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° ano diurno)
Prof. João Paulo Martinelli
Formas qualificadas
Presunção de violência
Ação penal
Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa.
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos
indispensáveis à manutenção própria ou da família;
Aumento de pena
A ação penal nos crimes contra os costumes, em regra, é privada. Quer dizer,
procede-se mediante queixa-crime. Deve a vítima ou seu representante legal interpor, no
prazo legal, a queixa-crime. Conforme Hungria, esta foi a opção do legislador por
entender que, em muitos casos, é preferível o silêncio da vítima à movimentação do
Estado, uma vez que envolve sua profunda intimidade.
A ação penal deverá ser oferecida pelo ofendido ou seu representante legal. A
partir do novo CC, entende a doutrina que, a partir dos 18 anos, a titularidade é exclusiva
do ofendido.
A queixa deverá ser oferecida por procurador com poderes especiais. Caso o
ofendido for pobre, o juiz nomeará advogado dativo para que proponha a ação penal.
Segundo o art. 32, § 1.°, do CPP, “pobre é aquele que não pode prover às despesas do
processo sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família”.
No entanto, para o art. 225 do CP, a pobreza converte a ação privada em ação pública
condicionada à representação da vítima.
Por fim, a Súmula 608 do STF diz: “No crime de estupro, praticado mediante
violência real, a ação penal é pública incondicionada”. Vale o mesmo entendimento para
o atentado violento ao pudor. Nos casos de violência presumida ou grave ameaça a ação
penal é privada.
OBSERVAÇÕES:
1) Tipicidade objetiva:
2) Tipicidade subjetiva:
d) Pelo fim de lucro: O agente é movido pela finalidade do lucro. Como leciona
Fragoso, se o crime for praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena corporal, a
pena de multa. Pune-se, assim, o lenocínio mercenário, que constitui, sem dúvida,
hipótese mais grave pela maior torpeza das razões que levam o agente a delinqüir.
5) Sujeitos do delito:
a) Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Atenção à forma qualificada do § 1.°.
Aquele que se satisfaz não comete o crime, pois o tipo penal diz satisfazer a lascívia de
outrem. No caso da vítima ser menor de 14 anos, aquele que se satisfaz incorre em crime
de estupro ou atentado violento ao pudor, por presunção de violência.
b) Sujeito passivo: Pode ser qualquer pessoa, de qualquer sexo. A idade pode
influir na forma qualificada.
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO
Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que alguém a
abandone:
1) Tipicidade objetiva:
“Induzir é aconselhar, inspirar, mover ou arrastar. Mais do que isso fez a ré, em relação à menor.
Atraiu-a à sua casa de prostituição, favorecendo, assim, a perdição da menor. Não se configura, portanto,
a hipótese de mera tentativa, já que a menor foi induzida, atraída, à prostituição pela ré” (TJSP – AC –
Rel. Mendes França – RT 316/462).
“Não importa que a vítima tivesse mal comportamento a ponto de ser mandada embora da casa
de seus pais, pois, o que fica, o que permanece como ofensa à lei penal, é o proceder da acusada ajudando
a primeira a aliciar homens para a mantença de congressos sexuais, e facilitando o indigitado proceder
com a cessão de quarto em sua casa onde os mesmos congressos se desenrolavam” (TJSP – AC – Rel.
Onei Raphael – RT 322/498).
“Pratica o delito do art. 228 do CP aquela que facilitar a prostituição da filha menor, agindo,
quer comissivamente, quer omissivamente, pois tem o dever jurídico de evitar a perdição da mesma”
(TJSP – AC – Rel. Adriano Marrey – RT 417/93).
“Não se pode interpretar como induzimento ou atração para a prostituição simples convite para
mudar de praça, mais atrativa e com mais amplas perspectivas para a chamada vida fácil, exercida pela
acusada e pela vítima, ambas meretrizes” (TJSP – AC – Rel. Silva Leme – RT 438/368).
2) Tipicidade subjetiva:
4) Sujeitos do delito:
b) Sujeito passivo: Também pode ser qualquer pessoa, até mesmo a pessoa
prostituída.
CASA DE PROSTITUIÇÃO
Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a
encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
gerente:
1) Tipicidade objetiva:
“A circunstância de não ter a acusada participação no proveito obtido da prostituição por suas
pensionistas é irrelevante à configuração do delito do art. 229 do CP” (TJSP – AC – Rel. João Garcia –
RT 50/341).
2) Tipicidade subjetiva:
3) Consumação:
4) Prostituta que atende em local próprio: Não há crime, pois prostituir-se é fato atípico.
Manter local para a prática de um ato lícito não é crime.
“A prostituta que, em sua casa, se entrega a quem a solicita, não mantém, em face da lei, casa de
prostituição: apenas exerce o meretrício” (TJSP – Ap. – Rel. Emeric Levai – RT 182/299).
“Ainda que se considere muito restrita a rubrica ‘casa de prostituição’, constante do art. 229 do
CP, a interpretação do dispositivo não pode ser abrangente a ponto de alcançar estabelecimentos
comerciais que, explorando saunas, banhos, massagens, relax, duchas e bar, não se destinam
especificamente a encontros para fins libidinosos. Tal ampliação da ‘mens legis’ abriria a porta à
analogia, vedada na lei penal” (TJSP – AC – Rel. Castro Duarte – RT 619/290).