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Moral E Dogma - Albert Pike
Moral E Dogma - Albert Pike
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Moral E Dogma - Albert Pike

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“Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria” (Albert Pike) A obra “Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria” de Albert Pike, apresentada em sua totalidade em língua portuguesa por Elizeu A.S, oferece aos leitores acesso direto aos ensinamentos e princípios fundamentais da Maçonaria, conforme originalmente organizado por Pike. Este trabalho se destaca pela linguagem acessível adotada, que torna os complexos conceitos e símbolos maçônicos compreensíveis para um público mais amplo, mantendo-se fiel ao texto original de Pike. Elizeu A.S demonstra habilidade ao encontrar o equilíbrio entre preservar a autenticidade do texto e torná-lo acessível aos leitores de língua portuguesa. Ao optar por não incluir notas explicativas, o autor desafia os leitores a se envolverem diretamente com o texto, incentivando uma compreensão mais profunda e pessoal dos ensinamentos maçônicos. Essa abordagem respeita a capacidade dos leitores de interpretar e extrair significado dos ensinamentos de Pike por si mesmos, sem intermediação excessiva. “Moral e Dogma” é uma obra significativa não apenas para os maçons, mas também para aqueles interessados em filosofia, simbolismo e história da religião. A apresentação integral em língua portuguesa deste importante texto contribui para uma maior disseminação e compreensão dos princípios maçônicos e sua relevância para a sociedade contemporânea. Sumário 1°, APRENDIZ 11 2°, O COMPANHEIRO 30 3°, MESTRE MADREIRO 66 4°, MESTRE SECRETO 107 5°, MESTRE PERFEITO 114 6°, SECRETÁRIO ÍNTIMO 119 7°, PRÓ-REITOR E JUIZ 125 8°, INTENDENTE DO EDIFÍCIO 134 9°, ELEITO DOS NOVE 146 10°, ILUSTRE ELEITO DOS QUINZE 156 11°, SUBLIME ELEITO DOS DOZE OU O PRÍNCIPE AMETH 171 12°, ARQUITETO GRÃO-MESTRE 183 13°, ARCO REAL DE SALOMÃO 196 14°, GRANDE ELEITO, PERFEITO E SUBLIME PEDREIRO 209 15°, CAVALEIRO DO ORIENTE OU DA ESPADA 226 16°, PRÍNCIPE DE JERUSALÉM 230 17°, CAVALEIRO DO ORIENTE E OCIDENTE 235 18°, CAVALEIRO ROSE CROIX 262 19°, GRÃO PONTÍFICE 295 20°, GRÃO-MESTRE DE TODAS AS LOJAS SIMBÓLICAS 307 21°, NOAQUITA OU CAVALEIRO PRUSSIANO 316 22°, CAVALEIRO DO MACHADO REAL OU PRÍNCIPE DO LÍBANO 321 23°, CHEFE DO TABERNÁCULO 332 24°, PRINCIPE DO TABERNÁCULO 349 25°, CAVALEIRO DA SERPENTE DE BRONZE 407 26°, PRÍNCIPE DA MISERICÓRDIA, OU TRINITÁRIO ESCOCÊS 487 27°, CAVALEIRO COMANDANTE DO TEMPLO 537 28°, CAVALEIRO DO SOL OU PRÍNCIPE ADEPTO 540 29°, GRANDE CAVALEIRO ESCOCÊS DE SANTO ANDRÉ 743 30°, CAVALEIRO KADOSH 755 31°, GRANDE INSPETOR INQUISIDOR COMENDADOR 765 32°, SUBLIME PRÍNCIPE DO SEGREDO REAL 778 33, O SÍMBOLO SUPREMO 799
LanguagePortuguês
Release dateMar 24, 2024
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    Moral E Dogma - Albert Pike - Elizeu Antônio De Souza

    MORAL E DOGMA

    Foto preta e branca de rosto de homem visto de perto Descrição gerada automaticamente

    Albert Pike, 33°, Grande Comendador Soberano

    Retrato de Charles Loring Elliott.

    Tradução Português & Edição Autoral

    ELIZEU ANTONIO DE SOUZA

    MORAL E DOGMA

    &

    ANTIGO E ACEITO RITO ESCOCÊS

    da

    MAÇONARIA

    Sumário

    MORAL E DOGMA

    Prefácio

    1°, APRENDIZ

    2°, O COMPANHEIRO

    3°, MESTRE MADREIRO

    4°, MESTRE SECRETO

    5°, MESTRE PERFEITO

    6°, SECRETÁRIO ÍNTIMO

    7°, PRÓ-REITOR E JUIZ

    8°, INTENDENTE DO EDIFÍCIO

    9°, ELEITO DOS NOVE

    10°, ILUSTRE ELEITO DOS QUINZE

    11°, SUBLIME ELEITO DOS DOZE OU O PRÍNCIPE AMETH

    12°, ARQUITETO GRÃO-MESTRE

    13°, ARCO REAL DE SALOMÃO

    14°, GRANDE ELEITO, PERFEITO E SUBLIME PEDREIRO

    15°, CAVALEIRO DO ORIENTE OU DA ESPADA

    16°, PRÍNCIPE DE JERUSALÉM

    17°, CAVALEIRO DO ORIENTE E OCIDENTE

    18°, CAVALEIRO ROSE CROIX

    19°, GRÃO PONTÍFICE

    20°, GRÃO-MESTRE DE TODAS AS LOJAS SIMBÓLICAS

    21°, NOAQUITA OU CAVALEIRO PRUSSIANO

    22°, CAVALEIRO DO MACHADO REAL OU PRÍNCIPE DO LÍBANO

    23°, CHEFE DO TABERNÁCULO

    24°, PRINCIPE DO TABERNÁCULO

    25°, CAVALEIRO DA SERPENTE DE BRONZE

    26°, PRÍNCIPE DA MISERICÓRDIA, OU TRINITÁRIO ESCOCÊS

    27°, CAVALEIRO COMANDANTE DO TEMPLO

    28°, CAVALEIRO DO SOL OU PRÍNCIPE ADEPTO

    29°, GRANDE CAVALEIRO ESCOCÊS DE SANTO ANDRÉ

    30°, CAVALEIRO KADOSH

    31°, GRANDE INSPETOR INQUISIDOR COMENDADOR

    32°, SUBLIME PRÍNCIPE DO SEGREDO REAL

    33, O SÍMBOLO SUPREMO

    Prefácio

    O trabalho a seguir foi preparado pela autoridade do Conselho Supremo do Trigésimo Terceiro Grau, para a Jurisdição Sul dos Estados Unidos, pelo Grande Comandante, e agora é publicado por sua direção. Ele contém as Palestras do Rito Escocês Antigo e Aceito naquela jurisdição, e é especialmente destinado a ser lido e estudado pelos Irmãos daquela obediência, em conexão com os Rituais dos Graus. Espera-se e espera-se que cada um se forneça uma cópia e se familiarize com ela; para esse efeito, como o custo da obra consiste inteiramente na impressão e encadernação, será fornecida a um preço o mais moderado possível. Nenhum indivíduo receberá lucro pecuniário com isso, exceto os agentes de sua venda. 

    Foi protegido por direitos autorais, para evitar sua republicação em outro lugar, e os direitos autorais, como os de todas as outras obras preparadas para o Conselho Supremo, foram atribuídos aos Curadores desse Órgão. Quaisquer lucros que possam advir serão dedicados a fins de caridade.

    Os Irmãos do Rito nos Estados Unidos e no Canadá terão a oportunidade de comprá-lo, nem é proibido que outros maçons o façam; mas eles não serão solicitados a fazê-lo. 

    Na preparação deste trabalho, o Grande Comandante foi igualmente Autor e Compilador; já que ele extraiu metade de seu conteúdo das obras dos melhores escritores e dos pensadores mais filosóficos ou eloqüentes. Talvez tivesse sido melhor e mais aceitável se ele tivesse extraído mais e escrito menos.

    Ainda assim, talvez metade seja dele; e, ao incorporar aqui os pensamentos e palavras de outros, ele continuamente mudou e acrescentou algo à linguagem, muitas vezes misturando, nas mesmas frases, suas próprias palavras com as deles. Não sendo destinado ao mundo em geral, ele se sentiu à vontade para fazer, a partir de todas as fontes acessíveis, um Compêndio da Moral e do Dogma do Rito, para remodelar frases, alterar e acrescentar palavras e frases, combiná-las com os seus, e usá-los como se fossem seus, para serem tratados a seu gosto e aproveitados de modo a tornar o todo mais valioso para os propósitos pretendidos. Ele reivindica, portanto, pouco do mérito da autoria, e não se preocupou em distinguir o seu próprio daquele que extraiu de outras fontes, estando bastante disposto a que cada parte do livro, por sua vez, possa ser considerada como emprestada de algum velho e melhor escritor. 

