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6 DE MAIO DE 1992 ‘Axnco 2 1. So revogados os artigos 17 © 19 do Decreto-Lei ne 4/75, de 16 de Agosto. 2. Por virtude do disposto no nimero antecedente, pas- sam a aplicar-se as disposigées que haviam sido revogadas pelos artigos neles referidos. Aprovada pela Assembleia da Reptblica. © Presidente da Assembleia da Repiblica, Marcelino dos Santos. Promulgada em 6 de Maio de 1992. Publique-se. Presidente da Repsiblica, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO, — Let ns 10/92 do 8 de Malo ‘A. Constituigo da Replica criow um novo quadro relativamente & organizacéo dos tribuneis, que carece de ser implementado e preenchido através de leis ordinéria que Ihe déem 0 contetido apropriado. Com efeito, o dispositive constitucional que estabelece que, na Reptiblica de Mogambique a fungio jurisdicional € exercida pelo Tribunal Supremo e demais tribunais esta belecidos nia lei, dentre outros prinefpios, impoe que organizagao judiciéria do pafs seja reformada, de modo a estar consentinea com a nova filosofia de organizagio do Estado e das demais instituigdes democréticas do pats. Daf a preméncia duma lei orgdnica dos tribunais judiciais. Nestes termos © 20 abrigo do disposto no n.° 1 do ar- tigo 135 da Constituigdo, a Assembleia da Repéblica de- termi ‘CAPITULO 1 Dos principios gerals Anno 1 (Petntg 0) Os tribunais sio érgios de soberania que administram justiga em nome do povo. ‘Axni00 2 (Fungo hurisdictonal) Na Repdblica de Morambique a fungo jurisdicional 6 exercida através do Tribunal Supremo e demais tribunais estabelecidos ne lei. ‘Agmoo 3 (Objectives dos tibunals) s tribunais tém como objectivo garantit ¢ reforcar jidade como instrumento da estabilidade juridica, garantir o respeito pelas leis, assegurar os direitos e liber. dades dos cidadios, assim ‘como os interesses juridicos dos diferentes Srgiés © entidades com existéncia legal 2. Os tribunais educam os cidadios no cump! voluntério € consciente das leis, estabelecendo um: ¢ harmoniosa convivéncia social. 104-(15) 3. Os tribunais penalizam as violagdes da legalidede © decidem pleitos de acordo com o estabelecido na lei ‘Armco 4 (Acesso & jstica) 1. 0 Estado garante 0 acesso dos cidadios aos tribunais, © garante aos arguidos 0 direito de defese e 0 direito assisténcia © patrocinio judiciério. 2. O Estado providencia para que a justiga nfo seje denegada por insuficiéncia de recursos. ‘Axnioo 5 (Prosungo de tnoctncta) 1. Na Repdblica de Mogambique ninguém pode ser reso ou submetido a julgamento sendo nos termos da Ie. 2. Os arguidos gozam da presungio de inocéncia até decisio judicial definitive. Anno 6 (Buditnci) AAs auditncias dos tribunais so péblicas, salvo quando ou o tribunal determine que se fagam sem publicid ‘Axm00 7 (Provaltncta dos dectsSes dos tftunals) ‘As decisées dos tribunais so de cumprimento obrige- {6rio para todos os cidadios ¢ demais pessoas jurfdicas © prevalecem sobre as de outras autoridades. Axmio0 8 (Dever do cooperssto © apoio) Todas as entidades piblices © privadas © os cidadios fem geral t&m o dever de cooperar e de apolar os érgios judiciais na realizacéo da justica e na descoberta da ver- dade. ‘Anrioo 8 (DirecgHo des eudiinctes) Os presidentes dos tribunais e das secgdes dirigem as sess6es e eudiéncias de discussio © julgamento. ‘Axrico 10 (Purtcipeglo dos Mzea elettos) 1, Os juizes eleitos participam nos julgamentos em pri- meita instincia ¢ tomam parte na discussio © deciséo sobre matéria de facto. 2. Na discussio ¢ decisio de matéria de direito, inter- vem exclusivamente os juizes profissionals. ‘Axmioo 11 (Recurso sobre matérla de tacto) Das decisées proferidas pelos tribunais em primeira insténcia, sobre matéria de facto, haverd s6 um recurso, ‘excepto hos casos especialmente previstos na lel Anno 12 {Po Mintetérlo Pattee) © Ministério Pablico serd representado junto de cada tribunal nos termos estabelecidos na Ie 104-(16) 1 SERIE—NOMERO 19 ‘Annioo 13 (Olrectivas » instrupbes) 1. O Tribunal Supremo ¢ os tribunais judiciais de pro- vincia podem emitir instrugdes e directivas de cardcter organizativo © metodol6gico, de cumprimento obrigat6rio para os tribunais de escaléo inferior, a fim de essegurar ‘sua operacionalidade ¢ a eficiéncin na administracao da justiga. 