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REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA POLE Na] SEPARATA A APLICACAO NO TEMPO DAS NORMAS DE PRESCRIGAO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL Diogo Santana Lopes Coimbra Editora ee A APLICACAO NO TEMPO DAS NORMAS DE PRESCRICAO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL “” D1oco SANTANA LOPES INTRODUCAO [A pritica de uma condute penalmente relevante consubstancia a conere~ go da pretensio punitiva estatal, até entio de natureza abstracta, indi dualizando 0 respective agente. Assim, o delito ecarreta a prevaléncia do interesse de ordem piblica (que dé azo a essa especificagio) sobre o dircito 4 liberdade do infractor. Isto no significa, todavia, que © ius puniendi nfo cconhega limites. Com efeito, existem barreiras materiais e processuais, criadas com o de, por um lado, salvaguardar a dignidade da pessoa sobre a qual se concretizou 2 pretensio punitiva estatal e, por outro, garantir o controlo do poder punitive. Nessa pandplia de Sbices, assomam as normas que regulam @ aplicaglo da lei penal da irretroactividede da lei penal e da retroa Prima facie, ambos os principios seriam aplicéveis apenas 2 normas penais substantivas, na medida em que sio essas que, por definigdo, fixam as condutas {que devem ser qualificadas como criminosas, cominando-as com a respectiva Sango penal. Ao invés, as normas processuais penais, tendo por objecto o Desenvelvimento do tema preparado no bilo de exam orl de melnaria de nota & de Direto Pea no an lective 201272013. na Faculdade de Dieta da Universidade io divers. Pedro Cacia, “Aplcago da lt penal no tempo praaos de sus in Endo em Homenagent Rodrigues, 1 Coimbra Bator, 2001. 233. consid de alicaga de penal no terpo ‘mowanscaesdo, que impriatiaplablidade de rormas& fos gue no 36 ‘chen cm conti eo cha iso fcios que nose vera no romeo dso vginee ser acreseria emda a proibigdo de vetractivdade dali penal desfavordvelenguantocor- sejuencin inde Ainda ssi, © autor reconheee que as consequéneas das normas processuais penais. de 180 de normas, desta de prescrigao do procedi sham na possi estabelecem prazos © pape! claro qi mas que procuraremos an para.o problema do respeci isar, com vista a encor 0 regime de 1 PRAZOS DE PRESCRICAO 1.1. Breve nota Findos os quais see 3 quais se referem, ia de adulteriis derer- dade da pritin dos a0 Direito Romano, Com efeito, periodo de tendo esse catilogo sido pro jo esta a sede apropriads para Comparado, refira-se apenas que a dicos, na qual se insere © por on 2 do mesmo aig. do rau © 5 explana ir, Te ok, St 207,258 Os prazas definidos nas nom entre si em fungi da gravidade di de prescrigdo so estabelecidos e diferem ra do artigo 118° s, isso sucede nas loma, respectivamente, ges penais naci tuagses elencadas nos 1.2. Fundamentos ‘Ao esabelecimento de limites temporis para a prossecugto de um certo ido spontadas varias razbes. Nio ambicionando pereorter fo podemos prescindir de enunciar as que entendemos mais relevantes para a compreensio dts espeifcidades das normas que esabelecem prazos de prescriio da validade dos argumentos esgrimidos na discussto oncernente& sua apleagdo no tempo. No Direito Romano, o aparecimento de prazos ext por via do decurso do tempo estva alegadamente relaionado com o fisn tm ritual religioso quinquenal que se era purifeador da populasi0 romana Contudo, mais tarde, nomeadamente com a consagragio de prazos de pres: crigdo nos Cédigos Pens francés, de 1795, ¢holandés, de 1799, vieram a ser reconhecidas a esas normas fundsentos mais racionais. Por um lado, tribute rarmselhespreocupastes de carizadjectvo relacionadas sobretu, mas nfo 58, com a difculdade de prova provoeada pea passagem de un certo tempo, a partir do qual se elevavam “a coras insuport rios” As raviones de natureza substantiva apontadas és normas em jo podem, por seu tro, se simplistamentesintetizadas pelo ditado de que * tempo ear tos a frida ado por Kok na sus obra No que aos fundaments processus dz respeito, podemos enu primeiro lugar, «susceptibilidace de contaminagio ot dest das prow bem como de esquecimento ou de morte de testemunhas, sendo inimeros 05 estudoscientificos que pemitem compreenéer 8 efeitos de alteragdo da memé- ria que a passagem dos enos implies, Apesar de vslido, este agurento tem Para uma anise exaust dos arpune 8 favor conta ws psaos e prserggo, as coneguincis juridieas do crime. E nd the passage of| Jounal of Nerascteee don and srenghening 1 ex 1635s. cisponivel