    Os ensinamentos destas Leituras não são sacramentais, na medida em que vão além do domínio da Moralidade para outros domínios do Pensamento e da Verdade. O Rito Escocês Antigo e Aceito usa a palavra Dogma em seu verdadeiro sentido, de doutrina ou ensino ; e não é dogmático no sentido odioso do termo. Cada um é inteiramente livre para rejeitar e discordar de tudo o que aqui lhe possa parecer falso ou doentio. É apenas exigido dele que avalie o que é ensinado e dê-lhe uma audiência justa e um julgamento sem preconceitos. É claro que as antigas especulações teosóficas e filosóficas não estão incorporadas como parte das doutrinas do Rito; mas porque é de interesse e proveito saber o que o Antigo Intelecto pensava sobre estes assuntos, e porque nada prova tão conclusivamente a diferença radical entre a nossa natureza humana e a natureza animal, como a capacidade da mente humana de entreter tais especulações em relação a si mesmo e a Divindade. Mas quanto a essas opiniões em si, podemos dizer, nas palavras do erudito canonista Ludovicus Gomez: Opiniones secundum varietatem, temporum senescant et intermoriantur, aliæque diversæ vel prioribus contrarioe renescantur et deinde pubescant.     

    Os títulos dos graus aqui indicados foram alterados em alguns casos.

    Os títulos corretos são os seguintes:

    1°—Aprendiz. 2°—Companheiro. 3°—Mestre. 4°—Mestre Secreto. 5° – Mestre Perfeito. 6°—Secretário Íntimo. 7°—Reitor e Juiz. 8°—Intendente do Edifício. 9°—Elu dos Nove. 10° – Elu dos Quinze. 11° – Elu dos Doze. 12°—Mestre Arquiteto. 13°—Arco Real de Salomão. 14° – Elu Perfeito. 15°—Cavaleiro do Leste. 16°—Príncipe de Jerusalém. 17°—Cavaleiro do Oriente e do Ocidente. 18°—Cavaleiro Rosa Cruz. 19° – Pontífice. 20° – Mestre da Loja Simbólica. 21°—Noaquita ou Cavaleiro Prussiano. 22°—Cavaleiro do Machado Real ou Príncipe do Líbano. 23°—Chefe do Tabernáculo. 24°—Príncipe do Tabernáculo. 25°—Cavaleiro da Serpente de Bronze. 26°—Príncipe da Misericórdia. 27°—Cavaleiro Comandante do Templo. 28°—Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto. 29°—Cavaleiro Escocês de Santo André. 30°—Cavaleiro Kadosh. 31°—Inspetor Inquisidor 32°—Mestre do Segredo Real.

    I.

    Uma imagem contendo faca Descrição gerada automaticamente

    1°, APRENDIZ

    (INGRESSOU COMO APRENDIZ DE PEDREIRO)

    A REGRA DAS DOZE POLEGADAS E O

    MARTELO COMUM

    A força, não regulamentada ou mal regulada, não é apenas desperdiçada no vazio, como a pólvora queimada ao ar livre e o vapor não confinado pela ciência; mas, atacando no escuro, e seus golpes encontrando apenas o ar, eles recuam e se machucam. É destruição e ruína. É o vulcão, o terremoto, o ciclone; – não o crescimento e o progresso. É Polifemo cego, golpeando ao acaso e caindo de cabeça entre as rochas pontiagudas pelo ímpeto de seus próprios golpes.

    A Força cega do povo é uma Força que deve ser economizada, e também gerenciada, como a Força cega do vapor, levantando os pesados braços de ferro e girando as grandes rodas, é obrigada a perfurar e disparar o canhão e a tecer os mais delicados rendas. Deve ser regulado pelo Intelecto. O intelecto é para o povo e a Força do povo o que a fina agulha da bússola é para o navio - a sua alma, sempre aconselhando a enorme massa de madeira e ferro, e sempre apontando para o norte. Para atacar as cidadelas construídas por todos os lados contra a raça humana por superstições, despotismos e preconceitos, a Força deve ter um cérebro e uma lei. Então, seus atos de ousadia produzem resultados permanentes e há progresso real. Depois, há conquistas sublimes. O pensamento é uma força e a filosofia deveria ser uma energia, encontrando seu objetivo e seus efeitos na melhoria da humanidade. Os dois grandes motores são a Verdade e o Amor. Quando todas essas Forças forem combinadas e guiadas pelo Intelecto e reguladas pela REGRA do Direito e da Justiça, e do movimento e esforço combinado e sistemático, a grande revolução preparada por todos os tempos começará a marchar. O PODER da própria Deidade está em equilíbrio com Sua SABEDORIA. Portanto, os únicos resultados são HARMONIA.

    É porque a Força está mal regulamentada que as revoluções fracassam. É por isso que tantas vezes surgem insurreições, vindas daquelas altas montanhas que dominam o horizonte moral, a Justiça, a Sabedoria, a Razão, o Direito, construídas da mais pura neve do ideal depois de uma longa queda de rocha em rocha, depois de ter refletido o céu em sua transparência, e inchados por uma centena de afluentes, no majestoso caminho do triunfo, de repente se perdem em atoleiros, como um rio da Califórnia nas areias.

    A marcha da raça humana exige que as alturas que a rodeiam resplandeçam com nobres e duradouras lições de coragem. Atos de ousadia deslumbram a história e formam uma classe de luzes orientadoras do homem. São as estrelas e as luzes desse grande mar de eletricidade, a Força inerente às pessoas. Esforçar-se, enfrentar todos os riscos, perecer, perseverar, ser fiel a si mesmo, lutar corpo a corpo com o destino, surpreender a derrota com o pequeno terror que ela inspira, ora confrontar o poder injusto, ora desafiar o triunfo embriagado —estes são os exemplos de que as nações necessitam e a luz que as eletrifica.

    Existem Forças imensas nas grandes cavernas do mal abaixo da sociedade; na horrível degradação, miséria, miséria e indigência, vícios e crimes que cheiram mal e fervem na escuridão daquela população abaixo do povo, das grandes cidades. Ali o desinteresse desaparece, cada um uiva, procura, tateia e se rói. As ideias são ignoradas e não se pensa no progresso. Esta população tem duas mães, ambas madrastas – Ignorância e Miséria. A carência é seu único guia – somente pelo apetite eles anseiam por satisfação. No entanto, mesmo estes podem ser empregados. A areia humilde que pisamos, lançada na fornalha, derretida, purificada pelo fogo, pode tornar-se um cristal resplandecente.

    Possuem a força bruta do MARTELO, mas seus golpes auxiliam na grande causa, quando atingidos dentro das linhas traçadas pela REGRA sustentada pela sabedoria e discrição.

    No entanto, é esta mesma Força do povo, este poder titânico dos gigantes, que constrói as fortificações dos tiranos e está incorporado nos seus exércitos. Daí a possibilidade de tiranias como aquelas das quais foi dito que "Roma cheira pior sob Vitélio do que sob Sila. Sob Cláudio e sob Domiciano há uma deformidade de baixeza correspondente à feiúra da tirania. A sujeira dos escravos é um resultado direto da baixeza atroz do déspota. Um miasma exala dessas consciências agachadas que refletem o mestre; as autoridades públicas são impuras, os corações estão em colapso, as consciências encolhidas, as almas insignificantes. Isto é assim sob Caracalla, é tão sob Cômodo, é assim sob Heliogábalo, enquanto do senado romano, sob César, vem apenas o odor fétido peculiar ao ninho da águia.

    É a força do povo que sustenta todos esses despotismos, tanto os mais básicos como os melhores. Essa força atua através de exércitos; e estes muitas vezes escravizam do que libertam. O despotismo aí aplica a REGRA. Força é o MACE de aço na sela do cavaleiro ou do bispo em armadura. A obediência passiva pela força sustenta tronos e oligarquias, reis espanhóis e senados venezianos. O poder, num exército dominado pela tirania, é a enorme soma total da fraqueza total; e assim a Humanidade trava uma guerra contra a Humanidade, apesar da Humanidade. Assim, um povo submete-se voluntariamente ao despotismo, e os seus trabalhadores submetem-se ao desprezo e os seus soldados ao açoite; portanto, as batalhas perdidas por uma nação são muitas vezes um progresso alcançado. Menos glória é mais liberdade. Quando o tambor está em silêncio, às vezes a razão fala.

