo-se dois pontos distintos, é possível traçar uma reta utili-
zando a régua.
2. Com o compasso, é possível traçar uma circunferência com centro em
um ponto conhe- cido e que passa por um segundo ponto determinado.

A pureza das construções com régua e compasso é a mesma da geometria analí-


tica que também resolve, de forma equivalente, problemas de geometria usando
as coordenadas (pontos dados), a equação da reta (régua) e a equação da cir-
cunferência (compasso).
É permitido obter pontos que podem ser construídos através de uma sequ-
ência finita de operações: intersecções de retas, intersecções de circunferências
e intersecções de retas com circunferências. Com esses pontos obtidos, é possí-
vel traçar novas retas e novas circunferências e assim sucessivamente.

Introdução
48 UNIDADE II

Para começar a desenhar, há dois problemas básicos que precisam ser aprendidos:
1- Traçar por um ponto dado uma reta perpendicular a uma reta dada.
2- Traçar por um ponto dado uma reta paralela a uma reta dada.
Será verificado como resolver estes problemas na sequência.

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CONSTRUÇÃO DE RETAS

CONSTRUÇÃO DE RETAS PARALELAS

Para traçar por um ponto P uma reta paralela a uma reta r, é necessário traçar
um círculo de centro em P cortando a reta r em A e B. Em seguida, traçar círcu-
los de mesmo raio com centros em A e B, obtendo, um dos pontos de interseção.
A reta é perpendicular à reta r.

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


49
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONSTRUÇÕES DE RETAS PERPENDICULARES

Para traçar por um ponto P uma reta perpendicular a uma reta r, é necessário pro-
ceder da seguinte forma: Traçar três círculos, sempre com o mesmo raio: o primeiro
com centro em P , determinando um ponto A na reta r, o segundo com centro em
A, determinando um ponto B na mesma reta e o terceiro com centro em B, deter-
minando um ponto B sobre o primeiro círculo. A reta é paralela a reta r.

CONSTRUÇÃO DA MEDIATRIZ

A mediatriz de um segmento de reta AB é a reta perpendicular a AB que passa pelo


ponto médio de AB. Para construir a mediatriz usando régua e compasso, é neces-
sário traçar dois círculos de mesmo raio, com centros em A e B e abertura maior
do que m(AB)/2, que se cruzam nos pontos P e Q. A reta é a mediatriz de AB.

Construção de Retas
50 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

QUARTA PROPORCIONAL

Denotamos por 4a proporcional de três segmentos dados, ao produto de dois


deles dividido pelo 3º.
Conclui-se que, dados três segmentos a, b e c, existem três segmentos que
são 4as proporcionais de a, b e c:
a .b a .c b .c
x= c ,y= b ez= a

Portanto, quando se pede uma 4a proporcional deve-se especificar qual das três
seguintes se deseja, fornecendo a respectiva expressão.
Assim, dados a, b e c, a 4a proporcional x = a c. b é obtida após três passos.
Como há vários modos de se obter uma 4a proporcional, evitamos qualquer equi-
voco procedendo sempre como apresentado a seguir:
1. Transforma-se a expressão dada x = a c. b numa expressão do tipo ac = bx (*),
tomando o cuidado de deixar a incógnita no 2º membro da equação, pois quando
se usa esta regra, a incógnita não pode ficar adjacente ao vértice, como veremos
a seguir.

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


51

2. Colocam-se nos lados de um ângulo arbitrário os segmentos dados imi-


tando sua colocação na expressão (*). Esta é uma regra muito útil.
3. Uma paralela (determinada pelos processos já mencionados ou pelo
transporte o ângulo α, tema que veremos a seguir) determina o seg-
mento procurado x.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: o Autor.

4ª Proporcional

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


resolução deste exemplo.

CONSTRUÇÃO DE ÂNGULOS

CONSTRUÇÃO DA BISSETRIZ DE UM ÂNGULO

A bissetriz de um ângulo AÔB é a semirreta OC tal que m(AÔC) = m(CÔB), isto


é, a semirreta que divide o ângulo AÔB em dois outros iguais. Para construir a
bissetriz usando régua e compasso, é necessário traçar um círculo de centro em

Construção de Ângulos
52 UNIDADE II

O que determina os pontos X e Y nos lados do ângulo AÔC. Em seguida, traçar


dois círculos de mesmo raio com centros em X e Y de tal forma que eles se cru-
zem em ponto C. A semirreta é a bissetriz do ângulo AÔC.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014)

TRANSPORTE DE ÂNGULOS

Dado um ângulo α, podemos transporta-lo a uma semi-reta Or qualquer.


De fato, com um raio arbitrário, traçam-se dois arcos: um com centro no
vértice V de α, obtendo A e B, e o outro com o centro O, obtendo C. A seguir
traça-se o arco ( ,AB), obtendo-se D que se liga com O.

Fonte: o Autor

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


53

Podemos argumentar a veracidade desse fato, por construção, que OD = OC = VA =


VB e CD = AB, logo os triângulos ADC e VAB são congruentes, e portanto α´ = α.

CONSTRUIR ÂNGULOS DE 30º, 45º E 60º

a) 60º e 120º
Dada uma reta r e uma circunferência com cento em O (sobre r) e raio arbitrário,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou seja, (O, arbitrário), a interseção entre a reta e a circunferência obtém-se A.


Agora dada outra circunferência com centro em A e raio AO, ou seja, (A, AO),
obtemos B.
Ligando-se O com B, obtemos os dois ângulos procurados.

Fonte: o Autor

A justificativa que o ângulo formado seja de 60º é o fato do triângulo OAB ser
equilátero.

b) 30º e 150º
Essa construção pode ser realizada bissecando um ângulo de 60º ou com uma cir-
cunferência de centro H e raio arbitrário sobre r, obtemos o ponto J e o ponto O.
Agora dada outra circunferência de centro em J e raio HO, obtemos K.
Ligando-se O e K obtemos os ângulos procurados.

Construção de Ângulos
54 UNIDADE II

Fonte: o Autor.

Como o ângulo central J K = 60º, logo, o ângulo JÔK= 30º. Ou, basta notar que
o triângulo HKO é isósceles com base em OK e ÔH = KH, onde, K O = 120º.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) 45º e 135º
Essa construção pode ser realizada bissecando um ângulo de 90º ou construir
um triângulo retângulo isósceles.

Fonte: o Autor.

TRIÂNGULOS

É possível afirmar que o triângulo é o polígono fundamental, pois qualquer outro


polígono pode ser considerado uma composição de triângulos dispostos lado a lado.

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


55

CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS

Os triângulos podem ser classificados quanto aos seus ângulos e quanto aos
seus lados.
Quanto aos ângulos: um triângulo pode ser classificado em:
Triângulo retângulo: possuiu um ângulo interno reto.
Triângulo acutângulo: possui os três ângulos internos agudos.
Triângulo obtusângulo: possui um ângulo interno obtuso.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Triângulo retângulo: tem Triângulo acutângulo: tem os Triângulo obtusângulo: tem


um ângulo interno reto. três ângulos internos agudos. um ângulo interno obtuso.
Fonte: Dante (2013).

Quanto aos lados: um triângulo pode ser classificado em:


Triângulo equilátero: tem o três lados congruentes entre si.
Triângulo isósceles: tem dois lados congruentes entre si.
Triângulo escaleno: tem os três lados com medidas diferentes entre si.

Triângulo equilátero: tem Triângulo isóceles: tem Triângulo escaleno: tem os


os três lados congruentes dois lados congruentes três lados com medidas
entre si. entre si. diferentes entre si.
Fonte: Dante (2013).

ELEMENTOS DE UM TRIÂNGULO

Altura de um triângulo: é o segmento de reta que une, perpendicularmente,


um vértice à reta que contém o lado oposto a esse vértice.

Triângulos
56 UNIDADE II

Altura relativa ao
A lado CB (ou relativa M Altura relativa
ao vértice A) ao lado PN
(ou relativa
ao vértice M)

C H B P N L
Fonte: Dante (2013).

Bissetriz interna de um triângulo: é o segmento de reta que está contido na bis-


setriz de um ângulo interno e liga um vértice ao lado oposto.
A Bissetriz interna relativa ao

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vértice A (ou relativa ao lado CB)

C I B
Fonte: Dante (2013).

Mediana de um triângulo: é o segmento de reta que liga um vértice ao ponto


médio do lado oposto.

A Mediana relativa ao vértice A


(ou relativa ao lado CB)

C M B
(ponto médio)
Fonte: Dante (2013).

Mediatriz em um triângulo: é a reta perpendicular a um dos lados pelo ponto


médio desse lado.
A
Mediatriz relativa ao lado CB

C M B
(ponto médio)
Fonte: Dante (2013).

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


57

ÂNGULOS EM UM TRIÂNGULO

Soma dos ângulos internos de um triângulo: considere um triângulo qualquer


ABC, cujos ângulos internos Â, e têm medidas α, β e θ, respectivamente.
Traçando por B a reta , paralela a , determinam-se ângulos alternos
congruentes.
B D B E
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A C A C
Fonte: Dante (2013).

Como o ângulo D E é raso, pode-se concluir que: α + β + θ = 180º.


Assim:
A soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo qualquer é 180º.

Soma dos ângulos internos de um triângulo

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


resolução deste exemplo.

TEOREMA DO ÂNGULO EXTERNO DE UM TRIÂNGULO

Na figura seguinte, o ângulo DÂB é adjacente e suplementar de um ângulo interno


do triângulo ABC; por isso DÂB é chamado de ângulo externo desse triângulo.

Triângulos
58 UNIDADE II

B
Ângulo externo
relativo ao vértice A

C A D
Fonte: Dante (2013).

Há uma importante relação entre a medida de um ângulo externo e as medidas


dos ângulos internos de um triângulo. Para obtê-la pode-se traçar por B a reta r
paralela a CA e indicar por α e β as medidas dos ângulos internos e , respec-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tivamente, e por e a medida
F
do Bângulo externo relativo ao vértice
r
A.

C A D
Fonte: Dante (2013).

Os ângulos B A e C F têm medidas iguais, por serem alternos internos forma-


dos por duas retas paralelas e uma transversal. Pelo mesmo motivo, os ângulos
BÂD e A F também têm medidas iguais, isto é:

m(BÂD) = m(A F ) ⇒ e = α + β

Demonstrado assim o teorema:


A medida de um ângulo externo de um triângulo é igual a soma das medi-
das dos ângulos internos não adjacentes a ele.

PROPRIEDADE DOS TRIÂNGULOS

Triângulo isósceles: é todo triângulo que possui dois lados congruentes entre
si. O extremo comum a esses lados é chamado de vértice do triângulo isósceles,
e o lado oposto a esse vértice é a base do triângulo isósceles.
P1 - Se um triângulo apresenta dois lados com medidas iguais, os ângulos

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


59

internos opostos a esses lados têm medidas iguais.


P2 - Se um triângulo apresenta dois ângulos internos com medidas iguais,
então os lados opostos a esses ângulos têm medidas iguais.
A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

B C
Fonte: Dante (2013).

Pelas propriedades P1 e P2 tem-se: AB = AC ⇔ ≅ .


P3 - A mediana, a bissetriz e a altura relativas à base do triângulo isósceles
são segmentos coincidentes e estão contidas na mediatriz relativa a essa base.

Se AB = AC e M é ponto médio de BC, então o segmento AM é a mediana, bis-


setriz e altura relativas ao vértice A e a reta é mediatriz relativa à base BC.

B M C
Ponto médio

Fonte: Dante (2013).

Triângulo equilátero: é todo triângulo que possui os três lados congruentes


entre si. Assim, todo triângulo equilátero também é isósceles, pois tem dois
lados congruentes entre si.
P1 - Cada ângulo interno de um triângulo equilátero mede 60º.

Triângulos
60 UNIDADE II

Fonte: o Autor.

P2 - A altura, a mediana a bissetriz relativa à base está representada pelo seg-


mento AH,que possui medida h = l 23 (pelo Teorema de Pitágoras).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: o Autor.

P3 - O baricentro (ponto de intersecção das medianas), o ortocentro (ponto


de intersecção das alturas), o incentro (ponto de intersecção das bissetrizes
internas) e o circuncentro (ponto de intersecção das mediatrizes) coincidem
e está representado pelo ponto G.

Fonte: o Autor.

P4 - O baricentro divide cada mediana em duas partes, tais que a que contém
o vértice é o dobro da outra (isto vale em qualquer triângulo).
Triângulo retângulo: é todo triângulo que possui um ângulo interno reto.
Os lados do triângulo que formam esse ângulo reto são chamados de catetos, e
o terceiro lado é a hipotenusa.
P1 - Os ângulos agudos de um triângulo retângulo são complementares.

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


61

+ = 90º
Fonte: Dante (2013).

P2 - Em todo triângulo retângulo, a mediana relativa à hipotenusa mede


metade da hipote- nusa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

M (ponto médio) BC
AM =
2
A C
Fonte: Dante (2013).

Para justificar P2, imagine um retângulo ABCD, a partir da figura acima.


As diagonais de um retângulo são congruentes e o ponto comum às duas é
o ponto médio de cada uma. Logo, M é o ponto médio da hipotenusa BC do tri-
ângulo ABC. Como
AD
AM = 2 e AD = BC, conclui-se AM = BC .
2
Portanto, a mediana AM divide o triângulo retângulo ABC em dois triân-
gulos isósceles.