2. Das instrugées ow directivas emanadas pelos tribunais judiciais de provincia nos termos do nimero anterior seré dado imediato conhecimento ao Tribunal Supremo, po- dendo este determinar a sua suspensio ou anulagao. ‘Annioo 14 (Atectagto temporiria de juizes) 1. Sempre que as necessidades de servigo de um tribi nal o justifiquem poderdo ser a ele afectados temporar ‘mente um ou mais jufzes para coadjuvarem os existentes 2. A designagio seré efectuada pelo Presidente do Con- selho Superior da Magistratura Judicial ‘Annico 16 (Ano tal) © ano judicial tem o seu infcio em 1 de Margo e ter- mina em 31 de Dezembro. ‘Axniao 17 (Fértas hudtotate) As férias judiciais decorrem durante os meses de Janeiro, Fevereiro e Julho. ‘Anno 18 (Tumoay 1. Nos tribunsis da primeira instincia, organizados em sece6es, funcionardo turnos para o servigo urgente durante as férias judiciais. 2. A organizacio dos turnos compete ao presidente de cada tribunal faz-se ouvidos os jutzes profissionais. CAPITULO Ht Da organtzagto, competénc! © funclonamento dos Tribunals ‘srocko Disposicéos gerats ‘Anno 19 (Cetegorias de tibuneta) 1. A fungdo judicial € exercida pelos seguintes tribunals: @) Tribunal Supremo; ) Tribunsis Judiciass de Provincia; ©) Tribunais Judiciais de Distrito 2. Sempre que circunsttincias o justifiquem poderio ser ceriados tribunais judicials de competéncia especializada 3. Nas capitais de provincia poderdo ser criedos tribu: nais judiciais de nivel distrital, sempre que o volume ¢ a complexidade da actividade judicial ou outras circustncias © justifiquem. ‘Axmoo 20, (Seeg8e0) s tribunais judiciais poderio orgenizar-se em seccbes. ‘Axnico 21 (Entrada am functonamento e orgentzay! ‘em ences) ‘A entrada em funcionamento dos tribunais, © a sua organizacio em secgdes, serso determinados pelo Presi- dente do Tribunal Supremo, ouvido 0 Conselho Superior da Magistratura Judicial ‘Armico 22 (Extenato © timite de jriedi¢o) 1. Na ordem interna, a jutisdig8o é repertida pelos ‘bunais em razio da matéria, da hierarquia, do valor € territério. 2, A Ie do proceso fine on pressupostos de que depende ‘8 competéncia internacional dos tribunais ‘Axmioo 25 (Compettncia em raxto da hierarqua) ibunais hierarquizam-se para efeitos de recurso ies © de organizagio do aparetho judicial. ‘Antigo 24 (Competéncta: material) ‘As causes que néo sejam atribufdes por lel a jurisdiclo especial sio da competéncia dos tribunais indicados na presente lel ‘Anri00 25 {Lol reguiedora da competincia) 1, A compettncia fixa-se no momento em que # acc. proposta em tribunal, sendo irrelevantes as modifices__ de facto que ocorrem posteriormente. 2. Sto ainda frrelevantes as modificagbes de direito, salvo se for suprimido 0 drgfo a que a causa estava afecto ou Ihe for atribufda a competéncia de que inicialmente carecia para o conhecimento da cau Anniao 26 (@esaforamento) Nenhuma causa pode ser deslocada do tribunal compe- tente para outro, excepto nos casos especialmente previstos na lei ‘Axmiao 27 (Atgedasy 1. Em matéria cfvel, a eleada dos tribunais judiciats de provincia € de 1 500.000 MT, ¢ a dos tribunals judiciais do distrito de 1% € 2* de 500.000 MT © 200000 MT, respectivamente. 2. Em matéria criminal nfo hé algada, sem prejufzo das disposigées relatives & administracfo de’ recurso. , 6 DE MAIO DE 1992 104-(17) seccko 1 Do Tribunal Supremo SUBSEOAO 1 Da dofinigdo, sade, composicio @ organizagio ‘Anno 28 (Befinigo) 1. O Tribunal Supremo & o mais alto érgio judicial e tem jurisdicéo em todo o territério nacional. 