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WW INTRODUCAO A ssledede ¢ vo iS °° Cea ° (odejale'Serbaniafica em algumas situacdes, como avaliagao de ameacas e de comportamento de protegao; 6 também fonte motivacional ao se lidar com novos desafios(AVansiedade’6 Umisinal) de alarme, de perigo iminente, © que permite 20 individu tomar medidas para lidar com uma ramp O medo, um sinal de alerta, deve ser diferenciado da ansiedade. Ele é resposta a um estimulo conhecido, extemo, definido ou a ameaca nao conflituosa, enquantol@lanisledade ls Uma reagaio . Assim, para algumas pessoas, no entanto, , interferindo com Os transtornos de ansiedade esto entre os transtornos mentais mais prevalentes na populagdo em geral. No Brasil, aproximadamente 25 milhdes de pessoas apresentardo algum transtomo ansioso ao longo da vida, as mulheres sendo afetadas 2 vezes mais em relagdo aos homens. Os transtomos de ansiedade esto associados com morbidade significativa e muitas vezes s40 crénicos, resistentes ao tratamento. | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | © TRANSTORNOS DEANSIEDADE | 3 @ EPIDEMIOLOGIA Os transtomos de ansiedade constituem a(atagoria| mals’ prevalenite|emniquslaUerTalxa/etaio Encontram-se associados a veer , devido alm do aumento do risco de comportamento suicida A Tabla | ost 2 ER 0 ico © 2 proporgao entre géneros dos transtornos de ansiedade na populacao geral dos EUA.’ Tabela 1 PREVALENCIA, PROPORGAO ENTRE GENEROS E IDADE MEDIA DE INICIO AWOL NSLS 2S Ono OAT era aL Prevalénciaao —_Prevaléncia Propor¢ao Transtorno longo davida_itimos 12 entre gneros a enaie (H)——|_-meses (%) | (FemMMase) | Transtomo de Pénico | 3,8 [24 [184 [a i Agorafobia 25 [17 | 1.841 [8 Transtorno Ansiedade ' Social 10,7 74 | 144 15 ‘Transtomo de Ansiedade 2 | G 43 | 20 | 18:1 | 30 Fobia Especifica 156 [24 | 45 [45 Transtomo de Ansiedade de Separag3o 67 | 12 | 1,61 | 16 Fonte: Adeptada de Kessler claboradores (2012). LEMBRAR Em fungao de seufifi6io predoee, os (tranistomos|delansiedade so frequentemente levantando a questao de se as feriam ter um efeito positivo sobre ojnicio, apersisténcia, ou gravidade de doencas secundérias, tals como os transtorios de humor e 0 relacionados ao abuso de substancias Entre os transtomos de ansiedade, as fobias, particularmente lfObIal6Speeifiba c OWranstorne aside de sporagto(TASep)aresetam prevaléniaaolong daa ente 267 I FATORES DE RISCO Existe uma constelagdo de Sto indicios associados a ur de’ 1B sexo feminino; i jovens; & solteiro ou divorciado; 1t_baixo nivel socioeconémico e escolar; 1 precario apoio social. LEMBRAR E importante lembrar que a comorbidade com outras condicdes muitas vezes leva a o 8 menonrespostlaoatamen. A comorbiade mais comum é a presengalde/outo transtomo/de ansiedade, as tastes do humor e abuso de substancias (incluindo nicotina e alcool) também sao frequentes. Entre as comorbidades com doengas clinicas, as mais prevalentes so «as doengas cardiovasculares, espiraloras (asma),arrite e enxaquece No Brasil, de forma consistente com maioria das pesquisas epidemiolégicas mundiais, Andrade @ colaboradores* mostraram que Ear alcangando uma (prevalénicia/dei19,9% nos iltimos 12 meses em um estudo realizado na Grande Sao Paulo. A distribuigao por sexo observada neste estudo mostra que as mas nenhuma diferenca entre os géneros foi observada na fobia social, transtorno obsessivo- compulsive e no transtomo de ansiedade de separagao no adult. Entre todos os outros transtomos psiquiatricos investigados, os transtomos de ansiedade apresenara a i talde conoid ASIN 281%) A gravdade da doenca fc consistentemente relacionada ao nimero de comorbidades que os sujeitos apresentavam, especialmente aqueles com agorafobia sem transtomo de panico, transtomo de panico e transtomo de ansiedade social. Ginirelagaolalidade Weliniclo, os sujeitos com quadros fobicos ansiosos e transtorno de ansiedade de separagdo apresentaram inicio antes daqueles com transtomo de ansiedade generalizada, transtomo de painico e transtorno de estresse pés-traumatico.® | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | Temsromos eases | WE CLASSIFICAGAO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Os 2 sistemas contemporaneos de classificagao dos transtornos mentais, 6IDSMES (Associaga0 Americana de Psiquiatria, 2013)’ @l@liCIDH10 (Organizacdo Mundial de Saude)" tem uma abordagem categorial em relagao & nosologia dos transtornos de ansiedade. ‘Na CID-10 (Quadro 4), as varias categorias de transtomos ansiosos fazem parte de um bbloco denominado Transtomos neuréticos, relacionados ao estresse e somatoformes e 80 divididas em 4 subgrupos que incluem: 18 0s transtornos fobico-ansiosos; 1 outros transtomos de ansiedade; 1 otranstomo obsessivo-compulsivo; a reacdo a estresse grave e transtomno de ajustamento. Quadro 1 CUS CrT AO MLL da sda Agorafobia 00 - Sem transtomo de pnico .01~ Com transtomo de pico F40.1 — Fobias sociais 40.2 Fobias especificas (soladas) Outros transtornos de ansiedade 41.0 ~ Transtomo de pénico ansiedade paroxistica episédlica) F41.1 — Transtomo de ansiedade generalizada F41.2 - Transtomo misto de ansiedade e depressa0 Transtorno obsessivo-compulsivo Reagao a estresse grave e transtornos de ajustamento 43.0 — Reagdo aguda a estresse F43.1 — Transtomo de estresse pés-traumatico 43.2 —Transtomos de ajustamento © novo Manual Diagnéstico e Estatistico de Transtornos Mentais, 5.* edigao (DSM-5/2013)” apresenta uma série de mudangas em relacdo aos transtomnos de ansiedade © Aprincipal mudanga é que oassam a Cosi eategoiasditints, sero reaiocadcs para seus respectivasapltles}respectvamente De acordo com a Associago Americana de Psiquiatria (APA), eSSaSiimUdangasirenelenl Dois outros transtornos de ansiedade foram incluidos no DSM-5: caracterizado e ave aca dante stuagbes de separagao ) cam Saumee Esse transtorno, anteriormente alocado no capitulo Transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infancia ou adolescéncia, move-se para 0 capitulo de Transtomos de ansiedade, em fungao de que um numero consideravel de adultos relata aparecimento de ansiedade de separacao depois de 18 anos; nas auais apesar de lar sem problemas oa ir foi anteriormente classificado na categoria Transtornos in pela primeira vez na infancia ou adolescéncia. 0 Quadro 2 apresenta a classificagao dos transtornos de ansiedade no DSM-5. Quadro 2 TRANSTORNOS Di EDADE NO O Quadro 3, 2 seguir, mostra a classiicagdo dos (HanStOMOSTOHSSSENGIORpUIEINS relacionados no DSM-5 Quadro 3 ES ee ODM Cea eke :si 0) ene aes Le} eee ee ese) 300.3 _| Transtorno obsessivo-compuisivo 300.7 _| Transtorno dismérfico corporal 300.3 _| Transtomo de acumulagao 312.39 | Trcotlomania 698.4 | Transtomo de escoriacao (skin-picking) Transtomo obsessivo-compulsivo e relacionado induzido por substancialmedicamento 294.8 | Transtorno obsessivo-compulsivo e relacionado devido a outra condigo médica 300.3 | Outro transtorno obsessivo-compulsivo e relacionado especificado 300.3 | Transtomo obsessivo-compuisivo e relacionado no especificado © Quadro 4, a seguir, apresenta a classificagao dos transtomos relacionados ao estresse & trauma no DSM-S. Quadro 4 CLASSIFICAGAO DOS TRANSTORNOS RELACIONADOS AO ESTRESSE E TRAUMA NO DSM-5 313.89_| Transtomo de apego reativo 313.89__| Transtomo de interagdo social desinibida 308.3 | Transtomo de estresse agudo 309.81 | Transtomo de estresse pés-traumatico ‘Transtomo de adaptagao 309.89 | Outro transtomo relacionado a trauma e @ estressores especticado 309.9 | Transtomo relacionado a trauma e a estressores ndo especificado E caracteristica essencial do TAG a , como responsabilidades = trabalho, familia, saiide © possiveis problemas financeiros.” Ocorrem de forma ciferencia-se pela presenca dessas substancias; Em transtomo depressivo, bipolar