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Herlanda Linguistica 1
Herlanda Linguistica 1
Disciplina:
Linguística 1
Tema:
Expressões idiomáticas
Nome da Estudante:
Herlanda Dinís Cossa
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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 3
Objectivos ....................................................................................................................................... 3
Metodologia .................................................................................................................................... 3
Conclusão...................................................................................................................................... 10
Bibliografia ................................................................................................................................... 11
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Introdução
O presente trabalho busca a reflexão sobre Expressões idiomáticas. Expressões idiomáticas são
recursos da fala e da escrita, que ganham novos sentidos conotativos e ultrapassam seus
significados literais quando aplicados em contextos específicos.
Existe dificuldade em encontrar uma definição para o termo expressões idiomáticas que seja
consensual entre os estudiosos que se ocupam desta temática prende-se com a multiplicidade de
fatores que intervêm nas diferentes propostas de definição, na medida em que tais propostas são
abordadas por diferentes áreas linguísticas, o que leva a que cada uma delas entenda estas
expressões de uma perspetiva diferente.
Objectivos
Geral:
Específicos
Metodologia
Para a realização deste trabalho, recorreu-se ao método hermenêutica que ajuda na leitura e
interpretação dos manuais que versam sobre o tema em análise. Foi usado também o método
analítico sintético que propiciou a minuciosa peneiração do conteúdo para a compilação do
trabalho.
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1. Expressões idiomáticas
Expressões idiomáticas são recursos da fala e da escrita, que ganham novos sentidos conotativos
e ultrapassam seus significados literais quando aplicados em contextos específicos. Como por
exemplo “estar com a cabeça nas nuvens” com o sentido de estar distraído. Por isso, a sua
interpretação deve ser feita de maneira geral, sem ter que observar cada elemento que compõe a
sentença. Muitas vezes, essas expressões não podem ser traduzidas e só podemos compreendê-las
avaliando o contexto em que foram utilizadas.
Usamos as expressões idiomáticas a todo instante: nas conversas, nos jornais, nas revistas, nos
programas de rádio e de televisão, nas propagandas, nos livros, nas músicas, nos filmes.
Isso quer dizer que elas não se restringem a situações específicas, muito menos a grupos sociais.
As expressões idiomáticas são uma parte muito importante da comunicação escrita e falada, tanto
formal quanto informal. Quando pensamos na escrita e em questões gramaticais, elas exercem
papéis variados e podem assumir função de orações completas, adjetivos, substantivos, verbos e
interjeições.
O mesmo é defendido pelas linguistas portuguesas Guilhermina Jorge e Suzete Jorge que
consideram que «a inserção destas expressões no processo de ensino/aprendizagem só poderá
beneficiar esse processo. Tanto a língua materna como a língua estrangeira encontrarão nas
expressões idiomáticas uma outra maneira de se dizer, oferecendo aos aprendentes uma outra
motivação, uma outra dinâmica da língua.
No que concerne ao ensino de Português como Língua Materna, quando se analisa os conteúdos
programáticos para esta disciplina nos diferentes níveis do sistema de ensino português, percebe-
se que o espaço reservado ao ensino e aprendizagem destas estruturas linguísticas é escasso ou
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nenhum. Esta situação não deixa de ser alarmante, uma vez que se corre o risco de se estar a perder
um elemento fundamental da herança cultural do povo português.
O motivo que nos leva a usar expressões idiomáticas é o desejo de acrescentar algo nas mensagens,
um elemento que a linguagem “convencional” nem sempre é capaz de oferecer.
As expressões idiomáticas são também um recurso literário, e como tal têm a função de aumentar
o impacto do que foi dito. Veja os exemplos a seguir:
Percebe que no segundo caso há muito mais potência do que no primeiro? Pois é, assim é possível
chamar a atenção do leitor e acrescentar um estímulo à frase.
Muitas vezes, as palavras podem ser muito duras. As expressões idiomáticas podem ter um efeito
eufemista em diversas circunstâncias. Veja:
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O jogador percebeu que estava na hora de pendurar as chuteiras.
Não apenas nos textos, mas em situações cotidianas, o uso desse recurso pode trazer sutileza e
evitar ofensas, minimizar um fato ou diminuir a intensidade da interpretação.
Outra função das expressões idiomáticas é enfatizar um sentimento. Pense nos exemplos a seguir:
Meu pai não merece meu perdão. Quando criança, ele me abandonou.
Meu pai não merece meu perdão. Quando criança, ele me deixou a ver navios.
Na segunda frase, há um choque mais profundo para o ouvinte/leitor. Ou seja, o sentimento foi
exaltado.
O humor é um recurso muito importante em qualquer situação em que exista a comunicação. Usar
as expressões idiomáticas para tornar um discurso mais engraçado é uma ótima forma de entreter
o receptor. Por exemplo:
Certamente, a utilização desse recurso revela que o autor tem muito mais conhecimento acerca da
língua na qual o texto foi proclamado (seja ele verbal ou não verbal). Veja os exemplos a seguir:
João Paulo presenciou o crime, mas estava disposto a fazer vista grossa. JP, aliás, seria
enquadrado como cúmplice.
Ironizar
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A ironia é um valioso recurso linguístico. Muitas vezes, ela pode ser valiosa e tornar o texto mais
rico. Esse é um recurso muito utilizado por colunistas, como Diogo Mainardi e Arnaldo Jabor, por
exemplo.
