Você está na página 1de 38

David K.

Irwin
O Que os Cristãos Precisam Saber
Sobre os Muçulmanos

Digitalizado por Ziquinha

www.semeadores.net

Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única


finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem
condições econômicas para comprar.
Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas
para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias,
adquirindo os livros.

SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos


SUMÁRIO

O QUE OS CRISTÃOS PRECISAM SABER SOBRE OS MUÇULMANOS...... 4

COMO COMEÇOU O ISLAMISMO? ........................................................................... 7

EM QUE OS MUÇULMANOS ACREDITAM? ......................................................... 9

AS PRÁTICAS RELIGIOSAS DOS MUÇULMANOS ........................................... 14

AS CRENÇAS DOS MUÇULMANOS A RESPEITO DE CRISTO E DO


CRISTIANISMO ................................................................................................................ 17

COMO TESTEMUNHAR PARA OS MUÇULMANOS? ...................................... 20

O QUE ACONTECE QUANDO UM MUÇULMANO DECIDE SEGUIR A


JESUS?.................................................................................................................................. 24

O DESAFIO QUE ESTÁ DIANTE DE NÓS .............................................................. 30

O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA ALCANÇAR OS MUÇULMANOS? .. 33

Nota do Editor....................................................................................................................... 37
O QUE OS CRISTÃOS PRECISAM SABER
SOBRE OS MUÇULMANOS

H
á quatro mil anos atrás Abraão clamou a Deus: "Oxalá
viva Ismael sob a tua benção!"
Essa petição comovida, apresentada por um pai
em favor de seu filho, tocou o coração de Deus, e Ele respondeu: "E,
quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado [...]
e dele farei uma grande nação. O meu concerto, porém, estabelecerei com
Isaque" (Gn 17.20,21).
Os filhos espirituais de Ismael são hoje chamados muçulmanos —
o povo islâmico. Mais de um bilhão de muçulmanos estão espalhados por
todo o mundo e ainda se acham fora da aliança divina. Eles foram
abençoados no sentido material, mas não foram salvos. Submeteram-se a
Deus, mas não a seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.

Os muçulmanos aceitam ao Senhor Jesus Cristo apenas como um


profeta.
Em 1959, o Senhor enviou-me ao Egito para trabalhar com Lillian
Trasher no orfanato que ela havia fundado em Assiout. Naquela cidade,
conheci os muçulmanos, vivi entre eles e fui exposto à sua cultura. Desde
aquele tempo, tenho-me preocupado em cuidar de um fardo espiritual a
favor do povo islâmico, onde quer que vivam, trabalhem, sofram ou orem.
Meu coração tem se tornado de forma crescente mais carregado
com esse fardo, não apenas pela enorme necessidade espiritual de um
bilhão de muçulmanos, mas também pela apatia do movimento
missionário com relação a eles.
Pouco mais de quatro por cento da força missionária está
empenhada para alcançar essa vasta multidão, que representa 35% do total
de pessoas não evangelizadas no mundo.
Campos não semeados não produzem a ceifa. O islamismo é um
campo não semeado!
Ao invés de serem evangelizados, os muçulmanos estão
evangelizando. Estão enviando milhares de missionários para pregar a
mensagem de seu profeta, Maomé. A Arábia Saudita doou milhões de
dólares para o desenvolvimento do islamismo na América. Mesquitas
como a que foi construída em Chicago, que custou 15 milhões de dólares,
estão sendo construídas em muitas das principais cidades do continente.
O Novo México é o local onde se instalou a primeira comunidade
totalmente muçulmana na América, chamada Dar al Islam. Situada em
uma área de 1.280 acres, os sunitas, muçulmanos ortodoxos, pretendem
evangelizar a América a partir desse centro. A vertiginosa taxa de
crescimento do islamismo tem sido destacada pela Al-Islam, a "revista dos
muçulmanos na A l e m a n h a " . Ela publicou que os muçulmanos estão
convictos de que a Europa — lugar onde nasceu a Reforma e o moderno
movimento missionário — se tornará completamente islâmica dentro de
poucas décadas.
Na Inglaterra, mais de trezentas igrejas que estavam fechadas
foram transformadas em mesquitas. Os muçulmanos esperam que a sua
religião conte com o maior número de adeptos mundialmente porque,
dizem eles, o islamismo é “o mais adequado para resolver os problemas
em todas as áreas. Se a civilização humana for preservada da destruição,
então o islamismo é a única religião adequada para o mundo de amanhã. O
islamismo é a mensagem universal de paz neste mundo e no vindouro".
O número de muçulmanos ultrapassou a marca dos cinqüenta
milhões em cada um dos s e gu i n t e s países: Bangladesh, Turquia, índia,
Indonésia, Paquistão e China. Os muçulmanos são atualmente maioria em
44 países. Somos obrigados a perguntar a nós mesmos: Por que a igreja de
Jesus Cristo não entrou nesse campo negligenciado?
COMO COMEÇOU O ISLAMISMO?

