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Aexpansao territorial romana Inicialmente, essa expansio ocorreu pelo restante da peninsula Itdlica e contou com aliancas com povos vizinhos, flexibilizacao com relagao a cidadania, exten- so dos direitos e enfrentamentos militares. Entre os séculosVa¢. e lla.C, Roma dominou toda a peninsu- la. Com isso, pouco a pouco, 0 latim tornou-se a lingua oficial entre 0s povos itlicos. ‘A expansio romana provocou atrito com uma importante poténcia adversiria no MediterrSneo: Cartago, cidade fundada pelos fenicios no norte da Africa. Tiveram inicio, assim, as Guerras Panicas (264 a.C.-146 a.C). Esses conflitos foram resultado da disputa entre Roma e Cartago pela hegemonia comercial na bacia do Mediterraneo, Um dos princi- pais destaques do conflito foi a disputa pelo dominio do sul da peninsula itica e da ilha da Sicilia, regiso ‘também conhecida como Magna Grécia ‘As Guerras Punicas culminaram com a destruicao de Cartago. Esse resultado significou um impulso para o controle romano de vastos tertitrios. Dife- rentemente do que ocorreu com as regides conquis- tadas na peninsula Italica, a Sicilia tornou-se uma provincia romana e, como tal, era explorada e obri- gada a pagar tributos. ‘Apés a derrota de Cartago, Roma conquistou toda a bacia do Mediterraneo. Em seu expansionismo, Roma conquistou também a peninsula Ibérica e reinos helé- nicos, expandindo os dominios romanos. Observe os mapas a seguir. @ Aconquista da peninsula tética Mi sicuovac. Giseuowvec Eaisenonec wes ‘Adapt de 01 SACO, Palo Coo} Canad stor ortcae @ Bacia mediterranea: mare est nostrum (século Il a.C.) AFRICA -Acaplade de-015ACC0, roo [Coord Cosodistora ante emeiae Mane Ei terntsrios romanos to Scetiche Bane Mord ‘Aexpansio romana a partir da peninsula Italia fo! uma preparacSo para a conquista do Mediterraneo, segundo a méxima “Mare est nostrum {O mar é 9550), cunhada em moedas romana da 6poca, Veja no mapa, no alto, aconquista da peninsula talica, (2) Caputo ‘A expansio provocou profundas transformacoes: 0 Senado passou aadministrar um vasto territérioe Roma assou a ser a capital de um grande império. Os bens € riquezas vindos das provincias conquistadas, pela pilha- gem ou pela cobranca de tributos, convergiam para Roma, Isso produziu um impacto na economia, incluindoa que- da cada vez mais acentuada dos precos dos produtos agricolas devido a uma maior oferta de produtos. Os patricios ligados a0 Senado eram os maiores proprietarios de terras. Os pequenos proprietarios ple- beus da peninsula Itélica, ndo encontrando condigoes de sobreviver no campo, vendiam suas terras e trans formavam-se em mao de obra barata na cidade. Roma, em consequéncia, passou a crescer desme- didamente. A distribuicdo desequilibrada das riquezas elevou a tensio social, Milhares de escravos chegavam dos territérios conquistados, consolidando a econo- mia escravista, Surgia uma poderosa classe de nego- ciantes enriquecidos, chamados de homens-novos, ansiosos por alguma participacao politica. Toda essa situacao configurou a crise da Republica romana, pois © governo oligarquico nao tinha mais condigdes de fazer frente as crescentes pressées sociais e politica. Como os romanos obtinham escravos Os romanos apossavam'se de escravos através de procedimentos extremamente le timos: ou compravam do Estado aqueles que fossem vendidas debaixo da lanca” como par- te do botim; ou um general podia permitir queles que fizessem prisioneiros de guerra conservé-los,com o resto do produto do saque; ou obtinkam a posse de escravos comprando os de outros que fossem seus senhores em virtude de um dos métodos anteriores. tents prin de an es ral 2 Conflitos