ÁREA DA REGIÃO TRIANGULAR

A área de uma região triangular é metade da região limitada por um paralelo-


gramo de mesma base e mesma altura. Isto é,
B.H 1
A= 2 = 2 B.H
a área de uma região triangular é a metade do produto da medida da base pela
medida da altura correspondente.

Triângulos
62 UNIDADE II

Fonte: o Autor.

ÁREA DE UM TRIÂNGULO EQUILÁTERO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No triângulo equilátero, todos os lados são congruentes (l), todos os ângulos
internos são congruentes (60º) e toda altura é também mediana e bissetriz.
O triângulo AMC é retângulo em M e, portanto, vale a relação de Pitágoras
l 3
l = h + b 2 l , então h = 2 .
2 2 l 2

l 3
BC.h = l . 2 = l 3
2

Logo, a área do triângulo ABC é dada por A = 2 2 4


Exemplo: Qual a área de um triângulo equilátero de lado 2 cm?
A área é dada por A = l 4 3 = 2 4 3 = 4 4 3 , assim A = 3 cm 2 .
2 2 2

CONSTRUÇÃO DE TRIÂNGULOS

TRIÂNGULO EQUILÁTERO

A primeira proposição do primeiro livro Elementos de Euclides ensina como


construir um triângulo equilátero, dado um dos seus lados:

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


63
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: Dante (2013).

Com centro em A e raio AB construa o círculo C1. Com centro em B e raio BA,
construa o círculo C2. Seja X um dos pontos de interseção entre os dois círcu-
los. O triângulo ABX é equilátero.

TRIÂNGULO OBTUSÂNGULO

Fonte: o Autor.

Com centro em A e raio AB construa o círculo C1. Com centro em B e raio BA,
construa o círculo C2. Seja os pontos de interseção entre os dois círculos. O tri-
ângulo AXY é obtusângulo.

Construção de Triângulos
64 UNIDADE II

QUADRILÁTEROS

Na Geometria Plana Euclidiana, quadrilátero é um polígono de quatro lados,


cuja soma dos ângulos internos é 360º, e a soma dos ângulos externos, assim
como de qualquer outro polígono, é 360º.
Alguns quadriláteros:

QUADRADO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É um quadrilátero regular, ou seja, uma figura geométrica
com quatro lados de mesma medida e quatro ângulos retos.
A área de uma região quadrada Q cujo lado mede l é dada
pelo quadrado de l, isto é, A = l2
Exemplo: Determine a área de um quadrado de lado 5 cm.
A = l2 = 52 = 25 cm2
Fonte: Dante (2013).

PARALELOGRAMO

É um polígono de quatro lados (quadrilátero) cujos lados opostos são iguais e


paralelos. Por consequência, tem ângulos opostos iguais.

Fonte: Dante (2013).

A área da região limitada por um paralelogramo é igual ao produto da medida


de uma de suas bases pela medida da altura correspondente a essa base esco-
lhida, isto é, A = bh.

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


65

A = 5·3 = 15 cm2

Exemplo: Determine a área de um paralelogramo de base 5 cm e altura 3 cm.


A =- 5.3 = 15 cm2

RETÂNGULO

É um paralelogramo, cujos lados formam ângulos retos entre si e que, por isso,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

possui dois lados paralelos verticalmente e os outros dois paralelos horizontal-


mente. Pode-se considerar o quadrado como um caso particular de um retângulo
em que todos os lados têm mesma medida.

Fonte: o Autor.

A área da região limitada por um retângulo é igual ao produto da medida de


uma de suas bases pela medida da altura correspondente a essa base escolhida,
isto é, A = bh, assim como a área do paralelogramo, visto que um retângulo é
um caso especial de um paralelogramo.
Exemplo: Determine a área de um retângulo de base 8 cm e altura 2 cm.
A = 8·2 = 16 cm2

TRAPÉZIO

É um quadrilátero com dois lados paralelos entre si, que são chamados de base
maior e base menor.

Quadriláteros
66 UNIDADE II

Fonte: Souza (2013).

A área de uma região trapezoidal é igual à semissoma das medidas das bases
vezes a medida da altura, ou seja, A = (B +2h) . h .
(8 + 3) . 4
A= 2
= 22 cm 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo: Determine a área de um trapézio de base maior 8 cm, base menor 3
cm e altura 4 cm.

LOSANGO

Losango ou rombo é um quadrilátero equilátero, ou seja, é


um polígono formado por quatro lados de igual compri-
mento. Um losango é também um paralelogramo. Todo
losango é um paralelogramo, e um losango com ângu-
los retos é um quadrado. Uma superfície cujos limites são
um losango, ou semelhantes a um losango, designa-se por
superfície rômbica.
A área da região limitada por um losango é dada pela metade
do produto das medidas das diagonais, ou seja, A = D2. d
Fonte: Souza (2013).
Exemplo: Determine a área de um losango de diago-
nal maior 8 cm e diagonal menor 3 cm.
(8 . 3)
A= 2
= 12 cm 2

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


67

CONSTRUÇÃO DE QUADRILÁTEROS

Construir um paralelogramo ABCD, dadas as medidas de dois lados consecuti-


vos e o ângulo formado por eles.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

Sejam m1 e m2 as medidas respectivas dos lados AB e AD. Constroem-se as circun-


ferências de centro D e raio m1, e de centro B e raio m2. C é o ponto de interseção
dessas duas circunferências. ABCD é o paralelogramo procurado.

Os ângulos aparecem nos registros da Grécia antiga associados ao estudo dos


elementos de um círculo, relacionados com arcos e cordas. As propriedades
dos ângulos centrais de uma circunferência eram conhecidas desde o tempo
de Eudoxo - astrônomo, matemático e filósofo grego que viveu no século IV
a.C., que teria usado medidas de ângulos em diversos cálculos, como a de-
terminação das dimensões da Terra e a distância relativa entre o Sol e a Terra.

a . b . sen (a)
Sabendo que a área de um triângulo pode ser expressa por A = 2
onde α é o ângulo formado pelos lados a e b do triângulo, o que se pode
concluir quanto ao seno de 90º em um triângulo retângulo?

Construção de Quadriláteros
68 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, foi possível descobrir que as construções geométricas apare-


ceram na antiguidade e tiveram grande importância no desenvolvimento da
Matemática. E ainda, que nas construções geométricas são permitidos apenas a
régua (não graduada) e o compasso.
Foi possível conhecer métodos para construir retas perpendiculares e parale-
las fazendo uso de régua e compasso. Também foi possível construir a mediatriz
de um segmento de reta. E na construção de ângulos, foi construída a bissetriz

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do ângulo.
No estudo de triângulos, foi vista a classificação dos triângulos quanto aos
ângulos em retângulo, acutângulo e obtusângulo e também quanto aos lados em
equilátero, isósceles e escaleno. Foi possível conhecer os elementos de um triân-
gulo, sendo eles: altura, bissetriz interna, mediana e mediatriz.
Também no estudo de triângulos foram abordados os ângulos de um tri-
ângulo, em que foi possível verificar que a soma dos ângulos internos de um
triângulo é sempre 180º. E quanto a um ângulo externo qualquer de um triân-
gulo é sempre igual à soma das medidas dos ângulos internos não adjacentes a ele.
Ainda sobre triângulos foi possível estudar as propriedades dos triângulos
e calcular a área de uma região triangular, com o caso especial da área de um
triângulo equilátero.
Na sequência, foram verificados métodos para construção de triângulos
fazendo uso de régua e compasso. Também foram abordados quadriláteros bem
como a construção de quadriláteros fazendo uso de régua e compasso.
No estudo de quadriláteros, foi verificada a área de alguns quadriláteros
sendo eles: qua- drado, paralelogramo, retângulo, trapézio e losango.
Sendo assim, nesta unidade foi possível conhecer as propriedades geométri-
cas das figuras planas e suas representações gráfica e algébrica. Também foram
construídas figuras planas fazendo uso de régua e compasso. E, dessa forma, foi
possível compreender os conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas
para solucionar problemas.

CONSTRUÇÃO DE RETAS, ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS


69

1. De uma placa de alumínio foi recortada uma região triangular equilátera de lado
20 cm. Qual é a área dessa região que foi recortada?
2. Um tetraedro regular é um sólido formado por quatro triângulos equiláteros.
Qual é a área total da superfície do tetraedro regular abaixo?

Fonte: Souza (2013).

3. Qual é a área de toda a parte escura da figura? Qual é a área da região clara?

Fonte: Souza (2013).

4. Construir um losango a partir de uma diagonal AC.


a) Crie dois pontos A e C.
b) Construa uma circunferência c de centro A e de raio a maior que AC/2.
c) Construa uma circunferência c´ de mesmo raio que c e de centro C. As cir-
cunferências c e c´ interceptam-se nos pontos B e D. A reta BD é mediatriz do
segmento
d) AC.
e) Construa o quadrilátero ABCD e demonstre que ABCD é um losango.
70

5. Um terreno tem forma de um trapézio de bases 20 m e 14 m, e altura 11 m. Nesse


terreno, foi construída uma piscina retangular de 8 m por 5 m. No restante do
terreno, foram colocadas pedras minerais. Qual foi a área onde se colocou pedra?
6. Alguns jornais calculam o número de pessoas presentes em atos públicos consi-
derando que cada metro quadrado é ocupado por 4 pessoas. Qual a estimativa
do número de pessoas presentes numa praça de 4000 m2 que tenha ficado lota-
da para um comício, segundo essa avaliação?
7. Mostre, por construção, que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual
a 180º.
8. Construa, com auxilio de régua e compasso, os ângulos de 15º, 60º e 75º.
a .c
9. Construa as 4as proporcionais x = a c. b , y = b e z = ba. c , onde a = 1cm, b =
2cm e c = 3cm.
10. Dado um segmento m, obter os segmentos m 2 , m 3 e m 4 .
71

O Origami, de origem desconhecida, tem etimologia japonesa e significa dobrar (ori)


papel (kami). No Brasil, utiliza-se também a palavra dobradura, mas o termo Origami é
mundial- mente conhecido e utilizado.
A aplicação de Origami no ensino da Geometria pode auxiliar no desenvolvimento cog-
nitivo, trazendo assim uma melhor aprendizagem e compreensão da Matemática por
meio da manipulação de um pedaço de papel.
O origami é uma arte tradicional de origem japonesa que consiste na criação de figu-
ras geométricas representativas de objetos, seres humanos, animais, etc. sem o uso do
com- passo, tesoura ou cola, apenas com dobraduras do papel. Esse tipo de artesanato
é muito comum no Japão, porém se espalhou pelo mundo todo.
Por meio da técnica do origami modular, a qual se baseia na confecção de várias partes
iguais ou módulos que são encaixados para formar cada peça, é possível construir os cin-
co poliedros de Platão e muitos outros.
Os poliedros de Platão somente podem ser construídos por meio de módulos de Origa-
mi que se encaixam uns nos outros, formando as faces. A designação desses poliedros
deve- se ao filósofo grego Platão, que descobriu, por volta de 400 a.C., que há somente
cinco poliedros cujas faces são todas polígonos regulares congruentes entresi.
Muitos conceitos geométricos estão presentes na arte da dobradura, como definição de:
plano, ponto, retas paralelas, retas concorrentes, bissetriz, diagonal, entre outras, que
po- dem ser compreendidas por meio da visualização dos ângulos e das linhas vincadas
no papel.
O relacionamento entre a Geometria e o Origami se faz por meio da implementação de
dobraduras para apresentação de resultados da Geometria e o uso da Geometria para
justificar as construções. Com o Origami é possível trabalhar com mais uma metodo-
logia de ensino e estudo da Geometria Elementar, com o uso de uma técnica milenar,
concreta e divertida, além de acessível a qualquer pessoa.
Fonte: Dante (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR

O Portal Só Matemática apresenta conteúdos matemáticos e sugestões de uso de


tecnologias e jogos em sala de aula.
<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 5 mar. 2018.
73
GABARITO

l 2 3 20 2 3 400 3
1) A = = = . Assim A = 100 3cm
2
4 4 4
l 2 3 6 2 3 36 3
2) Área de um triângulo equilátero: A = 4
=
4
=
4
=9 3
Como a área total é igual à área de quatro triângulos: AT = 4 . 9 3 = 36 3 cm 2
3)
Parte Escura Parte Clara
Área de um triângulo Seja X o lado da figura não colorida:

b .h a2 = b2 + c2
A= 2

2.2
A= 2 x2 = 22 + 22

4 x2 = 4 + 4 = 8
A= 2

A=2 x2 = 8 =2 2
Área Total Área Total
AT = 2 · 4 A = l2 = ( 2 2 )
AT = 8 cm2 A = 4 . 2 = 8 cm2

4)
4.1) •A •B

4.2)

4.3)
GABARITO

4.4)

Demonstração: ABCD é um losango. De fato, os seguimentos, AB, BC e DA

possuem a mesma medida, pois AB = AD = r, onde r é o raio da circunferência


c e CB = CD = r´, onde r´ é o raio da circunferência c´. Como r = r´ por cons-
trução então AB = AD = CB = CD.

Agora, vamos mostrar que AD é paralelo à BC e AB é paralelo à DC.

