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LINGUAGEM & CULTURA Thos em cattoge Golria om Code, Jrusa Pees Fert Mercsm © Flats ds" Tinguogom, Misa Babin {ingae m; Progmaics« leolep Cates Vor rig" Fido om Sic Pao Produsco © Comune tmpisa, Teesnha bo Vampire ao Cale: Una Leura da Obra de Dation Trevis, Beta mae ” wi Past, Aeauinade: Une Letra da Obra Petia de Mio de Andrade Fata” Modenio, Maca Céba de Mores Leo Princ Joma Inpeinente « Obscene Paes Feria ¢ Lala Wa tha de Merapad: Marlo de Andrade 14 oF Hipanvdmercenoy, Rabi ideoorata em Videos, aio Plaza Podicar em Confronto: "Nove Nevers” ¢ @ Novo Romane, Saaiea Nica A CULTURA POPULAR NA IDADE MEDIA E NO RENASCIMENTO: (© CONTEXTO DE FRANCOIS RABELAIS DO MESMO AUTOR, NA EDITORA HUCITEC Marsismo ¢ Filosofia da Linguagem Quesbes de Lisrarua e Esttica (10 pelo) MIKHAIL BAKHTIN A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de Frangois Rabelais ‘Teadugto do Yara Frateschi Vieira EDITORA HUCITEC i: ered Bras So Paulo, 1987 ge te a SANZ er th fo i pe en Fes i cas ae Yang ey ee ee Be Base Girma, ae EEA Ss lee a 9) Brasil. Telefone: 11) 61-6519. Sot 2it Oia |ato ets (Copa: Lats Dias, EDITORA OhivERSIDADE DE BRASILIA 6 DE ‘Camus Universo — asa Nore ‘310 Bla, ise Feder Dados de Caalopasta na Publagto (Ctr) Tnermsonal ‘Ciara Brass do Lio, SP, acl) ee ire ee ander | ung tte Mina sbi, 1981978 [ees ae lt Hee, ey setae Fm Ranta and "Babues Wao ae Ya intact Vitra ~ Si ane | HUCHTEC ; eda ‘Editors da Universidade de Brasilia, 1987. a (Cneuagem © etn) |, Qilura — Hila — Sécula 16 2. Rabelais gots) "Catan eeepc 8. ‘Sita = ats Wo ser. Tito it Sére. Indices para extogo semi ultra Séeuo 16+ Ms 809 ge Mise 909 5 e Ismy 8527100193 Hciee Foto o dept eg SUMARIO. Introdupso APRESENTACAO DO PROBLEMA 1 Capito Primeiro RABELAIS E A HISTORIA DO RISO 31 Capito Segundo 0 VOCARULARIO DA PRAGA PUBLICA NA OBRA DE RABELAIS 1s Capitulo Tercera AS FORMAS E IMAGENS DA FESTA POPULAR NA OBRA. DE RABELAIS im Capitulo Quarto © BANQUETE EM RABELAIS 2 Capitulo Quinto A IMAGEM GROTESCA DO CORPO EM RABELAIS £ SUAS FONTES 268 Capitulo Sexto O“BAIXO” MATERIAL E CORPORAL EM RABELAIS . 323 Captito Seino AS IMAGENS DE RABELAIS E A, REALIDADE DO SEU "TEMPO 385 vin ine ace amen hr ae Tama i Insroducao APRESENTACAO DO PROBLEMA No nosso pais, Rabelais & 0 menos popular, © menos estudado, rnenos compresndido.e esimado dos grandes escuores da hteratura mundial NNo entanto, Rabelais oeups um dos primeios lusares entre os autores europeus, Beliaki" qualicouo de génio, de "Voltaie” do Sculo XVI, ba sua obra como uma das mlhores de todos os tempos. Os especalises europeus costumam colocar Rabelais — pela forca de st sia ede ua are, e por su importinca hisxica — edie tamente depois de Shakespeare, por vezes mesmo 30 seu lad. OS romantieos tranceses, peieipalmente Chateaubsiand Hugo, classi feuramno ene os mais eminentes génios da bumanidade de todos ‘0s tempos e de todos os povos. Ele foi considerado,e nda o &, nfo ‘penss como umn eseitor de primexo plano, no setide prdprio do termo, mas tembém como um sabi © um profes, Eis um julgamento ‘Spnifiativo de Michelet: "Rabelais ecoliea sabedoria na correne popular dos antigos dial ‘os, dos refroes, dos. grovérbios, das farsas dos estudantes, na boca dos simpler dos loueos "hanes aes lio spaccem com fod» grandee o ia do sézulo e sua forga proftea, Oude cle nbo chega a descobrir, cle entree, promete, diige. Na floresta dos sonhos, véemse sob cada fotka os trutos que cofheri 0 futuro. Este livio todo & 0 ramo de TEvidentemente, todos os julsamentos ¢ apreciagies desse tipo so ‘muito relatvos, No pretendemos decidir se & justo colocar Rabelais 30 Tado de Shakespeare, acima cu abaixo de Cervantes, ete. N3O sang Vion (IBUIBA Sera ron de Alte rosa de Mice: Mute ae Fron, Ed Flammarion,» 1X, 86, 0 rao de ‘ura praca ue » Sia cofau » Encas Nat chats, os hie 20 00 1 sta dvi de gue o ugar hisrio qu ele ocupa ene o evadores ova fteatraearopeie ets ndseueinens elds 8s Boe Hoccacio Shakespeare e Cervantes. Rabelas af poserourenne ao 6 aos destined Inert de lingua Hela Peek tamém ea liertura muna (provaveltete no meses pay ae Cervenes). E'tambenindubiivar que for @ mast dene srodernot meses da literatura, Para 0s, enicano, ns tocol uae de ear tgide mat profane extant! qt Sion as fonts populares, foteserpecion (a0 ge Mek, so com cetera hastante crate, ma exo long e sere ec ‘vas: ese Fontes determinant o vonunto Ue se titra 8s Uh 4s, asim como a coneepto arisicn Ee