2. O Tribunal Supremo garante a aplicaco uniforme da lei, a0 servigo dos interesses do povo mocambicano, 3. Ao Tribunal Supremo incumbe ainda a direcgio do aparelho judicial. ‘Annie 29 (Sede) © Tribunal Supremo tem a sua sede na capital do pats. ‘Axnoo 30 (Composies0 1, O Tribunal Supremo & constituldo pelo Presidente, Vice Presidente, juizes profissionais eleitos. (o2:O Tribunal Supremo ¢ compost por um mfnimo de ete juiesprofissionais ¢ dezassteelets, sendo olto au: lentes. Axrioo 31 (Organtzagtoy Para o exercicio da funclo jurisdicional o Tribunal Su- remo orgeniza-se em: susseccto n Do Plenério ‘Annico 52 (Composicxo do Plenério) do Tribunal Supremo funcionando como tribunal de segunda instincia, € constituldo pelo Presi- Plenério do ‘Tribunal Supremo € constituldo pelo Pret dente, Vice-Presidente, juizes profissionsis e juizes eleitos, {J 3. © Plendrio néo’ poderé deliberar sem que estejam Bresentes pelo menos dois tergos dos seus membros. ‘Anmico 35 (Compettncia do Plenério em 2. insténcla) Ao Plenério do Tribunal Supremo, como tribunal de segunda instincia, compete: @) uniformizar a jurisprudéncia quando no dom{nio da mesma legislacdo ¢ sobre uma mesma ques- fundamental de direito tenham sido profe- ridas decisoes contraditérias nas vérias insttn- cias do Tribunal Supremo; 5) conhecer de conflitos de jurisdigdo entre tribunais outras autoridades; ©) decidir de conflitos de competéncia cujo conhect- mento ngo esteja, por lei, reservado a outros tribunal julgar em tiltima insténcia ¢ em matéria do direito, 0s recursos interpostos das decisdes proferid nas diversas jurisdigées previstas na leis ©) julgar os recursos de decisoes proferidas em pri- metra instincia pelas secgdes do Tribunal Su- remo; 1) ordenar que qualquer processo, nos casos espect- ficos, seja julgado em tribunal diverso do legal- mente competente, nos termos da lei; © exercer as demais atribuigdes conferidas por lei. Anmico 34 (Compettneta do Plenérlo em tnetinela Gnica) Ao Plenério do Tribunal Supremo, como tribunal de instancia tinica, compete: @) julgar os processos-crime em que sejem arguidos (© Presidente da Reptblice, o Presidente da Assembleia da Reptblica, 0 Primeiro-Ministro ¢ 0 Presidente do Consetho Constitucional: 1) julgar os processor-crime instaurados contra os jufzes profissionais do Tribunal Supremo, M gistrados do Ministério Piblico junto deste, € © Presidente do Tribunal Administretivo: €) julgar os processoscrime instaurados contra os jutzes eleitos do mesmo tribunal, por actos rela- cionados com 0 exercicio das suas fungdes; 4) conhecer © decidir das cpées de perdas © danos instaurados contra os julzes do Tribunal Su- premo © Magistrados do Ministério Pablico junto deste por actos praticados no exercicio das suas fungSes; ©) exercer as demais atribuigdes conferides por lel. Axmiao 35 (Recurso) Das decisSes das secg6es do Tribunal Supremo em recurso para o Plenério seré relator um dos jufzes profis- sionais, @ designar por distribuic8o, no podendo ser o juiz que tiver relatado a deciséo recorrida. sunseccko m Das seccées ‘Anmico 36 (Composig#0) 1. Cada secgfo seré constitufda por um mfnimo de dois jufzes profissionais, quando funcione como tribunal de se- ‘gunda instincia, e' por um mfnimo de dois juizes eleitos ppara além dos profissionais quando funcione como tribunal de primeira instincia. 2. A seogdo 6 presidida pelo juiz profissional mais antigo. 3. A secefo como tribunal de primeira instincia, nfo poderé deliberar sem que estejam presentes dois jutzes profissionais e um eleito. 4. 0 Presidente do Tribunal Supremo participaré com direito voto, sempre que nas deliberagSes se verifique empate. ‘Axnoo 37 (Expecializacko de compettncles) A especializacto de compettncias das secgSes serd fixada no regimento interno do Tribunal Supremo. Axti00 38 {Compettneta da secrHo om 2° instincts) AAs secgdes do Tribunal Supremo, como tribunal de se- gunda instfncia compete: 4a) julgar em matéria de facto e de direito os recursos que nos termos da lel devam ser interpostos para o Tribunal Supremo; 104-(18) 1 SERIE — NOMERO 19 6) conhecer dos conflitos de compettncia entre os tribunais judiciais de provincia, ou entre estes € 08 tribunais judiciais de distrito; ©) ordenar