e transformacées na Republica Uma tentativa de superaco da crise foi a proposta de reforma agraria, formulada pelos irmaos Tibério e Caio Graco, Eleito tribuno da plebe em 133 aC, Tibério propunha que o tamanho das propriedades ruraisfosse limitado a0 equivalente a 125 hectares, Sua lei agraria chegou a ser aprovada, mas contrariava os interesses dos patricios, que haviam ocupado essas terras. nsatis: feitos, eles promoveram o assassinato de Tibéri. ‘Anos mais tarde, em 124 aC, seu irmao Caio Graco, também eleito tribuno da plebe, retomou a luta pela reforma agrétia. Ele propunha a divisdo das terras pui- blicas e sua distribuicdo entre os plebeus. Mais uma vez, 2 proposta suscitou a oposi¢ao dos patricios, que cer- caram Caio Graco nas proximidades de Roma. Encurra lado, Caio pediv a um escravo que o matasse. Esses conflitos, somados 8s campanhas militares ro exterior, levaram os generais a ocupar um lugar pri- vilegiado na cena politica, Para os senadores, eles repre- sentavam a possibilidade de restaurar a ordem pela forca. Entre esses militares, destacou-se o general Caio ‘Miro (157 a.C-86 aC), um homem novo que foi eleito Gnsul seis vezes consecutivas. Mario ampliou o recru- tamento militar, permitindo o alistamento de cidadaos sem posses, e modificou a organizacao do exército ro: mano: 0s soldados passaram a receber um soldo e par te dos espélios de guerra, além de um lote de terra apés 25 anos de carreira militar. Com essas medidas, os soldados passaram a preferir servir generais vitoriosos, J8 que seriam beneficiados com isso. Assim o poder dos ‘generais nas disputas politicas se fortaleceu e a lealda- de aos lideres militares passou a sobrepor-sea fidelida- de & Republica e a0 seu mais érgao representativo, o Senado. Lticio Comeélio Sila (138 a.C-78 a.C) foi outro general importante. Sila era rival de Caio Mario ¢ estava mais ligado a aristocracia, Nesse periodo houve uma divisio entreas tropas que apoiavam sia eas tropas que apoia- vam Mario e suas idetas reformistas, resultando em seguidos confrontos. Em 82 aC, apds a morte de Mario, Sila tornou-se ditador de Roma com o apoio do Senado e amparado pela Lex Valeria (Lei Valéria). De acordo com essalle, ele ‘governaria sem limite de tempo. Durante sua adminis: tracao ditatorial, opositores foram perseguidos eelimi- nados, naquilo que ficou conhecido como proscrigées de Sila, Em 78 aC, contudo, Sila renunciou a ditadura apés_aumentar o numero de membros do Senado e tirar os poderes legislativos dos tribunos da plebe. T pct: sen equivalent 0 ri metros qundrados ide: remuneraghoa miter de qualuer ‘Spotoe guerra cjtosenurasconqastados pelo (Rloverceder de naa guerra Pode se Jetodevalor coma oro. armas obras de arte. Em 73 a, as tensdes sociais que dilaceravam a Repiiblica explodiram em uma gigantesca rebeliso de escravos liderada pelo gladiador Espartaco (em latim, Spartacus), que viveu entre 120 aC, 70 aC. Escritos ro- manos (como os dos historiadores Apiano e Plutarco) re- gistram que Fspartaco, ao desertar de uma tropa auxiliar do exército romano, foi capturado e tornado escravo. Do- tado de grande forga fisica, fol comprado por um nego ciante elevado para uma escola de gladiadores em Capua (regio da Campania natalia), tornando-se lider de cerca de 120 mil escravos fugidos, somados as mulheres e crian- gas durante a Guerra dos Escravos ou Guerra dos Gladia- dores. A revolta se estendew de 73 aC aT aC e infigit sérias derrotas aos exércitos romanos até ser controlada pelo comandante Marco Licinio Crasso (15a. -58a.C)}.An- tes dessa rebelido, também chamada de Terceira Guerra Servil,ocorreram outras duas revltas, em 135a.C.e 104 aC. i i na Sicilia, contra a