Note que, m(CÂB) = m(A B), pois o triângulo ABC é isósceles com AB = BC. E
m(CÂD) = m(A D) porque o triângulo ADC é isósceles com AD = DC.
Como AC é comum aos triângulos ABC e ABC, e ainda, AB = BC = CB = CD.
Os triângulos ABC e ADC são congruentes, assim m(DÂC) = m(A B). Pelo
teorema de Tales temos que a reta que passa pelos pontos A e D é paralela a reta
que passa pelos pontos B e C. Logo, AB é paralelo à BC.
Pelo mesmo raciocínio, temos que AB é paralelo à BC.Assim, ABCD é um losango.
5)
Área do Trapézio Área retangular Restante do terreno
]B + bg . h A=B·ℎ Área do Trapézio - Área do retângulo
A= 2

(20 + 14) . 11
A= 2 A=8.5 187 m2 - 40 m2

374
A= 2 A = 40 m2 147 m2

A = 187 m2
75
GABARITO

6) Como cada metro quadrado é ocupado por 4 pessoas, em um total de 4000 m2,
então:
4 x 4000 = 16.000 pessoas
ou
4 1
x 4000
x = 4 . 4000

x = 16.000 pessoas

7) Tome um triângulo ABC quaisquer e trace uma reta paralela r a um dos lados
passando pelo vértice oposto a esse lado, ou seja, dado o lado AB, uma reta pa-
ralela passando por C. Tome os pontos C’ (a esquerda de C) e C” (a direita de C)
que pertencem a r.
Como os lados AC e AB são transversais dessas retas paralelas, os ângulos BÂC ≡
A C´ e A C, pois são alternos internos.
Veja que o angulo C´´ CC´´´ é raso, ou seja, mede 180º, assim C´´ A + A B + B
C´´ = 180º, ou melhor, Â + + = 180º.

8) Iniciamos com o ângulo de 60º, traça-se um lado, posicionando-se o vértice.


Centro no vértice, abertura qualquer, traça-se um arco que corta o lado já traça-
do, definindo o ponto 1. Centro em 1, com a mesma abertura, cruza-se o arco já
traçado, obtendo-se o ponto 2.
Partindo do vértice e passando pelo ponto 2, traçamos o outro lado do ângulo.
Para o de 30º, traça-se um ângulo de 60º e em seguida a sua bissetriz.
Para um ângulo de 75º, somamos 15º e 60º, obtendo-o.

9) Use o conceito de quarta proporcional, apresentado na unidade, utilizando as


medidas solicitadas.

10) Basta construir um triangulo retângulo com catetos medindo m, assim a hipote-
nusa terá medida m 2 . Agora utilizando a medida m 2 como um dos catetos
do triângulo retângulo e m a medida do outro cateto, teremos m 3 . Por fim,
utilizando a medida m 3 como um dos catetos do triângulo retângulo e m a
medida do outro cateto, teremos m 4 .
Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira
Professor Esp. Fernando Marcussi

III
REGIÕES POLIGONAIS,

UNIDADE
CIRCUNFERÊNCIAS E
SEMELHANÇA DE FIGURAS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as características de figuras planas.
■■ Identificar um polígono e reconhecer seus elementos.
■■ Reconhecer figuras planas semelhantes.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Polígonos.
■■ Construção de polígonos.
■■ Circunferências.
■■ Construção de circunferências.
■■ Semelhança de figuras.
■■ Construção de figuras semelhantes.
79

INTRODUÇÃO

Nesta unidade serão abordados polígonos, circunferências e figuras semelhan-


tes. O estudo de circunferências é feito desde a antiguidade e pode ser aplicado
a diversas áreas. Um importante exemplo da aplicação do estudo da circunferên-
cia é o cálculo do comprimento da circunferência da Terra feito por Eratóstenes.
Eratóstenes (276 - 195 a. C.) percebeu que em Siena a sombra de uma vareta
vertical era invisível por coincidir com a base da vareta, mas no mesmo momento,
em Alexandria, uma vareta vertical projetava uma sombra visível.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em Siena, ao meio dia, a vareta não produzia sombra. Em Alexandria, nesse


mesmo horário, a vareta produzia sombra. Então Eratóstenes verificou que α
medida α do ângulo determinado pela vareta e pelo raio de Sol era 1/50 de um
círculo e que o ângulo determinado pelas duas varetas tinha a mesma medida.
Como os ângulos eram congruentes e a distância entre as duas cidades, Siena
e Alexandria era de 5000 estádios, Eratóstenes multiplicou essa distância por
50 e obteve 250000 estádios como o comprimento da circunferência da Terra.
O valor encontrado por Eratóstenes foi apenas 15% maior do que o real, o
que é bem razoável pelo método disponível na época. O erro ocorreu por duas
razões: a distância entre as duas cidades não era exatamente 5000 estádios, nem
as duas cidades se localizam no mesmo merediano. Se esses dois fatos fossem
verdadeiros, o erro seria de aproximadamente 2%.
Neste exemplo é possível verificar que o estudo da Geometria teve início há
muito tempo. A origem da Geometria é imprecisa, contudo há uma certeza: um
marco histórico na construção da Geometria ocorreu no século III a. C., quando
o matemático grego Euclides de Alexandria organizou todo o conhecimento geo-
métrico então disponível, grande parte de sua própria criação, em uma obra de
treze volumes, denominada Os elementos.

Introdução
80 UNIDADE III

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REGIÕES POLIGONAIS

Uma noção primitiva de região plana é estabelece-la como um objeto matemá-


tico que de termina área. Existe diferença entre região plana e subconjunto do
plano. Por exemplo, uma reta é um subconjunto do plano mas não determina
uma área, enquanto um paralelogramo determina uma região plana (e também é
um subconjunto do plano). Assim toda região plana é um subconjunto do plano
mas a recíproca não é verdadeira. As noções de interior e fronteira ficarão mais
claras quando trabalharmos com regiões poligonais e circulares, pois são essen-
cialmente da topologia, o que não faz parte do conteúdo deste livro.
Definição: Seja P um ponto do plano e R uma
região plana. Se P está no interior de R diremos
que P é ponto interior de R. Se P está na fronteira
de R diremos que P é ponto fronteira de R. Se P
não é ponto interior e nem fronteira de R diremos
que P é ponto exterior de R.
O desenho a seguir ilustra uma região plana
com seu interior e sua fronteira.
Fonte: Franco (2006). Podemos definir uma região triangular como

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


81

a região plana determinada pelo triângulo e pelo conjunto dos pontos do plano
formado por todos os segmentos cujas extremidades estão sobre os lados do tri-
ângulo. O triângulo é chamado fronteira da região triangular. O conjunto de
pontos de uma região triangular que não pertencem a sua fronteira é chamado
de interior da região triangular.
Desta forma, um triângulo divide o plano em duas regiões: os pontos que
pertencem à região triangular e os pontos que não pertencem.
Você deve estar se perguntando: “onde estão os polígonos?”. De fato, todo
polígono com n lados determina n-2 triângulos, onde nenhum desses triângulos
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possuem pontos interiores em comum e seus vértices são os vértices do polígono.


Dessa forma, podemos introduzir a definição de polígono:
DEFINIÇÃO: Um polígono é chamado fronteira da região poligonal plana
determinada pela união das regiões triangulares internas a essa região, onde
quaisquer dois desses triângulos não possuem pontos em comum e seus vérti-
ces são os vértices do polígono.

Fonte: Franco (2006).

Sendo assim, com a definição de polígono, o conjunto de pontos de uma região poli-
gonal que não pertencem a sua fronteira é chamado de interior da região poligonal.

POLÍGONO CONVEXO

Um polígono é convexo quando para todo lado deste, o polígono está con-
tido num dos semiplanos determinado por este lado. Qualquer triângulo é um
polígono convexo. O primeiro bloco de quatro polígonos do desenho a seguir
não são convexos e o segundo bloco são convexos.

Regiões Poligonais
82 UNIDADE III

Fonte: Franco (2006).

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ÂNGULO INTERNO E EXTERNO DE UM POLÍGONO

Podemos definir como ângulo interno de um polígono, os ângulos cujos vérti-


ces são os vértices do polígono e seus lados são os do polígono.
Dado um polígono convexo de n lados a soma dos ângulos internos é igual
a (n − 2) · (180º). De fato, se um polígono de n lados determina n − 2 triângu-
los, temos n − 2 triângulos cuja a soma de todos os ângulos internos é igual a
soma dos ângulos internos do polígono (pois ele é convexo). Como em cada
triângulo temos a soma dos ângulos internos igual a 180º, obtemos que a soma
dos ângulos externos é:
(n − 2) . (180º)
Além disso, um ângulo externo de um polígono é um ângulo suplementar adja-
cente a um ângulo interno, ou seja, existe um ângulo externo para cada ângulo
interno e se um ângulo interno mede 180º - α então o ângulo externo corres-
pondente mede 180º − α, por ser suplementar.
Assim, se seus ângulos internos medem α1, α2, ··· , αn, então os ângulos externos
medem 180º - α1, 180º - α2, 180º - αn. Segue que a soma de todos os ângulos é
n . 180º - (α1, α2, ..., αn)
Como já foi visto, a soma dos ângulos internos de um polígono é (n−2)·(180º), dessa
forma a soma dos ângulos externos é
n · 180º − 180 · (n − 2) = 360º.
Caso o polígono seja regular, então os ângulos externos tem a mesma medida,
assim cada um mede 360º n
e cada ângulo interno mede ]n - 2gn. 180º .

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


83

NOTAÇÃO:

Si = (n - 2) . 180º (Soma dos ângulos internos)


S
ai = ni (ângulo interno para polígono regular)

NOMENCLATURA

Os polígonos que têm de três a vinte lados possuem os nomes apresentados na Tabela 1:
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Tabela 1: Nomenclatura dos polígonos de três a vinte lados


Número de lados (número de vértices) Nome do polígono
3 triângulo ou trilátero
4 quadrilátero
5 pentágono
6 hexágono
7 heptágono
8 octógono ou octágono
9 eneágono
10 decágono
11 undecágono
12 dodecágono
13 tridecágono
14 tetradecágono
15 pentadecágono
16 hexadecágono
17 heptadecágono
18 octadecágono
19 eneadecágono
20 icoságono

Regiões Poligonais
84 UNIDADE III

CONSTRUÇÃO DE POLÍGONOS

As construções com régua e compasso apareceram no século V a.C. e tiveram


enorme importância no desenvolvimento da Matemática. Na Grécia Antiga, a
palavra número era usada somente para os inteiros e uma fração era conside-
rada apenas uma razão entre números, até o aparecimento dos irracionais. Estes
conceitos, naturalmente, causavam di- ficuldades nas medidas das grandezas. A
noção de número real estava ainda muito longe de ser concebida, mas, na época
de Euclides, uma ideia nova apareceu. As grandezas, no lugar de serem asso-

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ciadas a números, passaram a ser associadas a segmentos de reta e a álgebra era
completamente geométrica, onde a palavra resolver era sinônimo de construir.
Em 1796, Gauss construiu, segundo as regras euclidianas, o polígono regular
de dezessete lados. Os gregos antigos os geômetras sabiam construir, com régua
e compasso, o triângulo equilátero e o pentágono regular, assim como outros
polígonos, cujo número de lados fosse múltiplo de dois, três e cinco.
Como exemplo de construção de polígonos, será apresentada a construção
de um hexá- gono regular:
Comece com um círculo e marque o centro como O:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

Trace uma reta passando pela origem O e marque as intersecções com a circun-
ferência como A e D:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


85

Com centro em A, descreva uma circunferência de raio AO e marque as


intersecções com a primeira circunferência como B e F:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).


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Com centro em D, descreva uma circunferência de raio DO e marque as inter-


secções com a primeira circunferência como C e E:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

Os pontos ABCDEF definem um hexágono regular:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

POLÍGONOS REGULARES

Chama-se de polígono regular convexo o polígono que possui todos os lados


iguais entre si e que todos os seus ângulos sigam essa mesma regra, ou seja, seja
iguais entre si.

Construção de Polígonos
86 UNIDADE III

Dividindo-se uma circunferência em n partes iguais, o polígono, cujos vértices


são os pontos de divisão, é regular e o que o polígono, cujos lados são tangentes
à circunferência nesses pontos, é regular também.
Sendo assim, podemos definir o que trata-se de um polígono inscrito e cir-
cunscrito em uma circunferência.
Definição 1: Um polígono diz-se inscrito numa circunferência quanto
todos os seus vértices pertencem a circunferência. Neste caso, a circunferência
diz-se então, circunscrita ao polígono.
Definição 2: Um polígono diz-se circunscrito a uma circunferência quando

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
todos os seus lados são tangentes à circunferência. Neste caso a circunferência
é então, inscrita no polígono.
Com ajuda desse artificio, podemos construir polígonos de n lados, mas
conforme o número de lados, o problema não tem solução exata com régua e com-
passo. Sendo assim, estudaremos apenas alguns casos onde o processo é exato.

INSCRIÇÃO DE UM QUADRADO

Traçando dois diâmetros perpendiculares entre si, obtemos quatro ângulos


centrais iguais que determinam cordas iguais; essas cordas são os lados do qua-
drado inscrito.
l4 = r 2

INSCRIÇÃO DE UM HEXÁGONO REGULAR

Tomando-se um segmento de reta cujas extremidades pertencem à circunferên-


cia igual ao raio, obtemos um ângulo central de 60º.
l6 = r

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


87

INSCRIÇÃO DE UM TRIÂNGULO EQUILÁTERO

Aplica-se o raio seis vezes na circunferencia e ligam-se alternadamente.


l3 = r 3

INSCRIÇÃO DE UM OCTÓGONO

Traçam-se dois diâmetros perpendiculares e, a seguir, as bissetrizes dos dóis


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ângulos retos adjacentes.