a suspensfo, a requerimento do represen- tante do Ministerio Pablico junto do Tribunal Supremo da execugio de sentences proferides por tribunais de escaldo inferior, quando se mostrem manifestamente injustas ou ilegais; 4) anular as sentengas a que se refere a alinea ante- rior; @) proceder nos termos mencionados nas alineas c) € d), quando os jufzes que intervieram no jul gamento tenham sido acusados da prética de crimes susceptiveis de terem influido na deci- sho; 1) julgar os processos de revisio € confirmacio de sentencas estrangeiras; 2) conhecer dos pedidos de habeas corpus; 1h) conhecer dos pedidos de revisio de sentencas cf- veis © penais 4) propor ao Plenfrio » adopglo das medidas neces sérias & uniformizacéo da jurisprudéncia e boa administracdo da justia i) exercer as demais atribuigées conferidas por tei ‘Agrico 39 (Compettncia da Soc¢8o om 1." Instincla) ‘As secgées do Tribunal Supremo como tribunal de pri ‘meira instincia compete: @) julgar os processoscrime em que sejam arguidos deputados da Assembleia da Repiblica, mem- bbros do Conselho de Ministros © outras enti dades nomesdas pelo Presidente da Repiblica nos termos da Constitui¢do, ¢ todas as demais entidades que gozam do foro especial nos ter- ‘mos da lei e nfo estejam abrangidos pelo dis- posto no artigo 34; b) julgar os processos-crime em que sejam arguidos juizes profissionais dos tribunals. judiciais de provincia e magistrados do M Pablico junto dos mesmos.tribuneis; ¢) julgar os processos-crime instaurados contra 0 julzes eleitos dos mesmos tribunais por actos relacionados com o exere(cio das suas fungSes; 4) conhecer € decidir das acces de perdas e danos instaurados contra juizes € mogistrados do Mi: nistério Piblico dos tribunais judiciais de pro- vincia por actos relacionados como exercicio das suas fungdes; ©) julgar os processos do extradicio; 1) exercer as demeis atribuicdes conferidas por lei. ‘Armioo 40 (istribuigso dos jzes) 1. Compete ao Presidente do Tribunal Supremo dist buir os juizes pelas seccGe. 2A mudanga de seccao nao altera a compettncia do juiz que seja relator do proceso, bem como dos juizes adjuntos, que tenham dado visto para julgamento. sunseccso 1 Do Presidente © Vice-Preskiente ‘ARTIO0 41 (Compettnctay 1, Compete a0 Presidente do Tribunal Supremo: @) representar e dirigit o tribunal; ') garantir o correcto funcionamento do tribunal; ) presidir As sessBes do tribunal em Plenério; @) presidir, sempre que entender as conferéncias das secgées, sem direito @ voto, salvo nos casos previstos no n.* 4 do artigo 36; ) presidir & sessio de investidura de jufzes eleitos do tribunal 1D digit © promover as acp6es de cooperagio © de relagdes internacional ) desempenhar as demais atribuigBes previstas na le 2. © Presidente do Tribunal Supremo pode delegar Vie Presidente algumes da competncian que the estio atributdas, ‘Anno 42 (Do Vice-Presidente) © Vice-Presidente do Tribunal Supremo assiste 0 Pre- sidente no exerefcio das suas fungées, substituindo-o nas suas faltas © impedimentos, Antioo 43 (DurecSo do exerciclo de AmgBes) 1. Os cargos de Presidente © Vice-Presidente do Tribun: Supremo so exercidos por um perfodo de 5 anos, sent prejuizo do disposto no n.° 3 do artigo 40 do Estatuto dos Magistrados Judiciais, para os titulares daqueles cargos, aug sejam magirador de car 2. permitida # reconducdo para os cargos de Presi- dente ¢ Vice Presidente do Tribunal Supremo. sueseccko ¥ Dos Presidentes de Seccto ‘Axmioo 44 (Compaténcte) Compete aos Presidentes de secgio: @) dirigir as sessdes de julgamento, sem prejutzo do previsto na alinea d) do artigo 4 b) promover a uniformidade da jurisprudéncia e pro- por sempre que necessfrio a adopslo de direc tivas © instrugdes: ©) apoiar os Srgios do tribunal fornecendo os ele- ‘mentos que se mostrem de interes : @) prestar informaco do trabalho judicial realized @) supervisar os cartérios € garantir o seu norm. funcionamento; N) exercer acco disciplinar, dentro dos fimites da ‘sua competéncia, sobre os funclonérios do car- t6rio. sunseceto vt Do Seeretérlo-Geral ‘Anniao 45 (Secrotério-Geraty 1. O Secretério-Geral superintende nas secretarias judi- clais © dirige os servigos administrativos © técnicos do Tribunal Supremo. 