    Os tiranos usam a força do povo para acorrentar e subjugar – isto é, para enobrecer o povo. Então eles aram com eles como os homens fazem com bois unidos. Assim, o espírito de liberdade e de inovação é reduzido pelas baionetas e os princípios são silenciados pelos tiros de canhão; enquanto os monges se misturam aos soldados, e a Igreja militante e jubilosa, católica ou puritana, canta Te Deums pelas vitórias sobre a rebelião.

    O poder militar, não subordinado ao poder civil, novamente o MARTELO ou MACE da FORÇA, independente da REGRA, é uma tirania armada, nascida adulta, como Atena surgiu do cérebro de Zeus. Ele gera uma dinastia e começa com César a apodrecer em Vitélio e Cômodo. Nos dias de hoje, tende a começar onde terminaram as dinastias anteriores .

    Constantemente o povo exerceu imensa força, apenas para terminar em imensa fraqueza. A força do povo se esgota em prolongar indefinidamente coisas há muito mortas; em governar a humanidade embalsamando velhas tiranias mortas da Fé; restaurar dogmas dilapidados; dourar santuários desbotados e comidos por vermes; embranquecer e pintar superstições antigas e estéreis; salvar a sociedade através da multiplicação de parasitas; perpetuação de instituições obsoletas; impor a adoração de símbolos como o verdadeiro meio de salvação; e amarrar o cadáver do Passado, boca a boca, com o Presente vivo. É por isso que uma das fatalidades da Humanidade é ser condenada a lutas eternas com fantasmas, com superstições, intolerâncias, hipocrisias, preconceitos, fórmulas de erro e apelos de tirania. Os despotismos, vistos no passado, tornam-se respeitáveis, assim como a montanha, eriçada de rocha vulcânica, acidentada e horrível, vista através da névoa da distância, é azul, lisa e bela. A visão de uma única masmorra de tirania vale mais, para dissipar ilusões e criar um ódio sagrado ao despotismo, e para direcionar a FORÇA corretamente, do que os volumes mais eloqüentes. Os franceses deveriam ter preservado a Bastilha como uma lição perpétua; A Itália não deveria destruir as masmorras da Inquisição. A Força do povo manteve o Poder que construiu as suas celas sombrias e colocou os vivos nos seus sepulcros de granito.

    A FORÇA do povo não pode, pela sua ação desenfreada e intermitente, manter e continuar em ação e existência um governo livre, uma vez criado. Essa Força deve ser limitada, restringida, transmitida pela distribuição em diferentes canais, e por caminhos indiretos, até os pontos de venda, de onde será emitida como lei, ação e decisão do Estado; como os velhos e sábios reis egípcios transportavam em diferentes canais, por subdivisão, as águas crescentes do Nilo, e os obrigavam a fertilizar e não devastar a terra. Deve haver o jus et norma , a lei e a Regra , ou Calibre , da constituição e da lei, dentro das quais a força pública deve agir. Faça uma brecha em qualquer um deles, e o grande martelo a vapor, com seus golpes rápidos e pesados, reduzirá todo o maquinário a átomos e, por fim, arrancando-se, ficará inerte e morto em meio à ruína que causou.

    A FORÇA do povo, ou vontade popular, em ação e exercida, simbolizada pelo GAVEL, regulada e guiada e agindo dentro dos limites da LEI e da ORDEM, simbolizada pela REGRA DE VINTE E QUATRO POLEGADAS, tem por fruto a LIBERDADE , IGUALDADE e FRATERNIDADE - liberdade regulamentada por lei; igualdade de direitos perante a lei; fraternidade com seus deveres e obrigações, bem como seus benefícios.

    Você ouvirá em breve sobre o ASHLAR Áspero e o ASHLAR Perfeito , como parte das joias da Loja. Diz-se que o silhar bruto é uma pedra retirada da pedreira, em seu estado rude e natural. Diz-se que o silhar perfeito é uma pedra preparada pelas mãos dos trabalhadores, para ser ajustada pelas ferramentas de trabalho do companheiro. Não repetiremos as explicações destes símbolos dadas pelo Rito de York. Você pode lê-los em seus monitores impressos. Declara-se que eles aludem ao autoaperfeiçoamento do artesão individual - uma continuação da mesma interpretação superficial.

    O áspero Ashlar é o POVO, em massa, rude e desorganizado. O Ashlar perfeito, ou pedra cúbica, símbolo da perfeição, é o ESTADO, os governantes derivam os seus poderes do consentimento dos governados; a constituição e as leis que expressam a vontade do povo; o governo harmonioso, simétrico, eficiente - seus poderes devidamente distribuídos e devidamente ajustados em equilíbrio.

    Se delinearmos um cubo sobre uma superfície plana assim: [Ilustração:] teremos três faces visíveis e nove linhas externas, desenhadas entre sete pontos. O cubo completo tem mais três faces, perfazendo seis ; mais três linhas, perfazendo doze ; e mais um ponto, perfazendo oito . Como o número 12 inclui os números sagrados, 3, 5, 7 e 3 vezes 3 ou 9, e é produzido pela adição do número sagrado 3 a 9; enquanto suas próprias duas figuras 1, 2, a unidade ou mônada, e a dupla, somadas, formam o mesmo número sagrado 3; foi chamado de número perfeito; e o cubo tornou-se o símbolo da perfeição.

    Produzido por FORCE, atuando por RULE; martelado de acordo com linhas medidas pela Bitola, em cantaria áspera, é um símbolo apropriado da Força do povo, expressa como a constituição e a lei do Estado; e do próprio Estado as três faces visíveis representam os três departamentos, - o Executivo, que executa as leis; o Legislativo, que faz as leis; o Poder Judiciário, que interpreta as leis, as aplica e faz cumprir, entre homem e homem, entre o Estado e os cidadãos. As três faces invisíveis são Liberdade, Igualdade e Fraternidade - a tríplice alma do Estado - sua vitalidade, espírito e intelecto.

    * * * * *

    Embora a Maçonaria não usurpe o lugar nem simule a religião, a oração é uma parte essencial de nossas cerimônias. É a aspiração da alma em direção à Inteligência Absoluta e Infinita, que é a Única Deidade Suprema, caracterizada da maneira mais débil e equivocada como um ARQUITETO. Certas faculdades do homem estão direcionadas para o Desconhecido – pensamento, meditação, oração. O desconhecido é um oceano, do qual a consciência é a bússola. Pensamento, meditação, oração são as grandes e misteriosas pontas da agulha. É um magnetismo espiritual que conecta assim a alma humana com a Divindade. Estas irradiações majestosas da alma atravessam a sombra em direção à luz.

    É apenas um escárnio superficial dizer que a oração é absurda, porque não nos é possível, por meio dela, persuadir Deus a mudar os Seus planos. Ele produz efeitos pré-conhecidos e predestinados, pela instrumentalidade das forças da natureza, todas as quais são Suas forças. Os nossos fazem parte disso. Nossa agência livre e nossa vontade são forças. Não deixamos absurdamente de fazer esforços para alcançar riqueza ou felicidade, prolongar a vida e manter a saúde, porque não podemos, por nenhum esforço, mudar o que está predestinado. Se o esforço também é predestinado, não é menor o nosso esforço, feito pelo nosso livre arbítrio . Então, da mesma forma, oramos. A vontade é uma força. O pensamento é uma força. A oração é uma força. Por que não deveria ser da lei de Deus que a oração, como a fé e o amor, tivesse seus efeitos? O homem não deve ser compreendido como ponto de partida, nem o progresso como meta, sem essas duas grandes forças, a Fé e o Amor. A oração é sublime. Orações que imploram e clamam são lamentáveis. Negar a eficácia da oração é negar a da fé, do amor e do esforço. No entanto, os efeitos produzidos quando a nossa mão, movida pela nossa vontade, lança uma pedra no oceano, nunca cessam; e cada palavra proferida fica registrada para a eternidade no ar invisível.

    Cada Loja é um Templo, e como um todo, e em seus detalhes simbólicos. O próprio Universo forneceu ao homem o modelo dos primeiros templos erigidos à Divindade. A disposição do Templo de Salomão, os ornamentos simbólicos que formavam suas principais decorações e a vestimenta do Sumo Sacerdote, todos faziam referência à ordem do Universo, como então entendida. O Templo continha muitos emblemas das estações – o sol, a lua, os planetas, as constelações da Ursa Maior e Menor, o zodíaco, os elementos e as outras partes do mundo. É o Mestre desta Loja, do Universo, Hermes, de quem Khūrūm é o representante, que é uma das luzes da Loja.