M
aomé, o criador do islamismo, nasceu na tribo pagã
de Coraish, em cerca de 570 d.C, na cidade de Meca,
hoje no território da Arábia Saudita. Os coraishitas
reivindicam direta descendência de Abraão através de Ismael. Muitos deles
foram comerciantes cujas caravanas faziam viagens à Síria e à Palestina.
Abdullah, pai de Maomé, morreu antes que este nascesse. A mãe de
Maomé, Amina, morreu quando ele tinha seis anos de idade. O avô de
Maomé, que era o maioral da cidade de Meca e guardião de um santuário
pagão, foi quem o criou.
No princípio de sua adolescência, Maomé acompanhou seus
parentes em viagens de comércio à Síria. E provável que ele também tenha
ido à Palestina.
Quando Maomé tinha 25 anos de idade, casou-se com uma mulher
viúva muito rica chamada Khadija. Ele trabalhou para Khadija como
gerente de caravanas. Quando Maomé começou a receber "revelações",
Khadija usou a própria fortuna para ajudá-lo a divulgar as suas doutrinas.
Através de seus contatos com cristãos e judeus em sua região natal
e em jornadas comerciais, Maomé aprendeu sobre o judaísmo e a fé cristã.
Parece que o paganismo de sua tribo, bem como os muitos deuses que
adoravam, causavam nele uma repulsa crescente. Talvez ele estivesse
buscando algo que pudesse satisfazer o desejo do seu coração, e por isso
tentava entender as doutrinas judaica e cristã. Ele incorporou algumas
práticas judaicas e cristãs à sua versão do islamismo, tais como o jejum e
horários regulares para oração.
Consta que Maomé tinha cerca de quarenta anos de idade e
meditava em uma caverna quando recebeu a sua primeira revelação. Um
ser espiritual (alguns dizem ter sido o anjo Gabriel) teria vindo a ele,
ordenado-lhe que "recitasse". A maioria dos estudiosos crê que essa
primeira revelação é a 96.a surata (capítulo) do Alcorão — as escrituras
sagradas dos muçulmanos —, que diz:
1. Lê em nome de teu Senhor que criou;
2. Criou o homem de um coágulo;
3. Lê que teu Senhor é Generoso;
4. Que ensinou o uso do cálamo [escrita];
5. Ensinou ao homem o que este não sabia. 1
Em ocasiões posteriores, outras revelações t e r i a m fornecido o
material para o restante do Alcorão. Atualmente, professores do islamismo
em mesquitas e escolas em todas as partes do mundo lêem e recitam o
Alcorão.

1
Os textos do Alcorão citados neste livro seguem a versão portuguesa de Samir el Hayek, da Tangará
Expansão Editorial S/A. (N. E.)
EM QUE OS MUÇULMANOS ACREDITAM?

O
credo muçulmano possui seis artigos. Eles tratam (1) de
Deus, (2) dos anjos de Deus, (3) dos livros de Deus, (4)
dos profetas de Deus, (5) do dia da ressurreição e do
juízo e (6) da predestinação para fazer o bem e o mal. De forma breve,
explicaremos cada um deles.
1. O que os muçulmanos acreditam a respeito de Deus. A crença
dos muçulmanos sobre Deus é orientada por partes. A primeira envolve o
seu nome. O nome Alá refere-se à essência do Ser divino, e é conhecido
como o grande nome de Deus. Todos os seus outros nomes são qualidades
do seu divino Ser.
Os muçulmanos indicam sete atributos essenciais de Deus. São
eles:
a) Vida: A existência dEle não tem p r i n c í p i o nem fim.
b) Conhecimento: Ele sabe todas as coisas, visíveis ou
invisíveis, passadas ou futuras. Ele nunca se esquece, nunca
é negligente e nunca comete um erro.
c) Poder. Alá é o Todo-poderoso. Se Ele quiser, é capaz de
fazer com que pedras e árvores falem.
d) Vontade: Ele é capaz de fazer o que quiser. O bem e o mal
existem por sua vontade. Se uma pessoa for devota, será por
causa da vontade de Alá. Se uma pessoa for descrente, isso
se deve à vontade de Alá.
e) Audição: Ele é capaz de ouvir cada som, seja alto ou baixo.
Ele ouve sem ouvidos.
f) Visão: Ele vê todas as coisas, até mesmo os passos de um
gato preto sobre uma pedra preta à meia-noite. Ele é capaz
de ver sem olhos.
g) Fala: Ele fala, porém sem uma língua.
A segunda crença a respeito de Deus que os muçulmanos enfatizam
é a sua unidade. Diz o Alcorão, na 112.ª surata:

