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Ciência Política

Aula 03 – Verbete “Ciência Política” - O sentido da Política em Platão e


Aristóteles

- A política, tradução contraditória da natureza humana, foi inventada como


tentativa de EQUILIBRIO entre CONVIVÊNCIA dos homens e PODER.
- Entretanto, se em sua origem, na Antiguidade GREGA, significou uma forma
possível de HUMANIZAÇÂO, momentos da trajetória histórica conferiram-lhe
um sentido INVERTIDO.
- O nascimento da reflexão política resultou das condições especificas do modo
de vida grego ateniense: a existência da PÓLIS – Cidade-Estado – e o LOGOS
– racionalização do mundo CIRCUNDANTE; ambas constituindo distintas
dimensões da LIBERDADE e PLURALIDADE HUMANA.
- Séculos IV a VI a.C. = Platão e Aristóteles = compreensão da finitude de um
aspecto particular da existência humana: a convivência plural entre os
homens é regida por diversidades e dramáticos entrechoques de
interesses.
- A partir da reflexão acerca desta peculiar situação histórico-social foi
construída a política como racional abstração acerca do CONFLITO
COLETIVO HUMANO.
- Em meio a tal contexto, criaram-se as bases teóricas do pensamento político
ocidental com a pretensão de construir um modo de vida digno,
consubstancializando FILOSOFIA, ÉTICA E POLÍTICA.
- Reflexão política (Socráticos e pós-socráticos) = capaz de estabelecer
racionais princípios estabilizadores dos assuntos humanos = COMPREENDER
E DESNUDAR O CONFLITO.
- Pensar política tornou-se uma constante necessidade de refletir acerca da
ética das ideias e da ação.

1. Cenário do surgimento da reflexão política


- Modo de vida digna para os gregos = exercício da liberdade. A liberdade
significava a independência em relação às necessidades básicas de vida,
eliminando qualquer modo de vida ligado à sobrevivência.
- Viver na pólis era o que fazia do homem cidadão e conferia-lhe uma condição
de vida digna.
- Pólis = representava, como modelo ideal de agrupamento humano, algo mais
do que uma forma possível de organização: era uma dádiva divina que
possibilitava conferir sentido e individualidade à existência humana.
- Pólis = razão de existir como humano e causa de construção de sua
civilização.
- Reflexão das diferentes formas de governo = ato de interrogação ao mundo
das instituições humanas. Esta é uma marca do espirito grego: por meio da
razão de compreender a relação do homem com o mundo circundante
instituído, como busca de um tipo ideal de governo, de uma Politéia –
Constituição – fundada no bem e na ética, que pudesse servir como
referencial último para a ação dos governantes.
- A pólis – o cosmos político – dá ao homem grego, ao lado de sua vida
privada, a vida de cidadão, permitindo a identificação de uma segunda
existência: o comum, por meio do qual homem realiza suas virtudes de
convivência política. A identidade de um grego não era restrita a seu nome e a
de seu pai, mas de sua Cidade de origem.
- Aristóteles – anima político – um ser com qualidade de cidadão
- liberdade e democracia inseparáveis. Democracia significava a obediência
da lei na igualdade, sendo, portanto, a liberdade = independência em
relação a toda espécie de coacção pessoal e obediência às disposições
gerais.
- Queda de Atenas em 404 a.C.
- Sofistas = capacidade de pensar como forma de convencimento público.
Trata-se agora de unir, de maneira convincente, duas atividades políticas: “a
ação (práxis) e o discurso (léxis), dos quais surge a esfera dos negócios
humanos que exclui estritamente tudo o que seja apenas útil e necessário”. A
experiência crescente do exercício político vai acentuando o discurso como
meio de persuasão, meio de comunicação especifico que alia o pensamento
filosófico ao político.
- Consolida-se uma forma de pensar onde a filosofia passa a ser a fonte
primordial de conhecimento e poder.
- Na medida em que a capacidade de contemplação – adquirida pelo ato de
filosofar – confere legitimidade racional ao discurso e à prática politica, é
rompida a submissão injustificável ao nomos: agora é necessário compreendê-
lo racionalmente.
- Sócrates = politica e ética são inseparáveis = introdução do humanismo no
pensamento politico e filosófico = a racionalização de uma conduta ética como
sinônimo de sabedoria.

2.

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