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Cuidado, Cavalo Batizado e Crítica Da Conduta
Cuidado, Cavalo Batizado e Crítica Da Conduta
Abstract Introdução
1 Programa de Pós-
The current anthropological study focuses on A relação terapêutica exige competência em cui-
Graduação em Saúde
Coletiva, Universidade de the assessment by patients/citizens concerning dar pelo profissional e, simultaneamente, a au-
Fortaleza, Fortaleza, Brasil. the conduct of health professionals in a public tonomia e o “empoderamento” do paciente 1,2.
2 Harvard Medical School,
general hospital in Fortaleza, Ceará State, Bra- As habilidades relacionais fortificam o vínculo
Harvard University,
Boston, U.S.A. zil. From January to July 2005 we tracked 13 key entre ambos e a co-responsabilidade. A prática
3 Núcleo de Humanização na informants during hospitalization and ana- clínica, entretanto, é atravessada pela precária
Atenção e Gestão em Saúde,
lyzed their narratives of the experience. Accord- estrutura, gestão centralizadora, difícil acesso,
Secretaria da Saúde do
Estado do Ceará, Fortaleza, ing to our observations, patients develop defi- desorganização, tecnicismo e poder hegemônico
Brasil. nite opinions of the caregivers’ gestures and ex- da Biomedicina 3.
pressions during the entire process. In the health A mudança na conduta profissional está pau-
Correspondência
M. K. Nations professionals, patients appreciate the human tada na inclusão da subjetividade e das raízes so-
Departament of Social ability to express affect, to talk, and to include cioculturais do paciente 4. Isso porque o médico
Medicine, Harvard Medical
School, Harvard University,
them in clinical decisions, above and beyond the trata a patologia da doença, enquanto o paciente
641 Huntington Avenue, professionals’ technical skills. Patients criticize sofre a experiência de adoecer, expressa em for-
Boston, Massachusetts, aloof, cold, and rude attitudes by health pro- mas específicas de pensar e agir 4.
U.S.A 02115.
Marilyn_Nations@hms.
fessionals, whom patients compare metaphori- A formação acadêmica, todavia, não prepara
harvard.edu cally to “human quadrupeds”. They recommend o profissional para escutar os significados e sen-
an affective, empathetic, and ethical approach tidos do paciente, comprometendo a qualidade
and clinical communications backed by straight do cuidado 5,6. É preciso uma “tecnologia da in-
talk, friendly conversation, and respect for daily teração humana” que permita a visão política da
customs related to life in Northeast Brazil. We cidadania 7, o pensamento problematizador 8 e a
contend that this legitimate and critical voice ética do cuidado 9. Maior eqüidade de poder na
of the patient/citizen provides valuable clues for relação clínica exige integrar diferentes conheci-
transforming professional conduct, rehabilitat- mentos, respeitar a singularidade do paciente e
ing patients’ morale, and building a humane promover o protagonismo 10,11, tornando o tra-
hospital within a context of social inequalities. balho vivo e criativo 2.
Objetivamos analisar a relação do cuidado
Physician-Patient Relations; Humanization of sob a óptica do paciente internado em hospital
Assistance; Delivery of Health Care público, identificando as competências julgadas
indispensáveis na conduta do profissional.
competência humana, referida em 60,2% das lhando segredos e ternura igual a um amigo do
138 apreciações. Saber cuidar da pessoa, não so- peito, amigo verdadeiro. A liga que os une é o
mente da doença, é crucial. Competência em ser amor.
afetivo, hábil em conversar e incluir o paciente Observamos, contudo, poucos gestos de cari-
na tomada de decisão constituem requisitos fun- nho – beijo no rosto, toquezinho nas costas e bar-
damentais. Embora menos freqüente (39,8%), riga, cafuné, dar as mãos etc., com uma exceção.
também é importante a competência técnica em Após dois anos à espera da cirurgia para reduzir
realizar procedimentos (Tabela 1). Apesar da di- o estômago, Mário, 42 anos, ficou alegre, pois seu
versificação dos casos, as fragilidades relacionais médico festejou junto o fim do sofrimento pela
desveladas se aplicam a todos os 13 casos acom- obesidade.