em woe jneurose or nt = A ——— perdido alguma importincia com 0 desenvolvimento tecnolégico dos tiltimos anos, que permitiu que a prova passasse muito menos pela vertente testemunhal sse ser armazenada e recuperada com maior facilidade, o que constituiu ‘um dos prineipais argumentos em que assentou a aboliglo dos prazos de pres- crigfo para alguns crimes na Holanda, entre os quais 0 homicidio. Outrossim, a verdade € que o decurso temporal pode, ao invés, revelar-se importante na cexumagdo de elementos relevantes para a acusaedo. Por outro lado, & frequente apontar-se a prescriglo como uma sangdo pela inéreia do Estado. Desse modo, num prisma positivo, os prazos de presericfo cstimulariam a acusagio célere por parte do Ministério Pablico. A este argu- ‘mento costuma contrapor-se que, em muitos casos, no pode imputar-se as ‘utoridades competentes a demora na acusagio, designadamente em 0 do delito ‘Além disso, em termos substantives, afigura-se pertinente 2 afirmagio de ‘que 0 decurso do tempo toma os fins das penas progressivamente inaleangé- Nessa medida, os prazos de prescriqto surgiriam responsaveis pela ‘da necessidade da pena, precludindo uma punigio ia efeitos itis. No entanto, é tudo menos claro que assim seja. Com efeito, o facto de 0 agente nto ser punido implica que confianga na vigéncia de norma no foi reposta, que no se aleangou a pacifi- cago social © Esta ideia perde ainda mais forga se, como importante parte am resultado que devamos encoaar”apud Kok. ob. ct. 218 radugto nose m Copsidrando este © grande suporteracional dos prazos de presciga, Beleza dos Sonos, Revista de Legslagdoe Jrgprdéncta no n2 TI. 324 8 Basa pensar nos casos meGicoe gi, MBO ro, we zest aid A presrcto do peo criminal, debando a comunidad com une sensaeo de inpunidade que di Palma, Direlto Penal ~ Pare Geral. l. AAFDL, 194,39 fe reuitoexistente ma Sociedade tende a dar ugar a ur sentimento de compaisdo pele pessoa pesepuida por um crime hi muito esquecid, ‘Quire argumento de peso que se costuma esgrimir em defesa dos prazos de prescrigio, pelo menos desde os tempos de Beccania , é a seguranga ou, ‘numa expressio mais usual, a paz juridica do infractor, que nao poderia ver a sua situago permanentemente indefinida \, havendo ainda quem a considere, para estes efeitos, um valor também 2. APLICACAO NO TEMPO. © debate acerca do regime a por via de regra, no contexto mais amplo da discussio concemente & natureza dessas normas, sendo inferida a resposta & primeira questo da conclusio obtida na andlise da segunda. Com efeito, o até entio aceite) estatuto processual das normas de prescri- co veio a ser paulatinamente colocado em cheque por autores que se propuse- ram a aprofundar os efeitos que estas acarretavam, concluindo alguns pela cexisténcia de consequéncias na posi¢do do arguido, que revelavam a necessidade a protecgio conferida pelas regras de aplicagdo de normas penais (material rho tempo. Ainda assim, alguns tebricos, nfo tanto por razbes formais ou siste- smaticas, mas progressivamente com base em argumentos de ordem substantiva, inclinam-se para a manutengio da tradicional natureza processual das normas de prescrigao, tendendo, em nome da coeréncia, a rejeitar que se lhes apliquem (0s limites temporais da lei penal substantiva. Quanto a nés, concordamos com a Comissio de Veneza quando, em pare- cer a0 Tribunal d2 Gedrgia, sustentou que, para efeitos de apuramento do regime aque devem seguir as normas que estipulam prazos de prescrigio, deve a discus- so ser procurada num prisma funcional ™'. &, por conseguinte, nesses moldes ue nos propomos a abordar este debate (Ch Cesare Beecata. Dor deltas das penas, Fundaglo Calouste Gulbenkian, 1998 ues [odo] str & espera de uma pe ‘Asim, José is poenais) European Commission for Democracy Through Law: (Venice Commission). Opinion Court of Georgia — on the ret on application of coitionl serene" die sts of linkaton andthe eveactve prevention of (mena aS _ Dds ‘Tese clissica No que concerme & quesido do discernimento dos limites temporais & pro- dugio de efeitos das normas de prescrigéo do processo penal, verficava-se na ddoutrina tradicional portuguesa uma relativa confluéncia de posigdes. Na ver- dade, ainda que com recurso a argumentos de eariz essencialmente for se afigurava discutivel ou, pelo menos, carente de restrigdes 0 princi apZo imediata das normas processuais penais, aos olhos da. gent os autores da primeira metade do século XX. a jurisprudéneia maioritiria, embora a tendéncia