1. Dize: Ele é Deus, Único!


2. Deus! O Eterno e Absoluto!
3. Jamais gerou ou foi gerado!
4. Ele é incomparável!
Os muçulmanos freqüentemente citam esses versos para os
cristãos. O credo muçulmano de que "não há outro Deus além de Deus"
expressa a sua crença na unidade de Deus. Para um muçulmano, a
associação de outros deuses com Alá é o maior dos pecados.
O terceiro aspecto da crença muçulmana em Deus é a sua grandeza.
A expressão árabe Allahu akbar, que significa "Deus é o maior", é recitada
quase constantemente. Para um muçulmano, isso quer dizer que Deus é
maior que tudo aquilo em que um homem possa pensar.
A quarta parte da crença de um muçulmano a respeito de Deus é a
revelação de sua divina vontade ou lei. É importante que aqueles que
desejam testemunhar aos muçulmanos compreendam isso. Os muçulmanos
utilizam a expressão tanzil ("enviando para baixo") para expressar a
revelação ou o envio para baixo da mensagem de Deus contida no
Alcorão. Os cristãos dizem que Cristo é a maior das revelações de Deus,
mas os muçulmanos dizem que a maior revelação é a sua mensagem — o
Alcorão.
A última crença de um muçulmano sobre Deus diz respeito à sua
transcendência. Os muçulmanos acreditam que Deus é alguém impossível
de ser conhecido. Ele mantém-se separado do homem, e o seu Ser real
jamais poderá ser conhecido pelo ser humano.
2. O que os muçulmanos acreditam a respeito dos anjos. De
acordo com o Alcorão, o diabo foi criado a partir do fogo, o homem do
barro, e os anjos da luz. Anjos possuem vida, fala e razão. Eles não têm
nenhum desejo carnal ou ira. Costuma-se dizer que a comida deles é
celebrar a glória de Deus; a bebida deles é proclamar a santidade de Deus;
a conversação deles é comemorar a Deus; o prazer deles é adorar a Deus.
Os anjos são considerados inferiores aos profetas humanos porque
a eles foi mandado que se prostrassem diante de Adão: "E quando
dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram, exceto
Lúcifer que, enfatuado, se negou e incluiu-se entre os incrédulos" (Alcorão
2.34).
Os muçulmanos acreditam que os anjos intercedem a favor dos
homens e agem como seus guardiões. Os muçulmanos acreditam que suas
ações são gravadas por dois anjos, que também cuidam deles. Um anjo
grava as boas ações, e o outro, as más. "Sobre vós há anjos de guarda,
generosos e anotadores, que sabem (tudo) o que fazeis" (Alcorão 82.10-
12).
Quatro arcanjos fazem parte da crença dos muçulmanos: Gabriel, o
anjo da revelação; Miguel, o patrono dos israelitas; Israfil, que estará
encarregado de tocar a trombeta no último dia, e Azra'il, o anjo da morte.
O anjo encarregado do inferno é Malik (rei), que comanda 19 sub-anjos ou
guardas.

O conceito muçulmano de pecado e salvação é radicalmente


diferente daquele contido no Novo Testamento.

3. O que os muçulmanos acreditam sobre os livros de Deus. Os


muçulmanos acreditam que Deus concedeu 104 livros sagrados à
humanidade. Cem foram dados a Adão, Sete, Enoque e Abraão, porém se
perderam. Os quatro que sobraram são os livros de Moisés, os salmos de
Davi, os evangelhos e o Alcorão, o qual Alá entregou a Maomé. E crítico
para os cristãos estarem conscientes de que os muçulmanos reclamam que
nós alteramos os livros na Bíblia. Com isso tentam justificar as afirmações
que no Alcorão diferem da Bíblia. Dizem que o Alcorão corrige os erros
das revelações anteriores, porque foi revelado por último! "Antes de ti
enviamos apóstolos a outros povos [...] Revelamos-te o Livro, para que
elucides as discórdias dos humanos e para que ele seja guia e misericórdia
dos crentes" (Alcorão 16.63,64).
AS PRÁTICAS RELIGIOSAS DOS
MUÇULMANOS

T
odos os muçulmanos são obrigados a realizar certas
práticas religiosas. São listados como os cinco pilares do
islamismo.
1. O primeiro pilar é o testemunho (shahadah), o
credo mais curto do mundo. Os muçulmanos repetem esse credo mais do
que qualquer outro. Consiste de oito palavras árabes que traduzidas
significam "não existe Deus além de Deus, e Maomé é o apóstolo de
Deus".
Os muçulmanos repetem esse credo em seus rituais de oração e
muitas outras vezes durante o dia. Utilizam-no como clamor em uma
batalha, celebrando o nascimento de um bebê e como cântico ou música
fúnebre em um funeral.
2. O segundo pilar muçulmano é o ritual de oração (salat),
realizado cinco vezes ao dia: ao amanhecer, logo após o meio-dia, duas
horas antes do pôr-do-sol, logo após o pôr-do-sol, e duas horas após o pôr-
do-sol. Antes de orar, um muçulmano deve tirar os sapatos, lavar os pés, as
mãos e parte do rosto e voltar-se em direção a Meca. Quando não for
possível ir a uma mesquita, é permitido orar onde quer que esteja.
3. O terceiro pilar é dar esmolas (zakat). Cada muçulmano adulto,
livre e saudável tem a obrigação de dar esmolas, se possuir bens. Deverá
pagar um imposto de dois e meio por cento de seu rendimento bruto. Esse
imposto servirá para ajudar os pobres. A pessoa poderá distribuir suas
próprias esmolas, se for considerada digna de confiança. Muitos
muçulmanos atualmente consideram o zakat um ritual vazio, sem sentido
espiritual. Eles sempre o entregam sem compaixão, e o pobre o recebe sem
gratidão.

Para o muçulmano, os cristãos foram enganados, e é


obrigação dele conduzi-los à verdade do islamismo.

