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FILOSOFIA ENSINO, TEMAS E OBJETOS . Copyright © da Editora CRV Ltda. Editor-chefe: Railson Moura Diagramagio e Capa: Editora CRV Revisto: Os Autores DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAGAO NA PUBLICAGAO (CIP) CATALOGAGAO NA FONTE temas e objetos / Nilo César Batista da Silva, Maria Celeste de Sousa iba: CRV, 2019. ISBN 978-85-444-2891-7 DOI 10,24824/978854442891.7 1. Educaso 2. Filosofia 3. Filosofia da educapdo I Silva, Nilo César Batista da, og. Il. Sousa ‘Maria Celeste de, org. IL. Titulo IV. Sec. pus? cpp 370 3704 ———— Indice para catilogo sistemitico 1. Educagao 370 ESTA OBRA TAMBEM ENCONTRA-SE DISPONIVEL EM FORMATO DIGITAL. CONHECA E BAIXE NOSSO APLICATIVO! = 5 fopior 2019 Foi feito depSsto legal cont. Lei 10.994 de 14/12/2004 Proibida a repro parcial outta desta obra sem autorizago da Elitora CRV “olos 0s dieios desta eg reservados pela: Eitora CRV 1) 3039-6418 - E-mail; sae@editoracr.com br —_—__ Cong oF nows08 langamentos: www.editoraery.combr Conselho Editorial: Comité Cientifico: Aira Guinaces Due Dongs (UNE) Ads Xavi a Sia (UFR) Aviad Siva Qui Soa (UNDUUFRN} Cla Pere do Cao Maa (UFE) ‘Anti Pea Gai nce (UFR) asl Ona Pez (UNICAM) Caos Ato Var Eséio(UMINHOPT) Deve Raion Meta UFPB) Cals sere Daningue Ail (Uicwo) sa os Ca US) ‘Gane Tea Velga(UNIR) Fann Ver Baca PUCFR) Cs Chet UFSCa) ge agus ia Sas Bet (se Gsino Tl (Use Ncinl Sa San) UFES) “rsd Feber Asin) Jo Es Xavier de Mens (UCSAL) Eduard ean Bara (UFMG) Jos Mame de Bars Dis (Unive lc ara Noga Dogs UFAL) ver Pru) thio x Cn (UFS) sine Csi Boi UNESP) au Clemetie (INES) Maco Maris Barta (UF) Fenano Aino Gorgas Alefoao(PB) Nilo César Bis Stra (UFCA) Franco Cafes Dua PUCTPR) Pace Verse (UNWVERSITE- PARIS) Gln Faas Lin (Universe Rich Then Suk (UF) ‘eLaHivanobo) Schzo Anno Mali UNIFRANRS) Galle ris Bean veils dela Hvis) Jao Aes dos Sas (UFR) Je die Cag hae UNESP) esi Poa (UP) Lee Sco Rois UNISNOS) Li Oe avi UNIELRO) oars esd Sha UFY) ‘ava de Lourdes Prt de Alnei(UNOESC) Mari Lina Soa Cols UFOPA) Mari Csi dos Sus Bex (UFSC) ab Raru Henares UNEALMG) aso Pate Sas (FES) Sea Nae de ens OFRO} Sinze Rois ao (UNB) Sole Hee Xmen Rahn (UFOPA) Syne Ses UEFG) Tle lve Gaga (UF) Tina Sul zed Basle (UFORA) Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc. SUMARIO PREFACIO.... Judikae! Castelo Branco 4. ACERCA DO APRENDER E DO ENSINAR, UMAEXPERIENCIA DO SENTIR NO PENSAMENTO DE SANTO AGOSTINHO. 0.000 Nilo César Batista da Silva 1" 2. ARACIONALIDADE COMUNICATIVA COMO REFERENCIAL PARAO ENSINO DE FILOSOFIA. Helwaro Carvalho Freire 3, EDUCAR PARA O SENTIDO: um olhar por meio da antropologia de Viktor Emil Frankl... . Francisco Anténio Francileudo Lisieux D'Jesus Luzia de Araujo Rocha 4, ETICA DAALTERIDADE NA PRAXIS EDUCATINA.... ‘Maria Bemardete Goncalves de Paula 5, FILOSOFIA DALOGICA E PENSAR CRITICO: um programa de ensino da légica no ensino de Filosofia... ees Ralph Leal Heck 6. AFINAL, QUEM E 0 HOMEM? CONHECE-TE ATI MESMO! Maria Coleste de Sousa 7.0 PAPEL DO FILOSOFO NAEDUCAGAO SEGUNDO ERIC WEILL... Danie! Benevides Soares 8. UMAANALISE SOBRE A CRISE DA EDUCAGAO EA EDUCAGAO CRITICA, SEGUNDO 0 PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT E DE PAULO FREIRE..esnn Marie dos Santos Ferreira ABS 9. EDUCAGAO MEDIEVAL E A IMPORTANCIA DA PRATICA DOCENTE DE PEDRO ABELARDO....... Rosineide A. Taveira Ciueci da Silva OO — —— ——— __7.0 PAPEL DO FILOSOFO NA EDUCAGAO SEGUNDO ERIC WEIL Danie! Benevides Soares! 