tena sido no sentido do aban- dono progressivo desta corrent ‘A resposts dada pela tese clissica tem sido mantida por autores recentes, embora, como se refer, com base numa argumentagdo na qual confluem argu- como se veri melhor adiante. ‘No mesmo sentido 22. Corrente hodierna ‘Como mencionmos supra, um sector cada vez mais alargado da doutrina tem advogado a aplicagio dos limites temporais das normas penais substantivas fs normas que estabelecem prazos de prescrigio, refutando os argumentos for- ‘malistas da doutrina cléssica. Chamar-Ine-emos a teoria da identidade material, za medida em que os seus seguidores, “conferindo o devido primado as (inves- igagdes das) verdadeiras rationes juridico-politica e politico-eriminal do pr ipio da aplicagio de lei penal favorivel — determinam que A sucessdo de leis processuais penais materiais sejam aplicados os principios da irretroactividade da retroactividade in meli ponive em wowivenice coin embrso documento pays falar na wea de force un eto Spur, gaecendo reer a qualiicago pan adipose nas leisiobes peal 6 cade Edo. (hr g. Eduardo Corea. Dire Criminal. 1971, 162; Cave de Feely Lites 1 Penal POLL, 1945, 22 embora enka poseriormente mudad de posio em Cavaero ira. Dinto Pel Porngut, I Verb, 1981. 127-8 Ta. Geage P Fletcher Base concepts of Cr 0s. ‘2 “Ene nds, pelo menos desde Henriques da Coimbra, 1908, 145. gpud Germano Marques da Siva Curso de Prcesso Peel, 2008, 106. 18 Tapa de Carvalho ab. ct. 358 ‘Assim, a generalidade das autores que pretende aplicar os prineipios cons- titucionais de aplicagao de lei penal no tempo as ditas normas processuais penais smateriais, de que sio exemplo as normas de prescrigdo, assenta a sua tese sobre- fentidade de razdes, designadamente a salvaguarda dos direitos funda- do infrector ® e a garantia do cidadto e das suas expectativas face a idade de criagdo de leis avbitrrias e persecutéras, sendo que a jurispru- ‘éncia mais recente tem seguido, por via de regra, esta perspectiva Porventura consciente da diferente fungao que desempenham as normas tradicionalmente eonsideradas substantivas ¢ as normas processuais, com @ ¢on- sequente divergéncia na legitimidade das expectativas criadas quanto @ umas & foutras, como procuraremos demonstrar de seguida, determinado segmento da doutrine da identidade material procura deslocar 0 foco do individuo no qual se especifiea o ius piniendi para a entidade que o procura responsabilizar: 0 Estado. ‘Desse modo, apela & necessidade de limitagio do poder estatal, designadamente através do prinefpio da autovinculagdo e da objectividade °°. Esta perspectiva foi seguida por diversas vezes pelo Tribunal Con: embora sobretudo no tratamento da interpretagao de normas que estabelecem causas interruptivas suspensivas da preseriga0 ‘No dmbito desta questdo, hi ainda quem faga uma aproximagio a evolugo doutrindria que se verificou na discussdo relativa a aplicago no tempo das rormas que estabelecem medidas de seguranga ™ 23. Posigio adoptada 23.1. Consideragdes genéricas Feita a referéneis aos dois grupos de teses que se contrapdem neste debate, importa tomar partido. , desde logo, ser discutivel que haja, nests situagSes, um pro- iva de normas. Neste sentido, escreveu Mala Gox- process Duos acide. € seérdHo do Teibunel bt (S12 OPHMTS.. ambos dispoaiveis em wo a Moria Fernanda 2: Warold J. Krent, “Puaing boundary between snd chil terontive lamang”. in Georgetown Law Jowna, 1995. 2158, ‘Cit. aceddo n° 20519 do Trbinal Constcionl pedo # uma “igen de en 4 poder punivo do Estado. ber como 08 achrdos a 12272000 e n* $12/2003 do Tribunal ln. dsponvels em wor iburaeonstucinal pt aso de Tua de Carvalho, ob. lt. 368 = aT CALVES que, “mesmo que os prazos [de preserigio] sejam diletados, nfo hi, aqui, uma situapdo de retroactividade, pois se trata de ddo que se passa com as normas substantivas, 10 penalmente relevs =, a conclusio » Por conseguinte, o problema que aqui ividade de normas, parecem-nos improceden- 28eS que suportam no 56 a tese clissica, como a tese da identidade em qualquer das suas vertentes, se poe € efectivamente de retro t Em primeiro lugar, a tese clissica deixa, de facto, algo a desejar no que conceme @ argumentagZo em que repousa. Efectivamente, tal como ver acentuando a doutrina nossa costinea, revela-se demasiado simplista a pretensio de assentar a questéo do contlito temporal das normas de preserigto em anélise fem argumentos meramente forms 150 sistemtica ou 0 ‘objecto da nonna ®. Quanto a0 primeiro, nio pode