e psicético ndo deve ser feito 0 diagnéstico de ansiedade generalizada se a ansiedade(@eorrer Somente durante estas condigbes. OTAS 6 tambér 1as quai =. Ha or parte dos ovtes Nessas situagées, 0 paciente tem (@esi0 de dizei/iazeralgumalolsa qUs|pessalembaragaelo ou ja.que . Refere apresentar também e nessas situagoes. "> , quando. medo da avaliagao negativa nao é s6 relacionado a interagdo com adultos, mas também as criangas. Outro periodo frequente para o aparecimento Os critérios diagnésticos do transtorno de ansiedade social, de acordo com o DSM-5, esto descritos no Quadro 6. F omedo, ansiedade ou a esquiva claramente Fearne: 'se 0 medo esté restrito a fala ou a0 desempenhar em piiblico. | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 |S TRANSTORNOS DEANSEDADE | FS LEMBRAR A presenca de imide Pode levaria vidaldiaghOstiéa, uma vez que muitos pacientes referem que so muito timidos e que isso vem desde a infancia. E importante ter em mente que $6/88Sailimidez fr interisaal/pOnt6|Ge)provocar (CLE AION EINER. GOTEAR IOAN DARIAN OATS O paciente pode apresentar ataques de pénico frente a situagdes em que se sente escrutinado ou pela antecipacao delas. Para diferenciagao, deve-se perguntar ao paciente o que ele estava pensando antes e durante o ataque de panico, pois ele fara referéncia aos pensamentos surgidos na situagdo em questdo."* CURSO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL ‘A maioria dos pacientes com TAS (75%) (ficial @Uadro nite BBS BROSIUelidade, mas pode Esse transtomo de ansiedade apresenta um . estando associado a eomprometimento psicossocial © ‘Prajuizo funcional”) © TAS e imide mais GomUns ranstoms pSiguitids. Em estudos realzados nos EUA,apresentou uma £7 Aestimativa de prevaléncia em 12 revalncia ao longo da vid elimada ete 5 12% meses de TAS nos EUA€ de apoxmadamente 7%, A sua pesengalépratcamente igual nts | sins rodendo ser um pouco mais bserada em homens. AN se eS 8 RR OSS por conta de uma © TAS, assim como outros transtomos de ansiedade, tem como a destacam-se: OQ .. {ragos que podem predispor o individuo ao TAS incluem fibigOT@o ‘= ambientais — a (BicosSoGia's precoces, 5. No entanto, esses como =. pende COMORBIDADES ASSOCIADAS AO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL Imporarte sae que as comoridades aureriam a gravida 0 prejuza co TAS. do vansomo de ansedade soci FESO Ui mas também comutrs transtomos psiqutins eondgdes mésicas ges 1 agorafobia- poe ocoreresquva de suagbes socks pel ecio de ser tel escapar ou ~ 0 ataque de panico no transtorno de pénico nao é esperado e foitemn expicago: & transtomo de ansiedade generalizada - a ansieace noes relaconada& avali0 do — pacientes podem evitar locais sociais pela . SS Oe pelos pacientes . ‘reocipago soc! esta relaconads as cengas de ser — transtoro deipersonalidadetieitativo é o transtomo de * peu ee DS TS — fobia especifica, transtorno delirante, transtorno do espectro: _—- -doengas clinicas que podem fazer 0 paciente senti-se W FOBIA ESPECIFICA (FE) Acaracteristica principal desse quadro é exemplos: presenca de animal, certos ambientes (altura, tempestade), sangue, injegdo e (agulha, procedimentos médicos invasivos), situagdes (avido, elevador, lugares fechados) entre ‘outros (em eriangas, sons altos ou fantasias) "* medo ou ansiedade deve ser marcante, podendo resultar em um ataque de panicolimitado situagao. Além disso, a ansiedade acontece sempre e no momento em que o individuo entre em ‘contato com 0 estimiulo foDico (objeto ou situagao). Pode ocorrer ainda ansiedade antecipatéria frente 2 possibilidade de entrar em contato com 0 estimulo,e ofdividuo acaba evitando a situagao sempre que possivel. Quando nao se pode evité- la, hd presenca de intensa ansiedade e medo. Em fungao disso, o funcionamento ocupacional ou académico, relacionamentos e atividades sociais podem ser comprometidos. * ‘Assim como nos outros