1. Introdugio O conceito de educagao em Weil esté relacionado com uma antropologia. ‘Ohomem weiliano é pensado fora da tradicional definigao do animal politico ou do animal racional: homem ¢ aquele que por meio da palavra modifica a propria forma de modificar a natureza. A luta contra a natureza corresponde a trabalho organizado, o que caracteriza a sociedade modema, No contexto de uma sociedade moderna, Weil nos apresenta dois niveis educativos. O pri- meiro é 0 da instrugdo, e 0 segundo 0 da educacdo propriamente dita, Se 0 primeiro nivel é aquele da técnica em que o homem ¢ treinado para assumir ‘um papel na organizagdo do trabalho, ser no segundo nivel em que o filésofo tera espago para agir. O presente artigo pretende apresentar em que consiste © segundo nivel da educacdo em Weil, partindo de sua concepgao de homem tendo como panorama a sociedade moderna. Para empreender uma apresentago do papel do fildsofo na educago em Weil, é de grande ajuda levantarmos trés observagdes iniciais. Em primeito lugar, € conveniente apresentar a antropologia de Weil como algo que subjaz 0 seu proceso educativo, pois a agdo educadora weiliana tem como alvo direto, em. ‘um primeiro momento, os impulsos humanos cuja origem convém conhecer ¢, ‘num segundo momento, oferecer um tipo de existéneia para o homem da socie- dade modema, Em segundo lugar, convém igualmente situar em que contexto ‘corre 0 proceso educativo weiliano. Adiantamos aqui que trata-se daquele da sociedade modema. Finalmente, faz-se por bem frisar que 0 processo educativo \eiliano ocorre em dois momentos: o nivel da instrugio e aquele da educagao propriamente dita, Dando conta dessas trés observagdes iniciais, poderemos ‘entio compreender 0 papel que o fildsofo desempenha no proceso educativo. 2.0 Homem O conceito weiliano de homem busca situé-lo para além de uma definigao cientifica ou tradicional. Sendo assim, o homem tem sua especificidade nio 185 Graduado e Mestre em Flosofa pela Universitade Federal do Ceara. Exare a doctncia na Facultad Catica de Fortaleza. E-mail: benevidesscares@gmal.com apenas na sua concep¢ao biolégica ou antropoldgica clissica: mais do ente biolégico ou o animal politico o homem é 0 ser que transforma 0 de transformar as condigdes com as quais se depara. Se algumas espéci ‘mais podem nos fornecer o exemplo da modificagao as circunstiincias do © homem, precisamente nesse contexto, no se vale do mesmo procedit de luta com a natureza exterior desde os primérdios de sua histéria, ele ‘mora esse processo, depurando progressivamente sua eficdcia e consti ‘uma técnica. Aqui Weil salienta que, mais do que o homo sapiens, con nome de homo faber. Trata-se nao do ser que sabe, mas daquele que fats Jabrica, interferindo naquilo que the & dado, naquilo que 0 ambiente circunscreve Ihe apresenta'™: © homem nio se contenta em transformar o que Ihe é dado ~ a também o faz; 0 modo de transformagiio, na medida em que é que € natural, é transformado por sua vez, € 0 homem cria 0 q\ reflexdo tardia denominara a técnica, Jamais contente com 0 que © com 0 que possui, ele no apenas muda a natureza: sua negali ‘muda também as maneiras de mudar'™. Existem alguns pontos chaves nessa pequena antropologia weili serio preciosas para os temas futuros do nosso trabalho, Por hora, cabe que na sua interferéncia sobre as condigdes que Ihe so dadas o homem s¢ no seu agir pela eficdcia. Outro aspecto que devemos manter em mente ‘© interessante para a caracterizagao do homem que intervém no dado é cele faz; a razio aqui aparece como um procedimento técnico: trata-se, da palavra ligada ao célculo, eis o sentido daquilo que Weil denomina a linguagem razodvel™ cuja fungdo ¢ a realizagdo da negatividade'™ a0 homem. Por conta disso, convém salientar uma caracteristica es Tuta humana contra a natureza exterior: a palavra. A linguagem raz (Ct WEIL, E. Logica da Fibsofa. Sao Paul: € Realizapbes, 2012p. 12-13, (WEIL. Logica da Fibsofe. Sao Paul: € Realzaptes, 2012p 19. (OL WEIL. Légica do Fibsofa. Sao Paul: E Realeagtes, 2012 p 19. (WEIL. E. Logica da Fibsofia. Sao Paul: E Realzaptes, 2012 p 11 (que vem a ser essa nogatvidade?E essencalaproendermas 0 que Wel denomina dessa Se), a capaidade que ohomom tom de, mas do que 2s merasnecesscades, dar paras outa ‘semandas: 0s desejos ‘0 hoem 6 um sex um arial que que algo des prério para '3e pode reconheceraquele trac, que, em hagel, se chana de negafvdede do homem. © ‘32 com 0s outros, um ser viv mas mesmo sendo como os outs, ele nao 6 apenas como 0§ Te mesic cu prorat no eo em sa ratirn,ma qu ove (WEIL, E: Logica da Flosofa, So Pauio:€ Realizaptes, 2012, p. 17). Aqui encontrar 0 lume questo de extrema importnca: sera possivelalém dessa negatidade, Poder adanta prejuizo da exposigdo que preparamos que sn, pos 0 modo como como Se daré essa super ‘Wiel sera apreseniado ao nal da presente exposicgo, uoza exterior, o homem abre para sia possibilidade de modificar a prépria J possui um especifico que aparece com a possibilidade da negatividade!”