Polígonos inscritos e circunscritos

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, às


resoluções destes exemplos.

CIRCUNFERÊNCIAS

Circunferência é o conjunto de pontos de um plano que distam igualmente de


um ponto fixo, chamado centro.

Fonte: Paiva (2013).

Circunferências
88 UNIDADE III

Definição: Uma circunferência com centro O(a, b) e raio r é o conjunto de todos


os pontos P(x, y) do plano equidistantes de O, ou seja:
d (P, O) = (x - a) 2 + (u - b) 2 = r
Elevando ambos os membros ao quadrado, tem-se:
(x − a)2 + (y − b)2 = r2
Esta é a equação da circunferência de centro (a, b) e raio r.
No caso particular de o centro da circunferência estar na origem, ou seja,
a = b = 0, a equação da circunferência de raio r é x2 + y2 = r2.
Equação geral da circunferência: Ao desenvolver a equação (x−a)2 +(y −b)2 = r2

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obtem-se a equação geral ou equação normal da circunferência dada por:
x2 − 2ax + a2 + y2 − 2by + b2 − r2 = 0
ou ainda,
x2 + y2 − 2ax − 2by + (a2 + b2 − r2) = 0
Exemplo: Obter as equações reduzida e geral da circunferência de centro O(4,
5) e raio 3. Equação reduzida: (x − a)2 + (y − b)2 = r2 então (x − 4)2 + (y − 5)2 = 9.
Equação geral: (x − 4)2 + (y − 5)2 = 9 então x2 − 8x + 16 + y2 − 10y + 25 =
9, ou ainda,
x2 + y2 − 8x − 10y + 32 = 0.

POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS

Duas circunferências distintas podem ter dois, um ou nenhum ponto comum.


1º) Dois pontos comuns: Neste caso as circunferências são ditas secantes.

Fonte: Paiva (2013).

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


89

2º) Um ponto comum: Neste caso as circunferências são ditas tangentes.

Fonte: Paiva (2013).

3º) Nenhum ponto comum: Neste caso as circunferências são ditas externas ou
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internas.

Fonte: Paiva (2013).

CORDA, RETA TANGENTE E RETA SECANTE

Uma corda é todo segmento de reta cujas extremidades pertencem à circunferência.

Fonte: o Autor.

Uma reta que toca a circunferência em um único ponto é denominada reta tan-
gente a essa circunferência.

Circunferências
90 UNIDADE III

Fonte: o Autor.

Uma reta que toca a circunferência em dois pontos é denominada reta secante
a essa circunferência.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: o Autor.

COMPRIMENTO DE UMA CIRCUNFERÊNCIA

O comprimento de uma circunferência de raio r é dado por C = 2πr.


Exemplo: Calcule o comprimento de uma circunferência de raio 4 cm.
C = 2π · 4 = 8π = 8 · 3, 14 = 25, 12 cm.

ÁREA DE UM CIRCULO

A área do círculo com raio r é dada por A = πr2.


Exemplo: Calcule a área da região circular de raio 4 cm.
A = π42 = 16π = 16 · 3, 14 = 50, 24 cm2.

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


91

CONSTRUÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIAS

As construções com régua e compasso são frequentemente designadas por “cons-


truções euclidianas”, visto que os termos “régua” e “compasso” não surgem no livro
“Elementos” de Euclides. Euclides só usa as expressões “construir um segmento”,
“prolongar um seg- mento” e “construir uma circunferência”, sem mencionar os
instrumentos a utilizar para se obterem efetivamente tais construções. Mas é
fácil verificar que as regras estipuladas por Euclides equivalem ao uso da régua
e do compasso de acordo com as seguintes regras:
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■■ régua: só pode ser usada para, dados dois pontos A e B, construir um


segmento, tão longo quanto se queira, que contenha aqueles dois pontos;
■■ compasso: só pode ser usado para, dados dois pontos A e B, construir a
circunferên- cia de centro A e que passa por B.
Sendo assim, a construção de uma circunferência é elementar com a utilização
de um compasso:

Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS

Dois triângulos ABC e DEF, são ditos congruentes, se existir uma função bije-
tora {A, B, C} → {D, E, F }, que leva os vértices de um, nos vértices do outro, de
tal modo que lados e ângulos correspondentes sejam congruentes, ou seja,

m(Â) = m(f(Â)), AB = f(A) f(B)


m( ) = m(f( )), AC = f(A) f(C)
m( ) = m(f( )), AD = f(B) f(C)

Construção de Circunferências
92 UNIDADE III

Escreveremos ABC ≡ DEF , para dizer que os triângulos ABC e DEF são
congruentes.
Suponha que ABC seja congruente a DEF, então existe uma função bije-
tora f: {A, B, C} → {D, E, F} que mantém inalteradas as medidas dos ângulos e
lados correspondentes. Em outras palavras, digamos que f: (A) = D, f: (B) = E e

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Fonte: Franco (2006).

Para se ter congruência de triângulos, não é necessário ter, de inicio, os seis ele-
mentos correspondentemente congruentes. O axioma apresentado a seguir,
introduz esse conceito:
Axioma 1: Dados dois triângulos ABC e DE, se AB ≡ DE, AC ≡ DF e  ≡
então ≡ Ê.
A partir dessa informação, podemos apresentar casos de congruência, ou
seja, caso Lado-Ângulo-Lado, Ângulo-Lado-Ângulo, Lado-Lado-Lado e Lado-
Ângulo-Ângulo Oposto.

CASO LAL
Dados dois triângulos ABC e DEF, se AB ≡ DE, AC ≡ DF e  ≡ , então ABC ≡ DEF.
Este caso é conhecido como primeiro caso de congruência de triângulos e
denotado por LAL (Lado-Ângulo-Lado). A vantagem deste resultado é que para
concluir a congruência entre dois triângulos não é necessário comparar os três
lados e os três ângulos, basta comparar dois lados e o ângulo determinado por eles.

CASO ALA
O segundo caso de congruência, denotado por ALA (ângulo, lado e ângulo)

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


93

pode ser definido como: dados dois triângulos ABC e EFG, se AB ≡ EF , Â ≡ Ê


e ≡ e então ABC ≡ EFG.

CASO LLL
Vamos apresentar agora o terceiro caso de congruência, onde apenas a congru-
ência dos lados dos triângulos permite a conclusão da congruência entre eles e
chamamos de LLL (lado, lado e lado), assim: se dois triângulos têm três lados
correspondentes congruentes, então os triângulos são congruentes.
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CASO LAAo
Vamos apresentar agora, nosso último caso de congruência, quando temos a con-
gruência de um lado e de dois ângulos dos triângulos. Este é o quarto caso de
congruência de um lado e de dois ângulos dos triângulos. Este é quarto caso de
congruência de triângulos que é chamado de LAAo (lado, ângulo e ângulo oposto):
dados dois triângulos ABC e DEF, se AB ≡ DE, Â ≡ e = , então ABC ≡ DEF.

SEMELHANÇA DE FIGURAS

Intuitivamente, duas figuras planas são semelhantes quando têm a mesma forma,
não importando se têm ou não o mesmo tamanho.
Dois quadrados quaisquer são figuras semelhantes.
Se os quadrados têm o mesmo tamanho, então eles são congruentes. A con-
gruência é um caso particular da semelhança. Indica-se a semelhança de duas
figuras A e B por A ~ B e congruência entre duas figuras C e D por C ≅ D.
Duas circunferências quaisquer são figuras semelhantes.
Dois retângulos são semelhantes somente quando os lados de um deles são
proporcionais aos lados do outro.
As telas dos aparelhos televisores widescreen são semelhantes, pois todas as
telas tem dimensões que obedecem a razão 16 : 9.

Semelhança de Figuras
94 UNIDADE III

CONSTRUÇÃO DE FIGURAS SEMELHANTES

Para construir figuras semelhantes é possível utilizar uma técnica conhecida como
homo- tetia. A homotetia consiste em um tipo de transformação geométrica que
altera o tamanho de uma figura, mas mantém as características principais, como
a forma e os ângulos, man- tendo a semelhança das figuras.
Diversos aspectos podem ser analisados para definir se uma figura é seme-
lhante à outra. Por exemplo, em triângulos, há os 3 casos de semelhança:
■■ Caso AA (Ângulo, Ângulo): Se dois ângulos de um triângulo são con-

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gruentes a dois ângulos de outro, os dois triângulos são semelhantes.
■■ Caso LLL (Lado, Lado, Lado): Se todos os lados de um triângulo forem
proporcionais aos lados de outro, os dois triângulos são semelhantes.
■■ Caso LAL (Lado, Ângulo, Lado): Se dois triângulos possuírem um ângulo
congruente formado entre dois lados de medidas proporcionais, os dois
triângulos são semelhantes.

Semelhança e Congruência

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, às


resoluções destes exemplos.

Mas, em geral, é possível afirmar que duas ou mais figuras são semelhantes se elas
possuem os mesmos ângulos, a mesma quantidade de lados e alguma propor-
ção entre as medidas dos lados. Uma alternativa apresentada para a construção
de figuras semelhantes é a homotetia.
A homotetia é um tipo de transformação geométrica que ficou em segundo
plano quando o assunto era semelhança de figuras. Contudo, ela é uma forte aliada
para a ampliação ou redução de figuras geométricas. Em geral, quando se aplica a

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


95

homotetia em alguma figura, as características principais, como a forma e os ângu-


los, são preservadas; mas o tamanho da figura sofre alterações. Essa relação pode
ser explicada através da derivação grega da palavra homotetia, em que homós sig-
nifica igual, e thetós, colocado, isto é, as figuras homotéticas são colocadas a uma
distância igual a “algo”. Máquinas copiadoras que fazem ampliações ou reduções
geralmente utilizam a homotetia como princípio em seu funcionamento.
Como exemplo, observe uma relação de homotetia para ampliar um hexágono:
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Fonte: Revista do Professor de Matemática (2014).

Historicamente, o cálculo do comprimento de uma circunferência sempre foi


feito a partir da comparação com o diâmetro. Há cerca de 4 mil anos, os babi-
lônios obtinham o comprimento da cicunferência triplicando o diâmetro. Essa
razão entre o comprimento da circunferência e o diâmetro dela é conhecida
como número π, ou seja, π = CD , então, para os babilônios, π = 3. Há cerca de 2
mil anos, Arquimedes (287 a. C. - 212 a. C.), um dos mais importantes geôme-
tras gregos, publicou um tratado matemático contendo o cálculo do valor do
π como um número entre 223 71
e 227 . Isso equivalia a usar π = 3, 14, o mesmo
utilizado atualmente 7 nos cálculos práticos, um feito notável para época.

Dados três pontos, qual a condição para que exista uma circunferência que
passe pelos trêspontos? Seria somente que os três pontos devem ser distin-
tos e não colineares ou deve haver alguma outra condição?

Construção de Figuras Semelhantes


96 UNIDADE III

Partindo do centro A, há uma homotetia de razão 3, pois o comprimento do seg-


mento AB’ é o triplo do segmento AB. É possível perceber que a razão se preserva
em relação a todos os outros vértices do hexágono. Apesar do hexágono não ter
sofrido alterações em seu formato inicial, a medida de seus lados aumentou três
vezes, mas seus ângulos internos permaneceram inalterados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aqui foi tratado a respeito dos polígonos, de sua definição e de alguns de seus
elementos tais como vértices, diagonal e ângulos. Foi possível conhecer a nomen-
clatura dos polígonos de três a vinte lados.
Na sequência, foram apresentados métodos para construção de polígonos.
Verificou-se que, em 1796, Gauss construiu, segundo as regras euclidianas, o
polígono regular de dezessete lados. Os gregos antigos, os geômetras, sabiam cons-
truir, com régua e compasso, o triângulo equilátero e o pentágono regular, assim
como outros polígonos cujo número de lados fosse múltiplo de dois, três e cinco.
Também foram estudados as circunferências. Sua equação geral e reduzida,
bem como a definição de raio e centro. Foram tratados das posições relativas de
duas circunferências, sendo elas: com dois pontos comuns, ditas secantes, com
um ponto comum, ditas tangentes exteriormente ou tangentes interiormente e
com nenhum ponto em comum, ditas externas ou internas.
Ainda no estudo das circunferências, foi visto o cálculo do comprimento da
circunferência e o cálculo da área do círculo. Após o estudo das circunferências,
foi vista a construção de uma circunferência fazendo uso do compasso, sendo esta
uma construção elementar.

REGIÕES POLIGONAIS, CIRCUNFERÊNCIAS E SEMELHANÇA DE FIGURAS


97

Nesta unidade também foram abordadas figuras semelhantes, que numa ideia
intuitiva pode-se dizer que duas figuras planas são semelhantes quando têm a
mesma forma, não importando se têm ou não o mesmo tamanho.
Para construção de figuras semelhantes, foi apresentada uma técnica conhe-
cida como homotetia. A homotetia consiste em um tipo de transformação
geométrica que altera o tamanho de uma figura, mas mantém as característi-
cas principais, como a forma e os ângulos, mantendo a semelhança das figuras.
No estudo de semelhança de figuras, foram lembrados os três casos de seme-
lhança de triângulos, sendo eles: caso AA (ângulo, ângulo), caso LLL (lado, lado,
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lado) e o caso LAL (lado, ângulo, lado).