    Para obter mais instruções sobre o simbolismo dos corpos celestes, e dos números sagrados, e do templo e seus detalhes, você deve esperar pacientemente até avançar na Maçonaria, enquanto isso exercita seu intelecto estudando-os por si mesmo. Estudar e procurar interpretar corretamente os símbolos do Universo é obra do sábio e do filósofo. É decifrar a escrita de Deus e penetrar em Seus pensamentos.

    Isto é o que é perguntado e respondido em nosso catecismo, em relação à Loja.

    * * * * *

    Uma Loja é definida como uma assembléia de maçons, devidamente congregados, tendo as escrituras sagradas, esquadro e compasso, e uma carta, ou mandado de constituição, autorizando-os a trabalhar. A sala ou local onde eles se reúnem, representando alguma parte do Templo do Rei Salomão, também é chamada de Loja; e é isso que estamos considerando agora.

    Diz-se que é sustentado por três grandes colunas, SABEDORIA, FORÇA ou FORÇA e BELEZA, representadas pelo Mestre, o Diretor Sênior e o Diretor Júnior; e diz-se que estas são as colunas que sustentam a Loja, porque a Sabedoria, a Força e a Beleza são as perfeições de tudo, e nada pode durar sem elas. Porque, diz o Rito de York, é necessário que haja Sabedoria para conceber, Força para apoiar e Beleza para adornar, todos os grandes e importantes empreendimentos. Não sabeis, diz o apóstolo Paulo, que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém profanar o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo, qual templo sois.

    A Sabedoria e o Poder da Divindade estão em equilíbrio. As leis da natureza e as leis morais não são meros mandatos despóticos de Sua vontade Onipotente; pois, então, eles poderiam ser mudados por Ele, e a ordem se tornaria desordem, e o bem e o certo se tornariam maus e errados; honestidade e lealdade, vícios; e fraude, ingratidão e vício, virtudes. O poder onipotente, infinito e existindo sozinho, não estaria necessariamente restrito à consistência. Seus decretos e leis não poderiam ser imutáveis. As leis de Deus não são obrigatórias para nós porque são as promulgações do Seu PODER, ou a expressão da Sua VONTADE; mas porque expressam Sua infinita SABEDORIA. Elas não estão certas porque são Suas leis, mas Suas leis porque são certas. Do equilíbrio da sabedoria infinita e da força infinita resulta a harmonia perfeita, na física e no universo moral. Sabedoria, Poder e Harmonia constituem uma tríade maçônica. Eles têm outros significados mais profundos, que em algum momento poderão ser revelados a você.

    Quanto à explicação comum e comum, pode-se acrescentar que a sabedoria do Arquiteto é demonstrada na combinação, como só um Arquiteto habilidoso pode fazer, e como Deus fez em todos os lugares - por exemplo, na árvore, a estrutura humana , o ovo, as células do favo de mel – força, com graça, beleza, simetria, proporção, leveza, ornamentação. Essa também é a perfeição do orador e do poeta - combinar força, força, energia, com a graça do estilo, as cadências musicais, a beleza das figuras, o jogo e a irradiação da imaginação e da fantasia; e assim, num Estado, a força guerreira e industrial do povo, e a sua força titânica, devem ser combinadas com a beleza das artes, das ciências e do intelecto, se o Estado quiser escalar as alturas da excelência, e o as pessoas sejam realmente livres. A harmonia nisto, como em todo o Divino, o material e o humano, é o resultado do equilíbrio, da simpatia e da ação oposta dos contrários; uma única Sabedoria acima deles segurando o feixe da balança. Reconciliar a lei moral, a responsabilidade humana, o livre arbítrio, com o poder absoluto de Deus; e a existência do mal com Sua absoluta sabedoria, bondade e misericórdia - esses são os grandes enigmas da Esfinge.

    Você entrou na Loja entre duas colunas. Eles representam os dois que estavam no pórtico do Templo, de cada lado do grande portal oriental. Esses pilares, de bronze, com quatro dedos de largura de espessura, tinham, segundo o relato mais autêntico - o do Primeiro e o do Segundo Livro dos Reis, confirmado em Jeremias - dezoito côvados de altura, com um capitel de cinco côvados de altura. A haste de cada um tinha quatro côvados de diâmetro. Um côvado equivale a um pé 707/1000. Ou seja, a haste de cada um tinha pouco mais de trinta pés e oito polegadas de altura, o capitel de cada um tinha pouco mais de 2,50 metros de altura e o diâmetro da haste era de seis pés e dez polegadas. Os capitéis foram enriquecidos com romãs de bronze, cobertos por redes de bronze e ornamentados com coroas de bronze; e parece ter imitado a forma do recipiente da semente do lótus ou do lírio egípcio, um símbolo sagrado para os hindus e egípcios. O pilar ou coluna à direita, ou ao sul, foi nomeado, como a palavra hebraica é traduzida em nossa tradução da Bíblia, JACHIN: e a da esquerda BOAZ. Nossos tradutores dizem que a primeira palavra significa: Ele estabelecerá ; e a segunda, Nele está a força .

    Estas colunas eram imitações, por Khūrūm, o artista tírio, das grandes colunas consagradas aos Ventos e ao Fogo, na entrada do famoso Templo de Malkarth, na cidade de Tiro. É costume, nas Lojas do Rito de York, ver um globo celestial em uma e um globo terrestre na outra; mas estes não são garantidos, se o objetivo for imitar as duas colunas originais do Templo. Deixaremos por enquanto sem explicação o significado simbólico destas colunas, acrescentando apenas que os Aprendizes Inscritos mantêm seus instrumentos de trabalho na coluna JACHIN; e fornecendo a etimologia e o significado literal dos dois nomes.

    A palavra  Jachin , em hebraico, é [hebraico]. Provavelmente foi pronunciado  Yak-kayan e significava, como substantivo verbal, Aquele que fortalece ; e daí, firme, estável, ereto .

    A palavra  Boaz  é [hebraico] Baaz. [Hebraico] significa  Forte, Força, Poder, Poder, Refúgio, Fonte de Força, um Forte . O prefixo [hebraico] significa com ou em e dá à palavra a força do gerúndio latino, roborando - Fortalecimento .

    A palavra anterior também significa que ele estabelecerá , ou  plantará em uma posição ereta — do verbo [hebraico] Kūn, ele permaneceu ereto . Provavelmente significava  Energia e  Força Ativas  e  Vivificadoras  ; e  Boas, Estabilidade, Permanência , no  sentido passivo  .