sequer valer para as normas de preserigio, que surgem previstas no Cédigo Penal ©. Mas mesmo no que ‘0 objecto da norma, que é o procedimento er tal seja um indicador particularmente forte, muito menos det ‘que buscar outro suporte, 3, havendo assim iv, Por seu tumo, a corrente que hoje agrega mais seguidores, euja posigio ddenomindmos, por raz6es pragm: uma pr de que as razbes que estio subj penais pelos ort, 1980, anoiagto 0 artigo 6 do Caigo 355. Assim também. Antnio Gateiros, Manual ada, 240s. cit, 3 suid por Petro Cacira, ob i 1 tins 118% e sepuites. ETS TES BBE ETE OST a do principio da culpa, de consequéncias com que nao contava — e com que do facto, daqueloutro em que o infrac~ 2os de prescri¢lo que julga idade no caso ert que lo do infractor, sendo que essas normas esto r ddemora por parte do acusador, € nem o conhecimento da existén de prescrigao pelo arguido, nem qualquer asp qualquer influéncia nessa demora e nas resp quéncias” “Tampouco se pode falar da existéncia de um direito a acusagéo dentro de tum certo periodo °, Na linhe de Esea, entendemos que *...ninguém tem tal direito & impunidade, independentemente da qualificagdo das normas de pres- crigdo como substantivas ou processuais. A fungao do principio mullum erimen sine lege, 2 proibigdo da retroactividade, determina que o agente saiba que ‘Com eft. no aiuto n* 44972002, pono 10. a analisr so areseno, pos — condutas slo puniveis; que tipo de crime consttui a sua conduts; e que pena & aplicavel. O arguido nao tem um direito a preserigdo que comporte uma proi- bigto da alteragdo retroactiva de uma norma de preserigo. Este alegado diteito do existe” 9. Nao se considera, por conseguinte, procedente o principal argumento em que assonta esta tese: 0 de que as normas de preserigdo comungam das rationes ssubjacentes aos limites temporais das normas penais substantivas ¥. Talvez por esse motivo, alguns autores que se identiticam com as con- sequéncias desta itima tee tm procurado, como acima se refer, alicercar-se fem argumentos prima facie alteativos, de entre os quais se destacam a neces- sidade de autovinculagto do Estado de Direito e » garantia de objectividade Contudo, temos dividas que tai prineipios eonduzam a improcedéneia da tese ita cissica Niko se nega que o Estado, no seu papel de legisladr, esti vineulado as is que promulgn e deve obedecer & generalidade e abstracgio que earacterizam {as normas juridicas. No entanto, se nos questionarmos em que assentam as farantias conferidas pelo principio da legelidsde, facimente concluimos que na base est a protec da confianga dos cdados. Como refere MARIA FERNANDA PALMA, “sto estas ides que explcam a extensio do prineipio [da le criminal) (..: a protecgdo das expectatvas individuas ea indigo 6 iiito criminal acrese a garanta de 56 ser punido com pena prevsta em lei anterior pritca do facto” °”. Ora, como tivemos oportunidade de sustentar anterior ctiago de expectativas em relagao & manutengdo dos prazos de pres- criglo nfo &, de per si, merecedora de protec¢l0. Com eftito, eremos que as normas de prescriglo nto t&m eomo desiderato influenciar condutas, 20 invés das normas penais materiais, mas tio-s6 dsciplinar 0 periodo indo 6 qual nio ¢ possivelaleangar os efeitos itcis do processo penal, pelo que nao carecem da proteeglo do prinefpio da autolimitagao do Estado de Diteto "Por outras Ese, ntrvengo orl nado pela Fonds ‘i auslndsches un intratonalesSrafrecht Kok. ob eit, 262 (8 "Mara Femanda Palms. ob cit, pg rel: probiemas de aplieagso dale proce ‘que também a proteczo da confang e pe reupto nossa: “O prazo Ae presciqao serve muitos peopostes,incuindointoduzi um Tinie ao por esata de inven. xT palavras, qualquer que scja 0 prisma pelo qual se qucira ver a questo — o do infractor ou © do Estado, como o faz esta dltima vertente — a situagio nio se altera. Desde logo, o que a legalidade objectiva exige é que o Estado se submeta a observncia das nocmas que ele proprio coloca em vigor, podendo, alter-las € revogi-las através casos sub aqueles em que regras constitu 1am o processo legs ddessas normas. E nem se diga que, a mant de sucessio de lei penal as normas de preserigdo, sempre pode o ley afectar casos coneretos através da alteraglo das limitugdes temporais de deter- minados crimes, Concege-se-que isso pode suceder. Mas a questio & que essa afectagdo apenas ocorre a nivel processual, visto que © que esti em eausa no E saber em que termos 0 agen der. Seria ir longe cde manipulagio legislativa em funeio de casos