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Ignatief 10.03.

2008

10.03S PLANOS DE INSRALAÇÃO DE ANTIMÍSSEIS ESTADUNIDENSES NA POLÔNIA: UM


TEMA PRINCIPAL NAS CONVERSAÇÕES DE DONALD TUSK EM WASHINGTON

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, encontra-se nos Estados Unidos em visita oficial de dois dias.
Um tema principal da agenda é o problema da instalação de dez antimísseis estadunidenses no território
nacional. O assunto é comentado pelo nosso observador político Viktor Ienikeev.
Esta visita haveria de ser considerada no contexto dos planos alimentados por Washington de criar uma
terceira zona de posicionamento do sistema de defesa antimíssil nacional na Europa. Se na Polônia está
previsto montar uma base de antimísseis, na Tchéquia deveria ser construída uma potente estação de radar.
Como se compreenderá, uma das referidas instalações não poderia existir não teria sentido nenhum sem a
outra.
Ao longo dos últimos meses, Washington, Varsóvia e Praga têm estado conversando em níveis diversos sobre
essa temática. Depois de visitar os Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw
Sikorski, declarou ter sido alcançado um entendimento geral com os Americanos a esse respeito. Aconteceu
em primeiros dias de fevereiro. Porém, como mais tarde se verificaria, nem tudo estava assim tão
desanuviado. E pouco antes desta visita do primeiro-ministro Tusk ao além-Atlântico, o ministro Sikorski
disse que os debates dessa questão poderiam se arrastar por vários meses, posto que as duas Partes
mantinham umas determinadas discordâncias fruto, principalmente, da intenção de Varsóvia de vincular seu
acordo com os planos estadunidenses à promessa a ser dada por Washington de modernizar seriamente as
Forças Armadas polonesas e muni-las dos sistemas antiaéreos “Patriot”. Os Estados Unidos, entretanto,
querem separar os dois assuntos; portanto, o regateio continua. Vale observar neste contexto que na recente
visita do primeiro-ministro da Tchéquia, Marek Topolanek, aos Estados Unidos também não ficou claro se
Praga deu ou não seu aval para a construção da estação de radar americana.
Nessas condições, as conversações do primeiro-ministro polonês Donald Tusk com o presidente George Bush
revestem-se de grande importância. Há quem tenha já dado a entender que estas poderiam ficar coroadas pela
assinatura de acordo bilateral. Hoje, porém, já se compreende que tal não acontecerá, embora os Americanos
estejam com muita pressa. Considerando que faltam uns meses contados para o fim do mandato presidencial
de George Bush. Os Poloneses, entretanto, receiam poderem cair como um pato. Só imaginar que Varsóvia
diz aceitar os planos da Casa Branca e os Democratas chegados ao poder nos Estados Unidos deles se
retraram!
Sem dúvida que os Governos polonês e tcheco não podem ignorar que uma grande parte da população de
cada país se manifesta contra as intenções de Washington. Como é de supor, deveriam levar também em
conta a posiçãio da Rússia, a qual rejeita categoricamente esses planos americanos. Os políticos em Moscou
julgam que os referidos planos estão voltados não para se defender de mísseis iranianos e sim para neutralizar
o potencial de dissuasão nuclear da Rússia. Outrossim, se tais planos forem levados a efeito, a segurança e a
estabilidade na Europa ficarão prejudicadas e ficará perturbado o ambiente de confiança e compreensão
mútua. Custa explicar às pessoas normais, convenha-se, por que é que a aceitação desses planos unilaterais e
tão perigosos de Washington seria melhor que a aceitação das propostas de Moscou prevendo criação de um
sistema antimíssil em comum com a Europa e a América. Essas propostas formuladas pelo presidente
Vladimir Putin continuam em pé.
Acabam de ouvir um comentário do nosso observador político Viktor Ienikeev.

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