panhados. Estabelecer um elo afetivo exige um cuidado
genuíno: “ele é delicado, atencioso, cuidadoso e
Competência humana em ser afetivo cauteloso”. Trata o paciente com “educação, com-
preensão e respeito, deixa à vontade”. O profissio-
O paciente destaca como o cerne do cuidado nal robotizado é percebido: “é fechado, calado,
humanizado a relação com o profissional (27,5% desligado (...) só trabalha por obrigação (...) só o
das apreciações). Avalia pelo grau de proximi- ser profissional, sem sentimentos”. Um motorista
dade que o cuidador estabelece, ou não, com de ambulância reclama da autoridade medonha
o assistido. Julga um trato distante e frio como dos atendentes: “é preciso que esse pessoal gos-
desligamento afetivo. Saber aproximar-se e inte- te deles mesmos para dar amor ao outro. A gente
ragir delicadamente é a habilidade mais referida, quase sempre é humilhado!” O olhar acolhedor do
diferenciando um profissional humano de outro profissional é decisivo. Sem ele, o procedimento
“bravo, ignorante, ruim (...) que não é bondoso, é julgado inadequado: “o exame não prestou (...)
não tem coração ou até um cavalo batizado” – nem olhou para minha cara!”
pessoa bruta que dá coice em quem se aproxima; A liga carinhosa é mais forte entre os com-
a única diferença do animal cavalo é ser batizado panheiros da enfermaria, que rapidamente se
na igreja quando o é. Essa conduta desumani- tornam amigos do peito, repartindo objetos,
zada choca-se com a expectativa de ser tratado cuidados, conselhos e afetos. Observamos cenas
como gente. Pacientes esperam uma ligação cari- fraternas no cotidiano hospitalar: um visitante
nhosa, empática e honrada. penteando o cabelo de um paciente idoso, e dois
homens debilitados, em camas próximas, acari-
• Ligação carinhosa ciando um ao outro.
Tabela 1
Freqüência de competências do profissional da saúde valorizadas pelo paciente no hospital público. Fortaleza, Ceará, Brasil,
2006. (N = 138 apreciações de 13 pacientes).
Humana
Atitudes e habilidades de ser afetivo com o paciente 38 27,5
Atitudes e habilidades de conversar com o paciente 28 20,2
Atitudes e habilidades de incluir o paciente em decisões clínicas 17 12,3
Subtotal 83 60,2
Técnica
Atitudes e habilidades de realizar procedimentos clínicos 55 39,8
Total de apreciações 138 100,0
para sua cirurgia, desabafa: “foi a ansiedade desse responsabilizar-se pelo outro. Elvira, 50 anos,
exame, a espera (...). A gente bota muita coisa na indigna-se com o atendimento médico: “ele é
cabeça, se sente perdido”. O desespero por infor- muito fechado, fica calado (...) só examina e vai
mação levou outra a implorar clareza: “apelo que embora. Disse assim: tá aqui seu exame, passe nu-
deixem tudo mais claro (...) têm muitas mulheres ma farmácia e pegue seu remédio, aí volte em dois
mal informadas!” meses!”
Na conversa amiga, o profissional chama o pa- Pacientes valorizam uma conversação agradável,
ciente pelo nome, demonstra interesse, conhece despretensiosa, bem-humorada e sem objetivo
o seu problema e escuta o que ele tem a dizer. definido. A conversa jogada fora é um bate-papo
Estabelece uma interação humana com os sujei- descontraído, além do discurso técnico, monóto-
tos: “Como você está? O que está acontecendo?” no e sério, trazendo um ar de leveza à situação de
Evita a impessoalidade, cumprimentos formais dor e sofrimento. Esse papo legal acontece num
e perguntas dirigidas que induzem respostas au- clima de informalidade, como entre amigos de
tomáticas, pois sequer propiciam o diálogo: “Tá bar. Antes, durante e depois dos procedimentos,
tudo bem? Dormiu bem? Já se alimentou?” ajuda a relaxar, distrair e esquecer o momento
Tal como ocorre entre amigos, essa fala in- doloroso. São falas da política, da novela, do jogo
centiva, encoraja e dá segurança. Maria, 55 anos, de futebol, da chuva no interior, dos filhos e histó-
ressalta sua conversa amiga com a médica du- rias de vida. Em momentos tensos, o profissional
rante um exame invasivo: “fique calma, tudo vai competente alivia a preocupação, rindo, brincan-
dar certo, não se preocupe, farei bem rápido, deva- do e soltando piadas. Sônia nunca se esqueceu
gar, com cuidado (...). Ei, olhe para mim, vai pas- quando o seu bebê nasceu, e o obstetra brincou:
sar, eu sei que está doendo, mas vai passar”. Outra “é um garotão (...). Estou vendo os sacos balançan-
se sentiu segura, quando uma enfermeira pegou do!” E continuou cantando uma música carnava-
a sua mão no centro cirúrgico e exclamou: “olha, lesca: “balança o saco de confete e serpentina!”