concretos a pretensio de sub- tracgio das normas de prescrigfo a0 principio da aplicagzo imediatas das normas processuais, Com efeito, etariamos a fugir & discussio de fundo: a da fungio das normas de preseriglo, Além disso, no respeitante a casos coneretos, bastante a xdos que decorrem da adopeo da tose da identidade © devido respeito, is: procurando comtomar a objecgao com que se depara a desta tese, esta segunda face da moeda deixa eair 0 perdendo a base para a distingdo entre normas processuais materiais e formais. ‘vi, Além disso, a maioria dos teéricos afectos & corente da identidade ‘material acaba por propugnar a aplicaglo das regras de sucessio de leis penais alargado leque de normas provessuais p% se Reis No gress, Coa Editara. 2 Tipe de Carvalho ob —_——— peer = anterior, tendo em conta que reine dois pressupostos exigentes. Por outro, as preocupagdes materiais que esto subjacentes a essas excep- rmeadamente na alines a), sendo de dificil coadunagdo com este rormas processuais penais que tém elementos substantivos sufi ira aplicac£o dos principios da irretroactividede desfavorivel e da retroac- tividade favordvel das restantes. Na verdade, os autores que a defendem recor- rem sobretudo ao método da exemplificagdo para normas que integram a categoria de normas processuais penais materiais “, Uma das excepeses a esta regra & PINTO DE ALBUQUERQUE, que, embora uelas que representam, em termos mate- riais, uma verdedeira pré-conformagdo da penalidade a que o arguido poder ficar sujeito” “ Interpretado, porém, como respeitante & posig#o do agente, & necessidade da sua tutela © das respectivas expectativas no momento da pritica do facto, sempre esbarrari, a nosso ver, com as abjeceSes levantadas a esta linha de argumentagio da tese da identidade material Por seu tumo, dos eseritos de outros autores infere-se que a frontera deve ser definida pela afectagio de direitos, liberdades e garantias “, maxime o diteito Cte, me, 3 [Nei sent, refereo astro 6 Supremo Tribune Jugs de 20-062012, proceso 1? 258.01, em Colecidnea de Jungpradincia 0° 248, Wolers Kluwer, 2012, Il, que exe tee “tem eof a ercunscia de efecuar ums interpeapio restive do ar. S* do Cdiga de Proceso Pent! quent tems fundamento ma letra ou no esprit dalle gue a0 inv do adequtdo rméfogodeduive de interpreta ee cael, fem seguidededunt 2 interpreta adecunds Par isso mesmo Pero Cir, se interpreada no Sentido de permisio do aplicagdo ime apliagzo implica um sravemento "nia sersve das nomas processsis pena osgte do arguido que fends irae wmeaga a Tiberdace dos eidadaos. “desde a nvesgagz da infargdes te 30 ‘exerigto da sano promncia Paulo Pino de Albuquerque, ob. et, 62 ‘Assim, por exemplo, Jos Faria de Cos, ob, et, 122 de defesa, Consideramos que o direito de defesa ndo deve, porém, ser visto uma perspectiva t2o ampla. E certo que a uma norma fundamental deve atribuir-se o sentido que maior efiedcia Ihe d€ , Contudo, no se pode pro- ceurar no artigo 32.°/1 da nossa lei fundamental mais do que wn catélogo, determinar no caso concreto “), de “todas as possibilidades de contrariar 2 acusagio, « imparcialidade do juiz ou procedimento” “, Ora, surge-nos inadequado 0 enquadramento dos prazos de prescrigdo anteriormente vigentes nessa categoria, Ademais, esses casos st eaberiam na alinea a) do n.° 2 do artigo 5° do CPP, como veremos, Tia, portanto, qualquer necessidade de apelar aos prineipios de aplicagdo da penal no tempo. De qualquer modo, estas posigSes negligenciam o facto de a alteragdo de rormas processuais pensis ditas técnicas ou formais poderem igualmente influir na posiggo e numa eventual punigdo do arguido, Vejam-se as regras relativas 0 modo de audigdo de testemunhas ou a forma de realizagao de buscas ou apreensbes. Nao pode, em abstracto, conjecturar-se que 0 deling pesado a existéncia de uma delas na sua decisio de pratcar o er de que © regime de produgao de prova vigente determinaria a insuficiéncia pprobatéria para 0 afastamento da presung20 de inocéne Vinculado também nestas situagaes? Qu ante quebra de uniformidade no regime provessual penal? Na nossa perspet reportar-se & fungio de orientagao de as normas substantivas de Direito Pens se tutelem das expectativas dos cidadios e, noutro vinculagdo do legislador. 'S6 assim se explica, na nossa perspectiva, a respectiva sujeigio is nonmas ss de aplicagio no tempo da lei penal, as quais merecem algumas notas \vidvalizadas relagdo a clas ponha a auto- b ix. Antes de avangarmos, port «28 relativamente a questio das medidas de seg positive: enquanto a Constituigéo e 0 Cédigo Penal subi im express: wal de Jorge Mirada. Coimbra, 207, 306. 