2. O Secretério-Geral subordina-se directamente 20 Pre sidente do Tribunal Supremo. ‘ARni00 46 (Competincia do Secretirto-Geral) ‘Ao Secretério-Geral compete: 4) assegurar a organizagio © o funcionamento perms- nente e regular dos servigos sob a sue responsa bilidade; 6 DE MAIO DE 1992 5) garantir @ edministragio adequada dos recursos hhumanos, materiais e financeiros do tribunal; ©) coordenar as actividades de preparagio do Plené- rio, do Conselho Judicial e do Conselho Con- sultivo; ) garantir a preparacio das deliberagées da presi déncia do tribunal; ¢) assegurar a implementag#o das resolusées dos 6r- gos de direcgéo do tribunal; A) despachar os assuntos correntes do tribunal; 8) elaborar ordens e instrugdes de servigo, e de carse- ter interno, no Ambito das atribuicée h) coordenar as. acgSes tendentes & aprovagio de quadros de pessoal e de orgemento do tribunal; exercer as demais fungées que Ihe sejam definidas por lei, ou atribufdas pelo Presidente do Tribu- nal Supremo. ‘Anno 47 (Secretar. Geral) No Tribunal Supremo funcionaré uma Secretaria-Geral, ‘cuja otganica, funcionamento © competéncias serdo regu Tadas no seu regimento interno. srcoko 1m ‘Dos Tribunals Judiciats de Provincie ‘Anoo 48 (Gurtsdiggo) Na rea territorial da provincia e da jurisdigdo seré exercida pelo tribunal judi © de cidade. ‘Axnioo 49 (Composigto) 1. O tribunal judicial de provincia € composto: quando funcione como * 2. © tribunal judicial de provincia, quando esteja orge- nizado em secgGes integrard também os presidentes destas. ‘ARmi00 50, (Quorum) 1, Funcionando em primeira instincia o tribunal judi- cial’ de provincia nio poderé deliberar sem que estejam presentes, pelo menos, dois juizes eleitos, além do juiz profissional. 2. Funcionando em segunda instincia o tribunal judi cial de provincia no poderd deliberar sem que estejam presentes dois profissionai 3. Para efeitos do disposto no nimero anterior, usar.se-6 © procedimento do n° 1 do artigo 14, no caso de falta do quorum, ou de empate. ‘Axmico 51 (Competéneles do Tribunal om primelra instincts) 1. Ao tribunal judicial de provincia, funcionando como tribunal de primeira instincia compete, em matéria civel: 4) conhecer das causes que no sejam da competén- cia de outros tribuneis; 104-(19) b) julgar e decidir acgdes de perdas ¢ danos intenta- das, por factos relacionados com 0 exercicio das suas funcdes, contra juizes de tribunais de escaléo inferior e magistrados do Ministério Pa- blico junto dos tribunais judiciais de distrto. 2, Em matéria criminal, compete-lhe: @) julgar as infracgées criminais cujo conhecimento nfo seja atribufdo a outros tribunals; 6) conhecer das infracgGes praticadas por juizes ¢ representantes do Ministério Péblico junto dos tribunais judiciais de distrito. Axnoo 52 (Compettncias do Tribunal em segunde Insténcle) 1. Ao tribunal judicial de provincia, funcionando como tribunal de segunda instincia, compete: 4) conhecer dos recursos interpostos das decisdes dos tribunais judiciais de distrito e dos demais que, ppor lei, the devam ser submetid 5) conhecer dos conflitos de competéncia entre tri- judicinis de distrito da sua érea de ju- risdiggo. 2. Em matéria de recurso observar-se-4 0 disposto pelo artigo 797° © seguintes do Cédigo de Processo Civil ‘Amico 55 (Compettncta do htz-prosidente) ‘em especial, aos jutzes-presidentes dos tri- de provincia: representar o tribunal 6) supervisar a secretaria judi ¢) presidir e ditigir a distribuigo de processos; d) presidir a0 acto de investidura dos juizes eleitos do tribunal; @) distribuir os jutzes eleitos pelas secg6es do tribu- nal; 1) dar posse aos juizes dos tribunais judiciais de distrito; @ propor a transfertncia ¢ colocagio de juizes de escaléo distrita 1) informar o Tribunal Supremo sobre « movimen: taco € distribuicéo