. wi especificidade que permite ao homem transformar a natureza segundo iWenica mais eficaz do que a dos demais animais. Certos animais, como as abethas, as formigas, os passaros, alguns mami feros, também transformam o dado. O homem distingue-se deles porque procede a transformagio por meio da palavra, Ora, o uso da palavra € duplo. Fele pode servir de conservagai e transmissdo de um saber imutivel (tido como imutivel), e nesse caso a luta com a natureza é estética e defensiva. Mas ela pode também servir a transformagao do discurso através do pro- prio discurso e, entio, cla conduz a elaboraga0 de novos procedimentos, formas de colaboragaio social (de organizagdo) mais eficazes, numa palavra, {A modificagfo nfo s6 da natureza exterior, mas também, e sobretudo, dos procedimentos de transformagao: a luta tomna-se, por assim dizer, agressiva {a parte do homem que deseja avangar contra a resisténcia da natureza! Na sua luta contra aquela que seré a primeira forma de violéncia, a de empreender esse combate. A palavra nao é apenas o recepticulo da snissiio de uma forma de lutar, mais ou menos tradicional e perene, mas sagem do hme, Wei, 60 qv o const en sua singdaiadero oan aconstcto de tanta enfttamers daria" 6 o ania que fs, um Gos eras qu fala, mas. ¢0uNeD “gna que emprega sua inguagem para dizer no" CLWEIL, E. Logica da Filosofia. Sao Pavio: Realize fen 2012.9. 18). Whe Fisof Pte. Pau: Lye, 201.74, : D conc watao de vlc plano Se rest ao cao da ares fs oer. Tate So aera, 0 sou negate Enq negaio do uve a en ied ran fend ‘pevuisintes Cont PERINE,MFlosoae vic So Pau: Ls, 187.124 Avis ep ‘Mia const o rund do Pome eo se sata No sare eas recat jusanere por Ai gm cn noa en pens ext a tp Sr, ego ooo da a da az, Cove: ERIE, Ee We a conproensto conse emp So Pade: Loa, 204. 72 Assim ea se {oranges go pas devia d az. Dee nots, 6 ocsamers aq ue a eli naga que Tees cmprend'a. Assim. o deco sobre pono de sada volca se gr no do um a fi un our un onpeio dsc a wodnca. Crt: PERNE Flos e vrs SS Pub: Loyola, 1987. . 176. possivel falar dots estados de violencia. O primeira, ¢o da viclencia natural do ser nas aes esprtres, cepa do sas cera quando a necesscae oebga cu cunio Se nl orn anche cte (haga de esa eda: A segnsa oma device ‘iio € Tolan sols as hres Toles do wea paso Alecara faa re pa be, trues onsen de onl do rere da aro aqulo ue parka ohm eaicapaz de (tas GF CALLOIR Aco Ene Wed Pa: Bevcresr 184.214 (foes ha oun voice rot aqua dat do homom cota a returza, Esa vista exer 1 Nstaa da aera (anbem chaada vlc exttunana) ue o hoe enfentapr mato do tabs ep ema da qa artim 8 a enigoca euna ceca par lzet ere aostdade Tavatuoe asa cdnca so pata pea enc 8 seri € meramerte prin, Oacord quant as ceiadges ease saber ed ciao que 0 oreras cnt cs ciate caratuera, 6a ein weltn coal, ss o uz qu decd quarto a una raha de atemavas popstas. Confer Vil © Loge da Pls, Sa Pau: €Reazaes, 2012p 61-86, converte-se em arti ete Se modificagdo da propria luta, “O animal & ca de fazer eseros transforma o dado, ms 0 home sci aban em Seid eit no trabalho eel trabalho homem pode tansformara Imacie de talker”. Vemos marcas dus dsngdes importantes. Em ima lig acompreensio da natureza exterior como violéncia que acomete uel dtinaiis ee 6 Hits Ea ele se depara. Em seguida, elencamos o-etenimento gue conte a natura exterior ode xe da de forma auressvs © modo come s organiza esa ua sr importante para

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