5. 35h odes 0 dito einsirumentos nocessiiosadequades pars arguido defender sn posi € contraria © 208980" a ‘mente as medidas de seguranca a proibigzo da retroactividade “, o CPP esta- boelece, como regra geral, 0 principio da aplicagio imediata das normas proces- suais penais ‘Além disso — e neste caso sim —, as medidas de seguranga envolvem a formagio de legitimas expectativas acerca da consequéncia da p ‘glo penal, comportando uma fungio de orientag#o de condutas que ndo pode ser posta em causa por alteragdes legislatives, visto que determina, a par da pena, uma consequéncia possivel do preenchimento da previsio da norma que qualifica certo comportamento como criminoso. Por exemplo, 0 agente que pratica um crime com grave abuso de profissio sabe de antemdo que, nos tenmos do artigo 100°, n=" | ¢ 2, do Cédigo Penal, pode ver-seinterdito de a exercer num periodo de tempo entre 1 e 8 anos De qualquer modo, mesmo face a0 regime constitucional e legal vigente, hhi autores que entendem que o momenta relevante para a determinagzo concreta dda medida de seguranga 6 0 da decisio 23.2. Consideragbes especificas 2.32.1, Prineipio da irretroactividade 292,001 3, coneretizado pelo antiga I, deter. idade de normas posteriores & conduta do agente eujo conteido fundamente ou agrave, em concreto e em termos globais, a sua posi¢do, 0 que traduz um coroliio de prinefpios basilares de Direito Penal. Em primeiro lugar, © principio da legalidade criminal, que concretiza o principio do Estado de Diteito, designadamente na perspectiva de seguranga juridica, impde que se tutele @ confianga de quem se guiou pelas leis vigentes & data da comissa0 do crime, Além deste, 0 principio da culpa, que decorre da dignidade da pessoa Nos anigos 294, nee 3.6 ‘8 Maria Jodo Antunes. Medide de seguranga de inermamsnt ¢ fact de ininputivl em ‘rasdo de anomaliapsquca. 2002. 183, epud Figueiredo Diss, et, 196°, (te. Opinion 523.2009. cit, wratugio nossa. onde se refer, aquendo da anise dos fundamenios da proiigdo de revourtividade de eis penis desfvortveis. que tal pol ‘ecesiria da perspectva a seguranga juridiea. o que significa que um individu apenas pode ser responsabilizado por agbes que fessem considera delits penis & dia er que fora empreendidas, acrescentando de seguids 0 principio de imprcialidadee dn obectividede do Ensdo humana, impede que se negligencie a consideragdo que ndo é possivel adequar ccondutas normas posteriores as mesmas. importa recordar que o alargamento de um prazo de pres crigio decorre da alterago da concepsio legislativa. Ora, nfo havendo aqui expectativas merecedoras de tutela, como se tentou demonstrar previamente, ‘nova valoragao do lea! | concretizado pela seguranca juridica, nfo desempenha aqui o mesmo papel que nas normas penais substantivas, ipio da culpa, por seu tumo, suporta o prinefpio da iretroacti- ‘de uma conduta no poder ser tida por desvaliosa, isto é, por jco-social respeitante & conduta do agente nos casos em que nio Ihe foi possivel adequar-se & norma penal, pela simples razio 6 ter iniciado a sua vigncia em momento ulterior 20 de pritica do fa ddoneidade das normas que estabelecem prazos de prescriglo para a orientagio de condutas, acresvente-se apenas que, na perspectiva da culpa, tal como desen- volvida pelo Tribunal Constitucional , esse “juizo de reprovagdo do agente por ndo ter agido em conformidade com o dever jutidico embora tivesse podido Conhecé-lo, motivar-se por ele e realizé-lo” "! ndo desaparece nem se atenua pelo facto de o prazo de prescrigao estabelecido vir a ser posteriormente alterado, ‘a0 contririo do que sucede com a modificagao de uma norma que, por exemplo, ‘er eriar ou alterar o$ elementos do tipo ou que vem agravar a pena prevista para a conduta criminosa. Parece-nos, em suma, que 0 principio da culpa no desempenha qualquer fungio no que diz respeito as nonmas de prescriglo. iv. A moderagio da posigio aqui assumida, no sentido de sujeigdo das rnormas que estabelecem prazos de prescrigio do procedimento criminal a regra eral do artigo 5.71 do CPP, concerne ao reavivamento de prazos de preserigao. Com efeit, nesses casos, a gravidade da violaglo da paz juridica do infractor ‘a possibilidade de ser perseguido criminalmente € signficativa- Tost de Sous e Brio, A Lei Penal na Consttug8o™. in Exudes sobre Conti It Lishos, 1978, 199, pad AcéedBo do Tribunal