4. O quarto pilar é o jejum (saum). Dos vários jejuns praticados


pelos muçulmanos, o mais importante é o do mês de ramadã, que é o nono
mês do calendário muçulmano. Esse jejum é uma exigência para todos os
muçulmanos, "O crentes, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito
a vossos antepassados, para que temais a Deus" (Alcorão 2.183). Baseado no
relato do que foi dito por Maomé, os muçulmanos crêem que durante o
mês de ramadã os portões do paraíso são abertos, e os do inferno,
fechados. Acreditam ainda que todas os que guardarem o jejum serão
perdoados de seus pecados perdoáveis.
5. O quinto pilar é a peregrinação (hajj). Todo muçulmano adulto
deve fazer uma peregrinação a Meca ao menos uma vez durante a sua vida,
se for uma pessoa livre, ajuizada, de boa saúde, e se tiver o dinheiro
suficiente para a viagem e para sustentar a sua família enquanto estiver
fora.
6. Muitos muçulmanos adicionam um sexto pilar, a guerra santa
(jihad). Todos os muçulmanos do sexo masculino, adultos, livres, em
pleno gozo de sanidade mental, com boa saúde física e que tenham os
meios suficientes para fazer parte do exército muçulmano deverão
obrigatoriamente envolver-se com a guerra santa. Consideram a guerra
santa uma instituição divina e a utilizam para o avanço do islamismo e
para repelir o maligno. (Jihad também pode significar "santo empenho em
nome dos interesses do islamismo".)
O povo contra quem a guerra santa é empreendida é convidado a
aceitar o islamismo. Quem aceitar receberá todos os direitos de cidadania
de um país muçulmano. Os que recusarem deverão pagar impostos
adicionais. Se não abraçarem o islamismo nem pagarem os impostos, terão
confiscados todos os seus bens e propriedades e tornar-se-ão escravos, eles
e suas famílias. Aos muçulmanos que morrerem lutando em uma guerra
santa é assegurado um lugar com privilégios no paraíso.
AS CRENÇAS DOS MUÇULMANOS A RESPEITO
DE CRISTO E DO CRISTIANISMO

V
árias questões básicas dominam a atitude de um
muçulmano a respeito do cristianismo. Primeiramente
acreditam que judeus e cristãos distorceram
deliberadamente o Antigo e o Novo Testamento, para esconder as
profecias da vinda de Maomé.
Em segundo lugar, o muçulmano assume que o cristão acredita em
três deuses. O Alcorão ensina que a trindade cristã é composta por Deus,
Maria e Jesus. Ele também rejeita Jesus como o Filho de Deus.
Terceiro, o muçulmano acredita que Jesus não morreu na cruz, mas
outro, como Judas Iscariotes ou Simão, o cireneu, foi crucificado em seu
lugar. O Alcorão diz, "Por sua falta de fé e por pronunciarem contra Maria
uma imensa calúnia, e por haverem dito, matamos o messias, Jesus, filho
de Maria, o mensageiro de Deus — mesmo não o tendo matado, nem o
crucificado, apenas uma semelhança daquilo lhes foi mostrado. Aqueles
que estão em desacordo em relação a ele, certamente estão em dúvida a
respeito dele; eles não possuem conhecimento algum em relação a ele
exceto a seguinte suposição: não é certo que eles o mataram — não de
fato; Deus o elevou e o tomou para si mesmo; Deus é o todo poderoso, que
possui toda a sabedoria" (Alcorão 4.156,157).
Os muçulmanos acreditam que Deus livrou Jesus da cruz para
poupar a própria honra de Deus. Em outras palavras, o nome de Deus teria
sido grandemente envergonhado se Ele permitisse que Jesus morresse na
cruz. Portanto Deus tirou Jesus da cruz e fez com que parecesse que Ele
morreu, mas alguma outra pessoa tomou o seu lugar. E óbvio que, se um
muçulmano acredita nisso, ele não pode ter uma real salvação porque não
tem um Salvador.
O conceito de um muçulmano sobre o pecado e sobre a salvação é
radicalmente diferente do conceito expresso no Novo Testamento. De fato,
existe uma grande confusão no islamismo sobre o que é pecado, sendo o
Alcorão alternadamente ora severo, ora complacente em sua atitude em
relação à punição pelo pecado. A única exceção é o pecado de associar
outro deus a Alá (shirk). Este pecado não pode ser perdoado.
Para um muçulmano padrão, o pecado é o fracasso em termos de
viver de acordo com o código moral islâmico, e a negligência ou a falta de
cumprimento dos requisitos dos cinco pilares do islamismo. Ele pensa que
não será um pecador se permanecer nestes rituais padrão. Pensa que
merecerá salvação se as suas boas obras sobrepujarem as suas faltas.
Contudo, o medo permeia o islamismo. O muçulmano místico teme o
inferno de fogo, ou o purgatório. Ele sabe que não viveu à altura de todos os
requisitos de sua fé. Ele crê que nenhum homem é capaz de pagar pelos pecados
de outro. Portanto ele deverá obrigatoriamente sofrer por seus próprios pecados,
mas existe a possibilidade de ele eventualmente ser resgatado do purgatório, pois
Maomé intercede por ele. Contudo, o descrente, que associou a Deus qualquer
outro deus, sofrerá eterna punição.
O conceito bíblico sobre o pecado e a salvação é contrário ao do
islamismo. O Novo Testamento ensina claramente que todos os homens são
pecadores, e que Jesus Cristo é o único que, sozinho, é capaz de interceder em
favor dos pecadores. Ele possui este poder por causa de sua morte na cruz e sua
ressurreição dentre os mortos. A salvação é alcançada através da fé em Cristo, é
um presente do amor e da graça de Deus, e não é merecida por qualquer trabalho
que o ser humano seja capaz de fazer.
A atitude de um muçulmano em relação à fé de um cristão no que diz
respeito a Cristo, é profundamente arraigada em seu subconsciente, e pré
condiciona a sua atitude em relação aos cristãos e o que compartilham com ele.
Ele sente como se os cristãos tivessem sido enganados, e que ele tem a obrigação
de conduzi-los à verdade do islamismo.
COMO TESTEMUNHAR PARA OS
MUÇULMANOS?