    As Dimensões da Loja, dizem nossos Irmãos do Rito de York, são ilimitadas, e sua cobertura não é menor que a abóbada do Céu. Para este objetivo, dizem eles, a mente do maçom está continuamente dirigida, e para lá ele espera finalmente chegar com a ajuda da escada teológica que Jacó, em sua visão, viu subindo da terra ao céu; os três círculos principais dos quais são denominadas Fé, Esperança e Caridade; e que nos admoestam a ter Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. Conseqüentemente, uma escada, às vezes com nove voltas, é vista no mapa, apoiada na parte inferior da terra, com o topo nas nuvens, as estrelas brilhando acima dela; e isso é considerado uma representação daquela escada mística, que Jacó viu em seu sonho, colocada na terra, e o topo dela alcançando o céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela. A adição das três rodadas principais ao simbolismo é totalmente moderna e incongruente. Os antigos contavam sete planetas, assim dispostos: a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Havia sete céus e sete esferas destes planetas; em todos os monumentos de Mitra há sete altares ou piras, consagrados aos sete planetas, assim como as sete lâmpadas do candelabro dourado do Templo. Que estes representavam os planetas, somos assegurados por Clemens de Alexandria, em seu Stromata, e por Philo Judaeus. Para retornar à sua fonte no Infinito, a alma humana, sustentavam os antigos, tinha que ascender, como havia descido, através das sete esferas. A escada pela qual ela sobe tem, segundo Marsílio Ficinus, em seu Comentário à Enéada de Plotino, sete graus ou degraus; e nos Mistérios de Mitras, levados a Roma sob os Imperadores, a escada, com suas sete voltas, era um símbolo referente a esta ascensão através das esferas dos sete planetas. Jacó viu os Espíritos de Deus subindo e descendo sobre ele; e acima dela a própria Deidade. Os Mistérios Mitraicos eram celebrados em cavernas, onde os portões eram marcados nos quatro pontos equinociais e solsticiais do zodíaco; e estavam representadas as sete esferas planetárias, que as almas precisam atravessar ao descer do céu das estrelas fixas até os elementos que envolvem a terra; e foram marcados sete portões, um para cada planeta, pelos quais passam, na descida ou no retorno. Aprendemos isso com Celso, em Orígenes, que diz que a imagem simbólica desta passagem entre as estrelas, usada nos Mistérios Mitraicos, era uma escada que levava da terra ao Céu, dividida em sete degraus ou etapas, para cada uma das quais havia uma portão, e no cume um oitavo, o das estrelas fixas. O símbolo era o mesmo dos sete estágios de Borsippa, a Pirâmide de tijolo vitrificado, perto da Babilônia, construída com sete estágios, e cada um de uma cor diferente. Nas cerimônias mitraicas, o candidato passava por sete estágios de iniciação,passando por muitas provações terríveis e destas a escada alta com sete voltas ou degraus era o símbolo. Você vê a Loja, seus detalhes e ornamentos, através de suas Luzes. Você já ouviu o que dizem ser essas Luzes, as maiores e as menores, e como elas são mencionadas por nossos Irmãos do Rito de York. A Bíblia Sagrada, o Esquadro e o Compasso não são apenas chamados de Grandes Luzes na Maçonaria, mas também são tecnicamente chamados de Móveis da Loja; e, como você viu, afirma-se que não há Loja sem eles. Isto às vezes tem sido usado como pretexto para excluir os judeus de nossas Lojas, porque eles não podem considerar o Novo Testamento como um livro sagrado. A Bíblia é uma parte indispensável do mobiliário de uma Loja Cristã, apenas porque é o livro sagrado da religião cristã. O Pentateuco Hebraico numa Loja Hebraica, e o Alcorão numa Loja Maometana, pertencem ao Altar; e um deles, e o Esquadro e o Compasso, devidamente entendidos, são as Grandes Luzes pelas quais um Maçom deve caminhar e trabalhar. A obrigação do candidato é sempre assumir o livro ou livros sagrados de sua religião, para que o considere mais solene e vinculativo; e foi por isso que lhe perguntaram qual religião você era. Não temos nenhuma outra preocupação com o seu credo religioso. O Quadrado é um ângulo reto, formado por duas linhas retas. Está adaptado apenas a uma superfície plana e pertence apenas à geometria, à medição da Terra, àquela trigonometria que trata apenas de planos e da Terra, que os antigos supunham ser um plano. A Bússola descreve círculos e trata da trigonometria esférica, a ciência das esferas e dos céus. O primeiro, portanto, é um emblema daquilo que diz respeito à terra e ao corpo; o último no que diz respeito aos céus e à alma. No entanto, a bússola também é usada na trigonometria plana, como na construção de perpendiculares; e, portanto, você é lembrado de que, embora neste Grau ambos os pontos da Bússola estejam sob o Esquadro, e você esteja agora lidando apenas com o significado moral e político dos símbolos, e não com seus significados filosóficos e espirituais, ainda assim o o divino sempre se mistura com o humano; com o terreno o espiritual se mistura; e há algo espiritual nos deveres mais comuns da vida. As nações não são apenas políticas de corpos, mas também políticas de almas; e ai daquele povo que, buscando apenas o material, esquece que tem alma. Temos então uma raça petrificada no dogma, que pressupõe a ausência de alma e a presença apenas da memória e do instinto, ou desmoralizada pelo lucro. Tal natureza nunca poderá liderar a civilização. A genuflexão diante do ídolo ou do dólar atrofia o músculo que caminha e a vontade que move. A absorção hierática ou mercantil diminui o brilho de um povo, rebaixa o seu horizonte ao baixar o seu nível, e priva-o daquela compreensão da finalidade universal, ao mesmo tempo humana e divina, que constitui as nações missionárias. Um povo livre,esquecendo que tem uma alma a ser cuidada, dedica todas as suas energias ao seu avanço material. Se faz guerra, é para servir os seus interesses comerciais. Os cidadãos imitam o Estado e consideram a riqueza, a pompa e o luxo como os grandes bens da vida. Tal nação cria riqueza rapidamente e distribui-a mal. Daí os dois extremos, de opulência monstruosa e miséria monstruosa; todo o prazer para alguns, todas as privações para o resto, isto é, para o povo; Privilégio, Exceção, Monopólio, Feudalidade, surgindo do próprio Trabalho: uma situação falsa e perigosa, que, fazendo do Trabalho um Ciclope cego e acorrentado, na mina, na forja, na oficina, no tear, no campo, sobre vapores venenosos, em células miasmáticas, em fábricas sem ventilação, funda o poder público na miséria privada e planta a grandeza do Estado no sofrimento do indivíduo. É uma grandeza mal constituída, na qual todos os elementos materiais estão combinados e na qual não entra nenhum elemento moral. Se um povo, como uma estrela, tem o direito de eclipse, a luz deveria retornar. O eclipse não deve degenerar em noite.

    As três Luzes Menores, ou Sublimes, você ouviu, são o Sol, a Lua e o Mestre da Loja; e você ouviu o que nossos irmãos do Rito de York dizem a respeito deles, e por que eles os consideram Luzes da Loja. Mas o Sol e a Lua não iluminam de forma alguma a Loja, a menos que seja simbolicamente, e então as luzes não são eles, mas aquelas coisas das quais são símbolos. Do que são os símbolos, o Maçom nesse Rito não é informado. Nem a Lua, em nenhum sentido, governa a noite com regularidade.

    O Sol é o antigo símbolo do poder vivificante e gerador da Divindade. Para os antigos, a luz era a causa da vida; e Deus era a fonte da qual toda a luz fluía; a  essência  da Luz, o  Fogo Invisível  , desenvolvido como Chama  manifestada  como luz e esplendor. O Sol era Sua manifestação e imagem visível; e os Sabæans, adorando o Deus-Luz, pareciam  adorar o Sol, em quem viam a manifestação da Divindade.

    A Lua era o símbolo da capacidade passiva da natureza de produzir, a feminina, da qual o poder e a energia vivificantes eram os masculinos. Era o símbolo de Ísis, Astarte e Ártemis, ou Diana. O Mestre da Vida era a Divindade Suprema, acima de ambos, e manifestada através de ambos; Zeus, o Filho de Saturno, tornou-se Rei dos Deuses; Hórus, filho de Osíris e Ísis, tornou-se o Mestre da Vida; Dionusos ou Baco, como Mitras, tornam-se o autor de Luz, Vida e Verdade.

    * * * * *

    O Mestre da Luz e da Vida, o Sol e a Lua, são simbolizados em

    cada Loja pelos Mestres e Vigilantes: e isso torna o dever do

    Mestre dispensar luz aos Irmãos, por si mesmo e através dos

    Vigilantes, que são seus ministros.

    Teu sol, diz ISAÍAS a Jerusalém, não se porá mais, nem a tua lua se retirará; porque o Senhor será a tua luz eterna, e os dias do teu luto terminarão. ; eles herdarão a terra para sempre. Esse é o tipo de povo livre.

    Nossos ancestrais do norte adoravam esta Deidade trina; ODIN, o PAI Todo-Poderoso; FREA, sua esposa, emblema da matéria universal; e THOR, seu filho, o mediador. Mas acima de tudo isso estava o Deus Supremo, o autor de tudo o que existe, o Eterno, o Antigo, o Ser Vivo e Terrível, o Pesquisador das coisas ocultas, o Ser que nunca muda. No Templo de Elêusis (santuário iluminado apenas por uma janela no telhado, e representando o Universo), estavam representadas as imagens do Sol, da Lua e de Mercúrio.

    O Sol e a Lua, diz o erudito irmão. DELAUNAY, representam os dois grandes princípios de todas as gerações, o ativo e o passivo, o masculino e o feminino. O Sol representa a luz real. Ele derrama sobre a Lua seus raios fecundantes; ambos derramam sua luz sobre sua prole, a Estrela Flamejante , ou HORUS, e os três formam o grande Triângulo Equilátero, no centro do qual está a letra onífica da Cabala, pela qual se diz que a criação foi efetuada.