de jufzes eleit i) prestar informacdo sobre a actividade judicial do tribunal; i) Emitir directives © instrugdes nos termos do ar- tigo 13; 1p proceder disciplinarmente contra funcionérios do tribunal, dar-lhes posse e prester sobre eles in- formagées de servico; 1m) controlar a gestio do orcamento ¢ do patriménio bem como a arrecadacio de receitas do Estado © do Cofte dos Tribunais; nn) exercer as demsis atribuigées previstes por lei ‘Axmoo 54 (Compettncia doa prasidentes des secgSes) Compete aos presidentes das secgées: 2) ditigir as sessbes de julgamento; 6) supervisar o cartério e garantir 0 seu correcto funcionamento; 104-(20) 1 SERIE—NOMERO 13 ©) prestar informago 20 Conselho do Tribunal sobre ‘a actividade judicial realizada; 4d) exercer @ acgo disciplinar sobre os funcionérios » dentro dos limites da sua compe- Arniao 55 (Cartério judtetey 1. Em cada tribunal judicial de provincia haveré um cart6rio judicial chefiado por um escrivao. 2, Sempre que o volume © a complexidade da activi dade judicial ou outras circunstincias o justifiquem po ser criada uma secretaria judicial chefiada por um di buidor, e secgdes de processos. sseccko 1¥ Judie do Distrito Antigo 56 (urtedigto © categor 1. Na érea territorial do a jurisdigio seré exer- cida pelo tribunal judicial de distrito. 2. Os tribunais judiciais de distrito serio de 1 © 25 classes ‘Anco 57 (Composicto) 1. 0 tribunal judicial de distrito € constitufdo por um presidente, que seré um juiz profissional, ¢ por juizes elei- tos, 2. O tribunal judicial de distrito, quando esteja organi- zado em secgdes, integraré os presidentes destas. ‘Axnico 58 (Functonamento) 1, O tribunal judicial de distrito ft intervindo no julgamento além do tro juizes eleitos 2. © tribunal nfo poder deliberar sem que estejam presentes, pelo menos, dots jufzes eleitos, além do julz profissional ona em colectivo, iz profissional, qua Anno 59 (Compettncia do tribunal judiclal de distrito de 1.) ‘Ao tribunal judicial de distrito de 1. classe, compete: 1, Em matéria cfvel: a) julgar as questdes respeitantes a relagbes de fe- mi 6) julgar acgSes cujo valor no exceda 1 500 000 MT. 2. Julgar em matéria cujo conhecimento nao s © a que corresponda pena nfo superior a dois a cito anos de prisdo maior. inal_as infracgdes criminals Annee 60 (Competéncla do tribunal de dletrito do 22) 1, Ao tribunal judicial de distrito de 2.* classe, compete, em matéria evel; 4) conhecer e decidir processos jurisdicionais de ') julgar acgGes cujo valor nfio exceda 1 000 000 MT. criminal compete-the julgar as infraccdes inais cujo conhecimento nao seja atribuido a outros tribunais, e a que corresponda pena ndo superior a dois anos de prisio. ‘Axnioo 61 (Competincta do irpresidente) Compete, em especial, aos julzes-presidentes dos tri- bunais judiciais de distito. a) dirigit © representar 6) supervisar a secretar ¢) presidir ao acto de investidura dos jufzes eleitos do tribunal; d) distribuir os julzes eleitos pelas secgdes do tribu- nal; ¢) prestar informaco sobre a actividade judicial do tribunal 1) proceder disciplinarmente dentro dos limites legais sobre funcionérios do tribunal, darthes posse e prestar sobre eles informacGes de servigo; 8) controlar a gestio do patriménio afecto ao tribu- nal ¢ @ arrecadagio de receitas do Estado © do Cofre dos Tribunais; Ah) exercer as demais atribuigdes previstas por lei. ‘Arno 62 (Cartério judteta) 1 da tribunal judicial de distrito haverd um car- trio judicial chefiado por escrivéo. 2. Sempre que 0 volume e a complexidade de actividade judicial ow outras circunstancias o justifique poderd ser criada wma secretaria judicial chefiada por um distribuidor e seegdes de pocessos. CAPITULO In Da coneiliagfo @ pequenos conflitos ‘Axmioo 63 {© coneliagto © pequenos confites) Para efeitos de conciliagio ou de solugio de pequenos conflitos, funcionario drgiios de justica a nivel dos postos administrativos, localidades ou bai Axnao 64 (Organizagto « compettncta) Lei propria definiré composiglo, competéncias © 1 gras de funcionamento dos érgios indicados no ar anterior. CAPITULO IV Direc¢8o do aparetho Judictérlo arcoto x on éegton centrale ‘Axneo 65 (Orgtos contrae) 1. A direceio do aparetho judicial & exercida pelo Pre- sidente do Tribunal Supremo e pelo Conselho Judicial. 