transtornos de ansiedade, observam-s¢{SinlOmaS NSiOIOGiGDS, como stidOreSe aumenio|dalirequencialeardiaca/eltremonlPodem ser percebidos tambem comportamentos publicamente observaveis (respostas de congelamento ‘oufugapfrenteaoyobjeto;temido) e comportamentos encobertos (pensamentos antecipagao da situagao ou objeto temido).” © Quadro 7 apresenta os critérios diagnésticos para fobia especifica Quadro 7 DU eal tLe an ee diel ai Leda ssLie sh Ltd a a ‘sangue). Nota: em criancas, o medo e a ansiedade podem ser =. obica quase: fobica ‘situagdo e contexto CURSO DAFOBIA ESPECIFICA Em geral, a FE(iniciase)nalintanciay entre) 7jeniianos|delidade, a maioria dos casos se esenvolvendovantes dos 10 anos. As fobias especificas situacionais tendem a comegar mais. tarde Apesar de a maioria das fobias comegarem na infancia e adolescéncia, ¢ possivel elas iniciarem em qualquer idade, senco com frequéncia decorrentes de experiéncias traumaticas.’ LEMBRAR Fobias especificas que se iniciam na inféncia e adolescéncia trequentemente aumentam e diminuem durante esse periodo. Entretanto, quando persistem na vida ‘adulta, em geral, nao remitem.” | PROCLIM | Ciclo 14 | Volume 4 |S z PREVALENCIA DA FOBIA ESPECIFICA Aprevaléncia em 12 mesesnos EUA6 estimada em aproximadamente 7a 9%. Ataxa de prevaléncia em criangas é de aproximadamente 5% e entre 13 e 17 anos de idade é de aproximadamente 16% A prevalncia dininuiem individu adits dogo, err 3» 5%, reetindo a dimriedo As muheres so mais sfladas do que os homens (aproximadamente 2:1).” -ETIOLOGIADA FOBIAESPECIFICA a depende de fatores individuals (lemperamento). ‘stores amblentals © pn «tps (fatores constitucionais). Entre os fatores ambientais, deve ser condos « prasOcaGe co QUEER ave poser lo GER (ter sido atacado por um animal, ter ficado preso no elevador), pela observacao de outros passando por evento traumatico (ver alguém se afogar), além também da possibildade dejagater (ver reportagem detalhada de um acidente de avido). No entanto, ‘muitos individuos Existe uma (@useetibilidade genétita para a FE: individuos Estudo também mostrou que, no 7 taxa de concordanca de 25 € 11%, ente a DIAGNOSTCO DIFERENCIAL DA FOBIAESPECiFIGA A dst dagrstea dF deve eet com ovosvansamos de ansigad como: : SR # tao deaf em Além dos transtomos de ansiedade, deve-se considerar A caracteristica essencial da agorafobia 6 ut desencadeada por yee exemplo, estar em lugares abertos ou am Frente a essas situagbe e, em geral, acredita q 0 medo ou a ansiedade acontecem quase toda vez em que o individuo entra em ccontato com a situacao de med: ou, ‘Com frequéncia Ceuta ce confers, © Quadro 8 apresenta os eritérios do DSM-S para diagnéstico da agorafobia. Quadro 8 ERLE Ua SOMA oem aide ite bal aenita ih LsLad “Preencher critérios para transtomo de panico e agorafobia, ambos os diagndsticos deverdo ser feitos. Entre GONEISO% dos individuos qu ou _transtorno de panico precedenc 0. Amaiora (2/3) dos pacientes com agorafobia ‘tN «© 12, Exitem 2 petiod6s HSE ara o SU nico Bolongo dade. um 10 final da adolescéncia e inicio da vida adulta, e camo pra cn Saene ee, No entanto, quando nao ha historia de ataque de panico ou transtomo de panico precedendo o quadro de\ajotafoblaljataixaletarialde - inicio @ entre 25 e 29 anos de dade.” | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | 23 ‘TRANSTORNOS DEANSEDADE | $3 ‘Ac longo de 1 ano, a prevaléncia nos adolescentes & de 1,7%, @ em maiores de 65 anos é de 0.4%? ‘Aprevaléncia em 12 meses de agorafobia sem presenca de transtomo de panico & de 0.8%." - ETIOLOGIA DA AGORAFOBIA A quando nao associada ao transtomo de panico Gores ata ‘20 medo das situagdes e dos locais nos quais aconteceram os ataques de pico ou dos lugares que poderdo desencadedos."