    Diz-se que os ORNAMENTOS de uma Loja são o Pavimento Mosaico, o Tessel Recortado e a Estrela Flamejante. Diz-se que o Pavimento Mosaico, quadriculado em quadrados ou losangos, representa o andar térreo do Templo do Rei Salomão; e o Indented Tessel aquela bela borda tesselada que o cercava. Diz-se que a Estrela Flamejante no centro é um emblema da Divina Providência e comemorativa da estrela que apareceu para guiar os sábios do Oriente ao local do nascimento de nosso Salvador. Mas não se via nenhuma pedra dentro do Templo. As paredes eram cobertas com tábuas de cedro e o chão com tábuas de abeto. Não há nenhuma evidência de que existisse tal pavimento ou piso no Templo, ou tal fronteira. Antigamente, na Inglaterra, o Tracing-Board era cercado por uma borda recortada; e é apenas na América que tal fronteira é colocada em torno do pavimento Mosaico. As tesseræ, na verdade, são os quadrados ou losangos do pavimento. Na Inglaterra, também, a borda recortada ou denticulada é chamada de tesselada, porque tem quatro borlas, que dizem representar a Temperança, a Fortaleza, a Prudência e a Justiça. Foi denominado Trassel Recuado; mas isso é um uso indevido de palavras. É um  pavimento tesserado  , com uma borda recortada ao seu redor.

    O pavimento, alternadamente preto e branco, simboliza, intencionalmente

    ou não, os Princípios do Bem e do Mal do

    credo egípcio e persa. É a guerra de Miguel e Satanás, dos Deuses e

    Titãs, de Balder e Lok; entre a luz e a sombra, que é a escuridão;

    Dia e noite; Liberdade e Despotismo; A Liberdade Religiosa e os

    Dogmas Arbitrários de uma Igreja que pensa pelos seus eleitores, e cujo

    Pontífice afirma ser infalível, e os decretos dos seus Concílios constituem

    um evangelho.

    As bordas deste pavimento, se em losangos, serão necessariamente recortadas ou denticuladas, dentadas como uma serra; e para completá-lo e finalizá-lo é necessário um rebordo. É completado por borlas como enfeites nos cantos. Se estes e os limites têm algum significado simbólico, é fantasioso e arbitrário.

    Encontrar na ESTRELA ARDENTE de cinco pontas uma alusão à Divina Providência também é fantasioso; e torná-lo comemorativo da Estrela que se diz ter guiado os Magos é dar-lhe um significado comparativamente moderno. Originalmente representava SIRIUS, ou a Estrela-Cão, a precursora da inundação do Nilo; o Deus ANÚBIS, companheiro de Ísis em sua busca pelo corpo de OSIRIS, seu irmão e marido. Tornou-se então a imagem de HÓRUS, filho de OSIRIS, ele próprio simbolizado também pelo Sol, o autor das Estações, e o Deus do Tempo; Filho de Ísis, que era a natureza universal, ele próprio a matéria primitiva, fonte inesgotável de Vida, centelha de fogo incriado, semente universal de todos os seres. Foi HERMES, também, o Mestre do Saber, cujo nome em grego é o do Deus Mercúrio. Tornou-se o sinal ou personagem sagrado e potente dos Magos, o PENTALPHA, e é o emblema significativo da Liberdade e da Liberdade, brilhando com um brilho constante em meio aos elementos turbulentos do bem e do mal das Revoluções, e prometendo céus serenos e estações férteis para as nações, depois das tempestades de mudança e tumulto.

    No Leste da Loja, sobre o Mestre, dentro de um triângulo, está a letra hebraica YŌD [hebraico] ou [hebraico]. Nas Lojas Inglesa e Americana a Letra G.’. é substituída por esta, como a inicial da palavra GOD, com tão pouca razão como se a letra D., inicial de DIEU, fosse usada nas Lojas Francesas em vez da letra própria. YŌD é, na Cabala, o símbolo da Unidade, da Divindade Suprema, a primeira letra do Santo Nome; e também um símbolo das Grandes Tríades Cabalísticas. Para compreender seus significados místicos, você deve abrir as páginas do Sohar e do Siphra de Zeniutha, e de outros livros cabalísticos, e refletir profundamente sobre seu significado. Basta dizer que é a Energia Criativa da Divindade, é representada como um ponto , e esse ponto está no centro do Círculo da imensidão. É para nós, neste Grau, o símbolo daquela Deidade não manifestada, o Absoluto, que não tem nome.

    Nossos irmãos franceses colocam esta carta YŌD no centro da Estrela Flamejante. E nas antigas Palestras, nossos antigos irmãos ingleses disseram: A Estrela Flamejante ou Glória no centro nos refere àquele grande luminar, o Sol, que ilumina a terra e, por sua influência genial, dispensa bênçãos à humanidade. Chamaram-no também nas mesmas palestras de emblema da PRUDÊNCIA. A palavra Prudentia significa, em seu significado original e mais completo, Previsão ; e, conseqüentemente, a Estrela Flamejante tem sido considerada um emblema da Onisciência, ou o Olho Que Tudo Vê, que para os Iniciados Egípcios era o emblema de Osíris, o Criador. Com o YŌD no centro, tem o significado cabalístico da Energia Divina, manifestada como Luz, criando o Universo.

    Diz-se que as Jóias da Loja são em número de seis. Três são chamados de móveis e três de imóveis . O QUADRADO, o NÍVEL e o PLUMBO eram antiga e apropriadamente chamados de Jóias Móveis, porque passam de um Irmão para outro. É uma inovação moderna chamá-los de imóveis, pois devem estar sempre presentes na Loja. As joias imóveis são o SILHAR ÁSPERO, o SILHAR PERFEITO ou PEDRA CÚBICA, ou, em alguns Rituais, o CUBO DUPLO, e a TABELA DE TRACING, ou TRANQUETA.

    Destas joias, nossos irmãos do Rito de York dizem: O quadrado inculca a moralidade; o nível , a igualdade; e o prumo , a retidão de conduta. A explicação deles sobre as joias imóveis pode ser lida em seus monitores.

    * * * * *

    Nossos Irmãos do Rito de York dizem que está representado em toda Loja bem governada, um certo ponto dentro de um círculo; o ponto que representa um Irmão individual; o Círculo, a linha limite de sua conduta, além da qual ele nunca deve sofrer seus preconceitos ou paixões para traí-lo.

    Isto não é interpretar os símbolos da Maçonaria. É dito por alguns, com uma abordagem mais próxima da interpretação, que o ponto dentro do círculo representa Deus no centro do Universo. É um signo egípcio comum para o Sol e Osíris, e ainda é usado como signo astronômico do grande luminar. Na Cabala o ponto é YŌD, a Energia Criativa de Deus, irradiando com luz o espaço circular que Deus, a Luz universal, deixou vazio, para criar os mundos, retirando Sua substância de Luz de todos os lados de um ponto.

    Nossos Irmãos acrescentam que este círculo é delimitado por duas linhas paralelas perpendiculares, representando São João Batista e São João Evangelista, e no topo estão as Sagradas Escrituras (um livro aberto). Ao percorrer este círculo, dizem eles, nós necessariamente tocamos nessas duas linhas, bem como nas Sagradas Escrituras; e enquanto um maçom se mantém circunscrito dentro de seus preceitos, é impossível que ele erre materialmente.

    Seria uma perda de tempo comentar sobre isso. Alguns escritores imaginaram que as linhas paralelas representam os Trópicos de Câncer e Capricórnio, que o Sol toca alternadamente nos solstícios de verão e de inverno. Mas os trópicos não são linhas perpendiculares e a ideia é meramente fantasiosa. Se as linhas paralelas alguma vez pertenceram ao símbolo antigo, elas tiveram um significado mais recôndito e mais frutífero . Provavelmente tinham o mesmo significado que as colunas gêmeas Jaquim e Boaz. Esse significado não é para o Aprendiz. O adepto pode encontrá-lo na Cabala. A JUSTIÇA e a MISERICÓRDIA de Deus estão em equilíbrio, e o resultado é HARMONIA, porque uma Sabedoria Única e Perfeita preside ambas.

    As Sagradas Escrituras são um acréscimo inteiramente moderno ao símbolo, como os globos terrestres e celestes nas colunas do pórtico. Assim, o antigo símbolo foi desnaturalizado por acréscimos incongruentes, como o de Ísis chorando sobre a coluna quebrada contendo os restos mortais de Osíris em Biblos.

    * * * * *

    A Maçonaria tem o seu decálogo, que é uma lei para os seus Iniciados. Estes são os seus Dez Mandamentos:

    I. [Símbolo: Terra]: Deus é a SABEDORIA Eterna, Onipotente, Imutável

    e a INTELIGÊNCIA Suprema e o AMOR Inesgotável.