escravidao, Cena do filme Spartacus, producso lestadunidense de Stanley Kubrick, de 1960, a © © texto a seguir, da historiadora Alice Maria de Souza, destaca a interpretago de Apiano de Alexan dria (c. 95-c. 165) sobre a atuacao de Sila na politica republicana romana. Apiano fez seus comentario em, seu livo Hist6ria romana, escrito durante o governo do imperador Marco Aurélio no século li Ac. Relatos de um historiador romano Aplano apresenta Sila como um cidadao que lutou para defendera cidade e foiconstanterente ‘motivado por boas intencées, sugerindo que os seus alos, desde a invasio de Roma até a devolugao do govern da cidade para os Cénsules, foram funda ‘mentados unicamente pela necessidade de restau rar as instituig6es tradicionais e manter a ordem "A partir deste momento, 0s lideres de faccoes. lutaram entre si com grandes exércitos, segundo 0 costume da guerra.e a patria estava envolvida como um prémio para estes. (.]" (APIANO, Histéria Ro- mana Il, Guerras Civis 55} Ao longo do relato destes confrontos entre Mario e Sila, Apiano apresenta a ambigao como ‘motivadora das agdes do primeiro enobres inten- des para as do segundo. Segundo o autor, Sila, questionado por um mensageiro sobre 0 que 0 levava a marchar contra Roma, respondeu: “[-] para livré-la dos tiranos”(APIANO, Histéria Roma: nal. Guerras Civis1, 57). Apés a tomada da cidade, aconteceu uma assembleia em que os vencedores do conflito estabeleceram algumas mudangas no govemo que, segundo eles, lamentavelmente,“ha- via sido entregue desde muito tempo aos dema- .gogos’,o que justificava suas ages (APIANO, His ‘t6ria Romana Il. Guerras Civis 1,59). Dentre estas mudan¢as, podemos citaro retomo da votagao por centuirias (e nao mais por tribos), cuja funcao é assim explicada por Apiano:"[.]as votacées, nao estando mais nas maos dos pobres e desenfreados, ‘mas sim nas dos ricos e prudentes, nao seriam mais ofoco de sedigdes"(APIANO, Histéria Roma nal Guerras Civis 1,58), ‘Muito distante no tempo de Apiano,o atual historiador Rodrigo F. Gonzalez Cérdoba ressalta o que denomina de “historiadores nazistas’, que interpretaram Sila como"pertencente a verdade! ra aca de sangue romano, cujas medidas preten- diam salvara repiiblica romana” {00 Comdlo sila breve etudo Disporive’ em: “nnn corgresonstoiyats.org/oraisz02 0 a) Caputo O fim da Republica As constantes disputas pelo poder entre os mili- tares resultaram na cria¢do de triunvirates, governos de tras lideres politico-militares ~ 0 que também agu- cou divergéncias. © primeiro triunvirato foi formado ‘em 60 ac. pelos generais Jilio César (100 aC-44 ac), Estitua de Otivio Cf uncer Pompeu {106 aC~48 aC) e Crasso. aproximadamente, Depois da morte de Crasso, desencadeou-se uma \estido como um ‘guerra civil entre as forcas de Jtlio César, sobrinho comandante aristocrata de Caio Mario, e de Pompeu, vinculado ao vitoriaso. grupo aristocrata conservador. César venceu o confli +o, foi declarado ditador vitalicio e assassinado em pleno Senado, em 44 a.. Seguiu-se 0 segundo triunvirato, formado por Marco Anténio (83 a.C-30aC), Otévio (63. aC-144.C) eLépido (c. 89 a.C.-c.13 a.C), que provocou novos con- frontos. Otavio derrotou seus rivais em 31 a. e rece- beu do Senado os titulos de princeps (“primeiro cida- dio”) ¢ imperator ("o supremo”). Atribuiu a si mesmo o titulo de augustus (“divino’). £ssas medidas consu- mavam a concentracao de poderes nas maos de Oté- vio. Era o fim da Repiiblica e o comeco do Império Romano. Observe no mapa abaixo as conquistas de Otévio Augusto, @bominio de otdvio Augusto (27 a.C-14d.C) 2 tavio Augusto onquistas de Augusto nos independentes aliados

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