hse Jasin ese cater popular pulac ¢, poderiamos dizer, ‘ata, de todas as imagens de Raa que expeg que 8 os foes ia do Uo exespctnsinent rc, cots & abso seams ich E lamb es carter pope que eagea "9 spe eae Ineraa de Rebels, sto, sua reenis & sisarse toe chaoeee ¢ fart de ace Trae vigenes desde 0 seule XVI ae ats meee dias, ndependentemente das varaden que o sen cons ene sod Kabel reason exes modes mito mas categorcamene do gos Staeipeare ou Carve, os gust iam & chiar eo sseoee, ¢lisscos mae ou menos eset de sua epoca, AS imagens te Ree tates apres Sram ghee cs elect nae sees ical nett eM Smt, or ‘sane se Teele ta ae fe dere fet Pid panar aban ee Sees mn sie ea a en pe reat ined Rig ce Se ‘Target mamene eb oe bre sso Sp eon inn te total de sua obra. = | Gx ronlogeezeaeiam Rabis da pesos come arnt Seti Babs arte oem di fret, Ma Rael Ie itn eu a ome ge ‘in in ce aaa se gion ene noses Foe a ate a ee ae rec Ras so ee Sir gue Sc Sn Gm we rs dx 2 do ri aero sila Mera poplt, io pesamene tes qua tule de evelgio Iierra gue se fos apreenaar ia. Indes & nents de afniades,enquano que ar mayen de Rabelas tao perfeimente poionadas lor da evlupae milena da el ‘era popir Se Rabults € 0 msc dos autores clissics,€ porge eng, ya ser comprendido a teormilagao radical de foe at coneep- Ses atcat e ieolies, 8 capacicade de deface de ruts SXfetuas do gon rans proftadamente antiga, Tein Go ‘ne inidad® de noyoeec,sobretudo, una investigogfo profunda rns dicta Sn ropa ue om mo po © lo spericalmente explora 7 ‘iat, Rabelais & dill, Em compessagéo, «S00 be, st conver sientemone deciads, permite mina a calor chien poplar iris mignios, da gual Rabelais foo emioens pot-voz na Hert tun Astin, o fone de Rabel dove ara cave don eoplndios Sanfurioe da obra mica poplar, que permanceeram quase incom fresno © pouco explorade, Ass &e aborios, fundamental st eta cave : ‘A presente introducao propée-st colocar o problems da cultura amish popslr na Tdade Mia © no Reasciment, scr sue Sinesdeve in ravanent sine cacti ig ‘Como ji observazon © #80 populate Sua fois contiuen © camo mats exbdado da crisp populer. A coneepdo eset do Sarde popular ¢ do foldore,nisede na epoca prezomatie ¢ conchida tsencsimente por Herder e os romintis, exc quate totalmente cullra expctca da praga pablca também 0 humor Fe em toda» rigucta dab suns manifsagde. Nem mesmo pos Kelomente os especie do folltee da histria Iria consid ‘ara o hurr do povo na praga publica como um obj dign {Studo uo ponto de vse curl, worn, flee ou lero Entre as vumersas invesigagbes lees consaradhs 208s, Into ete obras poplars lines o cies, o tuo Seupa ape Um Tiga modesto. Mesto newas coded, a naurea expetica do £30 Youar aparece ealmente deforma, porque one spcade is ErnogSes qe Ines alean uma vee Ques formaram 1b o domino ext de wc utr tmpon mech 0 fee Permit alimar, sm exgery que a profende oiiealigne da ania fultre comics popular nso faint revelada No nant, sur ampliude e inportinca bi Tade Mésia © no Renascinent' ram conldeavee, © mundo ifn ds [ormas mmanfestagdes do so opunhase & cltra fil a0 tom serio, rl fos e feudal da Epo, Deira tna vraag, ett formas € taienagoes —~ ap fein pleas crnavalena, os ts € clon ‘icon tsps os bude tals, gates, andes € Ronson, 3 ‘pathagos de diversonestils ¢ categoria, a Teratura parédica, vasta mullforme, ete. — possuem uma unidade de estilo e constituem partes eparcelas da cultura cdmica popular, principalmente da eultra ‘amavalesca, una c indivsie. ‘As miltplas manifesagses dessa eultura podem sabdividiese em née grandes calogorias: 1 As jobmas doy rifle BEGEUIE\Testejos carnavalescos, obras ‘micas repesentadas nas pragas pleas, et); 2. brat cdalas verbals (inclusive as parédicas) de diversa matu- sera: fas escias, em Tati. ov em lingus vulgar 3. Diversas formas e géner0s do yocabuldrio familar e groseiro Cinsulog,jramentes,biasoes populares, et.) TEssas 8s caleporigs que, na. sua Reterogenidade, HG lu mesmo aipecto cémico do mundo, eaio exteltamente isterrlacio- ‘nadas e combinam-e de diferentes maneiras. ‘Vamos defini previameate cada uma das its formas. 