A
queles que se antecipam ao diálogo com muçulmanos
precisam obrigatoriamente considerar qual o melhor
método de aproximação a utilizar. Nenhuma outra fé,
nem mesmo o judaísmo, é tão relutante a abordagem do tipo "ganhar
almas" ou "plano da salvação". Mesmo que um muçulmano concorde em
dar atenção a esse tipo de abordagem, o que é altamente improvável, a sua
"confissão de fé" poderá ser apenas uma maneira educada de agradar. E
muito difícil determinar o que motiva a sua confissão, se está sendo
sincero ou se espera, como resultado de sua conversão, receber algum tipo
de vantagem financeira ou possivelmente uma nova esposa. No Oriente
Médio, qualquer um desses dois motivos pode ser considerado razão
legítima para uma conversão, tanto por cristãos quanto por muçulmanos
insinceros.
Contudo, a real desvantagem de expor o plano da salvação a um
muçulmano é que a terminologia utilizada pelo cristão o deixa confundido.
Termos como "pecado”, "salvação”, "cruz" e "Filho de Deus" possuem
significado completamente diferente para ele. O muçulmano é incapaz de
compreender a salvação da maneira como a entendemos, uma vez que ele
nega que Cristo tenha morrido na cruz.
É importante que os versículos sejam lidos dentro do devido
contexto quando se conversar sobre a Bíblia com os muçulmanos, porque
eles desenvolveram um complicado sistema de "ab-rogação" ou
substituição de um versículo por outro, devido à maneira casual como foi
escrito o Alcorão. Os muçulmanos têm o hábito de tentar encontrar na
Bíblia versículos que se contradigam. Quem quiser testemunhar a um
muçulmano deverá obrigatoriamente conhecer em minúcias as Escrituras e
ser capaz de conduzi-lo à compreensão das passagens de acordo com a
perspectiva que ele tem da Bíblia.
O muçulmano só ficará impressionado com as palavras de um
cristão quando experimentar uma genuína amizade com ele, e perceber
nele uma consistente vida moral. A maneira de viver do cristão deverá
estar de acordo com o seu testemunho. O muçulmano ficará sensibilizado
pelo amor e pela qualidade de vida que Cristo dá aos cristãos. Ele
respeitará um cristão que glorifique a Deus pela maneira como vive, pois
enxerga na vida dedicada a Deus como um sinal de piedade.
É melhor vencer o muçulmano sendo seu amigo do que vencê-lo
com argumentos e perdendo a amizade. A história dos encontros entre
cristãos e muçulmanos é repleta de argumentos, ira e derramamentos de
sangue. O cristão que derrota um muçulmano pela força dos argumentos
corre o risco de humilhá-lo e de inflamar-lhe o ódio. Com isso a
comunicação será rompida, e perder-se-á o propósito do diálogo. Portanto,
evite observações críticas sobre Maomé, o Alcorão e o islamismo, ainda
que o muçulmano ataque a sua fé. Permita que a sua paciência e amizade o
leve a tirar suas próprias conclusões sobre a Bíblia e a fé cristã.
Um cristão deve também obrigatoriamente ser discreto ao dialogar
com uma mulher muçulmana. Na maioria dos países muçulmanos,
contatos físicos com pessoas do sexo oposto são proibidos antes do
noivado e do casamento. Mesmo os noivos são acompanhados por
familiares. O homem rigorosamente ortodoxo evita apertar a mão de uma
mulher e até mesmo olhá-la nos olhos, com medo de ser tentado. Portanto,
é preferível que os cristãos se relacionem apenas com muçulmanos do
mesmo sexo, a menos que outras pessoas estejam presentes.
Aqueles que sinceramente desejam testemunhar aos muçulmanos
devem aprender as normas sociais destes, para que não haja nenhum mal-
entendido quanto às intenções. Ore pedindo discernimento, amor e
paciência quando tentar compreender um amigo muçulmano e sua cultura.
A sua disposição de aprender sobre os costumes dele e discutir
abertamente sobre a fé que ele professa incentivá-lo-á a expor-se à
mensagem da Bíblia. Cristãos habituados a testemunhar aos muçulmanos
já descobriram que a amizade, acompanhada pelo estudo dos evangelhos,
constitui a mais poderosa maneira de testemunhar.
Atualmente, muitos muçulmanos estão se mudando para o
Ocidente, a fim trabalhar e estudar. Estão curiosos a respeito da
prosperidade, bem como da influência exercida por muitas das igrejas que
eles vêm a conhecer. Os americanos estão percebendo que o "campo
missionário" está sendo trazido até eles. Por exemplo, nos Estados Unidos,
o número de muçulmanos é duas vezes maior que a quantidade de
membros e adeptos das Assembléias de Deus! Não poucos desses
muçulmanos voltarão, em algum momento, para os seus países de origem.
Se conheceram e aceitaram a Jesus como seu Salvador pessoal, poderão no
futuro testemunhar em países que proíbem a entrada de missionários e a
pregação do Evangelho. Temos agora a oportunidade de testemunhar
fielmente aos muçulmanos em nossas próprias cidades, e certamente Deus
pode fazer deles " m i n i s t r o s da reconciliação". O Espírito Santo nos
dará poder, e, através das nossas vidas, os muçulmanos poderão ser
levados a Jesus Cristo, que "alumia a todo homem" (Jo 1.9).

Os muçulmanos são atualmente maioria em 44 países.


O QUE ACONTECE QUANDO UM
MUÇULMANO DECIDE SEGUIR A JESUS?