    Você deve adorá-Lo, reverenciá-Lo e amá-Lo!

    Tu O honrarás praticando as virtudes!

    II. [Símbolo: Lua Cheia]: Tua religião será, fazer o bem porque

    é um prazer para ti, e não apenas porque é um dever.

    Para que você possa se tornar amigo do homem sábio, você

    deve obedecer aos seus preceitos!

    Tua alma é imortal! Não farás nada para degradá-lo!

    III. [Símbolo: Terra]: Tu guerrearás incessantemente contra o vício!

    Não farás aos outros aquilo que não gostarias

    que fizessem a ti!

    Você será submisso à sua sorte e continuará acesa

    a luz da sabedoria!

    4. [Símbolo: Lua cheia]: Honrarás teus pais!

    Prestarás respeito e homenagem aos idosos!

    Tu instruirás os jovens!

    Tu protegerás e defenderás a infância e a inocência!

    V. [Símbolo: Terra]: Tu cuidarás de tua esposa e de teus filhos!

    Amarás o teu país e obedecerás às suas leis!

    VI. [Símbolo: Lua Cheia]: Teu amigo será para ti um segundo eu!

    O infortúnio não te afastará dele!

    Farás pela memória dele tudo o que farias por ele, se ele

    estivesse vivo!

    VII. [Símbolo: Terra]: Evitarás e fugirás de

    amizades insinceras!

    Em tudo abster-te-ás do excesso.

    Temerás ser a causa de uma mancha na tua memória!

    VIII. [Símbolo: Lua Cheia]: Não permitirás que nenhuma paixão se torne teu

    mestre!

    Tu farás das paixões dos outros lições proveitosas

    para ti mesmo!

    Serás indulgente com o erro!

    IX. [Símbolo: Terra]: Ouvirás muito: Falarás pouco: Agirás

    bem!

    Você esquecerá os ferimentos!

    Tu darás o bem com o mal!

    Não abusarás da tua força nem da tua superioridade!

    X. [Símbolo: Lua Cheia]: Estudarás para conhecer os homens; para que assim você

    aprenda a conhecer a si mesmo!

    Você sempre buscará a virtude!

    Você será justo!

    Evitarás a ociosidade!

    Mas o grande mandamento da Maçonaria é este: Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros! Aquele que diz que está na luz, e odeia seu irmão, permanece ainda nas trevas.

    Tais são os deveres morais de um maçom. Mas é também dever da Maçonaria ajudar a elevar o nível moral e intelectual da sociedade; em cunhar conhecimento, colocar ideias em circulação e fazer crescer a mente dos jovens; e em colocar, gradativamente, pelos ensinamentos dos axiomas e pela promulgação de leis positivas, a raça humana em harmonia com seus destinos.

    Para este dever e trabalho o Iniciado é aprendiz. Ele não deve imaginar que não pode realizar nada e, portanto, desesperado, tornar-se inerte. É nisso, como na vida diária de um homem. Muitas grandes ações são realizadas nas pequenas lutas da vida. Existe, dizem-nos, uma coragem determinada, embora invisível, que se defende, pé a pé, na escuridão, contra a invasão fatal da necessidade e da baixeza. Existem triunfos nobres e misteriosos, que nenhum olho vê, que nenhum renome recompensa, que nenhum toque de trombeta saúda. A vida, o infortúnio, o isolamento, o abandono, a pobreza, são campos de batalha, que têm os seus heróis, heróis obscuros, mas por vezes maiores do que aqueles que se tornam ilustres. O maçom deveria lutar da mesma maneira e com a mesma bravura contra as invasões da necessidade e da baixeza que atingem as nações e também os homens. Ele deveria enfrentá- los também, pé a pé, mesmo na escuridão, e protestar contra os erros e loucuras nacionais; contra a usurpação e as primeiras incursões daquela hidra, a Tirania. Não há eloquência mais soberana do que a verdade na indignação. É mais difícil para um povo manter do que conquistar a liberdade. Os Protestos da Verdade são sempre necessários. Continuamente, a direita deve protestar contra o fato. Existe, de fato, a Eternidade na Direita. O Maçom deve ser o Sacerdote e Soldado desse Direito. Se as liberdades do seu país fossem privadas, ele ainda assim não deveria desesperar. O protesto da Direita contra o Fato persiste para sempre. O roubo de um povo nunca se torna prescritivo. A reivindicação de seus direitos não é impedida por nenhum período de tempo. Varsóvia não pode ser tártara, tal como Veneza não pode ser teutónica. Um povo pode suportar a usurpação militar, e Estados subjugados ajoelharem-se diante dos Estados e usarem o jugo, enquanto estão sob o estresse da necessidade; mas quando a necessidade desaparecer, se o povo estiver apto para ser livre, o país submerso flutuará para a superfície e reaparecerá, e a Tirania será julgada pela História como tendo assassinado as suas vítimas.

    Aconteça o que acontecer, devemos ter Fé na Justiça e na Sabedoria de Deus, e Esperança no Futuro, e Bondade para aqueles que estão no erro. Deus torna visível aos homens Sua vontade nos acontecimentos; um texto obscuro, escrito em uma linguagem misteriosa. Os homens fazem suas traduções imediatamente, apressadas, incorretas, cheias de falhas, omissões e leituras erradas. Vemos um caminho tão curto ao longo do arco do grande círculo! Poucas mentes compreendem a língua Divina. Os mais sagazes, os mais calmos, os mais profundos decifram lentamente os hieróglifos; e quando chegam com seu texto, talvez a necessidade já tenha passado; já existem vinte traduções em praça pública – sendo as mais incorretas, como é claro, as mais aceitas e populares. De cada tradução nasce uma festa; e de cada leitura errada, uma facção. Cada parte acredita ou finge que possui o único texto verdadeiro, e cada facção acredita ou finge que só ela possui a luz. Além disso, as facções são cegos, que apontam a direito, os erros são excelentes projécteis, atacando habilmente, e com toda a violência que brota de falsos raciocínios, onde quer que uma falta de lógica naqueles que defendem o direito, como um defeito numa couraça, faça eles vulneráveis.

    É por isso que muitas vezes ficaremos frustrados no combate ao erro perante o povo. Antæus resistiu por muito tempo a Hércules; e as cabeças da Hidra cresceram tão rápido quanto foram cortadas. É absurdo dizer que o Erro, ferido, se contorce de dor e morre entre seus adoradores . A verdade conquista lentamente. Há uma vitalidade maravilhosa no Erro. A verdade, na verdade, na maior parte dos casos, passa por cima das cabeças das massas; ou se um erro é prostrado por um momento, ele surge novamente em um momento, e tão vigoroso como sempre. Ele não morrerá quando os miolos acabarem, e os erros mais estúpidos e irracionais são os mais duradouros.

    No entanto, a Maçonaria, que é Moralidade e Filosofia, não deve deixar de cumprir o seu dever. Nunca sabemos em que momento o sucesso aguarda os nossos esforços - geralmente quando é mais inesperado - nem com que efeito os nossos esforços serão ou não atendidos. Seja bem-sucedido ou fracasse, a Maçonaria não deve se curvar ao erro ou sucumbir ao desânimo. Havia em Roma alguns soldados cartagineses, feitos prisioneiros, que se recusaram a curvar-se a Flamínio e tinham um pouco da magnanimidade de Aníbal. Os maçons devem possuir igual grandeza de alma. A alvenaria deve ser energética; encontrando seu objetivo e efeito na melhoria da humanidade. Sócrates deveria entrar em Adão e produzir Marco Aurélio, em outras palavras, produzir do homem de prazeres o homem de sabedoria. A Maçonaria não deveria ser uma mera torre de vigia, construída sobre o mistério, da qual se pode contemplar o mundo com tranquilidade, sem outro resultado senão ser uma conveniência para os curiosos. Para levar a taça cheia de pensamentos aos lábios sedentos dos homens; dar a todas as verdadeiras idéias da Deidade; harmonizar a consciência e a ciência, são da competência da Filosofia. Moralidade é Fé em plena floração. A contemplação deve levar à ação e o absoluto deve ser prático; o ideal seria tornar ar, comida e bebida para a mente humana. A sabedoria é uma comunhão sagrada. É somente sob essa condição que deixa de ser um amor estéril pela Ciência e se torna o único e supremo método para unir a Humanidade e despertá-la para uma ação concertada. Então a Filosofia se torna Religião.