6 fj do cetera, som todos ot 0 «ston chine que = ‘ese cin, ocopavam ut ager muito inporante navn do boner Gedy Ate toe cxenes popranene Clon es cam ncoree™ Thos de sts» procter complcadas que encima pags Ts dicant dati ccbavemaetmbem ata ds toay™ (Gees sttorim) 8 tesa 00 ano ex ‘anbesn um a0 pascal ris paca) mut expcal eine, consagrado pela wal {toast dic, que ods a ous rons pout um pesto bones poplar’ pic, consgrdo tunber pela vad. Ee 0 hn por teonploy dat “la do emo" Mualete compe haat de fra cim sou co corjo de felon pubes, durante rau te eublam pig, andes, monte, amas “abe. A ripesesgio dos miro e oir dnvaan num ambiente de cre 4.055 oming Saa coma apes se asin (C} Se cuebravam guainente mi cae. Qs acompathava totem ‘csetmimas estos civ da ida colina sin, ox fle ¢ os ‘obo asia empre fe fangs do cerinonal sx, parodand sear sor (procamasio dot nomer dr vencdores dor tres, ce ini ae enega ocho dp vata, igo” doe novos Cinachos et. Nena fea se feala Sena itervensto dos tlemenor de ura orasealo cbmc, come, por exempl,» eee eames eres “pare i pre peda a fesiviade, Fede oe comet: zat ane iia ssstavam una dleeng sti, wm Alerega 6 practi, pode: ape ene ota bs ie ear ented crea Saris dai ou 8 Eta eal Ofereim na iho do mundo, do homer dst Yeager Bumonas flames Geen, deeds: ‘ ‘mente nfo-ofcia, exterior & Igeja 20 Estado: ter cons da ab ado do do SIGM OA Danae a cua ts fda abs quai OF Torrens a Taide Média periendam cm maior ou tenor proporedo,e 008 qua eles. yviam em. ecasiSesdeterminadas Isto crlava uma cspcie de dilddde do, undo e cremes que, sem levi-la em consceragio, ndo se poderia compreender nem © cons siencia culturel_daIdade Média-nem a civiiaglo.renascentista, Jpvocar ou subestimar oso popular na Tdade Mia deforma também ‘quadrocvoltivo histrico da clrura europa nos séulos seguintes, ‘A dualidase na percepsio do mundo e da vida humana ja existia 19 estégio anterior ds civilzagio primi. No follore dow povor Primitives enconrese paallamente aos culos serio (por sus orgs: hhzagéoe seu (om), wexsenca de culls ehmicos, que convertiam as divindades em objtos de burla e blastémie ("riso situa); paallae ‘ents aos mitos srs, mites cfmicos einjuriosos;purlelamtnte 003 Heri, seus sins paris, Ha pouco tempo que os especatstas do folelorecomesaram a interessarse pele tose mitos cimicos Entretanto, nas tapas priostivs, dentro de um regime social que io conbecie ainda nem classes em Estado, 0s aspectos séton ‘micos da dvindade, do musdo ¢ do homem eram, segundo todos ‘@ inlcos,jgualmente sagrades e igualmente, poderiamos dizer, “oi. iss, Essa caraccrisoa persste as vezes em alguns rigs de Spocas jonteriores. Assim, por exemple, no pinitvo Exade romano dente etvimonia do tiunfo, eleva e esaredia-e 0 veneedor em Iginl proporgto: do eso modo durante os funeris chocvarte (ou lcbava se) rdeuaraavase 0 dfunt, Mas quando se exablece rep ds clases e de Estas, tomace inposivel outorga dos igus « amor ee aspecion, de mode que at formas comicat — ‘Spunas mais cod ours tals unde —“adgucem tm carter ulo- ‘oficial, seu sentido’ modifica-se, elas complicam-se ¢ aprofundam-se, ara rarsformaren-sefintmene nas formas fundamentas de expres. $o ds sensagio popular do mando, da ellra popular 0 exsa Gos 2s canavalescosno mundo antige, sobretad as satrnals rome ‘as, ts como os earhavals a dade Magia gus esto evidenteent Smut dstants do rio rival que a comunidade pumitvs coniec ‘Ouse sho a crate Gea dat formas dos rose sul cimiss de dade Mesias ents de mas made oa €# fas naturens is €, qual €0 seu modo de extenda? ‘io se tu aturamente do itn Teligesos, no. génro, por sxemplo, da ltugia cst qual les se Tlaionan por ago e80- * Veamt a ierentsins aie don win sos « a rete seen sca oben de Es Maen 4 orig da pop bare, SoBe nen) cl ticossistantes Pia do cal telipeso. Todas owas formar sho decdamente ‘terire Iga e 2 relgo. Eas pertencom hese paula da vida cotdana, Por seu carr concito ssmsivec asa um poderoso elemento, 4 Jogo, cla estio mais relacionadas as formes araucas © sama: ‘or ndgens, ou Sj, formas do. tear £6 serdade ‘ue as ors do espetiulo tetra na Inde Maia se aprowtnonars Is essincia don camavais populace dot quai consttulam ne ceo ‘onto uma pare. No entato, © belo dete cultura, to 6 0 cama Yl, nto é ds maseia aluma a forme paramente atta do Sco tetra, de forma geal no eats to dominio da ane Ei 6 sie mr te Na ase ‘ide apresntada com. os elemeatescaracteistios de tepesenagio, Ne verdad 0 caramal ignora toda dotnefo entre stores epee, {glotes, Tembem ignora o paleo, mesmo na sa forma ebronsda, Pos o paleo teria desta o carnaval (einversament, « ertlgso palo teria desta o espericlo testa). Os espectadones ho ite so car deo om ma tz Gi aa fl sn ‘riprianatureza exe para fodo'0 povo. Enquanto cura o camaval ‘o's contec ota vk sent 4 do cara tapos Gens eta, pols 0 carnaval no tee neahima tronteira lps Dantas 2 realizado da