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PROPOSTA DE PROJETO
PLANO DE TRABALHO
1. FICHA DO PROJETO
2. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
e venham a fomentar a inclusão social e econômica dos Catadores de Materiais Recicláveis”. Nossa
ênfase, JD.
2
“[…] o uso e a criação sustentáveis do Conhecimento estão no centro do processo de desenvolvimento
econômico.” - IDB-Knowledge Economy Program-Special Program Pre-Proposal-Draft- May, 2008 –
item 1.1 p.1 - Nossa tradução, JD.
4
3. OBJETIVOS DO PROJETO
3.1. GERAL
O objetivo desta proposta é sistematizar e articular os conhecimentos adquiridos -- já
incorporados pelas cooperativas de catadores de materiais recicláveis mais avançadas –
alinhados a uma coleção de novos conhecimentos sobre ações e processos, de forma a
gerar referências técnicas, blueprints, procedimentos organizacionais básicos e
informações logísticas. Isso levará ao desenvolvimento dos Módulos Integrados de
Conhecimento3– MIC - com ganhos em escala e valorização, e que possam ser
difundidos e replicados -- dentro da perspectivas da construção de conceitos baseados
na Economia do Conhecimento.
3.2. ESPECÍFICOS
3
MIC , ou em inglês, IKM - Integrated Knowledge Modules
4
A Rede CATABAHIA é formada pela organização intermunicipal de nove cooperativas de catadores
baianas. Visa à implantação de um organismo específico para o desempenho de atividades relacionadas à
coleta e comercialização de resíduos, gerando novos postos de trabalho e definindo estratégias mais
eficientes de inserção no mercado. A Rede focaliza suas ações em projetos geração de condições de
competitividade para as cooperativas de catadores. O Projeto avaliará as oportunidades de extensão
analítica para as cooperativas da rede CATASAMPA (SP).
5
CDM - Clean Development Mechanism
5
COMPONENTE
Períodos Mensais
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
I X X X X X X X X
II X X X X X X X X X X X X X X X X X X
III X X X X X X
IV X X X X X X X X X X
V X X X X X X X X X X X X X X X X
VI X X X X X X X X X X X X X X X X
VII X X X X X X X X X X
VIII X X X X X X X X X
6
Cada uma das Componentes a seguir corresponde a um dos Objetivos Específicos do projeto, acima
apresentados.
7
Acquired Knowledge Profiles (AKP)
8
New Knowledge Profiles (NKP)
6
10
Nesse sentido contribui para o adensamento do setor de conhecimento (K-sector) das unidades de
catação.
11
New Knowledge Profiles (NKP).
8
Cronograma da Componente
Cronograma da Componente
Períodos Mensais
EFICIÊNCIAS RELATIVAS E
REDES DE COMERCIALIZAÇÃO
Atividade 9 10 11 12 13 14
3.1 X X
3.2 X X
3.3 X X
3.4 X X X
3.5 X X
10
3.6 X X
12
Cf. Damásio, J. “Análise do Custo de Geração de Postos de Trabalho na Economia Urbana para o
Segmento dos Catadores de Materiais Recicláveis” – no prelo – mimeografado 2006.
11
Cronograma da Componente
Períodos Mensais
MÓDULOS INTEGRADOS DE
CONHECIMENTO - MIC
Atividade 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
4.1 X X X X
4.2 X X X X
13
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
12
4.3 X X X X
4.4 X X X X X X X X X
4.5 X X X
Cronograma da
Componente
Períodos Mensais
MECANISMOS DE
DESENVOLVIMENTO
LIMPO - CDM - PILOTO
Atividade 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
5.1 X X X X
5.2 X X X X
5.3 X X X X X X X X X X
Cronograma da
Componente
TREINAMENTO E
Períodos Mensais
CAPACITAÇÃO
TÉCNICA PARA
CATADORES
Atividade 4 5 6 7 8 9 10 11 - 15 16 17 18 19 20 21 22
6.1 X X -
6.2 X X -
6.3 X X -
6.4 X X -
6.5 X X -
6.6 - X X
6.7 - X X
6.8 - X X
6.9 - X X
6.10 - X X
6.11 X X - X X
16
17
Aqui o Projeto procura contribuir com o esforço de construção de indicadores de conhecimento, ou K-
específicos, como proposto em BID-Knowledge Economy Program-Special Program Pre-Proposal-Draft-
May, 2008 – p.10 2.14.
