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Revista Brasileira ISSN 982.3541 de Terapia Comportamental 2044, Vol. XV, no. 3,34 49 eCognitiva Terapia de aceitacdo e compromisso: histéria, fundamentos, modelo e evidéncias Acceptance and commitment therapy: history, foundations, model and evidence ‘Leonardo Martins Barbosa Universidade de Basa Usivesidade de Basia RESUMO Est atigo temo objetivo de realizar uma revs striae concetal da rapa de acto ecompromis- 50 (ACT), Esa é uma terapia cogniivo-comportamentaPbascada a) no contextualismo funcional, filosoia que visa &predioeinfluénca do comportamento com preciso, esopoe pofundidade eb) na teoria dog «quads relacionas uma abordagem ps-sknnerian da linguagem eda cogngio. A ACT prope um modelo) “de mudanga do comportamento denominado fxibiidade psicoldgica,que explica o funcionamentosaudavel € psicopaoldgico por meio da interago de processos psicoligicos norma. As evidéncias de eetividade processo sinalizam que a ACT é um sistema terapéutico promissor, diretamente orientado para a identificago de mecanismos de mudanga do comportameto humano, Palavras-chave:terapia de acetago e compromisso; contextualismo funcional; teoria dos quadros relacio, * nais;flexbilidade psicol6gica:terapia cognitivo-comportamental ‘ABSTRACT ‘The objective of this study is 10 present a historical and conceptual review of Acceptance and Commitment Therapy (ACT), Iris a cognitve-behavioral therapy based (a) on functional contxtualis, a philosophy ai- era Mans Barbosa ~ Shela Gian Mut _ming fo predict and inftuence behavior with precision, scope, and depth, and (b) on relational frame theory, @ post-sknnerian approach of language and cognition. ACT proposes a model of behavior change, psychologi- ‘al lexibiliy, which explains healthy and psychopathological functioning through interaction of normal psy- chological processes, Process and effectiveness research evidence signal that ACT is a promising therapeutic ‘approach openly guided 1 identify human behavior mechanisms of change. Keywords: acceptance and commitment therapy; functional contextualism; relational frame theory; psycho logical flexibility; cognitve-behavioal therapy. - Algumas coisas mudam, outras néo, e cada pessoa Apés quase 50 anos de estudos empiricos e desenvol* precisa descobrira melhor forma de idarcom ambos) _vimento da pesquisa bisica os prnciposcisscase» "0s tipos de situagio, Essas ideias simples, em nada’ —operantes de aprendizagem estavam suficientemente-» _revoluciondrias, configuram a esséncia da terapia claborados para compor a base da terapia comporta- ° “de acitago‘e compromisso\(ACT; Bocvista, 2012; mental? No entano, 0 rigor experimental dessa pri» ayes, tos & Wilson, 201; Saban, 2010} uma, _ meira fase ou primeira ondaHayes ct a, 2011) ds “abordagem do funcionamentohumano baseada nos _terapis comportamentis também limitou 0 estado © » processos de aceitagdo + disponbilidade em lidar’ de qustes humana menos bjetivas, que foram re» “com a vida como ela se apresenta— compromet- legadas para trades menos empiics. mento ~manuten¢do ou madanga de comportamento "guiada por valores: O objetivo deste trabalho é reali A cognigfo humana repesentava uma dessasques- zar uma revsio hstérica e concitual, caracterizan- tes complexas que os principios de condicionamen-> o diferentes aspectos da ACT: sua histra,funds- mentosfilséfcose teGrieos, modelo de madanga do ‘comportamento ¢evidncias de process e resulta, HISTORIA _-AACT 6 uma terapia comporamental: portant, de- — Ville, Levin, & Hildebrandt, 2011) claboradas desde a primera metade do século XX. "Watson enfBtizava 2 consideragio de fatos observi- els publarmente pois lo via métoos vids para estar evens acess apenas a prépro {toclissico e operante no podiam explicar adequada- “mente, Esa lacuna estou o desemevimento das. bordagens cogniivists mas abrangenes que pre~ ~~ _te50 esforgo continuo para evitar problemas pode le- ‘var ao enrijecimento da atenglo (Hayes etal, 2011). (0 ndivduo passa bon part do tempo preoeupado com o passado ou imaginando problemas que sida ‘do surgiram, Em ambos os casos, esté psicologica- ae atengio flexivel, por outro lado, Permite aumentar o contaio com o momento presen- te, Capaz de regular sua atengo e manter mais con- {wo com 0 aqui eagore, énico momento passvel de nua, ndivido experiment 0 mundo mais dire- tamentee pode se comportar de modo mais lexivel. | principas tenicas de promogio da atengio pre sente slo 0s exercicios de mindfulness (Hayes eta, 2012), habiidade de “prestar atengio de wm modo particular: intencional, no momento presente ¢ sem julgamentos” (Kabat-Zinn, 1994, p. 4). Esse pro cesso, que caracteriza as principais abordagens da terceira onda (Hayes, 2004), esteve presente duran- te todo 0 desenvolvimento das tapas cognitivas © comportamentais (Vandenberghe & Sousa, 2006). Um exercicio simples de aceitaglo, por exemplo, ‘envolve checar mentalmente 0 corp, identificando egies esesages cas. (i) Self concetalicadsel como content) A nogéo de “self como conte representa a integra ded sos avtoconeito fundamen pra indvduSe- ‘gundoa TQR, esse apego a alguns pensamentos é um ‘exemplo de fusio cognitiva especialmente atscado (Hayes etal, 2013). Eventos que ameagam 0s con ——————— eee ened pasado uu reser Lenao Mais Barosa~ Sta Gir Ma ceitospssois de self podem se intrpetados como _um risco ao proprio individuo, levando ao sofrimento e Reviago experiencia. Po isso a ACT estiula a defusto desses pensamentos 0 desenvolvimento de uma outra nogio de identidade, o self como contexto, a Nessa conepo, sf caracteizado como um i= ‘gar, e ndio como uma coisa (Hayes et al., 2011). Isso decorre das propriedades da linguagem que a TQR_ enomina relages dea: “eu vot”, “agi = “agora ~ en". Aprende esas rages requer treino em tomada de perspectiva, pois nenhuma lo mental pode cone estubildae & perspeciva Osi obseraore base a exeriaciacomsciente “eu-aquiago, quests empircamentrelcionada 2 empatiaecomunicago (Hayes et al, 2013). Ese Tuga a0 mesmo tengo, permanent etanscendn- te,0 que permite oinvuo obser sus expe Aacis de modo mis consent e seguro, incusve en sivagtes de adversidde © ojaivo dos métedos de desenvolvimento do self como comexo & a Resiblizari das cengas sobre simesmo, ov 0 que Hayes etal. 202, p 222) cha- tam de “suo conceit”, Ua forma de pro- mover esa hailidade 6a metodo tbo de xadiez, que compara 0 inivduo a um tbe, e seus pensamentes €sentimeatos contac, as esas. Assim como o estado d jogo no nen ciao bul, o coi ent eventos inemos no precisacomproneter individu. Enos reece

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