festa 6 e pode verde condo coin soso Tes 4 leis da lberdade, O carnaval posal um carter univer, ane sstado peculiar do mundo: seu rnascimento ea sa forego, do sss paccpa cada indvdoo. Essa € x propia esencia to caraway, 0: que particpam dos fests sentem-o itensancnte, 7 i omanas, experinentadas como um fetoro ‘fetivo e completo (embora proviso) ao pais da dade ce oixo. As tradigbes das saturnais permancceram vavas no carcaval Ga Tage ‘Média, que representou, com maior plenlade e pureza do que outs fesas da mesma cpoca, a sia do renovacdo universal. Os outros Nese senido, 0 catmayal nio era uma forma artistes 4e espeticalo {catral. max yea forma concreta embora provsérs) da prope vids, que néo era simplesmenterepresentads no paleo, anes, pelo contréio, Wivida enquanto durava o carnaval Isso pode expressarvse da toque ‘nancira: durante o camaval ¢ a propria vida que representa inter peta (sem cendio, sem paleo, som atore, sem especadares Gu nfe, sem os alrbutos especiticns de todo espeticulo teatraly ene coe, forms livie da sua realizacso. isto ¢, 0 se0 prone sesame ‘enovagio sobre methores prinsipis. Aqui a forms efetiva da vida é 20 mesino tempo sua forma ideal ressutitada, (Os buldes € bobos so as personagens carsctersticas de cultura cimica da Tdade Média, De certo modo, os veiculos permancateg consigrados do principio earnavalesco oa vida cotidans (aquela que Se desenroiava fora do carnaval). Os bufoes e bobos, come for fo @ bobo Triboule,* que atuava na corte de Francisco T Ce gue também no romance de Rabelais), no eram ators que desc: Penhavam seu papel no paico (& semelhanga dos comedianter que ‘mais atdeinterpretariam Arlequim, Hats Wats, et.) Peo contréto, es contunuavam sendo bufées e bobos em todas as ctcanatinesy de vida. Como tas, encamavam uma forma especial da vid, 40 mesmo tempo real ¢ ideal, Stuavamse na fronteia entre a Wda ¢ ale {numa esteraintermediéria nem persenagens excéalrivos ou estiph ‘dos nem atoret cdmigos, ‘Em resamo, durante o caraval & a propria vida que representa, € or um ceré tempo 0 jogo se ansforma em vida real Ens € natu ‘za specifica do carnaval, sew modo particalar de exten, © carmaval € a segunda vida do pose, baseada no principio do iso. a sua vida fesiva. A festa é' proprietade fontamental ‘odds as formas de nos e espetécutoe comueos da Ieaae Mela, jFodas essas formas apresentavamy um. elo exterior com as istas religioas. Mesmo o carnaval, que mio enincidia tom nenium fato da ‘stra sigrada, com nenhuma festa de sant, realzeva-te nos ttn dias que precediam a grande quaresma (dai os nomes frances Je Mord: was ou Cardneprenant , 005 paises germinicty de Fas. ainda. As fesvidades (quilguet que seja 0 seu tipo) so uma forma ‘pmol, mazcate, da eviiagS0 mumana, Neo proceo vee 1S nem explic as como um prodato das conics finalidads Brat abalo cletvo nem, inerpretgao ss vulgar ain, is neceteade bolgie (isioogica) de descanso pein, Alloa cease te Som nal or randy aptniram sempre uma concepedo do. mundo. Os "exerci de ‘hulancougio © sperfgoamento do proceso do tribalio het, © “Joo no trabalto", 0! descanso ous trgun mo trabalho sases SE Flo tb de cne de Fes 1 bX He pants wpetanee en Ribas ca sae Je Tole AT aca 7 a a ser verdadeiras fesias, Para que © se) ces res fe ees Gh a Ere agthae Seine ney we Drei poe meee eect ee cee Cn so eee eT ‘nat ma an mento. a a se tn ony age hc At sa amar er aii sea i a ee ipl Ca ora eet Se Ses Sa ces ie tn gene a a Src enari n ae oa gees barometer iat rane el Seopa Semeur es mak pees eee Neen te at ere nae aera Seach he Wea a ae iste grace menisaa sak ccs Sts REE Geen pnt ac ‘ee Sateen Re es Sen nce Seg i er a See ft cat Capp a i Oss taunts ans Dees hia hating pgp leant a So Re a ee es St aunt ae tog cds eae Sines ape apa ein nn re ee sree tne eer ner eat arian te eli a in ie a ec at ches Seat antes pe Sl dl ia tes Sahai pea Ne a tlt Mn a ae Seto soo meer ec pte a le see acini Per agar ie al i's eae Se Shieh Caio a Sarde Se ers ea eae Sito “F ; i r i 5 ‘das sltorndocias © ronovagées. Opunia.se a toda perpetuago, a todo ‘aperfeigoumento e regulementaséo, apontava para um futuro ainda MEQclnio dae rage hicriqion posuia ieasto rit epee, Nas fests oct, com ee, as dtingbs renga {5s destgcavamaelntencionslmene, cada petonsem spresetave se com sini dos seas ils, aus ¢ fungoes ceupuva Tuga ‘eservado para o seu nivel, Ess Gta aba por finaiade a cote. ‘rio da desipuidad, np conto do ermal, em que toda era, [fant onde Yeinara tn forma especial