Sendo assim, nesta unidade foi possível conhecer os polígonos e circunfe-
rências e suas construções bem como identificar a semelhança de figuras. Foram
construídas figuras como polígonos, circunferências e figuras semelhantes fazendo
uso de régua e compasso. E assim, foi possível compreender os conceitos, pro-
cedimentos e estratégias matemáticas para solucionar problemas.

Considerações Finais
98

1. Escreva a equação reduzida da circunferência que tem centro C(1, 4) e raio r = 7.


2. No plano cartesiano a seguir, o ponto A(5, 2) representa uma fonte sonora cujo
som produzido se propaga em todas as direções, atingindo uma máxima de 25 m.

Fonte: Dante (2013).

a) Determine a medida da área atingida por essa fonte sonora.


b) Escreva a equação reduzida da circunferência que limita a área atingida por
essa fonte sonora.

3. Escreva a equação reduzida que representa cada circunferência: a)


a)

Fonte: Dante (2013).


99

b)

Fonte: Dante (2013)

4. Calcule quantas pessoas cabem, aproximadamente, em uma praça circular de 20


m de raio, considerando 5 pessoas por metro quadrado.
5. No plano cartesiano a seguir, está representado um alvo de dardo composto por
3 circunferências concêntricas de centro C(5, 8) e raios 1, 3 e 6. Ao lançar um dar-
do, o competidor recebe 50 pontos se acertar na região em vermelho, 30 pontos
se acertar na região em verde e 10 pontos se acertar na região em azul. Caso o
competidor acerte uma das circunferências que limita as regiões, a pontuação
recebida corresponderá à da região de maior valor limitada pela região acertada.

Fonte: Paiva (2013)

a) Escreva a equação correspondente a cada circunferência que compõe o alvo no


plano cartesiano.
b) Determine a pontuação recebida por um competidor que acertou um dardo no
ponto decoordenadas (5, 6).
100

6. Utilizando régua e compasso, construa um hexágono regular de lado 2 cm.


7. Para o hexágono construído no item anterior, por meio de homotetia, construa
um hexágono semelhante na razão 2.
8. Considere a figura a seguir. Temos que AB ≡ CB e A D ≡ C D. Prove que os triân-
gulos ABD e CBD são congruentes.

9. Na figura a seguir, temos DA ≡ BC, AB ≡ CD. Prove que os triângulos ABC e CDA
são congruentes.

10. Na figura apresentada a seguir, diga se os triângulos são congruentes. Em caso


afirmativo, apresente a congruência e justifique.
101

No antigo Egito, as chuvas provocavam o transbordamento do rio Nilo todos os anos. O


alagamento dos campos danificava as demarcações de limites das propriedades; então,
após o período das chuvas, quando as águas voltavam ao leito do rio, era necessário re-
marcar esses limites. Esse trabalho era feito por agrimensores com uma corda esticada
que reproduzia um triângulo retângulo e auxiliava na delimitação dos terrenos.
Para o historiador grego Heródoto (século V a. C.), essa atividade teria dado origem, há
aproximadamente 5 mil anos, à ciência das formas e medidas, que viria a ser chamada
de Geometria (do grego geo, “terra”, e metria, “medida”).
Porém, o homem pré-histórico já apresentava rudimentos de um sentido geométrico,
quando se preocupava em representar a natureza por meio de desenhos ou em dar forma
aos ob- jetos, construindo vasos ou esculpindo, em pedra, as pontas de suas lanças. Assim,
ao considerar a Geometria quanto à forma, sua origem é anterior à civilização egípcia.
O matemático grego Arquimedes de Siracusa (287 a.C. - 212 a.C.) foi quem elaborou o
primeiro método eficiente para obter sequência de números que se aproximam inde-
finida- mente da constante π. Em uma mesma circunferência, ele construiu polígonos
regulares inscritos e circunscritos e dividiu o perímetro de cada um pelo diâmetro da
circunferência. Assim, Arquimedes restringiu o valor de ∅ e observou que quanto maior
o número de lados do polígono inscrito e circunscrito, mais próximo do comprimento
da circunferência ficam os perímetros dos polígonos.
Arquimedes iniciou seus cálculos com hexágonos regulares e foi dobrando o número
de la- dos até chegar a 96 lados para os polígonos, inscrito e circunscrito, obtendo a
aproximação π = 3, 14.
Todas as circunferências são semelhantes entre si. Portanto, em qualquer circunferência
a razão entre seu comprimento e a medida de seu diâmetro é constante, a constante π.
Fonte: Paiva (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Mania de Matemática: Ian Stewart


Jorge Zahar
Sinopse: Se você embaralhar muitas vezes as cartas de um
baralho, elas voltam à posição inicial? Esse livro traz respostas
para essa e outras questões matemáticas que, muitas vezes,
aparecem no cotidiano e nos intrigam. O autor propõe
problemas e desafios e convida o leitor a refletir e a criar
estratégias para resolvê-los. O livro traz gráficos e comentários
sobre as situações propostas. Uma leitura curiosa e divertida
para todos os leitores.
103
GABARITO

1. Equação reduzida:
(x − a)2 + (y − b)2 = r2
(x − 1)2 + (y − 4)2 = 72

2.
a) A = π · r2
A = 3, 14 · (25)2
A = 3, 14 · 625
A = 1962, 5 m2

a) Equação reduzida:
(x − a)2 + (y − b)2 = r2
(x − 5)2 + (y − 2)2 = 252

3.
a) A circunferência tem centro C(3,1) e raio r = 2. Portanto a equação reduzida é:

(x − 3)2 + (y − 1)2 = 22

b) A circunferência tem centro C(0,-3), para calcular o raio fazemos

Raio:
a2 = b2 + c2
x2 = 32 + 42
x2 = 9 + 16

x2 = 25

Equação reduzida:
(x − a)2 + (y − b)2 = r2
GABARITO

(x − 0)2 + (y + 3)2 = 52

x2 + (y + 3)2 = 52

4.
A = π · r2
A = 3, 14 · 202
A = 3, 14 · 400
A = 1256
Número total de pessoas = 1256 · 5 = 6280

5.
a) Equação reduzida da circunferência de cor vermelha:
(x − a)2 + (y − b)2 = r2

(x-5)²+(y-8)²=1²

Equação reduzida da circunferência de cor verde:


(x − a)2 + (y − b)2 = r2

(x-5)²+(y-8)²=3²

Equação reduzida da circunferência de cor azul:


(x − a)2 + (y − b)2 = r2

(x − 5)2 + (y − 8)2 = 62

O ponto está localizado na região verde, então a pontuação recebida é de


trinta pontos.
105
GABARITO

6.
i) Marque um ponto e construa uma circunferência de centro O e raio 2 cm.
Para isso utilize a régua para medir a abertura do compasso.

ii) Trace uma reta que passa pela origem e marque as intersecções com a cir-
cunferência como A e D.

iii) Com o centro em A, faça uma circunferência de raio 2 cm e marque as inter-


secções com a primeira circunferência como B e F.
GABARITO

iv) Agora com o centro em D, descreva uma circunferência de raio 2 cm e mar-


que as intersecções com a primeira circunferência com C e E.

v) Assim, temos que os pontos ABCDE definem um hexágono regular de lado 2 cm.

7.
i) Construa um hexágono e marque os pontos A, B, C, D, E e F em seus vértices.

ii) Marque um ponto G externo a circunferência que contém o hexágono.

iii) Construa os segmentos GA, GB, GC, GD, GE e GF .


107
GABARITO

iv) Marque o ponto médio do segmento GA. Para isso utilize o compasso com
uma abertura maior que m (GA
2
)
m(GA) com centro em G faça um arco aci-
ma do segmento GA e 2 outro abaixo do segmento GA. Agora, sem alterar
a abertura do compasso coloque a ponta seca do compasso em A e faça
um arco acima de GA e outro abaixo de GA de tal forma que esses arcos se
interceptem com os anteriores formando os pontos P e Q. A reta que passa
pelos pontos P e Q é a mediatriz do segmento GA. Depois, marque o ponto
R no cruzamento entre a mediatriz e o segmento GA. O ponto R marca o
ponto médio de GA.

v) Marque os pontos médios de GB, GC, GD, GE e GF . Ligando os pontos mé-


dios de todos os segmentos obtemos um hexágono semelhante na razão 2.

8. Note que os triângulo ABD e CBD possuem dois lados e o ângulo que une
esses lados congruentes (lado BD é comum a ambos). Assim pelo caso
LAL (Lado, Ângulo e Lado) temos ABD ≡ CBD
9. Note que os triângulo ADC e ABC possuem os três lados congruentes
(lado AC é comum a ambos). Assim pelo caso LLL (Lado, Lado e Lado)
temos ADC ≡ ABC
10. Não é possível afirmar que os triângulos são congruentes, pois não temos
congruência do tipo LLA (pois A B ≡ E D).
Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira
Professor Esp. Fernando Marcussi

POLIEDROS, PRISMA,

IV
UNIDADE
PIRÂMIDE

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as propriedades geométricas dos sólidos.
■■ Reconhecer regularidades nos sólidos.
■■ Estabelecer relações entre os sólidos geométricos.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Poliedros.
■■ Prisma.
■■ Pirâmides.
111

INTRODUÇÃO

O mundo que nos rodeia é repleto de objetos que têm três dimensões (3-D): altura,
largura e profundidade. O ramo da matemática que estuda essas três dimensões
é a Geometria Espacial, com os poliedros e corpos redondos.
Quando estuda-se a Geometria Plana, com duas dimensões (2-D); alura e
largura, qualquer tentativa de materializar seus elementos ocorre apenas para ter-
mos uma ideia do que esta sendo estudado. Por exemplo, dizer que “uma folha de
papel é uma região retangular” é didaticamente adequado, mas é necessário des-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

considerar a espessura do papel que, por mínima que seja, existe. A verdadeira
representação geométrica de uma folha de papel seria um tipo de poliedro cha-
mado prisma, com suas três dimensões, e não uma região retangular, com duas.
Ao estudar os sólidos geométricos, se têm condições de fazer representações
do mundo de uma forma mais realista.
Aqui será abordado o Princípio de Cavalieri. O italiano Bonaventura Francesco
Cavalieri (1598-1647), que foi discípulo de Galileu, publicou em 1635 sua teoria
do indivisível, contendo o que hoje é conhecido como “princípio de Cavalieri”.
Em 1647, Cavalieri publicou a obra Exercitationes geometricae sex, na qual apre-
sentou de maneira mais clara sua teoria.
Nesta unidade será tratado dos poliedros, prismas e pirâmides.

Introdução
112 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Souza (2013).

POLIEDROS

Em geral, destacam-se os poliedros mais relevantes, pois a quantidade de tipos


e formas existentes desses sólidos é enorme.
Cada poliedro é formado pela reunião de um número finito de regiões poli-
gonais planas chamadas faces e a região do espaço limitada por elas. Cada lado
de uma dessas regiões poligonais é também lado de uma outra região poligo-
nal. A intersecção de duas faces quaisquer é um lado comum, ou é um vértice,
ou é vazia.
Cada lado de uma região poligonal comum a exatamente duas faces é cha-
mado aresta do poliedro. E cada vértice de uma face é um vértice do poliedro.

RELAÇÃO DE EULER

Em todo poliedro convexo vale a relação V − A + F = 2 em que V , A e F repre-


sentam os números de vértices, arestas e faces do poliedro, respectivamente.

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE


113

Exemplos:
c) No poliedro convexo representado a seguir, V = 8, A = 12 e F = 6. Assim:
V − A + F = 8 − 12 + 6 = 2.
d) No poliedro convexo representado a seguir, V = 9, A = 16 e F = 9. Assim:

V − A + F = 9 − 16 + 9 = 2.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

POLIEDROS REGULARES

Um poliedro convexo é regular se satisfaz as seguintes condições:


■■ as faces são polígonos regulares e congruentes entre si;
■■ de cada vértice do poliedro parte o mesmo número de arestas.

Em relação aos poliedros regulares, tem-se a seguinte propriedade: Existem 5, e


somente 5, poliedros regulares.
São eles, o Tetraedro regular, o Hexaedro regular, o Octaedro regular, o
Dodecaedro regular e o Icosaedro regular.

POLIEDROS DE PLATÃO

É todo poliedro em que:


■■ todas as faces têm o mesmo número de arestas;
■■ todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número de arestas;
■■ vale a relação de Euler.
Assim, os cinco poliedros regulares são de Platão, contudo, nem todo poliedro de
Platão é regular, pois, pela definição, não é necessário que as arestas das faces tenham
a mesma medida, ou seja, não é necessário que as faces sejam polígonos regulares.

Poliedros
114 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Paiva (2013).

PRISMAS

Neste tópico, será estudado o prisma, que é um caso particular de poliedro.


Os prismas são os poliedros encontrados com mais frequência no dia a dia.
Por exemplo: edifícios, calçamentos, colmeias, objetos domésticos, etc.
Sejam dois planos paralelos distintos α e β, uma reta r secante a esses pla-
nos e um polígono convexo A1A2A3...An contido em α. Considerando todos os
segmentos de reta paralelos a r, de modo que cada um deles tenha um extremo
pertencente ao polígono e outro extremo pertencente a β.