17
Cronograma da Componente
Períodos Mensais
INDICADORES DA ECONOMIA
DO CONHECIMENTO
Atividade 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
7.1 X X X
7.2 X X X
7.3 X X X
7.4 X X X X X
7.5 X X X
7.6 X X X X X X X X X X
18
Cronograma da Componente
I II
III IV
VI VII
VIII
LEGENDA
18
Acquired Knowledge Profiles (AKP)
19
New Knowledge Profiles (NKP)
20
7. ANTECEDENTES DE PESQUISA
20
O GERI foi criado em 1983 e é registrado desde 1985 como um grupo de pesquisas consolidado pelo
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É um grupo de pesquisas da
Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia – Salvador – Brasil.
21
“Análise do Custo de Geração de Postos de Trabalho na Economia Urbana para o Segmento dos
Catadores de Materiais Recicláveis” elaborado pelo Prof. Dr. João Damásio para o PANGEA/ Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em 2006. O estudo encontra-se no prelo, para
publicação, com prefácio do Ministro Patrus Ananias, do MDS.
22
Favor referir-se a op.cit. pp. 87-112.
21
Esses foram os números do ano passado, 2007. Este ano o processo está aberto
novamente para submissão de propostas, para uma potencial concessão de
valores semelhantes. Vale a pena lembrar que esses recursos não são destinados
na forma de empréstimos: são recursos de investimento social, executados a
partir dos lucros do próprio banco.
23
Cerca de US$ 105 milhões à taxa de câmbio corrente.
24
Cerca de US$ 14.375.000,00 à taxa de câmbio corrente.
25
Grifo nosso, JD.
26
Damásio, João (2006) - op.cit.
22
Na amostra na qual aquele estudo foi baseado28, é possível ter uma visão geral de
como as cooperativas e associações de catadores no Brasil são distribuídas,
classificadas de acordo com os respectivos Degraus de Conhecimento DG1,
DG2, DG3 e DG4:
28
Op.cit.
27
DAS PESQUISAS ANTERIORES PARA ESTE PLANO DE TRABALHO: APRENDER -FAZENDO E CONHECER
APRENDENDO
28
8. JUSTIFICATIVAS
POR UMA ECONOMIA DO CONHECIMENTO NA CADEIA DA RECICLAGEM: OS
CATADORES COMO PROTAGONISTAS
Pelo título, o Projeto pode parecer mais uma proposta de resgate social do que
um projeto de Economia do Conhecimento, já que o problema principal deve
ser um Problema do Conhecimento, onde não se conhecem as técnicas; não se
sabem os impactos; enfim, existe uma falta, ou mesmo ausência total de
conhecimento.
No entanto, não há como negar que o presente projeto implica na discussão de
vetores de conhecimento que incorporam uma importante componente de
resgate social. Afinal, ele é focado sobre o segmento humano provavelmente
mais excluído dentre todos os demais estratos de nossas sociedades.
Assim, torna-se inevitável – quando se fala de catadores de materiais recicláveis
– serem aludidas as formas de potencialização de sua organização, formalização,
treinamento e melhoria de suas condições de vida.
Isso necessariamente implica no aumento dos ganhos por dia de trabalho; na
dotação de equipamentos e instalações para a eficiente operação; na
alfabetização e na utilização de equipamento adequado; e até mesmo na adoção
de noções de higiene, sanitização e limpeza de seus apetrechos e no uso de
uniformes.
Porém, implica também na transformação dos catadores de materiais recicláveis
em protagonistas: na sua participação na administração das plantas e na tomada
de decisões; na formulação dos critérios de distribuição dos resultados; enfim,
no aumento dos níveis de democracia interna.
A produção de bens através do reuso e da reciclagem já mostrou ser uma prática
tecnologicamente viável, ambientalmente correta e economicamente eficiente.
Além disso, é, sem dúvida, um instrumento potente para a inclusão social e para
a redução da pobreza.
No entanto, a sua contribuição total para o conjunto do processo produtivo e
suas interfaces com outras atividades estão ainda necessitando de melhores
mensurações e de estudos mais detalhados. Mais preocupante ainda: os
conteúdos de conhecimentos nas cadeias da reciclagem – em particular aqueles
presentes nas organizações de catadores – nunca foram extensivamente
estudados!
Hoje, no Brasil, existem algumas cooperativas que detêm um conjunto de
conhecimentos já adquiridos – em técnicas, organização e qualidade de seus
produtos -- que são utilizados por seus cooperados para obter rendimentos
sensivelmente melhores30. Essas cooperativas “líderes em conhecimento
adquirido” entretanto vicejam lado a lado a uma maioria de catadores
trabalhando em condições de miséria e subordinação.
