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Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde de Uma Unidade Básica de Saúde em Município Piauiense
Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde de Uma Unidade Básica de Saúde em Município Piauiense
“ Capacitação de agentes
comunitários de saúde de uma
Unidade Básica de Saúde em
Município Piauiense
UFPI
10.37885/200700590
RESUMO
METODOLOGIA
Durante a estadia na referida UBS, foi possível observar a dinâmica do trabalho da equi-
pe, as atividades desenvolvidas e a execução dos principais programas preconizados pelo
MS. A identificação do problema se deu após a participação de uma reunião semanal com
Para desenvolver suas atividades legalmente como profissão, o ACS tem suas ações
legitimadas pela Lei Federal nº 11.350, de 5 de outubro de 2006 (Brasil, 2006). Desse modo,
o ACS exerce, sob a supervisão do enfermeiro, ações de prevenção de doenças e promoção
da saúde por meio de visitas domiciliares ou comunitárias para monitoramento de situações
de riscos das famílias, de forma individual ou em âmbito coletivo, em concordância com as
diretrizes do SUS (Speroni et al., 2016).
O ACS, por suas características próprias de vínculo com a comunidade e com a equipe
de saúde, é considerado o principal elo entre esses dois elementos, possibilita o fortaleci-
mento do vínculo entre os profissionais de saúde e a família e proporciona a aproximação
das ações de saúde ao contexto domiciliar (Cardoso & Nascimento, 2010; Filgueiras & Sil-
va, 2011; Santos, Saliba, Moimaz, Arcieri, & Carvalho 2011). Além disso, o ACS tem papel
protagonista no que se refere à relação de trocas de experiências, aos saberes populares
de saúde e à identidade com a cultura, linguagem e costumes de sua própria comunidade
(Costa & Ferreira., 2012; Santos et al, 2011).
Acredita-se assim, que o ACS represente um elemento essencial na reorganização
dos serviços de saúde (Bezerra, Espírito Santo, & Batista Filho, 2005; Cardoso et al., 2010;
Peres, Caldas, Silva, & Marin, 2011). O ACS representa um recurso humano central e es-
tratégico na implantação de ações de promoção da saúde, envolvendo as pessoas, seus
conhecimentos e entornos (Pedraza, Rocha, & Sales, 2016).
A construção da identidade do ACS é observada em situações vividas no seu trabalho
como na construção do vínculo com os indivíduos da sua comunidade, nas relações de tra-
balho com os integrantes da equipe de saúde e demais agentes que compõem os serviços
dispostos na rede. Ao desenvolver seu trabalho, o ACS convive com algumas situações como
Fichas do E-SUS
Levantamento epidemiológico
Visitas domiciliares
Uma das atividades intrínsecas à ESF é a visita domiciliar, que proporciona ao pro-
fissional adentrar o espaço familiar e assim identificar suas demandas e potencialidades.
Portanto, a visita domiciliar enseja ampla visão das condições reais de vida da família e
possibilita a interação em ambiente familiar e social, através do conhecimento do cotidiano,
cultura, costumes e/ou crenças de uma determinada sociedade, o que torna essa vivência
enriquecedora para ambos (Drulla, Alexandre, Rubel, & Mazza, 2009).
Algumas dificuldades têm sido mencionadas como fatores importantes para o desempe-
nho profissional dos ACSs, inclusive para o desenvolvimento da visita domiciliar. O excesso
de atribuições, o alto número de famílias a serem acompanhadas, a falta de valorização
profissional, a baixa remuneração e a falta de apoio de outros profissionais da equipe foram
fatores citados como obstáculos por ACSs em diferentes localidades do país (Pedrosa &
Teles, 2001; Ferraz & Aerts, 2005; Ávila, 2011; Galavote, Prado, Maciel, & Lima, 2011; Ke-
bian & Acioli, 2014). O domínio desses fatores em municípios de maior complexidade pode,
talvez, implicar maiores dificuldades no exercício do trabalho do ACS. Percebemos ainda
que esses fatores são desfavoráveis aos desafios impostos aos ACSs, o que pode repercutir
negativamente nas relações recíprocas entre os membros da equipe de saúde da família, os
ACSs e as famílias, bem como na satisfação dos ACSs com o trabalho (Pedraza et al., 2016).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após este estudo foi possível entender a importância do Agente Comunitário de Saúde
para consolidação dos dados SISAB e da efetivação da Vigilância Epidemiológica no terri-
tório. Suas ações permeiam um protagonismo incomum em outros profissionais da rede de
serviços, onde suas atitudes repercutem em toda a população assistida por este profissio-
nal. Ponderado isso, vale ressaltar que tal dinamicidade do ACS junto ao serviço de saúde
será possível quando os gestores, trabalhadores do SUS e o próprio usuário atuarem em
conjunto, objetivando a melhoria dos fatores condicionantes à saúde.
A demais, encontrou-se certa resistência quanto a alimentação do sistema e-SUS,
contudo a equipe da referida UBS estava aberta para contribuir com a melhoria do serviço.
Conclui-se que o presente estudo possibilitou a ampliação do conhecimento sobre o trabalho
desenvolvido pelos ACS, como também, os ACS reconheceram a grande missão e impor-
tância que lhes é dada para ajudar a manter a qualidade de vida da comunidade.
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