12,,Ne Tribunal Supremo funcionard um Consetho Con- sultivo, sumeccio 1 Bo Consetho Judletal ‘AxTio0 66 (Detintg so) © Consetho Judicial & um érgfo ditigido pelo Presidente do Tribunal Supremo, que tem por fungio analisar e de- cidir questdes fundamentais do aparelho judicial. 6 DE MAIO DE 1992 104-(21) ‘Axio 67 (Composigto) © Consetho Judicial € constituido pelo Presidente Vice-Presidente do Tribunal Supremo, pelos jufzes conse- Iheiros, pelos juizes-presidentes dos tribunais judiciais de provincia ¢ pelo Secretério-Geral do Tribunal Supremo. ‘Anmiao 68 (Funclonamento) 1. O Conselho Judicial reuniré ordinariamente uma vez por ano € extraordinariamente sempre que as circunstén- cias o justifiquem, ¢ para tal seja convocedo pelo Presi- dente do Tribunal Supremo. 2. O Conselho Judicial nao poderé funcionar v ‘mente sem que estejam presentes, pelo menos, metade dos seus. membros. ‘Arno 69 (Competéncia) ‘Ao Conselho Judicial compete nomeadamente: 4@) estebelecer os principios otientadores do desen- volvimento da actividade judic 1) apreciar ¢ aprovar planos e programas de activi- dade dos tribunais; ¢) avaliar a eficécia da actividade judiciel; 4) Aprovaresudos sobre medidas legslativas « pro ‘por relacionadas com 0 aunt © aperfeicoamento das © aprecia © aprovar oe regimentos intermot dos a 1 1) epreciar a proposta do orgamento anual dos tri- bunais; @) exercer as demais atribuigées conferidas por lei. sunseccio it Do Presidente ‘Axnioo 70 (Competéncie) Na direcgdo do aparelho judicial, 20 Presidente do Tri- ‘bunal Supremo compete, nomeadamente: 4) garantir 0 correcto funcionamento dos rgios de direcgéo do aparelho judicial; b) presidir a0 Conselho Judicial; ¢) presidir as sessies do Conselho Consultivo; d) controlar as execustes das decisoes do Conselho Judicial, @) aprovar o programa anual dos departamentos ¢ latSrio das actividades. desenvolvidas: 1) emitir ditectivas © instrugdes mos termos do ar- tigo 13; #) nomear © exonerar o Sectetério-Geral e demais funcionérios do tribunal; 1h) exercer a acgo disciplinar sobre os funcionétios do tribur i) desempenhar as demais atibuigbes conferids por el. susseocko m Do Consetho Consultlve ‘Anmoo 71 (etic © composigso) 1, © Conselho Consultive € um colectivo que tem por fungéo analisar © emitir opiniso sobre questdes que, por lei, regulamento ou por decisio do Presidente do Tribunal ‘Supremo, the devam ser submetidas 2. O Consetho Consultivo ¢ constitufdo pelo Presidente, Vice-Presidente, Secretétio-Geral, © pelos quadros do Ts bunal Supremo a designar pelo Presidente, ‘Axtioo 72 (Compettncte) ‘Ao Consetho Consultivo compete: @) apreciar © emitir parecer sobre o programa anual dos departamentos ¢ o relatério das actividades desenvolvides; 6) analisar ¢ dar parecer sobre directivas e instrugdes ‘a que se retere 0 artigo 13; ©) apreciar © emitir parecer sobre projectos de di- ploma legal concernentes & administragio da Justica. sunseccko 1 Dos éraBos de epoio ‘Axnoo 73, (Depertamentoe) No Tribunal Supremo, funcionario departamentos com fungdes de apoio téenico a direcso do aparelho judicial designadamente para elevacio da qualidade da administra: 0 da justia, gestdo, divulgacto ¢ informacko judicial. ‘szocko rr Orafos toce ‘Axrioo 14 (Conssibo do Tribunal) 1. Nos tribunsis de outros niveis, sempre que as cit- cunstfincias o justifiquem, funcionaré um conselho do tri- bunal, dirigido pelo seu juizpresidente, ¢ que integraré os jufzes_profission 2. Compete ao Presidente do Tribunal Supremo, deci- dir sobre a criagio dos Srgios indicados no nimero terior, sob proposta dos juizes-presldentes dos tribuneis respectivos. 