A
pós serem expostos à Bíblia e a testemunhos de cristãos,
um crescente número de muçulmanos tem expressado o
desejo de seguir a Cristo. Estão descobrindo que Cristo,
sozinho, preenche o vazio de seus corações e os conduz a relacionar-se
com Deus como o Pai celestial e amoroso.
Infelizmente, a Igreja nem sempre está pronta para recebê-los e
alimentá-los. O medo de conversões por falsos motivos, a perseguição
aberta e as hostilidades são razões pelas quais as igrejas cristãs não têm
acolhido com boas-vindas os muçulmanos recém-convertidos. Contudo,
em muitas áreas, o Espírito Santo está renovando a Igreja e fazendo com
que muitas congregações se tornem amigas vitais desses novos-crentes. Os
muçulmanos são facilmente atraídos por essa vitalidade espiritual.
Quando um muçulmano começa a considerar seriamente a
possibilidade de seguir a Cristo, é comum que ele procure testar os
motivos do cristão. Se ele perceber que o cristão pretende usar dinheiro ou
qualquer outro recurso para atraí-lo, como engodo, para que se converta,
perderá o respeito pelo cristão. Mas se estiver convencido de que se trata
de um cristão sincero, terá maior confiança, tanto no cristão quanto no
alimento e cuidado espiritual que está recebendo.
Como resultado do medo que governa a sociedade islâmica, o
muçulmano é desconfiado, e precisará ter a certeza de que ele pode confiar
no cristão. Informações que ele compartilhar de forma reservada não
deverão jamais ser divulgadas, a menos que ele o permita. Deixe que ele
voluntariamente dê o seu testemunho de fé em Cristo.
A conversão ao cristianismo tem conseqüências muito graves para
a maioria dos muçulmanos. Em uma sociedade islâmica, não existe
separação entre igreja e Estado. Em outras palavras, a lei do Alcorão é a
regra para todos. Converter-se é considerado um ato de traição. Portanto,
quando um muçulmano se torna cristão, ele sabe que poderá ser ameaçado
de morte. Os cristãos precisam obrigatoriamente estar conscientes do preço
que muitos muçulmanos pagam por identificar-se com Jesus Cristo e filiar-
se à Igreja.
O muçulmano que aceita a Cristo terá a necessidade de estudo
bíblico pessoal. Uma Bíblia em seu próprio idioma será sempre uma ajuda.
Entre em contato com o escritório da sociedade bíblica mais próxima para
obter informações de como encontrar uma tradução em árabe.
Quando começar a estudar, ele precisará de uma pessoa para
orientá-lo e ajudá-lo a encontrar nas Escrituras as respostas às suas muitas
questões.
O cristão deve compartilhar as suas experiências religiosas pessoais
com ele enquanto estudam juntos os capítulos mais significativos das
Escrituras. O Sermão da Montanha (Mt 5—7), o Evangelho de João, o
Evangelho de Lucas e a Epístola aos Hebreus são excelentes passagens
para estudo. O muçulmano também ficará muito impressionado pela
literatura apocalíptica de Ezequiel e Daniel, do capítulo 24 de Mateus e do
livro do Apocalipse, pois o Alcorão é semelhante a esses textos em
conteúdo e estilo. A Epístola de Tiago o atrairá por suas admoestações. As
parábolas a respeito do Reino, que se encontram nos Evangelhos, o
impressionarão pelos temas relacionados ao Oriente Médio.
O revestimento de poder recebido pela Igreja com a finalidade de
testemunhar, descrito em Atos dos Apóstolos, dará a ele encorajamento à
medida que for experimentando a ação do Espírito Santo em sua própria
vida. Ele identificar-se-á com o livro de Salmos quando sofrer
perseguições e hostilidades.
Como seu amigo, você quererá saber a situação familiar do novo
convertido. Encoraje-o a testemunhar discretamente à sua família,
compartilhando com eles as novas descobertas na Bíblia. Se ele julgar
conveniente, visite a família dele e faça também amizade com eles. Ele
precisará estar unido à família na nova fé, para evitar o isolamento.
Em todas as oportunidades, ore com e pelo novo-convertido.
Ensine-o a orar utilizando como modelo a oração do Senhor. Seja sensível
ao estado de espírito dele. Os muçulmanos freqüentemente recebem
inspirações através de sonhos e visões. Será necessário que você o ajude a
utilizar as Escrituras como base para interpretação.
O islamismo incorpora elementos místicos do paganismo pré-
islâmico na Arábia. Quando conhecemos o que pensa um muçulmano
sobre o assunto, aprendemos a levar a sério o que a Bíblia diz acerca do
mundo espiritual. Encoraje-o a aceitar o poder de Cristo como superior às
forças demoníacas que lhe oprimem a vida. Isso pode ser alcançado por
meio da oração, da confissão e da comunhão com os cristãos.
Encoraje o novo-convertido a tornar-se parte de um círculo de
amizades. A comunhão alimentará o seu crescimento espiritual.
Encoraje seus amigos cristãos a receberem o muçulmano.
Ele será sensível à aceitação ou às suspeitas por parte deles. Será
melhor começar com um pequeno grupo de oração ou de estudo bíblico,
onde possa encontrar aceitação. Se existirem outros muçulmanos na
vizinhança que desejarem seguir a Cristo, poderão ser encorajados a
estudar e orar em grupo.

Mais de um bilhão de muçulmanos estão espalhados por


todo o mundo, e ainda se acham fora da aliança divina.