Ge coviate ve ¢faiher enue indvidvos gormalmentesepaados na vida coda peas bar= fois inrayponivels sua soni, sua fotuna, Seu eaprege, Huds e nga fara Conirstando com a xeepclonal herarquzagdo do rege feudal cam sua exer compartinentayfo em eadosecorporayies nada erst. Durante esse longo period, esa Beratra sfreu, brvidentemente, udanges muito. sbbstancias (Imenos sensei, con- tudo, na literatura em lingua Tata), Surgiram géoeror diversos & varagbes estisticas. Apesar de todas as distingbes de época © de nero, esa Hteratura permanece — em maior ou menor medida — 4 expressio da concepcio do mundo popular e carmavalesca, € emprega, portant, a linguagem das suas formas e simbolos. ‘A literatura Taina parddica ov semiparidica estava extremamente funda, Possuimos uma quantidade consideravel d= manuseitoy ‘os quais toda a ideologia oficial da ipreis, todos os seus sites s80 Aesertos do ponio ée visa cOmico. Orso atinge as camadss maq alts do pensamento e do culo eligiow, ‘Uma das obcas mais antiga e otlebres desta literatura, A cea de Ciprido (Coena Cyprian), wavestia sum eeprito carmavalesco toda 4 Sagrada Escritura (Biblia e Evangelhos), Essa parédiaestava auto- Tieada pela tradigto do “riso paseal” risus paschalls) livre; nea encoo- ‘ramos cos longinguos das satumais romanas. Outrs obra. muito antiga do mesmo genero, Verglus Maro grammaticus, 6 um erudilo tratado semiparédico sobre a gramdtica latin, 20 mesmo tempo que uma parédia da sabedora escolistica © dos métodos cicntfices dos ‘comegos da Idade Média. Estas duas obras, que se stuam na con- ‘éncia da Antighidade e da Tdade Média, inauguram a literatura ‘mien medieval em latim e exercem uma inludrcia preponderante ‘sobre suas tradigSes. Sua populridade persist quase até a época do Renascinento, Posteriormente, sargem duplices parédicos de todos os elementos ‘do eulto © do dogma religiow. 6 que se chama 2 parodia sacra, lum dos fenémenos mais originals ¢ ainda menos conipreendidos da terature medieval. Saberos que existem numeroses liturgias paré- dias (Lturgia dos beberrdes, Litrpia dos jogidores,et.), paras ‘das letares evanglicas, das oragbes, inclusive as mas sogradas (como ‘© paienosso, a aye-maria, ete.) dat litanias, dos hinoseeligosos, dos ‘salmos, assim como de difereaes sentengas do Evangelso, ete, Esre- 2 came tamenotpadios("Testamento do port", “Teste todo tore") etn pari, Ses perc dar con weg ces See nd cme ea Elsen em este wen gee IgGs Use ae en ‘Sexisa sob a egid do ro putcal” ou Jo “nso de Nata gutta {rps orgs peeion)eava em gto dees som ¢ Sa Sor Ge” oe muapremia none seal “lcm dso, event one vedas da leratra Sica nn, como, por excpio, as dapat © dogs parlion, ties fubdise, ae Seu are dotam postr fogranese um eee iat co frglo cm ain tine tuto eede Bras os St ain os catovab pea qe eprclo dott ds ue So este, varies e clon ‘hierar conta Ind Tdade Média chao & sn porense ast Ss Resin cm, Pl da te rm (una aus eoghes ul eateries & st careers ak Theaura mundial) & com ir Citar de komen obewror CEniile oberon var), Altera cimica em lingua wigar era inualnente si. mis sversfeada sings. Nela eacontramos cectios andiogos & parodia fuer press pric, honiat pares. (camadse em Praga Sermons oyeut),cangtes de Natal, lendss sgradas. parses, €. No eotano, 0 gue dominava eram sobreudo parSdas e tavests Incos que ecamecam do reine feudal c sua epopiaherdca Eo as dis cpopan paris da [date Mein ue poem em” cena ‘nimais, bile, malandros e tlot; elementos a. epopta berbica [ardcia nos cantor, aparecmento ce dplices cOmtcts dos hedis Epcos (Rolando eben), Compsen-se romances de exralaia Parécicos, tain como a mula sem rio, Aucastn et Nicole, O8 ‘Sferentes ginerot da rtiric cOmica destnvolvemeses “debates” car= rier, pi dog ogo cn (0 Sri) ‘e. O vis do carsval resto noe febliuy © nas pogte potas pelos “vagantes™ Cestidnts ambulance). oe carnaval da praga ‘pablica ¢ vtilizam, mais amplam -em.latim, as fermulns eos mboios-d6-earavel Mas €-a dransiugia eosin medial gue Gil mals eaelamerts Ugada 40 camaval A prea Dela cooea — que coservanios — de Adan el Hal, Le fu de la Feuille, € oma excelente smote da visio eda compreensi da vida £40 mundo puramente earnavalescos cnién em feme nurerosot ‘lementos do future mundo abelian. Or milagre: e mocaldades So “carmavazadoe” em maior ou menor pau. O10 se irodur tambérm_nos_mistérios, 2s diabrurgs-mistérios estio_impregnedas de “carnaval dp. At ses enfin 30 ‘xtemarente camavalizado oo fm 6a Téede ESA 8 ‘Tratamos apenas supeticinlmente nestas pipinas de algumss das ‘obras mais conhecdas da heratura cbmica, que podem ser mencio- fnedas sem revorrer a comentarios especial. & suficiente pare sim- plesmente coloear © problems. Em seguda, porém, & medidn que Enalisarmos a obra de Rabelais, deternos-emos de forma mais deta Thada nesses generote obras, © em outros menos conhecidos. ‘Vamos tratar agora da terceica forma de expresso da cultura cbmica popular, isto 6 de certos fendmenos e géneros do vocabuliio familiar publco da Idade Média e do Renascimento. 