A grande maioria dos catadores brasileiros não detém esses conhecimentos,
embora também não se possa dizer que eles não detenham algum
conhecimento. Tratam-se, portanto de níveis diferentes de conhecimentos
adquiridos. Essa maioria não conhece as técnicas, não conhecem os impactos, e
pode até mesmo resistir a formas de organização.
Entre os catadores existem variados níveis de conhecimento. Entretanto é
possível discernir patamares distintos, aos quais é possível chamar de degraus
30
Em um texto do BID, pode-se ler: “recursos do conhecimento tais como know-how, habilidade e
propriedade intelectual são mais críticos do que outros recursos econômicos como a terra, recursos
naturais, ou até mesmo a mão-de-obra”. BID-Program Profile-Knowledge Economy (KE) Program - Feb,
2008 – item 2.1. Nossa tradução, JD.
31
31
“Algumas vezes, a utilização de meios tradicionais de colecionar, transmitir e aplicar o conhecimento
pode ser mais eficiente do que sistemas altamente sofisticados”. - BID-Knowledge Economy Program-
Special Program Pre-Proposal-Draft- May, 2008 item 2.1 p.4 - Nossa tradução, JD.
32
Por favor, referir-se ao item abaixo sobre Capitalização e Conhecimento.
32
33
Por exemplo, para o PEBD de cor branca a reciclagem pode corresponder a um grande número de
produtos reciclados de diversas cores. Para um PEBD de cor escura, a reciclagem deste produto somente
corresponderá a produtos de cor escura. Evidentemente a primeira situação corresponde a um preço
significativamente maior do que o da segunda situação.
34
Pesquisa realizada pela ONG PANGEA em algumas cidades do Nordeste brasileiro registram que o
PET é vendido por catadores por U$ 0,07/Kg para atravessadores que separando nos seus diversos tipos,
o revendem a U$ 0,80/Kg.
35
“Na Economia do Conhecimento, este é utilizado para produzir benefícios econômicos, portanto
transformando-se em motor do crescimento econômico”. BID-Knowledge Economy Program-Special
Program Pre-Proposal-Draft- May, 2008 Item 1.1 p.1. Nossa tradução, JD.
33
38
1.1 “KE é, assim, definido como o valor agregado não-monetário que a sociedade recebe pelo maior
acesso a dados, informação e conhecimento” - op.cit. item1.1, p.1.- Nossa tradução, JD.
35
O material reciclável tem como característica geral pouco peso e muito volume.
Pagar para carregar ar é muito freqüente nas operações de coleta seletiva.
A densidade na distribuição do material reciclável num território se deve a três
elementos fundamentais, a saber: a renda da comunidade que habita aquele
território; a população daquela região/cidade; e a presença de grandes empresas.
Quanto mais elevada a renda de uma comunidade, maior é a proporção entre
materiais recicláveis e o lixo orgânico produzido nesse território. Da mesma
forma, maior também será o valor econômico per capita contido nos resíduos
domésticos. Qualquer catador de rua, organizado ou não, sabe disso – ou, em
outras palavras, detém esse conhecimento – o que pode ser observado pela sua
efetiva distribuição territorial.
Quanto maior for a população de uma região e/ou cidade, maior é a densidade
territorial de resíduos existentes. O número de catadores nesse território tende a
acompanhar essa densidade. O conhecimento do território e a forma de
39
O preço da Nafta no mercado internacional impacta na resina virgem do PET que em certas situações
pode ser mais barata do que a resina reciclagem, por mais paradoxal que seja.
40
A REDE CATABAHIA, objeto de pesquisa do projeto, é a primeira rede nacional que inaugurou esta
estratégia sendo referência para o Brasil. Foi considerada em 2007, pelas Nações Unidas, como uma das
50 melhores experiências visando alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do MILÊNIO -- na
categoria do combate à miséria. Como experiência que é, acumulou um conhecimento empírico, que
obteve sucesso. Trata-se aqui de analisar a experiência, enfatizar a natureza do conhecimento por ela
adquirido, sistematizá-lo junto com um conjunto de outras práticas e técnicas, visando constituir um
Módulo Integrado de Conhecimento reproduzível em outras experiências na América Latina e no Caribe.