Consitueina "54/2001. dsponvel em wv. ‘nbanaleoastucional pt —7 TTR ‘mente maior do que naqueles em que o procedimento instaurado. Por conseguinte, 0 principio da seguranga juridica gana neste ponto uma relevincia que nao tem quando o prazo de prescrigo ainda decor, devendo precludir-se, nestes caso do infractor ©, Além disso, sucede que o direito de defess, previsto generi a Constituigdo, ganha af uma 32. ccometeu um ilicito penal ¢ vé agora prescrever o respective procedimento eri- ‘minal fags por preservar os meios de provas que porventura mantivesse para efeitos de defesa. Por outras palavras, nfo ¢ exigivel que se precaveja ad eter- ‘num pels exumacao do procedimento criminal alteragao legislativa posterior & prescrigio, Assim, a ressureiglo do prazo de prescrigd0 cconsubstanciaria, na nossa perspectiva, uma limitagao inaceitével do seu dizeito de defese, v. Em suma, a proibigdo de retroactividade i malem partem, atentos os seus fundamentos, ndo ¢ aplicivel as normas de prescricdo, salvo nos casos em {que jd tena preserito 0 crime. 2.3.2.2. Pr cipio da retroae A anélise da questdo que tratamos no presente artigo tem de ser posta outros termos, quando esteja em causa o principio da retroactividade in mmelis ado nos artigos 29.214 e 2.12 e 4, da Constituigio e do Cédigo Penal, respectivamente. Com efeito, esta norma repousa em fundamentos diversos da proibigio de rectroactividade, ganhando uma autonomia que nao 1 permite tomar como uma mera excep¢do ao principio anteriormente trax ado ©”, Desse modo, quando surge uma lei posterior de contetido mais abuse and wheter relative UC Davie Journal of Jvenie Lae and bo atari eis ade de a Pedro Cecio, ob. ct. 235. Assim também, Mara Fernands Palm. “Prinepio da ‘pling ceveativa de ie (penal) mis favrivel ealteagao de prazas presticonis no dieito ETS BT TSO EE vvantajoso para o agente, tanto o principio da necessidade da pena como, em certos casos, o principio da igualdade determinam a sua aplicagao. O primeiro porque se alterou a concepeao legislativa, no fazendo sentido punir mais gravemente o agente daquilo que, 4 luz de norma em vigor ¢ da valorago que estd subjacente, se entende adequado; o segundo, face & possibilidade dos ites da pena serem diferentes para dois crimes idénticos praticados & mesma data, n0 caso do procedimento criminal de um deles ser instaurado a luz da lei nova ¢ 0 outro nao. fi, Em termos dogmiticos, parece-nos correcto assumir 0 relevo do prin- cipio da necessidade em sede de prazos de prescrielo. Com enquanto leis penais substantivas a valoragdo subjacente & imposigio de fa a um certo crime conceme ao grau de realizaglo dos respectivos fins, nas normas que estabelecem prazos de prescri¢lo (0 que se pergunta previamente € até que ponto seri possivel a realizagao dos ‘mesmos. Ou sea, a alteragZo da concepeio ke fa, porquanto minimizadora da intervengio do Estado em matéria penal trara & colagdo o principio da neces- sidade da pena“, E, portant, surgindo uma lei posterior que se revelasse mais favordvel, essa norma apontaris no sentido da aplicapdo retroactiva, quer quanto fa umas, quer quanto # outras. iii, No plano pritico, porém, importa tomar em consideragio as consequén- jas da tese da identidade material, nomeadamente atendendo ao disposto no artigo 371A do CPP. ‘Tomemas o caso do agente que pratica um ilicito pen: senda acusado e condenado, de acordo com os tramites legalmente estabelecidos, ppassados 4 anos. Nessa altura, entra em vigor uma nova lei que determina que ‘0 prazo de prescrigao é encurtado de S para 3 anos. Ora, para os defensores da | a0s prazos de prescrigfo, 0 base no referido artigo 371.%-A do CPP, de modo a que the seja aplicado activamente 0 novo regime. Por conseguinte, o infractor sera pura e simples- mente libertado, Note-se que nfo hi aqui qualquer sangZo para a inércia do Estado, que respeitou 0 prazo legalmente estipulado a data, falhando assim 0 aque fundamenta, em certa medida, a segunda modalidade da tese da identidade nsabilizagio do Estado pela inércia ou incapacidade para rea- de mera ordnsgto soil: comentro 20 acérdto do Supremo Tribunal Administrative de 24 Flac, 290 3.0" 34, 1991.25 Em senio semelhante, Maia Fema Palma. Divito Penal... et. 1 — — re lizar a aplicago do Direito no caso conereto” ¢ vidade Poder-se-ia, em altemativa, ensaiar uma via da tese da identidede material que afastasse as respectivas consequéncias nos casos em 4) savido con- denagdo, como sucedia anteriormente com as normas penais substantivas ©. Coy feito, nessassituapses ndo faz sequer sentido fal dica do infractor — que j@ viv a sua \quanto garantia de objecti= ssuma, @.generalidade dos fundamentos apontados as normas que estabelecem prazos de prescrigdo desapareceriam com a condenagao, legtimando a sua inapl cabilidade nestas situagdes. Contudo, uma solugdo dese tipo acarretaria os m ‘mos problemas de desconformidade 23.2.3. As excepsdes ao principio da aplicagao imediata das normas processuais penais Com 0 advento do Decreto-Lei n.