Você agiu bem. Beijar os pés de quem o apunhalou pelas costas é uma ótima saída.
Insinuar
Palavras entreditas são aquelas modificadas propositalmente para terem duplo sentido. Elas
servem para evitar situações constrangedoras ou fazer sugestões indiretas.
É claro que eu posso ajudá-lo. Mas sabe como é, uma mão lava a outra.
Aproximar do leitor
Por fim, as expressões idiomáticas também podem ser um recurso valioso para aproximar-se da
sua persona. A partir do momento em que as conhece bem, é possível utilizá-las para uma
comunicação direcionada.
O segredo para usar essas expressões em seus conteúdos é conseguir adequar a expressão à
linguagem utilizada e às caraterísticas da sua persona. Os termos devem ser incluídos de forma
natural e genuína, sem ser de maneira forçada ou informal demais para o assunto do conteúdo.
Por se tratar de expressões que dizem sobre a cultura de uma região ou de um país, por exemplo,
é sempre bom ter cuidado. Saber se seu público consegue identificar sem grandes esforços o
sentido da frase é o primeiro passo.
Outra boa dica é conferir se já são expressões cristalizadas, ou seja, se o sentido entendido é o
mesmo para todos. Evite usar expressões muito recentes ou restritas dos meios digitais e aposte
em termos mais comuns da fala, alguns mais antigos e com sentidos fáceis de serem
compreendidos.
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Sendo um recurso linguístico avançado, as expressões idiomáticas podem ser desastrosas quando
mal utilizadas. Afinal, a característica principal de uma boa comunicação é que haja compreensão.
Por isso, a seguir veja algumas dicas para evitar ruídos no processo comunicacional com o
receptor:
Um texto recheado de expressões idiomáticas pode acabar embaralhando a mente do leitor. Por
isso, é preciso utilizá-las com sabedoria e em momentos específicos. Seu uso deve ser moderado
e, claro, cumprir o objetivo esperado.
Nem todos os seus leitores estão familiarizados com todas as expressões idiomáticas. Se a sua
audiência é composta por um conjunto de jovens, por exemplo, dificilmente entenderão frases
como “dar jarjão” ou “apanhar a pata”, muito utilizadas antigamente.
Contextualiza-las
Ao utilizar esse recurso, há um elemento muito importante a ser considerado: o contexto. Pense
duas vezes ao usar ironias, principalmente. Na linguagem textual, especialmente, esse é um
mecanismo que pode ser mal interpretado e ter o resultado contrário.
Leve em consideração também o seu público fiel. Muitas vezes, seus leitores já compreendem o
seu estilo de texto e sabe exatamente o que você quer dizer. Porém, várias pessoas estarão lendo o
seu conteúdo pela primeira vez e podem ter uma má impressão sobre o que você escreve.
A internet é um ambiente vasto. Saber onde e quando utilizar as expressões idiomáticas é muito
importante para que elas atinjam o seu máximo potencial.
Em redes sociais de caráter informal, elas são muito bem-vistas. Facebook, Instagram e YouTube,
por exemplo.
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Abandonar o barco: desistir de uma situação difícil
Abotoar o paletó: morrer
Abrir mão de alguma coisa: renunciar alguma coisa
Abrir o coração: desabafar, declarar-se sinceramente
Abrir o jogo: denunciar ou revelar detalhes
Abrir os olhos a alguém: alertar ou convencer alguém de alguma coisa
Acabar em pizza: quando uma situação não resolvida acaba encerrada (especialmente em
casos de corrupção, quando ninguém é punido)
Acertar na lata: acertar com precisão, adivinhar de primeira
Acertar na mosca: acertar com precisão, adivinhar de primeira
Essas são algumas das expressões linguísticas mais usadas no português. Há, sim, centenas de
outras, mas nem todas elas são tão conhecidas, já que são usadas em apenas algumas regiões do
país.
Por isso, ao criar o seu conteúdo, é importante pensar se a frase será entendida por leitores que
vivem fora dos nossos limites geográficos. Por exemplo: alguém que vive no sul do Brasil pode
não fazer ideia do que é “quebrar a tripa gaiteira”. Por outro lado, boa parte dos nordestinos vai
entender que essa expressão é o mesmo que gargalhar sem controlo.
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Conclusão
A expressões idiomáticas são formas de expressão próprias de uma língua que refletem a sua
riqueza, uma vez que é através delas que se transmitem as muitas referências culturais de uma
determinada comunidade linguística
As expressões idiomáticas são construções que devem ser encaradas como um todo, sendo que o
seu significado se situa num plano abstrato, diferente do literal. Por exemplo, quando um
determinado falante diz que está com a corda no pescoço, tal não significa que tenham uma corda
atada no seu pescoço, mas apenas que está a atravessar por uma situação desesperada.
Apesar de não haver unanimidade por parte dos investigadores quanto à definição deste tipo de
estruturas linguísticas, a maioria aponta para traços comuns inerentes a estas construções, como a
idiomaticidade (que consiste no conjunto de palavras cujos elementos se encontram intimamente
ligados) e a impossibilidade de decompor o seu significado.
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Bibliografia
Santos, António Nogueira, (2012) Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas. Edições João Sá
da Costa, p. 9.
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