14 disemos que durante o ama ns procs pias aol rvs das eae barreras hierirquicas entre 25 pessoas ¢ a climinagéo de certs ‘ogra ¢tabus vigentes na vica eotidiana criavam um tipo especial de ‘Comunicagéo ao mesmo tempo ideale real entre as pessoas, impossvel ‘de estabelecer na vide ordinvia, Fra um conteto familia © sem enigbes, etre individuos que nenbuma distincia separa mats “Como resultado, @ nova forma de comunicegio produziu novas formas linghsticas: gineros inédites, mudangas de sentido ou elimi- ago de certs formas desusodas, ec. E muito comheci # existéncia de fendmenos similares na epoca atual. Por exemplo, quando dus ‘pessoas critm vinculos de amizede, a dstincia que as separa diminut {estho em "pé de iguaMlade") e as formas de. comunicagdo, verbal ‘mudam complelamente: tratain CClassicismo). Vamos dar a essa concopeio o nome convandional reali, grotesc. Noel no (onsen images de altura -cbimsa populas), © principe ‘sempacsspareve soba forma ‘niversa, festival ‘ami. » sal £0 compl 70 ligados indissoluvelmente numa totaidode viva ¢ indvishel. Eun oajuni alegre «-benazeo. ‘No realsmo grotesco,ocmento material e corporal é um principio profunsamentépostve, que nem aparece sob uma forma epota, ‘ew teparado' doe deme aspoaes da wdn. O principio mati ¢ ‘corporal pereebido como universe popular.© como tal opto ‘toda separapdo das rizes materials « corporis do mundo, a todo iolamento econfinamer. em si mesmo, 4 to cater eal abso, a toda pretensio desis cugdo devtacada e independente da terra ¢ ‘emtdo res fesido_ompletamente singularizados nem separados do resto do rina aits-ror do pencpio matcsial ¢ corporal nd € aqui nem o ser vio USS fn Cepia nde tga, at poey a pove. die na aun svolueio-cresce «renova coestantemente, Por Seo.6 lemenio corporal € tio magrific, exageado Snliito. Esse fxages tem, un eater poo e afmatin, © centro capital de ‘odes imagens da vida corporal e material sio a fetlldade, 0 crecineio¢snapeabuncincl. As maf via patel alo S40 atebuias «um sex iokgio ilado ot UM kao. “economieo", partgisr-e egnsta, mas a wma espécie de cleo. © geevan (eclarecremes mais trde 0 se0- ido desis aitmagées), A sbundincia ea universalidade determina por sua vez 0 carter wiegre e festive (nfo cotidano) das imagens ‘eféfentes& vida matesiae corpora. © principio mats ¢ corporal EDprincipo de fests, do banquet, da sles, da “Testanca". Esse aspeco subsiste conideravelmente na Ieratura ena arte do Renasc- mento, e sobretudo em Rabelais. ‘ trago marcante do teal sotesco ¢ 0 rehaiament, ie. Sener ee aeanne sits tnobsolivel unkiade, de tudo que < elevade, espstual, Weal ¢ © iso, por exemple, da Coena Cyprian (A Cela de Ciprsy que je menconamon ede vias ous paris ‘ainas 42 Tdade Média cuos autores em grande pate extraram da Bila, 7 doe Brangthos © de outros txos sagraos todos os deales mate- Tae conporas degratantse errata, Em cots dialog comi- or mato popuarcs 1 tends Media come, or empleo us tmantém Sulomio © Marc, hé tm conapouto ene a maxis Stlomdaicas, expresas em tom gre ¢ evade, 38 mune jocoss epedestes do butte Maral queso steems oes premedie. dine at mando mara ed, omit wal) Precuo scarce, tambéch ue tn dos prosedingate tos £ omicidade medieval consna em transfert cecmsti Hen tlevado a plano materia corporal asi faam or bute Guanie ‘os tomeio, 2 cedndnias de nicagio dos eatlchor'e en outa Sea es, Names dies do do on nvlecenco que aparecom 0 Dom Qultor, so. sptaday pelt traded do rains groeso. To 'A:Brundica josh ava muito em voga no ambiente escolar & cath Tdade Mia Essa tradelo, que remonta 0 Pergl:ream ‘mats, jt menconado, exendee a long> da Wade Média do Renascinento «subi anda bojeortmente as eect sclegin © seminiios religoses dx Europe Octleatal. Nes pramfica lege, todas as calegoriasgramatcay cass, fms Yel ley 880 tts fetidas an plano uteri ¢ corporal, obretudo etic, ‘Nao Sio apenas at pardlae no snigo estilo do term, mas tandem todas a eutas formas do