Fonte: Dante (2013)

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE


115

A reunião de todos esses segmentos de reta é um poliedro chamado prisma


convexo limitado ou, simplesmente, prisma.
Elementos de um prisma:
■■ os polígonos A1A2A3...An contido em α e B1B2B3...Bn contido em β são cha-
mados de bases do prisma;
■■ as demais faces, exceto as bases, são chamadas de faces laterais do prisma;
■■ os vértices das faces são chamados de vértices do prisma;
■■ os lados das bases são chamados de arestas das bases do prisma;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

■■ as demais arestas, exceto as das bases, são chamadas de arestas laterais


do prisma;
■■ a distância entre os planos das bases é chamada de altura do prisma;
■■ todo segmento de reta cujos extremos são vértices que não pertencem a
uma mesma face do prisma é chamado de diagonal do prisma.

Um prisma é classificado de acordo com o número de arestas de sua base.


Um prisma é reto se, e somente se, suas arestas laterais são perpendiculares
aos planos das bases. Um prisma que não é reto é chamado de prisma oblíquo.
Um prisma é regular se, e somente se, é reto e suas bases são polígonos
regulares.

ÁREA DE UM PRISMA

A soma das áreas de todas as faces late-


rais do prisma é denominada área lateral
do prisma. A soma da área lateral com as
áreas das duas bases é chamada de área
total do prisma.
Exemplo: Em um prisma triangular
regular, cada aresta lateral mede 8 cm e
cada aresta da base mede 4 cm. Calcular
a área total do prisma. Fonte: Dante (2013).

Prismas
116 UNIDADE IV

Cada face lateral do prisma é um retângulo com 4 cm de base e 8 cm de


altura. Logo, a área Af: de uma face lateral é dada por:
Af: = (4 · 8) = 32 cm2
Cada base do prisma é um triângulo equilátero com 4 cm de lado. Lembrando
que a medida h da altura de um triângulo equilátero de lado a é dada por h = a 3
2
, então h = 4 2 3 = 2 3 cm . Portanto, a área B de uma base é dada por:
4 .2 3
B= 2 = 4 3 cm 2

A área lateral Al é dada por

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Al = 3 · Af: = 3 · 32 = 96 cm2.
Portanto, a área total é dada por:
AT = Al + 2B = (96 + 2 · 4 3 ) cm2 = 8(12 + 3 ) cm2.

VOLUME DE UM PRISMA

PRINCIPIO DE CAVALIERI
As fotos abaixo mostram as mesmas moedas empilhadas de duas maneiras dife-
rentes. Que relação existe entre o volume da primeira pilha de moedas e o volume
da segunda pilha?

Fonte: Souza (2013).

É claro que as pilhas têm volumes iguais, pois o volume de cada pilha é a soma
dos volumes das moedas que compõem, e as duas pilhas são formadas pelas
mesmas moedas.

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE


117

Essa ideia intuitiva foi transformada em uma importante proposição pelo


matemático, professor da Universidade de Bolonha (Itália), Bonaventura Cavalieri.
A obra mais importante de Cavalieri, “Geometria indivisibilibus continuorum”
(Geometria dos indivisíveis contínuos), publicada em 1635, apresenta o princípio,
enunciado a seguir, para comparação dos volumes de dois sólidos geométricos.
Sejam dois sólidos geométricos P1 e P2 e um plano α. Se qualquer plano β,
paralelo a α, que intercepta um dos sólidos também intercepta o outro e determina
nesses sólidos secções de mesma área, então os sólidos P1 e P2 têm volumes iguais.
Assim, o volume de um prisma qualquer é igual ao produto da área de sua
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

base por sua altura.

PIRÂMIDE

No terceiro milênio antes da Era Cristã, os egípicios construíram grandes monu-


mentos para servir de tumbas aos seus faraós. Esses monumentos têm forma de
um poliedro chamado pirâmide.
Por possuírem bases quadrangulares, as pirâmides egípicias são denomi-
nadas pirâmides quadrangulares. Na Geometria, o conceito de pirâmide é mais
amplo, conforme a definição a seguir:
Sejam um polígono convexo A1A2A3...An contido em um plano α e um ponto
V , não pertencente a α. Considerando todos os segmentos de reta que possuem
um extremo em V .

Fonte: Dante (2013).

Pirâmide
118 UNIDADE IV

A reunião de todos esses segmentos de reta é um poliedro chamado pirâmide


convexa limitada ou, simplesmente, pirâmide.

ELEMENTOS DE UMA PIRÂMIDE

■■ o ponto V é chamado de vértice da pirâmide;


■■ o polígono A1A2A3...An é chamado base da pirâmide, sendo A1, A2, A3, ...

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e An os vértices da base;
■■ as demais faces, exceto a base, são chamadas de faces laterais;
■■ os lados da base são chamados de arestas da base;
■■ as demais arestas, exceto as da base, são chamadas de arestas laterais;
■■ a distância entre o vértice V e o plano da base é chamada de altura da
pirâmide.

VOLUME DE UMA PIRÂMIDE

O volume de uma pirâmide qualquer é igual a 13 do produto da área de sua


base por sua altura.
1
V = 3 .B.h
Exemplo: Calcular o volume de uma pirâmide de altura 12 cm cuja base é um
trapézio isósceles de lados 10 cm, 10 cm, 9 cm e 21 cm.
Aplicando o Teorema de Pitágoras, obtém-se a altura h do trapézio da base:
h 62 = 102, assim, h = 8 cm.
2
+
A área B da base da pirâmide é dada por B=[(9+21).8]/2 = 120 cm2.
Sendo H a altura da pirâmide, seu volume V é dado por V = 13 120. 12 = 480 cm 2.

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE


119

Princípio de Cavalieri para Pirâmides

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


resolução deste exemplo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O suiço Leonhard Euler (1707-1783) realizou muitas contribuições à Mate-


mática. Mesmo ficando cego aos 59 anos de idade, Euler continuou seus
estudos. É provável que nenhum outro matemático tenha produzido tanto
quanto ele, que durante toda a vida publicou cerca de 500 trabalhos, entre
livros e artigos.
Dentre as várias contribuições de Euler, é possível destacar uma importante
relação envolvendo o número de faces (F), arestas (A) e vértices (V) de um
poliedro: V + F = A + 2. Essa igualdade é conhecida como Relação de Euler e
é válida para todo poliedro convexo.

A afirmação a seguir é verdadeira? Por quê? “Todo poliedro regular é de Pla-


tão, mas nem todo Poliedro de Platão é regular.”

Pirâmide
120 UNIDADE IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aqui foi tratado das formas geométricas que estão presentes no dia-a-dia. O
mundo que nos rodeia é repleto de objetos que têm três dimensões (3-D): altura,
largura e profundidade. O ramo da matemática que estuda essas três dimensões
é a Geometria Espacial, com os poliedros e corpos redondos.
Foi tratado dos poliedros, onde verificou-se que cada poliedro é formado
pela reunião de um número finito de regiões poligonais planas chamadas faces
e a região do espaço é limitada por elas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ainda no estudo de poliedros foi verificado a relação de Euler que afirma
que em todo poliedro convexo vale a relação V − A + F = 2 em que V , A e F
representam os números de vértices, arestas e faces do poliedro, respectivamente.
Também foi apresentado os poliedros regulares e os poliedros de Platão.
Em relação aos poliedros regulares, tem-se a seguinte propriedade: Existem 5, e
somente 5, poliedros regulares.
Em relação aos poliedros de Platão verificou-se que os cinco poliedros regu-
lares são de Platão, contudo, nem todo poliedro de Platão é regular, pois pela
definição não é necessário que as arestas das faces tenham a mesma medida, ou
seja, não é necessário que as faces sejam polígonos regulares.
Na sequência foi abordado sobre prismas, onde foi verificado que um prisma
é classificado de acordo com o número de arestas de sua base. Também foi veri-
ficado como calcular a área de um prisma.
O cálculo do volume de um prisma foi obtido fazendo uso do Princípio de
Cavalieri, a partir do qual verificou-se que o volume de um prisma qualquer é
igual ao produto da área de sua base por sua altura.
Ao abordar sobre pirâmides foi possível conhecer os elementos da pirâ-
mide sendo eles: vértice da pirâmide, vértices da base, faces laterais, arestas da
base, arestas laterais e altura da pirâmide. Também verificou-se como calcular
o volume de uma pirâmide.
Sendo assim, neste capítulo foi possível conhecer os poliedros, prismas e
pirâmides. Também foi possível compreender os conceitos, procedimentos e
estratégias matemáticas para solucionar problemas.

POLIEDROS, PRISMA, PIRÂMIDE


121

1. Um poliedro convexo é constituído por 25 arestas e 15 faces. Quantos vértices


possui esse poliedro?
2. Um poliedro convexo é constituído por 20 arestas, e seu número de vértices é
igual ao número de faces. Quantas faces formam esse poliedro?
3. O buckminsterfullereno é uma estrutura formada por átomos de carbono distri-
buídos nos vértices de um poliedro convexo de 12 faces pentagonais e 20 hexa-
gonais, havendo em cada vértice um único átomo. Quantos átomos compõem o
buckminsterfullereno?

Fonte: Souza (2013).

4. Cada aresta lateral de um prisma hexagonal regular mede 12 dm e cada aresta da


base mede 8 dm. Calcule a área total desse prisma.

Fonte: Paiva (2013).

5. Em um prisma hexagonal regular, a aresta da base mede 3 cm e a aresta da face


lateral mede 6 cm. Calcule a área lateral.
6. Uma indústria precisa fabricar 10000 caixas de papelão com as medidas de 14
cm, 20 cm e 40 cm. Desprezando as abas, calcule, aproximadamente, quantos
metros quadrados de papelão serão necessários.
7. Calcular o volume de uma pirâmide de altura 6 cm cuja base é um triângulo isós-
celes de lados 13 cm, 13 cm e 10 cm.
122

8. Qual o volume de um tetraedro regular de aresta a?


9. Calcule o volume de uma pirâmide quadrada cuja aresta da base mede 4 cm e a
altura, 7 cm.
10. Quando duas pirâmides regulares de bases quadradas e cujas faces laterais são
triângulos equiláteros são colocadas base a base, o sólido resultante é chamado
octaedro regular. Calcular o volume do octaedro regular de aresta 5 cm.

Fonte: Paiva (2013).


123

Platão foi discípulo de Sócrates. Nasceu em Atenas em 427 a. C. e morreu em 347 a. C.,
com 80 anos de idade. Fundou uma escola em Atenas no ano de 386 a. C., a “Academia”
onde transmitia seus ensinamentos aos seus discípulos. Via nos filósofos-governantes
a solução para problemas políticos. Suas obras são conhecidas como Diálogos, pois re-
tratavam diálogos (reais e imaginários) entre Sócrates e outras pessoas, que focavam
principalmente a política e a moral. Os Diálogos de Platão estão entre as maiores obras
literárias do mundo, sendo considerados por muitos verdadeiras obras de arte.
Os poliedros de Arquimedes
Entre seus incontáveis trabalhos, Arquimedes de Siracusa (cerca de 287 a.C. 212 a.C.)
estudou os poliedros convexos, não regulares, que possuem todas as faces regulares e
todos os ângulos poliédricos congruentes; esses poliedros são chamados de poliedros
arquimedianos.
Existem treze tipos de poliedros arquimedianos. Um deles é obtido a partir de um cubo, re-
tirando-se de cada vértice uma pirâmide triângular regular, de modo que todas as arestas
do sólido remanescente tenham a mesma medida, conforme mostram as figuras a seguir.

Fonte: Paiva (2013).

Outro desses poliedros é obtido a partir de um icosaedro regular, retirando-se de cada


vértice uma pirâmide regular pentagonal cujas arestas laterais medem 1 da aresta do
icosaedro:

Fonte: Paiva (2013).


124

Esse poliedro arquimediano teve um papel de destaque no século XX: em 1970, no Cam-
peonato Mundial de Futebol, usou-se pela primeira vez uma bola de futebol costruída
com base nesses poliedros; e em 1985 foi descoberta uma nova forma de carbono, o
buckminsterfullereno, cujos 60 átomos localizam-se nos vértices desse poliedro arqui-
mediano e as arestas representam as ligações químicas, conforme a figura a seguir.

Fonte: Paiva (2013).


MATERIAL COMPLEMENTAR

Projeto Polya: site especializado na resolução de problemas matemáticos.


<www.fc.up.pt/cmup/polya>. Acesso em: 17 ago. 2014.

Material Complementar
GABARITO

1) A = 25, F = 15 e V =?
V−A+F=2
V+F=2+A
V + 15 = 2 + 25
V + 15 = 27
V = 27 − 15

V = 12
2) A = 20, F = V e F =?
V−A+F=2
F − 20 + F = 2
F + F = 2 + 20
2 F = 22
22
F= 2

F=11

3) Faces pentagonais= Fp = 12 e Faces hexagonais= Fh = 20. Para calcular o total de


arestas, fazemos:
Fp . 5 F . 6
A = 2 + h2
12 . 5 20.6
A= 2 + 2
60 120
A= 2 + 2
A = 30 + 60
A = 90
Logo, o total é 90 arestas.
Para calcular o número de vértices:
A = 90, F = 32 e V =?
V−A+F=2
V − 90 + 32 = 2
V − 58 = 2
V = 60

Assim, o total é 60 átomos.