    E a Maçonaria, como a História e a Filosofia, tem deveres eternos – eternos e, ao mesmo tempo; simples - opor-se a Caifás como Bispo, Draco ou Jefferies como Juiz, Trimalcion como Legislador e Tibério como Imperador. Estes são os símbolos da tirania que degrada e esmaga, e da corrupção que contamina e infesta. Nas obras publicadas para o uso da Arte, somos informados de que os três grandes princípios da profissão de um Maçom são o Amor Fraterno, o Alívio e a Verdade. E é verdade que a afeição e a bondade fraternas devem nos governar em todas as nossas relações e relações com nossos irmãos; e uma filantropia generosa e liberal nos move em relação a todos os homens. Socorrer os angustiados é peculiarmente o dever dos maçons - um dever sagrado, que não deve ser omitido, negligenciado ou cumprido de forma fria ou ineficiente. Também é verdade que a Verdade é um atributo Divino e o fundamento de toda virtude. Ser verdadeiro e procurar encontrar e aprender a Verdade são os grandes objetivos de todo bom Maçom.

    Como fizeram os Antigos, a Maçonaria denomina Temperança, Fortitude, Prudência e Justiça, as quatro virtudes cardeais. Eles são tão necessários para as nações quanto para os indivíduos. O povo que deseja ser Livre e Independente deve possuir Sagacidade, Previdência, Previdência e Circunspecção cuidadosa, tudo isso incluído no significado da palavra Prudência. Deve ser moderado na afirmação dos seus direitos, moderado nos seus conselhos, económico nas suas despesas; deve ser ousado, corajoso, corajoso, paciente sob reveses, não desanimado com desastres, esperançoso em meio a calamidades, como Roma quando vendeu o campo onde Aníbal estava acampado. Nenhum Cannæ ou Pharsalia ou Pavia ou Agincourt ou Waterloo deve desencorajá-la. Deixe o Senado dela sentar-se em seus assentos até que os gauleses os arranquem pela barba. Ela deve, acima de tudo, ser justa, não se apegando aos fortes e guerreando ou saqueando os fracos; ela deve agir em igualdade de condições com todas as nações e as tribos mais fracas; sempre mantendo sua fé, honesta em sua legislação, correta em todos os seus negócios. Sempre que tal República existir, ela será imortal: pois a temeridade, a injustiça, a intemperança e o luxo na prosperidade, e o desespero e a desordem na adversidade, são as causas da decadência e da dilapidação das nações.

    II.

    2°, O COMPANHEIRO

    No Antigo Oriente, toda religião era mais ou menos um mistério e não havia divórcio dela com a filosofia. A teologia popular, tomando a multidão de alegorias e símbolos como realidades, degenerou em uma adoração dos luminares celestiais, de Deidades imaginárias com sentimentos, paixões, apetites e concupiscências humanas, de ídolos, pedras, animais, répteis. A Cebola era sagrada para os egípcios, pois suas diferentes camadas eram um símbolo das esferas celestes concêntricas. É claro que a religião popular não poderia satisfazer os anseios e pensamentos mais profundos, as aspirações mais elevadas do Espírito ou a lógica da razão. A primeira, portanto, era ensinada aos iniciados nos Mistérios. Lá, também, era ensinado por meio de símbolos. A imprecisão do simbolismo, passível de muitas interpretações, atingiu o que o credo palpável e convencional não conseguiu. A sua indefinição reconheceu a obscuridade do assunto: tratou aquele assunto misterioso misticamente: esforçou-se por ilustrar o que não conseguia explicar; excitar um sentimento apropriado , caso não conseguisse desenvolver uma ideia adequada ; e fazer da imagem um mero meio de comunicação subordinado para a concepção, que nunca se tornou óbvia ou familiar. 

    Assim, o conhecimento agora transmitido por livros e cartas foi antigamente transmitido por símbolos; e os padres inventaram ou perpetuaram uma exibição de ritos e exibições, que não eram apenas mais atraentes aos olhos do que as palavras, mas muitas vezes mais sugestivos e mais carregados de significado para a mente.

    A Maçonaria, sucessora dos Mistérios, ainda segue a antiga forma de ensino. Suas cerimônias são como os antigos espetáculos místicos – não a leitura de um ensaio, mas a abertura de um problema, exigindo pesquisa e constituindo a filosofia como arquiexpositora. Seus símbolos são as instruções que ela dá. As palestras são esforços, muitas vezes parciais e unilaterais, para interpretar esses símbolos. Aquele que deseja tornar-se um maçom talentoso não deve contentar-se apenas em ouvir, ou mesmo em compreender, as palestras; ele deve, auxiliado por eles, e eles tendo, por assim dizer, marcado o caminho para ele, estudar, interpretar e desenvolver esses símbolos para si mesmo.

    * * * * *

    Embora a Maçonaria seja idêntica aos antigos Mistérios, o é apenas neste sentido qualificado: que apresenta apenas uma imagem imperfeita do seu brilho, as ruínas apenas da sua grandeza, e um sistema que experimentou alterações progressivas, frutos de eventos sociais. , as circunstâncias políticas e a ambiciosa imbecilidade dos seus melhoradores. Depois de sair do Egito, os Mistérios foram modificados pelos hábitos das diferentes nações entre as quais foram introduzidos e, especialmente, pelos sistemas religiosos dos países para os quais foram transplantados. Manter o governo, as leis e a religião estabelecidos era obrigação do Iniciado em todos os lugares; e em todos os lugares eram herança dos padres, que em nenhum lugar estavam dispostos a tornar as pessoas comuns co-proprietárias consigo mesmas da verdade filosófica.

    A Maçonaria não é o Coliseu em ruínas. É antes um palácio romano da Idade Média, desfigurado por melhorias arquitetônicas modernas, mas construído sobre uma fundação ciclópica lançada pelos etruscos, e com muitas pedras da superestrutura retiradas de habitações e templos da época de Adriano e Antonino.

    O Cristianismo ensinou a doutrina da FRATERNIDADE; mas repudiou o da IGUALDADE política, inculcando continuamente a obediência a César e aos que estavam legalmente em posição de autoridade. A Maçonaria foi o primeiro apóstolo da IGUALDADE. No Mosteiro há fraternidade e igualdade , mas não liberdade . A Maçonaria acrescentou isso também e reivindicou para o homem a tríplice herança: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.   

    Foi apenas um desenvolvimento do propósito original dos Mistérios, que era ensinar os homens a conhecer e praticar os seus deveres para consigo mesmos e para com os seus semelhantes, o grande fim prático de toda a filosofia e de todo o conhecimento.

    As verdades são as fontes de onde fluem os deveres; e passaram-se apenas algumas centenas de anos desde que uma nova Verdade começou a ser vista distintamente; que o HOMEM É SUPREMO SOBRE AS INSTITUIÇÕES, E NÃO ELAS SOBRE ELE. O homem tem um império natural sobre todas as instituições. São para ele, de acordo com o seu desenvolvimento; não ele para eles. Esta parece-nos uma afirmação muito simples, com a qual todos os homens, em todos os lugares, deveriam concordar. Mas outrora era uma grande e nova Verdade - não revelada até que os governos já existissem há pelo menos cinco mil anos. Uma vez revelada, impôs novos deveres aos homens. O homem devia a si mesmo ser livre. Ele devia ao seu país procurar dar- lhe liberdade ou mantê-la nessa posse. Isso fez da Tirania e da Usurpação os inimigos da Raça Humana. Criou uma ilegalidade geral de déspotas e despotismos, temporais e espirituais. A esfera do Dever foi imensamente ampliada. O patriotismo passou a ter um significado novo e mais amplo. Governo Livre, Pensamento Livre, Consciência Livre, Liberdade de Expressão! Todos estes passaram a ser direitos inalienáveis, que aqueles que deles se separaram ou foram roubados, ou cujos antepassados os perderam, tinham o direito de retomar sumariamente. Infelizmente, como as Verdades sempre se tornam pervertidas em falsidades, e são falsidades quando mal aplicadas, esta Verdade tornou-se o Evangelho da Anarquia, logo depois de ter sido pregado pela primeira vez.           

    A Maçonaria compreendeu cedo esta Verdade e reconheceu os seus próprios deveres ampliados. Seus símbolos passaram então a ter um significado mais amplo; mas também assumiu a máscara da alvenaria e tomou emprestadas suas ferramentas de trabalho, e assim recebeu símbolos novos e adequados. Ajudou a provocar a Revolução Francesa, desapareceu com os girondinos, renasceu com a restauração da ordem e sustentou Napoleão, porque, embora fosse imperador, reconheceu o direito do povo de escolher os seus governantes e estava à frente de uma

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