renisme gotsco que résiam brorimam da teva e corporis Esa € ¢ qualidade eencal dese realm, que © separa dos demels formes “sobre” e Hteraurae tee eT Ge gna au az oe eas ee iso. grotesco, fo szmpreligado 20 balzo mate © corporal ‘io degrada e mata, Queer nen fot, an deradaes pics do ei smo grooves? Pra ee pegunta datos tgre apes oma scopes prelimina, uma ver que o ests ds obra de Rabcios nos permis, fox présine cpt, prec, amples ¢aprotandars none eo Cepgho dest formas, No realismo grou, a degradaglo do slime no tem um carter formal ou estiva ©. “alec 6 “bal” posse al vay Seals rola e rigootamentetopogéico, O"alo™ € 0 eb: 6 "bala™ ¢ a tra; a ura £ aging de absorg (0 tml, 0 ene), to Ines tempo, de ateinenio e resuregto (o se matrne). Este fo valor tpoprtica do aloe do bai no seu aspect cosmic. No Seu aspecto corpora, que nfo ests mea separade com sigur do tee aipecte comizn, 0 alto tepesentado pelo Tono (a ce), 60 4. dllogs de Silo « Mara, dgratanes ¢pedete, sho muito se ncn ar ogee gue wt B. Gants Sane a. 8 baixo pelos degios penta, 0 seni ep asin. © reaismo grotexo ‘2a pada medieval basclan-se ness signicagdesabsoluss. Ke- falar coosiie em apyouimar da tena, anlar em comunhlo com 2 tera cmb coo um pnp de sbordo & ao memo ier. Se nascmerto: quando se degrada, amaralhacse semeisesiul- tapramenis, mate se © dese a vida cm squida, mas c melhorl Depradar significa entrar em comunhio com a vida de parte inferor de corps a co veil & dds Orgion Bema, © poraao com atos ciid'9 oid, a concepe, a gravides, 0 pao. a absorcio de slimen- tore a saagio dat necceiades natura A depadasje para © ‘Gj cecpora pare dar gpa ¢ tn novo nascioone Tacs temsomente um valor dsstatvo, negative, mas também um posi, fegazeradge'€ amblaleni,so-besmp tpo iezsia 2 trans. eee eeepc @ su 3 er ‘So ton pe uae roduivo, no gels rete 2 mepeio eens, © onde fl fees oft © tian puso al on ob, ano an Senet Sos erent a to fsompee acne Pr sn parietal spre cm nd om pa veda pune otal ta ose eos 1 nae mr tam eae es om um cae exh vice sep cae anole, enero puro, coho pny © as agdaes em eel io psa coe Sreoa spe mndsna vienemene tn iment Sicgso ora "As dlpradagtes (paréices © de outos tips) sto também carse- teen da eas Go Remsen, ue ppt deta forma tctores ties cola tes pula: (oe node pare Sent compl profund car Rabo), Mes enclose 9 (Minne patch Sry aca de sna mb ela as Beto seu urine ese cae fest stenense No can, Sepsis Ee apna conegando nt, como o denon Slate v exempt D: Ouro "A Tak pened ap doiadapbesparicascondur em Cais an eapoicays dates on conuno coma farsa rods ion rerterador da eae do cmp. pongacto daha ‘pascr iss, a0 exo Temp, pepo aera © corporal SXtepsbrces¢ se dis uh paca Ea nur ex Ge cla sivas eat nes da mal © See ‘etayer sgn im i pi 1 and ee do Sinn Pay seu apt cu sde so snda aap © potandannte ewatvlecon cn aaa pa 3 ‘htc «neh em ch caters po, Sin propento pasta aondinea pr Senco € a dscdete dito don stig domévioe purged da fsonddade qh podesot 19 1% por expo, nos debs vases corns. Nas imagens da bein comin esto ainda vs a8 as do bangute © ds fsa 0 ‘merino de Sancho, vou ven, tu peti sus abundastes Pela tur nn “fi cbs” dy ea {Goteo, alegre timolo corporal (a baniga © vente ¢ Sea) ero pas acter a ieatsne de Don Ovi, a elie Foe lado, nbtsto ec iscsive; alo “cavavo da tise figura” pace eer mores pra renscer nov, mtr © nai Saeko €or tivo natura, compra ener daspeensbes dts ban ¢ pls an dio, Sanco sgpsena ben © Serv popular da graviade eaters! eis pretenses epi (G'baixo sotto sem cemar, norte rae que See ila) O pape! de Soneno Pangs em ago.» D. Ounote pode st Soniprado ao das paréias mesons Gnte das ase clos sl ina eto essa eon eo Cha fm relcte 4 Quaresm, ces © siete pozipo gencador ese fad, eiore numa forme stemaad, nes images erv-atta dos Snow de vento (ignites) lbergcs (cals). ebanos de Sot dos oven (ston de cra), sje (cae) prosaas (aas ds nobreza), ce urn pon ars eee, {ee convene ocombatem cor ¢ banquet amas cateadass Sv tense de conse vss de bafvesr, 0 ange em Yabo (Grist do combate coor os ods Ge whe) Ge Est senio primordial ecaravalesco da vida due aparece nas images trins ¢ corporis romance de Cerentes © precer, renfe ese sentido que eevao eto do se resume, seu unone smo ese profenc> wopamo popular, or oro lado, encanto, 0 cores e objeos coms a ada, x Cervarts, un carier povado‘epesoa, por cama to st Spequenam e's domestcam sin dipatadcs so'niel Go asses itd iy co nada 0 de brn tee edo oe egos. 14 nto o lnferior psi, capa de eager