tá tudo bem, Deus está com você, e nós estamos
entre os amigos”. • Conversa sincera
A fala hostil ou brutal, que reprova, ironiza e
agride, inibe a conversa amiga. Enquanto sofre O caráter ético na comunicação é de suma im-
dores do parto, uma enfermeira censura a ges- portância, pois o bom cuidador é “igual a um
tante sarcasticamente: “aqui não tem nenhuma padre que tem discrição”. Fala com sinceridade:
criança, não! (...) Você não é marinheiro de pri- “diz diretamente o diagnóstico para o paciente”.
meira viagem, não!” O profissional gritou com A omissão de informação provoca desconfiança.
o Sr. Mano, 93 anos: “você é muito frouxo, não Se o discurso do profissional é indefinido, efusi-
prestava para ser mulher, não!”. Tais expressões vo ou contraditório, o paciente suspeita que es-
produzem sentidos de rejeição, reforçando desi- tá sendo intencionalmente enrolado. Elvira, 50
gualdades na relação. anos, internada para uma biopsia uterina, sente-
se traída pela ginecologista, que não revelou a
• Conversa de “peito aberto” verdade, enganando as mulheres. A médica não
indica a cirurgia e a deixa angustiada: “por mais
O profissional competente conversa abertamen- que a médica quisesse me explicar o porquê de não
te, sem amarrar-se em assunto predefinido, dei- ter feito logo a cirurgia, eu não entendi (...) por que
xando todos à vontade: “aquilo que a gente vê foi tirando aos poucos?” Devido à superlotação e
e sente pode falar, ajuda 100% na recuperação”. espera de oito horas para se internar, outra pa-
Aproxima-se do paciente com o peito aberto, dis- ciente narrou sua descrença: “dizem que o leito
ponível a escutar, sem julgar o mérito ou impor está ocupado, que tá limpando, tá arrumando (...)
seu pensamento: “não rebate o que a gente diz e só iludindo a gente!”
não dá sua opinião”. É uma fala acolhedora, que
estimula o paciente a contar sua história de vida, Competência humana em incluir o paciente
pois “basta uma palavra, e a gente se sente moti-
vada!” Incluir o paciente nas decisões clínicas é uma
Na fala fechada, ao contrário, o profissional habilidade valorizada, embora com pouca fre-
fica de cara amarrada, rígida e tensa, sem abertu- qüência (12,3% das apreciações). Participar ple-
ra para dialogar. Há longo silêncio ou expressão namente, questionar procedimentos terapêuti-
monossilábica: vire, cuspa, tome, te vira, comu- cos, recusar cuidados e ter próximo os familiares
nicando a indisponibilidade para interagir ou são direitos admirados. É preciso o consentimen-
como se fosse gente! Deseja uma conduta que dade e capital de poder no jogo intersubjetivo ins-
integre a alteridade e o respeito. Portanto, é pre- titucional” 34 (p. 28). Pouco adianta criar caixas
ciso cultivar, no profissional, uma atitude de ge- de sugestões e ouvidorias se não for ampliado
nerosidade humana, que respeite a diversidade o direito de cidadania. Concordamos com Des-
cultural de cada povo, sem estigmatizar ou dis- landes 35 na idéia que é prioridade o Estatuto de
criminar, estabelecendo uma relação terapêutica Pessoa e de Sujeito, pois valoriza e reconhece a
justa, equilibrada e madura 2,28. pessoa como um indivíduo, com um ethos, uma
O paciente recrimina a linguagem técnica, cultura e um sujeito biográfico, singular e único.
objetiva, proposital e centrada na doença, que so-
mente transmite informação. Requer conversar,
“dar voltas com o outro (...) uma forma inclusiva e Reflexões finais
extensiva de diálogo (...) um fluir na convivência,
no entrelaçamento do linguagear e do emocio- A abordagem antropológica facilitou enxergar o
nar” 29 (p. 80). Propõe uma comunicação que protagonismo do paciente e demonstrar a sua
abarque códigos culturais do cotidiano nordes- valiosa crítica ou etnoavaliação da hospitaliza-
tino: fala esclarecedora e uma conversa amiga, ção. A pesquisa exigiu criar elos afetivos com os
de peito e aberta e jogada fora. Exige uma conver- informantes, acompanhá-los de perto, durante
sa sincera, honesta e ética, independentemente todo o seu percurso no hospital, e penetrar o seu
da gravidade da notícia, seja um diagnóstico de mundo moral local para que superassem o medo
câncer, a morte da mãe ou de seu bebê. Protes- de reclamar do serviço. Somente com essa apro-
ta contra o médico que engana as mulheres, re- ximação e confiança, conseguimos descobrir a
cepcionista que enrola a gente e enfermeira que riqueza oculta da sua vivência. Assim, amplia-se
ilude. Teixeira 30 (p. 593) sugere um acolhimento o olhar clínico para enxergar a pessoa no pacien-
dialogado: “o reconhecimento do outro como le- te, seus sentimentos, significados e julgamento
gítimo outro; de cada um como insuficiente e o ético de valor. Portanto, desvelar essa apreciação
sentido de uma situação fabricada pelo conjunto leiga é indispensável para humanizar o cuidado e
dos saberes presentes”, fazendo emergir uma con- garantir a cidadania.