* Fatores do temperamento nos quais oindividuo é sensivel a ansiedade, percebendo seus sintomas como perigosos, sao caracteristicos dos pacientes com agorafobia. pode estar associada ao aparecimento do quadro. Dentro de todas as fobias, _ COMORBIDADES ASSOCIADAS A AGORAFOBIA AAs comorbidades mais frequentes so @Ulfos tranistommos de arsledade fobla Bspeclfice Iranstorno , a” depressivo maior), ? DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DA AGORAFOBIA Os diagnésticos diferenciais so @Ultes lranstomies de lanisiedade (fobia especifica, transtomo de nico, transtomno de ansiedade socal), depressdo maior. transtomo de estresse pés-traumatico, aE TEA SEER SE TTS AML ROODOR SRO Os ataques de panico e o transtomo de panico so problemas comuns tanto na atengao primaria € sade como no atendimento especializado. com 0 Scanner go atoms sono =" Noort panico, ou ! de um ataque de péinico envolve Sensagees Gistinias Wel miedo Intense, que Os pacientes também apresentam sintomas autonémicos, tais como @OFno peito OU falta\de ah) Ocorre muitas vezes uma mudanga significativa no comportamento, relacionada principalmente a/@squivelde lgjares OUSIUAGOES que, no entender do paciente, poder pretipitar Umi novO|ataque|de\painion ’ Os ataques de panico no apresentam dificuldades diagnésticas, uma vez que ocorrem com um nivel suficientemente elevado de consciéncia. Em um estudo representative de 2005," a prevaléncia do transtorno de panico nos Estados Unidos foi de 2,7% nos Ultimos 12 meses e de 4,7% ao longo de uma vida, para individuos com idade entre 15 ¢ 54 anos. Uma revisao sistematica de 13 estudos europeus reportou uma taxa de prevaléncia de 1,8% nos iltimos 12 meses.” Entre pacientes atendidos na atengdo primaria, essa prevaléncia ¢ aproximadamente 2 vezes maior do que na populacdo em geral, com taxas de 4.8%. transtomo de pénico ¢ aproximadamente 2 vezes mais comum em mulheres. Em relacdo 8 idade de inicio, parece haver uma distribuigdo bimodal na prevaléncia do transtomo de paiico, com um primeiro pico no final da adolescéncia (15-19 anos) e um segundo pico entre os 35 e 50 ‘anos. Além isso, é frequentemente acompanhado por transtornos psiquiatricos comérbidos, sendo que 1/3 dos individuos com transtormo de pénico também preenchem os critérios d jotranstomo'depressivo malorem sua apresentacdo inicial: aproximadamente ree is eee es ea ak ee terdo 1 ou de depressao maior ao longo da vida.* Outros transtornos de ansiedade, como a fobia social, o transtomo de ansiedade generalizada @ o transtomo de estresse pos-traumatico,frequentemente S40 comérbidos com o transtomo do ‘Banico;\da mesma forma quejpacientes comtranstomo bipolar € abusode dlcool.* A maiora dos ‘estudos também evidencia umamaior probabilidade de tentativas de suicidio entre pessoas com sranstomolde"panico do que na populacao geral” PATOGENESE DO TRANSTORNO DE PANICO ‘Apatogénese da sindrome de pico consis na( Gomnbinig ite Uri subjacente @ eventos estressantes durante 0 curso da Vida. Os fatores de vulnerabilidade incluem fatores) (genélicos especiios adversidade na nfnca e virios ragos de personalidade. Eventos estressantes aluais, em associaggo a 1 ou mais desses fatores de vunerabildade, muitas vezes precipitam 0 desenvolvimento de ataques de pico." Enfe 6S fatores de Wulierablidades| destacapse: wmgigenética — varias linnas de pesquisa” indicam unticomponente genético para o transtorio de panico: pparentes de primeiro grau de pacientes com transtomo do pénico também apresentam os sinfomas de panico em 18-41% dos casos; + estudos com @@mi66s mostram malor COnCORMAACia parallgemesslimonozigoticds em ‘comparago com gémeos dizigéticos (chegando a 31% vs. 0%, em um estudo); estudos de ligagao genética tém sugerido que as regides cromossémicas 139, 149, 224, 44 €, provavelmente, 99 estdo associadas ao transtorno de panico; + uma meta-analise implicou o polimortismo val158met do gene da catecol-O-metitransferase na suscetiblidade ao transtoro de pénico,” embora 0 papel especifico desta variacao genética nao seja