Finalmente, deixe que o novo-convertido tome a sua própria


decisão sobre o batismo nas águas. Ele descobrirá os ensinos de Cristo a
respeito do batismo à medida que estudar as Escrituras. Devido às ameaças
de perder a família, o trabalho e até mesmo a sua vida, talvez ele peça um
batismo particular. Isso geralmente significa que apenas as pessoas em
quem ele confia, aqueles que tiveram alguma influência em sua
peregrinação espiritual, deverão estar presentes.
Se o muçulmano possui uma experiência genuína de confiança em
Cristo e se sua vida mostra evidências de transformação espiritual, o seu
pedido deve ser honrado. O eunuco etíope foi batizado em um país
estrangeiro e, até onde se sabe, tendo Filipe como única testemunha (At
8.26-40).
O batismo é apenas o primeiro passo decisivo no crescimento do
cristão. Após o batismo, a amizade e a comunhão com os cristãos torna-se
muito mais necessária, à medida que vai ajustando a sua vida à maneira
cristã.
Ele também necessitará de contínua instrução nas Escrituras.
Igualmente importante é a necessidade da presença diária do
Espírito Santo operando em sua vida — ensinando o significado das
Escrituras, fazendo Cristo real em sua caminhada cotidiana e habilitando-o
a viver uma vida vitoriosa de testemunho para os amigos.
É crucial que o novo-crente sinta a unidade do Espírito Santo entre
várias igrejas. O denominacionalismo não é a nossa mensagem. Sejam
quais forem as nossas diferenças, nunca deverão ser apresentadas em
nosso testemunho a um muçulmano habituado a questionar. A comunhão
que flui da unidade cristã irá gerar uma atmosfera que permitirá o
crescimento espiritual contínuo na vida dele.
O DESAFIO QUE ESTÁ DIANTE DE NÓS

A
pós a morte de Maomé, o islamismo tornou-se um
movimento evangelístico. Ele rapidamente conquistou o
Norte da África, o Oriente Médio e a Ásia Central. O
islamismo é a única religião no mundo que já alcançou grandes populações
e territórios que outrora foram parte da igreja de Jesus Cristo. Várias
regiões aonde o apóstolo Paulo pregou e plantou igrejas estão hoje sob a
influência do islamismo.
Tem sido difícil penetrar com o Evangelho no mundo muçulmano,
mas isso pode ser conseguido por testemunhas que possuírem quatro
importantes qualidades. A primeira é o amor, e uma maneira de testá-lo é
através da oração intercessória. O apóstolo Paulo tinha esse divino amor
(Rm 9.1-3; 10.1-3). A primeira providência da Divisão de Missões
Estrangeiras das Assembléias de Deus ao iniciar o Center for Ministry to
Muslims foi programar orações intercessórias em favor do mundo
muçulmano. Estamos pedindo aos cristãos que se comprometam a orar às
sextas-feiras (dia santo para o islamismo) para que os muçulmanos sejam
salvos. Enquanto mais de um bilhão de muçulmanos estão com suas faces
voltadas a Meca e clamando por Alá, milhares de crentes pentecostais,
cheios com o Espírito Santo, estão intercedendo diante do trono da graça,
pedindo que o Espírito Santo alcance o coração dos muçulmanos de uma
maneira profunda, de forma que vejam a Cristo.
O segundo requisito para testemunhar aos muçulmanos de maneira
efetiva é possuir conhecimento. Isso inclui o conhecimento pessoal de Deus
através de Jesus Cristo, conhecimento bíblico e alguma familiaridade com a
história da Igreja. Também é necessário ter conhecimento do Alcorão e das
crenças e praticas islâmicas.
Somado a isso, alguns conhecimentos sobre influências extra-
islâmicas na cultura local, bem como das crenças relativas, são
necessários. Por exemplo, pessoas que trabalham entre estudantes e outras
pessoas de alto nível educacional no Norte da África precisam ter
familiaridade com a filosofia secular e européia.
O terceiro requisito para testemunhar de forma efetiva ao povo islâmico
é a habilidade de comunicação, que envolve o conhecimento dos fatores
culturais e das questões a respeito das quais estão perguntando. Nesse ponto,
podemos seguir o exemplo de Cristo em seu diálogo com a mulher na fonte em
Sicar (Jo 4.7-26) e o do debate de Paulo com os filósofos gregos (At 17.22-43).
A quarta qualificação para alcançar muçulmanos é o revestimento
do poder pentecostal — a demonstração dos poderosos dons de curar e de
operar milagres, sinais e maravilhas. Os muçulmanos são receptivos à
soberania do poder de Deus, e essa é a maneira mais efetiva possível de
facilitar a jornada do islamismo até Jesus.
Pelo fato de crer no Deus Todo-poderoso, um muçulmano não poderá
dizer nada contra a demonstração do poder de Deus.
O Pentecostes oferece uma alternativa experimental viável que o
intelectualismo ou meros rituais não podem oferecer.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA ALCANÇAR
OS MUÇULMANOS?