36
43
A REDE CATABAHIA está implantando uma indústria de reciclagem de plástico que produzirá
garrafas de água sanitária que serão comercializadas pela Rede WalMart de supermercados em todo o
país. Trata-se de feito inédito de catadores que saíram do lixão para tornarem-se pequenos empresários
industriais.
44
A primeira Usina de Biodiesel do Brasil – adequada para a compra de óleo de cozinha usado – está
sendo implementada nas vizinhanças de Salvador pela Petrobrás. Notar que o biodiesel gerado a partir do
óleo de cozinha usado não gerará pressão adicional sobre os preços dos alimentos.
45
Uma das Instituições de Apoio envolvidas neste presente Projeto. Favor consultar a Carta de Apoio ao
Projeto, anexada ao final deste Plano de Trabalho.
38
mesmo ampliados – o problema continuará o mesmo, uma vez que as suas causas
fundamentais natureza diferente?
Este Projeto NÃO objetiva resolver, ou extinguir, as causas fundamentais da
exclusão social dos catadores de materiais
recicláveis. Entende-se que as causas fundamentais
residem na ainda ampla inexistência de bens de
capital -- equipamentos, instalações e acessórios --
que lhes possibilitem assumir postos de trabalho, e
que a seguir, contribuam para tornar as suas atividades
mais produtivas.
Portanto, nesse sentido, o projeto se insere sobre o suposto da pré-existência de
alguns requisitos básicos: a) a presença de algumas cooperativas de catadores de
nível DG1; b) a implementação de programas sociais públicos e/ou privados de
capitalização de cooperativas e associações de catadores.
Os catadores de um país aonde estes permaneçam sem acesso a fontes ou fundos
de financiamento -- que lhes possibilitem a
aquisição de bens de capital -- estarão
definitivamente inabilitados para serem
beneficiados pelos resultados deste projeto. Para
eles de nada adiantará que os conjuntos de
conhecimentos adquiridos por cooperativas avançadas sejam sistematizados,
difundidos e mesmo ampliados: sua condição objetiva de trabalho NÃO será
alterada.
Entretanto, como acima argumentado, a simples concessão dos financiamentos
parece ser insuficiente para a eliminação dos processos de subordinação e
marginalização dos catadores. Tomemos por exemplo as cooperativas em Degraus
do Conhecimento DG3 e DG4: suas deficiências em conhecimentos adquiridos
ou novos -- em seus respectivos degraus -- jogam aqui papéis determinantes.
Assim sendo, parece-nos que o encaminhamento das questões relacionadas aos
catadores de materiais recicláveis envolve duas iniciativas interligadas, siamesas:
a) a capitalização, através de financiamento para a aquisição de equipamentos,
instalações e acessórios, do que NÃO trata o presente projeto55; e b) a
implementação dos tópicos da Economia do Conhecimento – discutidos ao longo
deste Plano de Trabalho -- do que, de fato, trata o presente projeto.
Parece agora bastante evidente que apenas iniciativas de Políticas Públicas que
ensejem um esforço concertado sobre as duas pontas – a capitalização E o
conhecimento – podem ser capazes de obter algum sucesso56.
No Brasil apenas uma das duas questões foi encaminhada -- através das linhas de
financiamento do BNDES para capitalização das organizações dos catadores.
Entretanto – como as questões aludidas são siamesas – ainda resta uma longa
jornada para encaminhar a solução adequada desses problemas. E é nesse contexto
– um conjunto de ações típicas da Economia do Conhecimento – que o presente
projeto se insere.
PALAVRAS DE CAUTELA
55
Essa questão já foi tratada antes! Por favor, Cf. Damásio, J. op.cit. 2006.
56
“A estratégia de um país em aplicar oportunidades da Economia do Conhecimento a uma utilização
mais lucrativa e igualitária do conhecimento existente, assim como o desenvolvimento de indústrias
baseadas no conhecimento, teria grande potencial de melhorar as condições dos grupos de baixa renda.”
op.cit. item 1.11 p.3. Nossa tradução, JD.
41
57
“O conhecimento é reconhecido como uma fonte de competitividade, onde o valor reside em novas
idéias, serviços e redes, utilizando a tecnologia como um instrumento, e não como um fim em si próprio.”
- op.cit. item 1.1 - p.1. Nossa tradução, JD.
58
“Através de investimentos KE cuidadosamente formulados, os mais pobres podem receber mais de seus
capitais-conhecimentos do que eles fariam com apenas os seus trabalhos.” - op.cit. item 1.11 - p.3. Nossa
tradução, JD.
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9. CARTAS DE APOIO