claro; ‘= ‘temperamento ~ temperamentos ansiosos estéo associados @ pequena resiliéncia ao estresse €, muitas vezes, se manifestam agravando a reagao aos eventos estressantes da vida. A sensibilidade & ansiedade se expressa como um medo dos sintomas psicofisildgicos dela e da elaboracao de pensamentos catastroficos sobre as proprias sensacdes corporais (por exemplo, tum epis6dio de taquicardia pode ser interpretado como um ataque cardiaco iminente); adversidade na infancia- estudos tem demonstrado que adversidades na infancia, comouma historia de abuso fisico ou sexual, aumentam o risco de transtomo do péinico na idade adulta.” Doengas como a asma na infancia® e o tabagismo na adolescéncia®™ também aumentam 0 isco para o surgimento do transtomo do pénico na vida adulta; 1m (]Veritos|estressantes - os ataques de panico muitas vezes ocorrem em momentos de signficatvo estresse. As pessoas que experimentam ataques de pénico apresentam uma maior frequéncia de eventos estressantes do que controle. incluindo situagdes que envolvam perigo ameaga, eventos incontrolaveis ou indesejaveis que diminuam gravemente a autoestima, alem de situagdes traumaticas como acidentes, estupro, assalto, doencas graves ou perdas pela morte de amigos ou parentes;"* = neurobiologia — varias reas neuroanatémicas, bem como uma série de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e Acido gama-aminobutirico), encontram-se envolvidas na fisiopatologia dos ataques de panico e do transtomo de pénico. | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | £3 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE | $2 fide parabraqualfaumento no ritmo respiratéio); ' GREER (otiacio do ssa nervoso spon com exnsaquera ativacao at ica e descarga simpatica); 6 IGGUSEETUIEIS)(aumento da liberacdo de norepinefrina e consequente aumento na pressdo arterial, frequéncia cardiaca e resposta comportamental a0 medo); 1 (causando aumento na liberago de adrenocorticoides); ma (responsavel pelos comportamentos de defesa e paralisia postural). Desse modo, recebe informagées sensoriais das estruturas do tronco cerebral e do uma rapida resposta a estimulos potencialmente perigosos tlamo sensorial, petitindo, com isso, mas também recebe aferéncias de regides corticais responsaveis Caso haja a ocorréncia de um de processamento corticais, isso pode resultar em um. is relacionados ao medo em pacientes com transtomo de panico: '§ estudos de imagem por ressonancia magnética descobriram (@dUg088 NO WOlUme Galamigdala”™ I em relago aos controles;”? '& estudos com tomografia por emisso de positrons (PET) tm demonstrado @BSOrGaOlSIeVada) 1m 05 dados de ressondncia magnetica (MRI) mostraram superior € uma ‘em pacientes com transtomo de pénico versus controles saudaveis; = _umestudo com PET quantitativo em pacientes com pénico constatou uma requgbans erased (GQRREEPIOFGAAT 1, nas zonas anterior € posterior do cingulo e na rafe do mesencéfalo quando ‘comparados com controles.® o 0 caracterizados pelo © pelo de sintomas somaticas especifcos, LEMBRAR Nowanstomo dei. os sobre um. ocorrem| como a Entre as manifestagSes mais comuns, destacam-se: 1 (Garacteristicas somatieas — 0s sintomas somaticos da/indrOm@Wo)pahieb muitas vezes sao predominantes nas apresentacdes clinicas dos pacientes. As principais queixas sdo:"* ‘zp (dor no peito em 22%, taquicardia em 25%); 44% (dores de cabega em 20%, tonturas em 18%, desmaio e em 9%); 33% (dor epigdstrica em 15%); ee passar a a uma prevaléncia relatvamente alta entre pacientes com Es Se ASO oe ana Entretanto essas a. do seus niveis senna deciinam; incluindo associagao entre 0 eo ( prolapso da valvula mitral pode ser encontrado em pacientes , mas & improvavel que seja a causa dos seus sintomas. Alguns estudos tém sugerido uma associagdo entre historia de ataques de pénico e um aumento do risco de mortalidade por causas vasculares.