127
GABARITO

4) Área da base:
6 . l 2 . 3 6 . 8 2 . 3 6 . 64 . 3 384 . 3
Ab = 4
=
4
=
4
=
4
= 96 . 3 dm 2

Área lateral:
Al = 8 · 12 · 6 = 96 · 6 = 576 dm2
Área total:
At = 2 · Ab + Al
At = 2 · 96 3 + 576
At = 2 · 96 3 + 6 · 96
At = 96(2 · 3 + 6)
At = 96(2 · 3 + 2 · 3)

At = 2 · 96( 3 + 3) dm2
5) Al = 6 · AFace
Al = 6 · 3 · 6
Al = 6 · 18

Al = 108 dm2
6) Convertendo as medidas em metros teremos: 0,14 m, 0,2 m e 0,4 m. A área total da
caixa é dada por:
AT = 2 · 0, 14 · 0, 2 + 2 · 0, 14 · 0, 4 + 2 · 0, 2 · 0, 4
AT = 0, 056 + 0, 112 + 0, 16
AT = 0, 328
Multiplicando pela quantidade de caixas obtemos: 10000 · 0, 328 = 3280 m2.
GABARITO

7) Para calcular a área da base vamos determinar primeiro a altura do triângulo equi-
látero:

132 = ℎ2 + 52
169 = ℎ2 + 25
ℎ2 = 169 − 25
ℎ2 = 144
ℎ =144
ℎ = 12 cm
Área da base:
10 . 12 = 120 =
Ab = 2 2 60 cm 2
Volume da pirâmide:
A . h 60 . 6
V = b3 = 3 = 20 . 6 = 120 cm3
8) Para calcular a altura do tetraedro fazemos:
2

a2 = h2 + c
a. 3 m
3

a2 . 3
a2 = h2 + 9
a a2
a2 = h2 + 3
h
a2
a2 - 3 = h2

2 . a2 = 2
3 h

2 2a 3 a 3 a. 2 . 3 a. 6
3 .h = 6 = 3 h= = 3
3. 3

Agora, calculando o volume temos:

a2 . 3 a . 3
A .h
V = b3 = 4 . 3 =
a2 . 3 a . 6 1 a3 . 3 . 2
. . = =
a3 . 2
3 4 4 3 4.3.3 12
129
GABARITO

9) Área da base:
Ab = 42 = 16 cm2
Volume:

1 1 112
  . Ab.h  .16.7   37,33 cm 2
3 3 3

10) Vamos calcular o volume de uma pirâmide quadrada regular de aresta 5 cm2
Área da base:
Ab = 52 = 25 cm2
Para calcular a altura da pirâmide, fazemos:
2

a2 = h2 + c
a. 3 m
3
2

52 = h2 + c
5. 2 m
2
25
25 = h 2 + 2

25
h 2 = 25 - 2

25
h2 = 2

25 = 5
h= 2
d 5 2 2
2= 2
5. 2
h=
2

O volume de uma pirâmide é dado por:


2 . 125 . 2 125 . 2
V = 2 . Vp = 6
=
3
O volume do octaedro é dado por:

2 . 125 . 2 125 . 2
V = 2 . Vp = 6
=
3 c 58, 9 cm3
Professora Me. Regiane Aparecida Nunes de Siqueira
Professor Esp. Fernando Marcussi

V
UNIDADE
CILINDRO, CONE E ESFERA

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as propriedades geométricas dos corpos redondos.
■■ Representar gráfica e algebricamente os corpos redondos.
■■ Reconhecer regularidades nos corpos redondos.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Cilindro.
■■ Cone.
■■ Esfera.
133

INTRODUÇÃO

Observando as propriedades físicas e geométricas dos objetos da natureza, o


homem teve inspiração para grandes descobertas e invenções. Por exemplo, a
invenção da roda, uma das mais importantes criações humanas, provavelmente
teve origem na constatação de que objetos pesados podem ser deslocados com
facilidade sobre troncos de árvores.
Estudando a forma aerodinâmica das asas dos pássaros, o homem conse-
guiu criar várias formas eficientes de asas de avião. Muitos tipos de asas têm a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

face superior arredondada e a face inferior quase plana. Assim, quando o avião
avança, a parte dianteira da asa divide o ar, de modo que o ar que passa sobre a
superfície superior se expande (se rarefaz) reduzindo a pressão. Em consequ-
ência, a pressão exercida no lado de baixo da asa produz a força que empurra o
avião para cima.
Nesta unidade serão estudadas algumas formas arredondadas, também
denominadas cor-pos redondos: a esfera, o cilindro e o cone.

Introdução
134 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CILINDRO

Os objetos que têm duas bases circulares paralelas e congruentes, e todos os


seus pontos formam segmentos de reta paralelos, com cada extremo numa des-
sas duas bases possuem formato cilíndrico.

Fonte: Mello (2013)

DEFINIÇÃO: Sejam α e β dois planos paralelos distintos, uma reta s secante a esses
planos e um círculo C de centro O contido em α. Considere todos os segmentos de
reta, paralelos a s, de modo que cada um deles tenha um extremo pertencente ao
círculo C e o outro extremo pertencente a β. A reunião de todos esses segmentos
de reta é um sólido chamado cilindro circular limitado ou, simplesmente, cilindro.

CILINDRO, CONE E ESFERA


135

o
Fonte: o Autor

Em um cilindro, podemos considerar duas áreas: área lateral e da base. Dessa


forma, podemos observar essas áreas de um cilindro fazendo a sua planificação:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: o Autor

Assim, a área lateral (AL) do cilindro reto cuja altura é h e os raios dos círculos
das bases são r é um retângulo de dimensões 2πr e h: AL = 2πrh.
Mais ainda, a área da base (AB) corresponde a área de um círculo de raio: AB = πr2.
Portanto, a área da base (AT) do cilindro reto, corresponde a soma das áreas
lateral e das bases, ou seja:
AT = AL + 2AB = 2πrh + 2(πr2) = 2π r (h + r)
Exemplo 1: Quantos centímetros quadrados de mate-
rial são usados, aproximadamente, para fabricar a lata de
óleo indicada abaixo?
Temos que o diâmetro da lata de óleo é d = 8 cm, seu
raio é r = 4 cm e sua altura h = 19 cm.
Resolvendo em função de π:
At= 2πrh = 2π · 4 . 9 = 152π
2Ab = 2πr2 = 2π . 42 = 32π
At = 152π + 32π = 184π

Serão necessários 184π cm2 de material. Fonte: Dante (2013)

Cilindro
136 UNIDADE V

Para o cálculo do volume do cilindro consideremos um cilindro de base B


com área AB e altura medindo h. Seja agora um prisma com a mesma área da
base e a mesma medida de altura, pelo Princípio de Cavalieri temos que o cilin-
dro e o prisma possuem o mesmo volume. Logo,
V (cilindro) = V (prisma) = AB · h = π r2 h
Exemplo 2: Com os dados apresentados no exemplo anterior, determine o
volume da lata de óleo fabricada.
Como já sabemos, temos que o diâmetro da lata de óleo é d = 8 cm, seu raio
é r = 4 cm e sua altura h = 19 cm. Resolvendo em função de π:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V = AB · h = πr2 h
V = π 42 . 19
V = 304π
Assim, temos que o volume da lata de óleo é igual 304π cm3.

CONE

A forma cônica, tão frequente na natureza, também


está presente nas construções feitas pelo homem, desde
uma simples casquinha de sorvete até grandes estrutu-
ras, por exemplo, em partes de silos de armazenamento
de grãos.
Esses objetos lembram o cone circular, que é carac-
terizado por ter uma base circular e por todos os seus
pontos formarem segmentos de reta com um extremo
nessa base e o outro extremo em um mesmo ponto V ,
fora da base, conforme definição a seguir:
DEFINIÇÃO: Sejam um círculo C e centro O, con-
tido em um plano α, e um ponto V não pertencente a
α. Considere todos os segmentos de reta que possuem Fonte: http://www.sodimateiberica.com

CILINDRO, CONE E ESFERA


137

um extremo pertencente ao círculo C e o outro no ponto V. A reunião de todos


esses segmentos de reta é um sólido chamado cone circular limitado ou simples-
mente cone circular.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: http://www.matematicadidatica.com.br

Assim como no cilindro, podemos definir a área


da superfície lateral de um cone de raio R como
sendo a área da casca cônica do cone e a área total
da superfície cônica como sendo a soma da área
da superfície lateral com a área da base.
Com isso, para que possamos calcular a área
da superfície lateral, devemos calcular a área do
setor circular. Dessa forma, temos que utilizar se
uma regra de três simples:
Fonte: o Autor

Comprimento do arco Área do setor


2πg -------- πg2
2πr -------- ALateral

2.r.g r.g 2
2.r.r ALateral ALateral & r.r.g
=

Assim, a área lateral (AL) do cone cuja altura é h e base de raio R é πrg, onde
g = R 2 + h2 = também conhecida como a geratriz do cone.
Dessa forma, a área total do cone (AT) é dada por:
AT (cone) = πRg + πR2 = πR(R + g)

Cone
138 UNIDADE V

Exemplo 3: Um cone reto tem 8 cm de altura e raio da base igual a 6 cm. Calcule
a medida da sua geratriz, a área lateral, a área total e a medida do ângulo do
setor circular.
A representação desse cone é apresentada a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Dante (2013)

MEDIDA DA GERATRIZ: g 2 = 8 2 + 6 2 = 100 = 10


ÁREA LATERAL: Al = πrg = π . 6 . 10 = 10π
Ab = πr2 = π . 62 = 36π
ÁREA TOTAL:
At = Al + Ab = 60π + 36π = 96π

De maneira análoga ao caso do cilindro, o cálculo do volume do cone que tam-


bém utiliza o Princípio de Cavalieri, utilizando o volume do tetraedro.
Portanto, o volume de um cone é um terço do produto da área da base pela
medida da altura, ou seja:
1 1
V (cone) = 3 AB h = 3 rR 2 h
Exemplo 4: Dado um cone reto tem 8 cm de altura e raio da base igual a 6 cm.
Determine seu volume.
Temos que h = 8 cm e r = 6 cm, assim seu volume pode ser representado
da forma:
1 1
V (cone) = 3 r R 2 h = 3 r . 62 . 8 = 96r cm3

CILINDRO, CONE E ESFERA


139

ÂNGULO DO SETOR CIRCULAR:


Chamamos de setor circular de raio R e ângulo α radianos, a região plana do
círculo que compreende o arco correspondente a radianos e os lados do ângulo
que passa pela extremidade deste arco.
a = l
O ângulo do setor circular, pode ser representado pela formula: 360 º 2rr
comprimento do arco da circunferência.
Assim, dado um cone de R = 6 cm e g = 10 cm, temos l = 2π · 6 = 12π, assim:
a l
360º = 2rr
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a 12r
360º = 2r .10
12r . 360º
a = 2r . 10 = 216º

ESFERA

Desde a Antiguidade grega a forma esférica é considerada


padrão de equilíbrio e perfeição, como mostra a frase de
Aristóteles (384-322 a.C.) “O céu deve ser necessariamente
esférico, pois a esfera sendo gerada pela rotação do círculo é,
de todos os corpos, o mais perfeito”.
Além do fascínio estético, a forma esférica permitiu gran-
des invenções e descobertas. Aris tóteles foi um dos primeiros
pensadores a defender a concepção esférica da Terra. Seus
argumentos fundamentavam-se no fato de a sombra da Terra
sobre a Lua ser circular em um eclipse lunar.
DEFINIÇÃO: Considerando um ponto O e uma dis-
tância não nula R. Chama-se esfera de centro O e raio R o
conjunto dos pontos do espaço cujas distâncias ao ponto O
sejam menores ou iguais a R. Fonte: Trapp (2008)

Esfera
140 UNIDADE V

Assim, da definição tem-se:


■■ o conjunto dos pontos do espaço cujas distâncias
ao ponto O são menores que R é chamado de
interior da esfera;
■■ o conjunto dos pontos do espaço cujas dis-
tâncias ao ponto O são iguais a R é chamado
de superfície esférica;
■■ o conjunto dos pontos do espaço cujas distân-
cias ao ponto O são maiores que R é chamado de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Portal MEC (2013)
exterior da esfera.

Dessa forma, para diferenciarmos cada item, tratamos a esfera como sendo um
objeto maciço, enquanto que a superfície esférica é apenas a “casca” dessa esfera.
A área da superfície esférica é dada por A = 4πR2.
Exemplo 1: Se o raio de uma esfera é 9 cm, determine a área da superfície esférica;
A = 4πR2 = 4 . π . 92, então A = 144π cm2

A obtenção do volume da esfera é consequência do Princípio de Cavalieri.


Consideremos um cilindro C de raio R e altura 2R, com base num plano II tan-
gente a uma superfície esférica de uma esfera de raio R.

Fonte: Franco (2006)

Consideramos dois cones C1 e C2 com o mesmo vértice V, no interiores do cilin-


dro, conforme se observa no desenho acima. se observa no desenho acima. Um
plano Λ que corta os sólidos fornecerá as seguintes seções:

CILINDRO, CONE E ESFERA


141

Fonte: Franco (2006).

O triângulo A’B’V é semelhante a ABV. Como ABV é isósceles temos que A’B’V
também é isósceles, ou seja, A´B´ = A´V. Logo, a área da “rosquinha“ é π(R2 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a2) e a círculo é π(LM)2. Mas LM2 = R2 - a2. Logo, as seções possuem áreas iguais,
para qualquer plano Λ secante. Pelo Princípio de Cavalieri, o volune da esfera E
é igual ao volume do cilindro C menos os volumes dos cones ou seja,
1 1 4
V (S) = V (C) - V (C1) - V (C2) = 2rR3 - 3 rR3 - 3 rR3 = 3 rR3

Exemplo 2: Se o raio de uma esfera é 9 cm, determine o volume da esfera.