3. As competéncias especificas © modo de_ funciona ‘mento dos Consethos dos Tribunals serio definidos no regimento CAPITULO V ecco Judlelal ‘Anmic0 75 (Objectives) A inspeceio judicial prossegue, entre outros, os seguin- tes objectives: 4@) fiscalizar o funcionamento dos tribunais e da acti- vvidade dos Magistrados Judicisis; 6) identificar as dificuldades © necessidades dos 6r- ‘fos judiciais; ©) colher informagées sobre 0 servigo e mérito de ‘magistrados e funcionérios de just 4) verificar o grau de cumprimento dos programas ¢ actividades dos tribune ‘Axnco 76 (Eetrtura © modo de funclonamento) ‘A estrutura modo de funcionamento da inspeccio judicial serio definidos pelo Consetho Superior da Magis- tratura Judicial. 104-(22) Antioo 77 (Compettneta) 1. Compete ao Servigo de Inspecgio Judicial facultar Conselho Superior da Magistratura Judicial € & direcgao do aparelho judiciério 0 perfeito conhecimento do Estado, necessidades ¢ deficiéncias dos servigos judiciais a fim de (5 habilitar # tomar as providéncias convenientes. 2. Complementarmente, ao Servigo de Inspecsio Judi- cial’ caberé colher informagio sobre 0 serviga ¢ 0 mérito ddos magistrados e funciondrios, bem como fiscalizar @ con- tabilidade e tesouraria dos tribunais, 3. A inspecgao destinada a colher informagées sobre 0 setvigo € 0 mérito dos magistrados néo pode ser feita por inspector de categoria ou antiguidade inferior &s dos ma- gistrados inspeccionados. CAPITULO VI DisposicSes finals @ transitérias Anco 78. (Gelecgio de candidatos « julzes elettos) Como forma de se garantir uma adequada representati- vidade, 08 candidatos a julzes eleitos deverdo ser propos tos por associagdes ou organizagdes sociais, culturais, ef vicas © profissionais Anno 79 (Processo eloltoral sou controle) 1. A fixagio dos mecanismos ¢ prazos para a eleigio dos jutzes ndo profissionais seré feita: @) pela Assembleia da Repiiblica, ouvido 0 Conselho Superior da Magistratura Judicial, para os jul- zes do Tribunal Supremo; b) pelo Governo, ouvido o Consetho Superior da M gistratura Judicial, para os juizes dos tribunais judiciais de provincia e de distito. 2. © controlo do processo eleitoral dos juizes nfo pro- fissionais sera feito: @) por uma comissfo # criar pela Assembleia da Re- piiblice, para os julzes do Tribunal Supremo; 5) por uma comissio a designar pelo Conselho Su dos tribunais judi de provincia e de distrito. 1 SERIE —NOMERO 19 ‘Anmico 80 (Compenaaclo aos Julzes elettos) 1. Ninguém pode ser prejudicado na sua colocagio ou emprego permanente, por virtude do exercicio de fungdes nos tribunais, as quais sio consideredas de elevado inte- esse piblico. 2. Aos julzes eleitos seré devida uma compensagio, a fixar pelo Governo, por virtude do desempenho das stas fungoes, ‘Annico 81 (Crago do trbunale © revisto de algadss) 1. & delegeda no Governo, a competéncia para a cri sf0 dos tribunais previstos nes n* 2 e 3 do artigo 19, ou outros de nivel provincial ou distrtal, quando determine. das circunstincias o justifiquem, ouvido o Presidente do Tribunal Suptemo, 2. As algadas das tribunais, bem como os valores de- terminativos da competéncia civel dos tribunais distrtais, nos termos da alinea 6) do n." 1 do artigo 59 ¢ da alinea b) don? 1 do artigo 60, poderdo ser revistos pelo Governo, sempre que @ situacdo 0 justifique. Anno #2 (Publicagto das dectebes) 1. As deliberagées, resolugdes © actos do Tribunal Su- remo sero publicadas em boletim dos tribunais. 2. Sem prejutzo do disposto no nimero anterior, serfio publicadas em Boletim da Republica: a) Na 1.* Série, os assentos, resolugées 6) Na 5. Série o c6rdaos. ‘Arnioo 83 (Competénetes transitéries) Até que seja aprovada e publicada a classiicagio dos tribunais, 08 actuais tribunais distritais assumirio as com- ppeténcias préprias dos tribumais judiciais de distrito de 2° classe Aprovada pela Assemblela da Repdblica, © Presidente da Assemblela da Repdblica, Marcelino ds Santos. Promulgada em 6 de Maio de 1992 Publiquese. (© Presidente da Repiblica, ToxqUIt ALBERTO CHISSANO, Prego — 528,00MT Tease NaGowal, os Mocurmgue

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