** CURSO DO TRANSTORNO DE PANICO © trans do pico ¢ us GR. eres remisso incluem 0 sexo feminino, a auséncia de pressdes da vida em curso e a baixa frequéncia inicial de ataques. @ fetiecn ‘A maioria dos pacientes apresenta melhora nos sintomas de panico durante um periodo comin = —— | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | & ‘de um ataque de panico em conjunto com outra condi¢do clinica que nao seja o transtomo do pani ‘oro serene psoas sn aman rs sts do DSM-5 para um ataque de panico sao descritos a seguir, no Quadro 9.” Quadro 9 EOL) CPPS ew Ue awe) * Almupgéo desses sintomas pode ocorrer a partir de um estado de calma. 0 gt do opr am ewan tra ens s critérios diagnésticos do DSM-5 para o transtomo de panico so desoritos a seguir, no Quadro 10. ‘ocorrer a partir de um estado de calma pan prei ocean oats cdr aco sensacdo de formigamento} ‘1 desreakzagao(sensagdo de irealdade) ou despersonaizaao (senti-se desconectado de si meso} 12. medo de perder 0 controle ou “iar louco; 13.medo de morrer. 8) tp ou. ‘com ‘ou suas, (exemplos: perder o controle, ter um ataque cardiaco, “car louco"); 2. uma mudanca signifcativamente mal adaptada de comportamentorelacionada aos ataques (exemplos: ‘comportamentos destinados a evitar os ataques de panico, como esquiva de exercicios ou situagbes TRANSTORNOS DE ANSEDADE | $3 ‘A apresentago cnica do vansome do pénco pode se sobrepors manfesagtes de outos "tanto pigs mimetizar vias condgSes médias gris 1s fanstomos Somatoformes> pacientes tanto com transtomo do panico quanto com transtornos somatoformes queixam-se de varios sintomas fisicos, sendo que os titimos também podem ter ataques de pénico ou outras comorbidades. Os pacientes com transtomos somatoformes apresentam uma longa historia de resposta ao estresse com varios sintomas fisicos e altos indices de utiizagao de servigos médicos. Habitualmente, os sintomas de somatizagao so vagos, cronicos e surgem desde a adolescéncia; . = que cursam com ataques de pBnico, como GprESSB6I6 elo menos alguns dos ataques de pénico devem ser espontaneos, endo se limitam a uma situag&o especifica, tal como nas fobias especificas ou no transtorno de ansiedade social; . sxemplos: hipoglicemia em pacientes com diabetes, concentragoes séricas excessivas de aminofiina em pacientes com asma). i TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) Sears en _Obsessées so pensamentos repettves que usvalmente envoN@m lemas de (GSeB/GUIPeFIo. Os pensamentos obsessivos comuns incluemmiedoydelcontaminagao, avid ‘atliica,pensemenos intusivs de vilénia elou sens, preocipagses com sietra e scrips rekgsos. ‘As e@iniplil8es, por sua vez, $0 ‘a fazer como, decorrente do comportamentos compulsivos mais comuns ‘que 0 individuo se sente impelido 3. Os para psaMos/ObeESHOE}Cu ara "0 entanto, Para fechar 0 diagnéstico, 8 necessario al Seo rioncionel oem mua npr imreene iNET SD Quadro 11 Cee ee seers BUCK) ts) hee eee cae 4) Obsessées so definidas por (1) ¢ (2) 1 > IEEE BUTIARGERS RATED que acontecem em algum momento durante o quadro, sen J, na maioria dos indviduos, causamintensa 2 5, impulsos ou imagens mentais, ou neutralizé-los ‘com algum outro pensamento ou acai (slo é, alua a compulsao), Compulsées sao definidas por (1) e (2) 1 (vl is mis, wna can 0 os mea (en )que 0 individuo sente que tem de realizar, em resposta as obsessoes ou ue devem ser rigidamente exercidas; 2. esses comportamentos ou atos mentais tém como objetiv Nota: criancas pequenas podem nao ser capazes de verbalizar 0 objetivo desses comportamentos ou ‘atos ments (preooupagtes excessivas, ‘como no transtomo de ansiedade generalizada; preocupacao com defeits e problemas fisicos, como no transtorne dismérfico corporal; dficuldade em descartar ou dar objetos que possui, como no transtorno de acumulaco; puxar cabelo, como na tricatilomania; escoriagao na pele, como no transtomo de escoriacao; estereotipias, como