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DCO e DAD - TCU 2008

Prof. André Luís

ANALISTA DO TCU 2008 – RECURSOS

61 O regime jurídico das fundações públicas e o das autarquias distinguem-se


quanto à forma de sua criação, pois as fundações públicas, ao contrário das
autarquias, não são criadas por lei e, sim, têm a sua criação autorizada por lei.

O gabarito preliminar aponta a afirmação como Certa.

Ocorre, porém, que a assertiva apresenta duas respostas igualmente válidas, dando
ensejo á anulação do item.

As fundações públicas podem ter natureza jurídica de direito público ou de direito


privado.

Aquelas têm natureza de autarquia fundacional e, assim, são criadas por lei.
Enquanto, estas são criadas mediante autorização legislativa.

A questão desprezou a primeira possibilidade, ao afirmar peremptoriamente que as


fundações públicas não podem ter natureza de autarquia.

Tal afirmação está errada. E se mostra contrária até mesmo com a jurisprudência do
TCU (órgão destinatário do presente concurso público) e do STF (guardião da CF/88).

Cite-se, por exemplo, neste último sentido, o Acórdão 203/2005-TCU-1ª Câmara, no


qual o ilustre Ministro-Substituto Augusto Sherman fez registrar:

“3. Ainda que o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira expressamente às
fundações, o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a origem dos recursos
e o regime administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão sujeitas, fazem delas
espécie do gênero autarquia.’
(...) 20. Diante da jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, que
considera as fundações públicas inseridas no gênero autarquia, e do conceito de
servidor público também supra exposto, adotado pelo Supremo, propomos que o
TCU (...)”

Pelo exposto, diante da existência de duas respostas igualmente válidas para o item,
solicita-se a anulação da questão.

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Prof. André Luís

77 O contrato de prestação de serviços contínuos de segurança e vigilância


pode ser prorrogado, com vistas à obtenção de preços e condições mais
vantajosas para a administração, por iguais e sucessivos períodos, limitados a
sessenta meses.

O gabarito preliminar aponta a afirmação como Certa.

Ocorre, porém, que a assertiva está errada.

Eis que, nela, se afirma: “O contrato de prestação de serviços contínuos de segurança


e vigilância pode ser prorrogado, .... limitados a sessenta meses”

Tal afirmação se mostra contrária à expressa disposição legal. Eis que o art. 57, II e
§ 4°, da Lei 8.666/1993 limita a prorrogação desses contratos a 72 (setenta e dois)
messes e não a sessenta meses, ao determinar:

“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
(...) II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão
ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção
de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta
meses;
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da
autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser
prorrogado por até doze meses.”

Fácil de ver que o limite para os períodos de prorrogação é de 72 meses.

Pelo exposto, solicita-se a modificação do gabarito preliminar, de Certo para Errado.

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