O
Center for Ministry to Muslims é um esforço da
Divisão de Missões Estrangeiras das Assembléias de
Deus, que utiliza o evangelismo pentecostal para tocar o
povo muçulmano sem sugerir a separação de sua cultura. O povo
muçulmano possui a sua religião, no entanto vive também em uma
estrutura social com leis muçulmanas. Temos de reconhecer que,
culturalmente, alguém pode ser muçulmano e ao mesmo tempo um
verdadeiro seguidor de Jesus Cristo.
No Center for Ministry to Muslims, conduzimos pesquisas para
determinar onde temos missionários, igrejas, evangelistas nacionais ou
escolas bíblicas localizadas entre o povo muçulmano. Através desses
contatos, coletamos informações sobre a receptividade dos muçulmanos,
bem como sobre os esforços que têm sido feitos para alcançá-los. Também
conduzimos seminários que ajudam pastores nacionais, missionários e
professores em nossas escolas bíblicas além-mar e igrejas nacionais a
compreender o islamismo, de maneira que possam efetivamente alcançar
os muçulmanos com o Evangelho de Jesus Cristo.
Outra prioridade é encontrar pastores das Assembléias de Deus e
estabelecer pessoas que se tornarão amigos de muçulmanos residentes nos
Estados Unidos. Muitos desses muçulmanos são profissionais de negócios
ou estudantes, que mais tarde retornarão a seus próprios países. Enquanto
estiverem aqui, um ministério de amor e amizade pode dar-lhes a
oportunidade de aceitar o Evangelho.
O Center for Ministry to Muslims encoraja cristãos a alcançar
vizinhos e conhecidos muçulmanos. As igrejas estão sendo desafiadas a
tornarem-se conhecedoras da abertura da comunidade muçulmana e a dar
suporte àqueles que estão ministrando aos muçulmanos. Uma em cada
cinco pessoas no mundo hoje é muçulmana, contudo, para cada milhão de
muçulmanos existem apenas dois missionários norte-americanos! O
Espírito Santo tem criado uma disposição nos corações de muitos
muçulmanos. Eles não têm demonstram resistência ao amor de Deus, mas
ou são simplesmente negligenciados ou falta-lhes informação.
Certa vez ministrei um seminário sobre o islamismo na Escola de
Teologia da África Oriental, em Nairóbi, Quênia. Um de meus alunos,
advogado, organizou uma reunião em sua casa com a presença de vários
clientes e amigos muçulmanos. Após várias horas ouvindo um famoso
profissional muçulmano explicando o poder dos jinn (que é o termo árabe
para espíritos, maus ou bons), meu amigo e anfitrião pediu-me que
encerrasse a palestra com uma oração.
Eu estivera orando em silêncio durante a palestra, para que o
Espírito Santo fizesse Cristo real para aqueles muçulmanos. Minha oração
foi interpretada para o idioma deles, e nela mencionei tudo o que eu sabia
a respeito de Cristo. Então pedi que o Espírito Santo viesse sobre nós.
No mesmo instante, o Espírito Santo encheu toda a casa. Comecei a
gemer e a orar no Espírito. O intérprete deu um passo para trás e
permaneceu calado. Para minha surpresa, fiquei maravilhado ao ver vários
muçulmanos começarem a chorar, e um evangelista, também muçulmano,
começou a gemer e chorar como se estivesse em agonia de espírito.
Quando terminei a oração, um dos muçulmanos, que era estudante
e também professor de algumas matérias, disse: "Nesta noite, sentimos o
Espírito de Deus, e é como uma limpeza para as nossas almas". Aquela
pequena reunião doméstica, semelhante às da Igreja da primeira geração, é
uma partícula dos sucessos espirituais que estão acontecendo por todo o
mundo islâmico.
Quatro mil anos depois de Abraão clamar a Deus pedindo a sua
bênção a favor de Ismael, ainda há mais de um bilhão de muçulmanos
esperando pelo herdeiro do patriarca — Jesus Cristo.
Peça ao Senhor da seara que envie trabalhadores a esse campo
negligenciado. Peça ao Cristo do Getsêmani que dê o ministério de
intercessão àqueles que são os carregadores do fardo e que irão clamar
pelas almas perdidas do islamismo. Quatro mil anos de espera é um
período longo demais.

A Arábia Saudita tem investido milhões de dólares para


promover o islamismo na América.
NOTA DO EDITOR

Aos muçulmanos que leram este livro, agradeço o seu


interesse sobre aquilo que os cristãos estão pensando e
fazendo.
O nosso grande desejo é trazer todos os homens, de
todos os credos, ao compreenderem verdadeiramente quem é
Deus e ajudar pessoas a tomarem-se livres da culpa e da pena
pelo pecado.
Deus fez essa miraculosa provisão por meio de Jesus
Cristo, o Messias.
Se você desejar mais informações ou ajuda, por favor
escreva para nós. Queremos ser aquele amigo que viaja com
você pela vida.
Duas das mais sagradas mesquitas do mundo islâmico
têm os seus santuários apontado para a direção leste onde
estão as árvores do antigo Getsêmani. Com seu declive coberto de
oliveiras, o jardim da agonia situa-se a oeste das cúpulas e
minaretes das mesquitas, da antiga linha do horizonte, de
onde, no silêncio do amanhecer, ouve-se o muezim chamando
os muçulmanos para a oração, do outro lado do vale onde
Jesus, o Salvador do mundo, conversava intimamente com o
Espírito Santo, muitas vezes passando da meia-noite. Através de
toda a sua história, desde que os minaretes foram levantados, as
duas crenças têm estado tão próximas e ao mesmo tempo tão
distantes.
É devido ao significado desse jardim que os seguidores
de Cristo cruzaram e entraram no mundo das cúpulas e do
muezim. Nós, que em nossa geração ouvimos o chamado do
minarete, devemos ouvir o seu chamado com maior intensidade, a
partir do muezim além do Getsêmani.

Kenneth Cragg A Chamada do Minarete

A foto da capa representa o Domo da Rocha (The Dome of the


Rock), que do alto avista o jardim do Getsêmani, próximo a Jerusalém.

Você também pode gostar