no transtomo de estereotipias de movimento; comportamento de ritual aimentar, como nos ranstomos alimentares de “ansiedade de doenga como no ranstomo de paafla,impulsos, como no transtomo disruptivo; controle de impulso e transtorno de conduta; ruminagdes de culpa, como no transtomo depressivo maior; insergao de pensamento ou preocupagées delrantes, como no espectro esquizofrénico, além de outros transtornos psicéticos; ou padrbes repettivos de comportamento, como ‘no transtorno do espectro autist). Especificar se: relacionado a tique: o individuo tem histbria no presente ou no passado de transtorno de tique. CURSO DO TRANSTORNO OBSESSIVO-CONPULSIVO ei iba PaORTSWOTOCISE BABS, sendo que a mia deidade varia conorme 0 sexo, sendo para é a0 longo do tempo Aprevaléncia, nos EUA, do TOC em 12 meses é de 1,2%, sendo dq embomens net ' -ETIOLOGIA DO TRANSTORNO OBSESSIVO-CONPULSIVO A etilogia pote ser GENES paride et ESRATICS SECU NGURISRICD) conforme segue: 1 teoria psicodinamica - , Segundo Freud, eram vistas como umalf@agaode onnaalmentimulos sexsi e agressivs Enbor essa teoria possa ajudar na melhor compreensao das obsessoes, (Na0 Se mostalllti) nas mudangas dos sintomas do TOC;* » endtea- lam deonstado una important: oni genic no le portadores de TOC apresentam um aumento do risco de 3 a 12 vezes maior para o desenvolvimento do quadro.** Um estudo Ge roisbo com Qe ETD. cor ue axa do de 47 50% em digs“ Embora tenham sido eas (Os genes seriam associados a serotonina (variagbes no gene responsavel pela produgao do transportador de serotonina e no gene que codifica uma proteina pés-sinaptica que, em ratos manipulados geneticamente, para o seu no funcionamento, apresentam comportamento semelhante a0 obsessivo-compulsivo);”** 4 dopaminat® e 20 glutamato (variagdes em dos receptores de glutamato);“* moana ATA rear CISTI ogo do ng alr no nl eaudado eo lao dersomedal Essas regides mostram-se hiperativas durante 0 repouso em pacientes com TOC quando ‘comparados com controles, e essa hiperatividade mostra-se ainda mais aumentada durante a presenca de sintomas de TOC! Api 0s associados © As plein tepepel mentees aa aliary 2 85%), 222 (23%), ), ba nal» aio gerne eS 17%), transtorno de panico (12 a 15%).”*" | PROCLIM | Ciclo 11 | Volume 4 | cansenne | TRANSTORNOS DE © transtomo de personalidade obsessivo-compulsivo também & uma (variando entre 23 a 32%). Cerca de Para 0 Gia@n@slies dfeteneial, podem-se citar as fUMTintaGOESIGalMEpFESSEO) dElMGS)BSICOHCDS, associados 4 outro transtorno de ansiedade e grave transtormo de ersonalidade obsessivo-compulsivo. No. fo que asi 80 sentidas eomojegossinténicas, isto 6, 0 paciente nao as percebe como um problema.” Devem-se considerar ainda: 1 ts trast | obseSsivexoMpUISWOTS|EIRIONEEDS - coro tanto dimen corporal, tricotilomania, transtomo de acumulagao (hoarding disorder); 1 tanstomos almentares - anorexia nerves # tesoo.e tig emovnerosetreotpages- 0s moines so menos cmplros do que os movimentos do TOC; 1m (@iistomos delansiedade?> entre eles a fobia especifica, transtomno de ansiedade social; 'm (fanistomo depressive maidr — pensamentos ruminativos so congruentes com o humor endo encarados como um pensamento intrusivo; 1» GERAD «og compulsive, uso de sibstincas(ranctomos da uso do alcool); nesses casos, o paciente descreve esses comportamentos como prazerosos, mas tenta evité-los pelas consequéncias ruins que eles geram. ‘A denominagao 4 LEMBRAR Considerado como tfanistomo!ldellansiedade na CID-10" e no DSMV" «a constiuir um pita separadelnoIDSME5 em face ‘SEES: ‘0 reconhecimento da prevaléncia marcante longo das varias etapas da vida e por meio de varias cuturas. ° 0 estresse podem ocorrer em individuos que experimentaram situagSes | de |, seja QSIGDIOICD BIGU fISICD (testemunhar violéncia fisica ou sexual, incéndios, traumatismo craniencefalico).

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