ida ETrenorr as um obsicl.estupio © moribundo ques evana Senta as ampieges do tel Na vida coven dos vidos bala, dons mans co “ine” coral conservam apent se alr etn. cen gue anc fr fost ten 2 tera €o gounos rmpore eso mages do “neon” espera tenn rds as inagnn atures do roti Val No eta, ese proceso ex apts cmopando em Cavan. Esse segndo aapecto da via dis imagens mattis e corporis combina com 0 primcito aura wnidae complena¢ Contant, 1 Peiodo em que ex perme comer cane, 2 6 a vide dupla, intense contracitria dessa imagens que conti sua lores € 0 Sigil do principio material e corporal na ‘nto: o eat es CGY Slo steal Unidad da tere geradora € separados do corpe universal, que cree ¢ se fenova som cesar, Soe quis estavaneunidos na culture popular / Nea consi are ESTE do Rensscimento, ess coptara ‘lo seconsumare ainda por completo; 9 "baxo” matetale corporal do reaisno grotsco cumpte ainda sus fungoes unificadocss, deere- dant, destronadoras, mas 20 mesmo teinpo regentradaras_Ndo im porta “guao. disperse, desu ualzados etessen. 0s sl prec au fr si a cn eek aetna vidualismo; o particular ¢ 0 universal esto ainda ee oa alee coma oan Se eee * Smits io nna 90 Resse a ft sna suficlentemente esclarecida. Séo duas as concepgSes do mundo que ‘eatrecruzam no realismo rénascentista: a primeira deriva da cultura ee ae mee. pees a ta i Gea aha eaanine hs shcacs dene dos eerie omen, sent Se Tcl ene gaia cent nel seen cea ht aout sao no ee ene en a SEy gamed ts ds ae des, iE opeeel ease alma gr pare cnprecdet ee eo Sarr ace Sareea Se satan Pern Senne O tapos ent ra ee Se ee gta AG go ants a wa pcr isos oe ep do So a deans ae ae ate ee cee ae Be dines on nce Epa eens eet os ome mrs em eve, pm rt comp ‘kts ‘ou dessas formas mais ov menos vivas. nem noscrcevcta un fenme eet vane ee oe, Sa cionae Beene’ deers. 8. cts on eee SGonsS Tica tap sins (ices) ne a pensivl do imagem grtesca. Seu segundo tago inispensivel, que ‘ecare do primera, € sux ambivalénci af dots poor da madara antigo e o.nove, 0 que morre eo gue nas, © prnapioe © ft fern scent ee) tno Ja attude em relagdo 20 tempo que esti na base desses formas, si erecta toada de consitcn, duane wu deservlvnents no urna dos mlens,tofrem, como € satura ua evteyaoe tansto. imaydes subaancals, Now prods ial Ou arcalcos Wo ots, © “emmpo apace como uma simples jutepsiio (pretcameate sina. tinea) das dss fases do deenvovimento: co e fim: Inverno- Deimavera, morte asceato. Ess imagens ands piitvas move {to ical boodamico do cio Vial proutor da matte do homem. A ices das ennges, a semeadure, «concep, a mote € 0 crecineno so os componcais dena vida produor. A noglo ‘note do ego conga nesss antiguas agers € nog do {empo cicleo da vida aatzal etolégca, | Mis, evdentememe, as imagens gotecas néo permanecem nese estiio primi, O seatimento do trpo e Ur steed ds eaghes gueihe nc, amps sof ¢ tara os fees soci ¢ histnos; seu carter Clon superado'e loves 4 some peo histcca do tempor4 ero ae imagens protean, com set Stade fundameotal dart de sucesso das ete, coms 20. ‘alinca, convetemse no frincpal mob. de expresto.ariicy ¢ \deolgica do poderso Sentmeno da bila © da aleranea is ‘Grice surge com exepcona! gor no Renasimento, Xo ena, mesmo nese esi, © sobretudo om Rabel, as Imagens poeics conserva una ratureea, original ferencarse slarameate ca ge dk vida clang, peciabelesiess pecan, Sto imagens ambivaests © coeraarias que parecem afore, ‘monsrioss ¢ horendss, se consideraéas Ho. ponto de. vita dt ssid “lisa” to da exten Ga vide coin preevobteide Ecanpleie. A nova perceppio tnca due s trespase, contests tm Sno aie ens casera sco ata teniconal: 0 coil, a graven, 0 puto, © cescinento corporal a velic, x desgrepagio eo dspecaramento corpora es om da & {us mer met, cobnam yenoc leer andamen is do sstena de imagens otescas Sap imagens que Se optem is Imagens clésieas do corpo humane sealade® pero © car lens maturidade, depurid dt ec do nacineno o'dsea¥ol Ent as oflebres figuras de trracota de Kectch, que se conservars ‘no Museu IErmitage de Leningrado, desacantse Velhas grévidas cua velhice ¢ gravidec sio grotescamente sublnhadas. Lembremos ainda 2 ce, so to, es wos vis rim’ Tatas um po temas coscteaice & eyes om, pote anos Elite premio; a more uc da 8h: Nao nada pret, ada sire oa sna corpo sae vets Comba a 9 cope Scconpase eons da velice€ 9 cone tn ost 6a SaeMEe's din ream seu poco toate nerarmone ‘Stato. ao bs nade proto nem compo. 2

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