4 4
V = 3 rR = 3 .r9 , então V = 972π cm3
3 3

Princípio de Cavalieri para Esfera

Para melhor compreensão, assista, no vídeo, à


resolução deste exemplo.

Por que a esfera, o cilindro e o cone são chamados de corpos redondos?

Esfera
142 UNIDADE V

Historicamente considerada a maior invenção científica, a roda é uma das for-


mas geomé- tricas mais inspiradoras para o ser humano. Seu formato permite
a mobilidade sem esforço e sem mecanismos sofisticados de objetos concre-
tos, como as carroças. Na Geometria espacial (que estuda as 3 dimensões),
esse formato desempenha papel muito abrangente por sua incalculável apli-
cação. A esfera, símbolo dos planetas no Universo, apresentando em seu con-
torno uma infinidade de circunferências, expressa o conjunto de pontos equi-
distantes de um mesmo ponto, o centro. No campo da Arquitetura, desde os
mais remotos tempos, a forma redonda foi muito prestigiada. Vários castelos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
construídos ao longo da História apresentam torres cilíndricas, próprias do es-
tilo gótico, além das coberturas em for- mato cônico, úteis em países sujeitos a
nevascas por favorecerem o escoamento da neve. Cilindro, cone e esfera com-
põem o conjunto de corpos redondos que foram estudadas nesta unidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aqui foi possível conhecer um pouco algumas formas arredondadas, também


denominadas corpos redondos: a esfera, o cilindro e o cone. No estudo do cilin-
dro, foi possível descobrir que os objetos que têm duas bases circulares paralelas
e congruentes, e todos os seus pontos formam segmentos de reta paralelos, com
cada extremo numa dessas duas bases possuem formato cilíndrico. Também foi
calculada a área da superfície cilíndrica, assim como seu volume.
Ao abordar sobre o cone, verificou-se que a forma cônica, tão frequente na natu-
reza, tam- bém está presente nas construções feitas pelo homem, desde uma simples
casquinha de sorvete até grandes estruturas, por exemplo, em partes de silos de
armazenamento de grãos. Ainda no estudo do cone, foi possível verificar o cálculo
da sua geratriz, área lateral, área total, volume e medida do ângulo do setor circular.
No estudo da esfera, diferenciamos o que é uma esfera e sua superfície esfé-
rica. Ainda no estudo da esfera, foi verificado como calcular a área da superfície
esférica, assim como seu volume.
Sendo assim, nesta unidade foi possível conhecer os corpos redondos: esfera,
cilindro e cone, e também compreender os conceitos, procedimentos e estraté-
gias matemáticas para solucionar problemas.

CILINDRO, CONE E ESFERA


143

1. Determine a área da superfície esférica cujo raio é 6 cm.


2. Uma laranja tem forma esférica com medida indicada abaixo. Qual a área aproxi-
mada da casca da laranja?

Fonte: Paiva (2013).

3. Qual o volume de uma bola de basquete cujo diâmetro mede 26 cm? Use π = 3.
4. Identifique quais das figuras abaixo nunca poderão ser a sombra de um cilindro?

Fonte: Paiva (2013).

5. A base de um cilindro reto tem 4 cm de diâmetro. A altura do cilindro mede tam-


bém 4 cm. Determine:
a) a área total;
b) a área lateral;
c) a área total.
6. Uma lata de refrigerante tem forma cilíndrica, com 8 cm de diâmetro nas bases
e 15 cm de altura. Quantos centímetros quadrados de material são necessários,
aproximadamente, para fabricar essa lata de refrigerante?
144

7. Duas latas têm forma cilíndrica. A lata mais alta tem o dobro da altura da outra,
mas seu diâmetro é a metade do diâmetro da lata mais baixa. Em qual das latas
se utilizou menos material?

Fonte: Souza (2013)

8. Um cone tem 24 cm de altura e o raio da base é igual a 18 cm. Calcule:


a) a medida de sua geratriz;
b) a área lateral (aproximadamente);
c) a área total (aproximadamente).
9. Mariana foi convidada para uma festa à fantasia e decidiu ir fantasiada de bruxa. Ela
quis confeccionar a própria roupa, e para fazer o chapéu optou pela forma de um
cone.

Fonte: Dante (2013).

Para fazer o chapéu, ela usou uma folha de cartolina e desenhou a planificação
do cone para depois cortar, montar e colar. Qual dos itens abaixo foi o desenho
que Mariana fez para montar seu chapéu?
145

Fonte: Dante (2013).

10. Quantos centímetros quadrados de cartolina serão gastos para fazer o chapéu
de palhaço cujas medidas estão na figura a seguir?

Fonte: Dante (2013).


146

Eudoxo não era apenas um matemático e na história da ciência é conhecido como o pai
da Astronomia científica. Diz-se que Platão propôs a seus associados que tentassem dar
uma representação geométrica dos movimentos do Sol, da Lua e dos cinco planetas
conhe- cidos. É claro, era aceito tacitamente que tais movimentos se comporiam de mo-
vimentos circulares uniformes. Apesar de tal restrição, Eudoxo conseguiu dar para cada
um dos sete corpos celestiais uma representação satisfatória por meio de uma compo-
sição de esferas concêntricas com a Terra, como centro, e com raios variáveis, cada uma
girando uniforme- mente em torno de um eixo fixo em relação à superfície da esfera
seguinte, em ordem de grandeza crescente. Para cada planeta portanto, Eudoxo deu um
sistema conhecido por seus sucessores como “esféricas concêntricas”; esses esquemas
geométricos foram com- binados por Aristóteles na bem conhecida cosmologia peripa-
tética, das esferas cristalinas, que prevaleceu durante quase 2000 anos.
Eudoxo foi sem dúvida o melhor matemático da Idade Helênica, mas todas as suas obras
se perderam. É possível que a estimativa aristotélica para a circunferência da Terra - cer-
ca de 400 000 estados ou 60 000 quilômetros - seja devida a Eudoxo, pois Arquimedes
refere que Eudoxo tinha calculado que o diâmetro do Sol era nove vezes o da Terra. Em
seu esquema astronômico Eudoxo tinha visto que por uma combinação de movimentos
circulares ele podia descrever os movimentos dos planetas em órbitas que se enrolavam
ao longo de uma curva chamada de hippopede. Essa curva, que se assemelha a um oito,
traçado sobre uma esfera, é obtida como interseção de uma esfera com um cilindro tan-
gente internamente à esfera - uma das poucas curvas novas reconhecidas pelos gregos.
Fonte: Boyer (1974).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Portal Matemática: provas de vestibulares e concursos, simulados on-line, curiosidades


matemáticas, dicas, biografia de matemáticos, dicionário da Matemática, vídeos e
desafios, link das maiores universidades e faculdades do Brasil.
<http://matematica.com.br>. Acesso em: 5 mar. 2018.

Material Complementar
GABARITO

1) A = 4 · π · R2
A = 4 · π · 62
A = 4 · π · 36

A = 144 · π cm2
8
2) R = 2 = 4. Substituindo o valor do raio na fórmula da área, temos:
A = 4 · π · R2
A = 4 · π · 42
A = 4 · π · 16
3) Temos que, R = 26 = 13 e π = 3, para calcular o volume fazemos:
4 . r . R2
V= 3
4 . 3 . 133
V= 3

4) Temos que, a sombra da lateral de um cilindro possui a forma de uma região


retangular, a sombra projetada pelo cilindro visto pelo topo possui a forma de
um círculo e a sombra projetada pelo cilindro quando ele está inclinado tem a
forma composta por duas regiões elípticas e uma região retangular sobrepostas.
Assim, qualquer outra figura com a forma diferente dessas três regiões não pode
ser a sombra de um cilindro.
Logo, as figuras c) e e) não podem ser sombra de um cilindro.
4
5) r = 2 = 2 cm e h = 4 cm
a) Área da base:
Ab = π · r2
Ab = π · 22
Ab = π · 4
Ab = 4 · π cm2

b) Área lateral:
Al = 2 · π · r · h
Al = 2 · π · 2 · 4
149
GABARITO

c) Área total:
At = Al + 2 · Ab
At = 16 · π + 2 · 4 · π
At = 16 · π + 8 · π
At = 24 · π cm2
6) Área lateral:
Al = 2 · π · r · ℎ
Al = 2 · π · 4 · 15
Al = 120 · π cm2

Área da base:
Ab = π · r2
Ab = π · 42
Ab = π · 16
Ab = 16 · π cm2

Área total:
At = 120 · π + 2 · 16 · π

At = 144 · π cm2
7) Lata mais baixa: seja a altura h e o raio 2r, temos que a área da lata é dada por:
Ab1 = π · R2 = π · (2r)2 = 4πr2
Al1 = 2 · π · R · h = 2 · π · 2r · h = 4πrh
At1 = 2 · 4 · π · r2 + 4 · π · r · h = 8πr2 + 4πrh
Lata mais alta: seja a altura 2h e o raio r, temos:
Ab2 = πr2
Al2 = 2 · π · r · 2 · h = 4πrh
At2 = 2πr2 + 4πrh
GABARITO

Assim, a lata mais alta utiliza menos material, pois At1 > At2.
8) h = 24 cm e r = 18 cm
k) g2 = h2 + r2
g2 = (24)2 + (18)2
g2 = 576 + 324
g2 = 900
g= 900 cm

g = 30 cm
l) Al = π · r · g
Al = π · 18 · 30

g = 30 cm
m) Ab = πr2 = π(18)2 = 324π
At = Al + Ab = 540π + 324π = 864 cm2
9) Basta notar que a planificação da superfície lateral de um cone é um setor circular.
Logo, o desenho que Mariana fez é representado pela alternativa A) .
a)

Geratriz: Área lateral:


g2 = 102 + 242 At = π . r . g
g2 = 100 + 576
At = π . 10 . 26
g2 = 676
g = 676 At = 260 π cm2
g=2
151
CONCLUSÃO

Que bom que chegamos até aqui!


Esperamos que este material tenha sido de grande ajuda para ampliar seus conhe-
cimentos na área de geometria. Se você teve dificuldades neste curso, saiba que
não está só, já passamos por isso também. Apesar disso, ao nosso ver, este curso
fornece belíssimas aplicações da matemática e amplia, em muito, nossos horizontes
e perspectivas quanto à utilidade da matemática, sobretudo nas áreas tecnológicas.
A educação brasileira de maneira geral, passa por uma fase de grandes mudanças,
sendo elas de recursos didáticos, de currículo, de expectativas de aprendizagem,
de perfil cultu- ral e cognitivo dos estudantes, entre outras. Essas mudanças geram
impactos no trabalho do profissional da educação, podendo até mesmo causar des-
conforto ou insegurança. As- sim, um dos objetivos deste livro e fornecer ao futuro
profissional elementos que ajudem a atender às necessidades desse novo cenário
educacional.
Este livro apresenta uma metodologia que procura atribuir ao(a) estudante o papel
central no processo de ensino-aprendizagem, como agente da sua aprendizagem
em constante interação com o texto.
Foram abordados os principais conteúdos no campo da Geometria e sempre que
possível foram integrados entre si e com as demais áreas de conhecimento.
Grande abraço.
Os autores.
REFERÊNCIAS

Atlas. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Atlas_Schloss_Lin-


derhof.JPG>. Acesso em 2 de maio de 2017.
BARBOSA, J. L. M. Geometria euclidiana plana. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira
de Matemática, 1985.
BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática. Tradução Elza F. Gomide. São Paulo:
Edgard Blucher, 1974.
CÂNDIDO, S. L. Formas num mundo de formas. São Paulo: Moderna, 1997.
DANTE, Luiz R. Matemática: contexto e aplicações, 1,2,3. 2. ed. São Paulo: Ática, 2013.
DOLCE, Osvaldo. Fundamentos de matemática elementar, 9: geometria plana. 7.
ed. São Paulo: Atual, 1993.
GERÔNIMO, João R., FRANCO, Valdeni S. Geometria Plana e Espacial, Maringá- Pr, 2006.
IEZZI, G. et al. Fundamentos da Matemática Elementar. São Paulo: Atual, 1977.
Matemática Didática. Disponível em: <www.matematicadidatica.com.br>. Acesso
em 2 de mai. de 2017.
PAIVA, Manoel. Matemática, 1, 2. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2013.
REVISTA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA. São Paulo: Sociedade Brasileira de Mate-
mática. Publicação Quadrimestral, 2014.
REZENDE, Eliane Q. E., QUEIROZ, Maria L. B. Geometria Euclidiana Plana e Constru-
ções Geométricas. São Paulo: Ed. UNICAMP, 2008.
Só Matemática. Disponível em: <http://www.somatematica.com.br/emedio/espa-
cial/espacial16.php>. Acesso em 2 de mai. de 2017.
Sodimate. Disponível em: <www.sodimateiberica.com>. Acesso em 2 de mai. de 2017.
Sou mais Enem. Disponível em: <http://soumaisenem.com.br/matematica/conheci-
mentos- geometricos/cilindros>. Acesso em 2 de mai. de 2017.
SOUZA, Joamir R. Novo olhar matemática: 3. 2. ed. São Paulo: FTD, 2013.

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