Você está na página 1de 7

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO FRANCISCO

CURSO DE BACHAREL EM DIREITO

RESUMO

PEDREIRAS, MARANHÃO
2023
KAILA MAYUME ROCHA OGAWA

RESUMO

Trabalho apresentado a disciplina de Direito


Civil, como parte dos requisitos necessários
para obtenção de nota, sob a instituição
FAESF- Faculdade de Educação São
Francisco.
Orientador: Amanda Leal

PEDREIRAS, MARANHÃO
2023
O DANO

O Dano é fundamental na responsabilidade civil, podendo afetar interesses


patrimoniais e morais. Para que seja indenizável, deve atender a três requisitos
principais: violação de interesse jurídico, certeza e subsistência do dano no
momento do julgamento.
Além do dano patrimonial, há o dano moral, agora reparável mesmo sem dano
patrimonial associado, e o dano estético. Discute-se também o dano existencial e
social. As formas de reparação incluem reposição natural e prestação pecuniária,
com ênfase na função social da reparação.
O desperdício injusto do tempo (desvio produtivo do consumidor) é
reconhecido como dano. O tempo é considerado um bem jurídico digno de
proteção. Estas perspectivas destacam o caráter punitivo e pedagógico da
reparação.

O DANO MORAL

O Dano Moral é uma lesão aos direitos da personalidade que não pode ser
quantificado em dinheiro, envolvendo aspectos como a intimidade e a honra,
protegidos constitucionalmente. Pode ser chamado de "dano extrapatrimonial" ou
"dano não material".
Existem duas categorias: direto, relacionado aos direitos da personalidade, e
indireto, ligado a danos patrimoniais que afetam indiretamente a esfera
extrapatrimonial. A reparabilidade do dano moral é reconhecida na Constituição
Federal de 1988 e no Código Civil.
Houve controvérsias sobre as pessoas jurídicas poderiam reivindicar
indenização por danos morais, mas atualmente, tantas pessoas físicas quanto
jurídicas têm direitos de personalidade protegidos, conforme o Código Civil e a
Constituição Federal de 1988.
Em relação a interesses difusos e coletivos, a Lei da Ação Civil Pública permite
a reparação por danos morais, mesmo que inicialmente se questionasse essa
possibilidade devido à natureza do dano moral. Poluição ambiental e problemas
no ambiente de trabalho são exemplos de casos em que os danos morais difusos
podem ocorrer, e a lei reconhece sua reparação se necessário.
O NEXO CAUSAL

O nexo de causal é essencial para estabelecer a responsabilidade legal em


casos de dano. Três teorias principais explicam isso: equivalência de condições
(adotada no Código Penal brasileiro), causalidade adequada e causalidade
direta/imediata.
No entanto, a teoria adotada pelo Código Civil Brasileiro gera alguma
imprecisão, pois alguns favorecem a causalidade adequada, enquanto outros
argumentam que segue a causalidade direta/imediata.
O Código Civil, no artigo 403, estabelece que mesmo se a inexecução resultar
do dolo do devedor, as perdas e danos incluem apenas prejuízos efetivos e lucros
cessantes causados diretamente e imediatamente.

A “concorrência de causas” ocorre quando tanto a vítima quanto o agente


causador contribuem para um dano, resultando em uma redução proporcional na
indenização.
A teoria da imputação objetiva, aplicável ao Direito Penal e Civil, estabelece
que alguém só é responsabilizado se criar ou agravar um risco proibido relevante
e o resultado decorrer desse risco. Isso significa que, em situações como um
acidente causado por alguém embriagado ou a recusa em ajudar alguém em
perigo, a pessoa pode ser responsabilizada tanto penal quanto civilmente,
dependendo das circunstâncias.

CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL E


CLAUSULA DE NÃO IDENIZAR

As Causas excludentes de responsabilidade civil impedem reivindicações de


indenização ao romper o nexo causal. O “estado de necessidade” permite ações
para remover perigo iminente, desde que necessárias e sem excessos, podendo
envolver terceiros inocentes.
A “legítima defesa” é outra causa excludente, permitindo a defesa proporcional
contra agressões injustas, sem fuga recomendada. Se terceiros inocentes forem
afetados, o agente deve indenizá-los e buscar ação regressiva contra o verdadeiro
culpado.
Existem causas excludentes de responsabilidade civil que se aplicam quando
alguém age no exercício regular de um direito reconhecido, sem cometer
excessos, não havendo contradição entre a ação e o direito. Caso fortuito e força
maior são praticamente idênticos, excluindo a responsabilidade civil, a menos que
o devedor tenha se comprometido a indenizar.
O comportamento de terceiros pode romper o nexo causal, gerando debates
jurídicos, mas essa é uma causa excludente contestada no Brasil. A cláusula de
exoneração de responsabilidade é válida na responsabilidade civil contratual,
desde que não viole princípios de ordem pública.

A RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA E A NOÇÃO DE CULPA

A inclusão da culpa como requisito da responsabilidade civil trouxe avanços


ao afastar o objetivismo antigo. A culpa compreende três elementos:
voluntariedade, previsibilidade e violação de um dever de cuidado.
Rui Stoco define três graus de culpa: grave, quando o agente age quase
intencionalmente; leve, falta de cuidado médio; e levíssima, uma falta que só um
cuidadoso extremo evitaria.
Existem tipos de culpa baseados na natureza do dever violado:
 Contratual (viola contrato);
 Extracontratual (viola lei, como acidentes por embriaguez).
Há ainda modalidades de culpa:
 In vigilando: falta de supervisão, como culpa de um pai que não controla
seu filho.
 In eligendo: má escolha, como culpa de um empregador pelas ações de um
funcionário.
 In custodiendo: culpa na guarda de coisas ou animais.
 In comittendo ou in faciendo: culpa por ações que violam um dever
jurídico.
 In omittendo, in negligendo ou in non faciendo: culpa por omissão,
negligência ou falta de ação devida.
A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E A NOÇÃO DE
RISCO

O Código Civil de Beviláqua estabeleceu a responsabilidade com base


na culpa, mas a responsabilidade objetiva ganhou destaque devido ao
avanço tecnológico do século XX e à teoria do risco.
Agora, a lei permite a responsabilidade objetiva em situações previstas
em lei ou quando a atividade do infrator envolve risco para os direitos de
terceiros, e a nova lei mantém as regras especiais que reconheciam a
responsabilidade sem culpa.

A RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO

A responsabilidade civil por ato de terceiro envolve ser


responsabilizado por ações de terceiros com vínculos jurídicos. A
legislação evoluiu, com ênfase na presunção de culpa contra certos
responsáveis, como empregadores, e no dever dos pais pelos atos de filhos
menores, independentemente do convívio direto.
Tutores e curadores são responsáveis por danos causados por menores
ou incapazes sob sua supervisão, considerando seu grau de participação.
Proprietários de hotéis são responsáveis por danos causados por hóspedes,
mas a responsabilidade depende de análise caso a caso.
Participantes gratuitos de produtos de crime devem devolver a quantia
correspondente. Pessoas jurídicas, públicas ou privadas, respondem por
atos ilícitos de seus representantes, sem distinção. A regra "neminem
laedere" também se aplica a pessoas jurídicas na responsabilidade civil
aquiliana ou extracontratual.

A RESPONSABILIDADE CIVIL POR FATO DA COISA E DO


ANIMAL

A presunção de culpa e a responsabilidade do “guardião” da coisa ou


animal, que pode ser o proprietário, possuidor ou detentor, sem
necessidade de provar culpa, especialmente no caso da Administração
Pública.
A responsabilidade por objetos lançados de edifícios, onde os habitantes
respondem pelos danos, e a responsabilidade não exige apenas o
proprietário, mas também o habitante ou possuidor. No caso de veículos
roubados, o proprietário não é responsável, a menos que tenha sido
negligente.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A evolução das teorias sobre a responsabilidade civil do Estado,


passando de teorias subjetivas que exigem culpa dos agentes estatais para
teorias objetivas, como a do risco administrativo e do risco social.
No Brasil, a teoria predominante é a do risco administrativo, com a possibilidade de
outras teorias em casos específicos. A prescrição da pretensão indenizatória contra o
Estado segue o Decreto n. 20.910/32, com um prazo de cinco anos a partir do ato ou fato
que gerou o direito de ação.

Você também pode gostar