vergência das diversidades. Descobrimos a viva voz, não do “paciente”
Embora < 15% dos informantes balizem a sua oprimido pelo poder institucional, mas do pa-
inclusão nas decisões terapêuticas, eles perma- ciente-cidadão observador, reflexivo e crítico, ca-
necem indignados. Por trás da gentil saudação, paz de avaliar minuciosamente o menor gesto e
“o que você manda hoje, doutor?”, encontramos interpretar a expressão mais sutil do profissional,
um crítico do serviço público, um paciente-ci- seja do cavalo batizado, seja do coração bondoso.
dadão. Ele valoriza o profissional que sabe com- É essa a voz legítima, comprometida com a de-
partilhar o poder de decidir, e respeita sua au- fesa da vida, que poderá revolucionar a conduta
tonomia; que sabe não só cuidar, mas também profissional, remoralizar o paciente e humanizar
“empoderar” 31. o cuidado.
O discurso profissional predomina no hos- É necessário refletir, todavia, sobre a pos-
pital que investigamos. Insistir em falar pelo pa- sibilidade de mudar as condutas profissionais
ciente, decidindo o que precisa ser feito sozinho, inseridas em estruturas de iniqüidade. Há ain-
é um abuso de poder 32. Está longe de um com- da, a necessidade de incorporar, na formação,
partilhamento dialógico, em que o paciente é su- além dos conhecimentos técnico-instrumentais,
jeito, não apenas como “coadjuvante da decisão outras formas de saber: significados e sentidos
do como fazer, mas deve participar ativamente da realidade do paciente-cidadão, sua cultura,
também das escolhas do que fazer” 33 (p. 696). emoções e condições de vida. Edificar uma no-
É nesse palco de contradições, entretanto, que va relação terapêutica, não de dominação, mas
emerge a crítica leiga da internação, a etnoavalia- de respeito, afeto e vínculo, é um grande desa-
ção, provocando mudanças institucionais. fio, entre muitos, para uma conduta profissional
Não basta saber o grau de “satisfação” do pa- solidária e uma gestão ética a fim de construir o
ciente; é preciso “propiciar sua maior legitimi- hospital humano.
Resumo Colaboradores
Trata-se de pesquisa antropológica com o objetivo O trabalho de campo, a redação e revisão final foram
de revelar a apreciação do paciente-cidadão sobre a realizados por ambas as autoras.
conduta profissional num hospital geral público, em
Fortaleza, Ceará, Brasil. De janeiro a julho de 2005, foi
acompanhado o percurso de 13 informantes-chaves Agradecimentos
durante a hospitalização, e sua narrativa da experi-
ência, analisada. Constata-se que o paciente avalia os Apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien-
gestos e expressões dos cuidadores durante todo o per- tífico e Tecnológico (projeto nº. 403744/2004-0: Hospi-
curso. Valoriza mais, no profissional, a competência tal Humano: Etno-avaliação Centrada no Paciente e seus
humana de ser afetivo, de conversar e incluí-lo em de- Sentidos, Significados e Experiências Vivida), Hospital
cisões clínicas, do que sua habilidade técnica. Critica Humano e da Fundação Cearense de Apoio ao Desen-
a atitude distante, fria e bruta, metaforicamente com- volvimento Científico e Tecnológico.
parada a um cavalo batizado. Sugere uma ação pro-
fissional afetiva, empática e ética e uma comunicação
clínica respaldada na fala, na conversa e no costume
da vida cotidiana nordestina. Argumenta-se que essa
voz legítima e crítica do paciente-cidadão oferece va-
liosas pistas para transformar a conduta profissional,
remoralizar o paciente e construir o hospital humano
no contexto de desigualdades sociais.
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Recebido em 29/Set/2006
Versão final reapresentada em 26/Fev/2007
Aprovado em 19/Mar/2007