° 78/87, de 17 de Fevereiro, o legislador ordinirio veio estabelecer duas excepgies a0 consagrado no n.° | do artigo 5.* do CPP, as quais o: seguinte , Desde logo, refirase que a tem sido tomada numa perspect “processo iniciados anteriormente”” ica, isto é, como referindo-se a fase 9 Acérdto n* 20899 do Tribunal Cos ont 3.2 es ‘onal. No mesmo sentido, do scedon* 12200. reser consist “oma forma de esposabiliago do Estado pena", 0 acériao a” 6122003, por sev tro. sli, te) AE Aero sfctvad pela Ltn 594007 de de Seebo. 2 anigo 2° tn fine do Cédigo Penal. * “A lel processual nto sapien aos process iniiads aneriormene sua vigznela quando da sua aplieabigad esse rel, 4) Agravamenoseravel e sind 6 amen um limiagto dose Gus da armani © uniad ela siagto proessual do arguida, nome. ito de dees: o¢ tes vires aco do proses 9 processo em que ficam definidas as condig6es ¢ os pressuposios do direito que veio a ser resringido pela lei ulterior ©, A primeira excepeao diz respeito a casos em que a alteragio legis mente a posigao do arg gue essa se conseguinte, de preocupaSes materials que o legistador procurou ressalvar no conflto temporal de normas processuais penais, optando por dest guard do direito de defesa, Em abstracto, subsumir-se-to a esta posteriores que venham determinar a diminuigao do prazo de abertura de ins- trup0 ou do niimero de testemunhas admissiveis . O mesmo no sera verdade para as normas de prescri¢do, cuja alteragdo, como se sustentou em momento prévio, no contende com o diteito de defesa do arguido, nem tampouco com a sua situago processuel. De qualquer modo, a doutrina alerta para a necessidade de uma andlise casufstica no tratamento deste preceito Por seu turno, a segunda excepeao refere-se, muito sinteticamente, a situa 8s de contradiglo normativa entre & lei até entlo vigente ¢ a que se Ihe seguiu, dando-se portanto uma ultractividade daquela. Neste caso, s4o sobretudo ques- tes de tramitagdo processual que estdo em causa, privilegiando-se a coeréncia o processo, pontos acresce ainda a preservaglo de actos validamente pra- jo da lei anterior ", de acordo com on. | do mesmo artigo. Assim, resulta que 0 legislador ordindrio ndo ignorou que a aplicagio no tempo de normas processuais pode, ainda assim, gerar resultados materialmente indesejados. Contudo, a verdade € que tais preocupagdes materiais se cingiram {i posigdo do arguido ¢ do acervo de direitos que the so reconhecidos em pro- esse dese- Manual... eit, 257 ie Albuquerque. ob el. 66 ‘Maia Gooealves. ob eit, 69: Antnio Bureias ob, et. 258 Como sues aed STI de 20-06-2012, "© Ou. numa perpen mals eonseatdaeaeom @ que sien que 0 proceso peal to um proceso de pats contra auele que dla beneicla rr rc (ET RO TD RECEDES OL 3. NOTAS CONCLUSIVAS condenados, com respeto pelo prazo de presctislo regime vigente & data do respective procedimento criminal, 20 abrigo do artigo 371:-A do CPP. Pensammos que a nossa posi ro se descortinam raz6es para endo cada vez a normas de preserigio a uma -mporas inerentes ao Di cente A consagragio desta regra geral ‘da nova lei, considerada mais adequada |] deve prevalecer sobre quaisquer outros —, esti também presente nas normas icagdo imediata de prazos de prescrigio mais a do facto, desempenham & mesma fungao no domi mas de prescriglo. ton 20 Haveré que apelar& probit de retrosctividade apenas nos casos em que jf tenha prescrito, tendo em conta a gravidade da ofensa a do agente que essa situagdo implica ®” e a relevancia que o direito Por outro lado, no que conceme agora ao principio da retronctividade in ‘melius, a aceitapio da sua aplicagao as normas que determinam a janela tempo- finda @ qual determinado crime prescreve acarreta resultados inaceitiveis, Com efeito, assistr-se-ia & pura ¢ simples libertagdo de individuos devidamente ' Femanda Palma. “O problema peal do process pena”. in Jornada de eto pro- jas Deco Penal — Parte Gran. 18 Sb. designe esc Fans Hennes, Tome Tod de Derecho Penal ~ Part Genera 5° Ea so. Granade. 2002 seeltane, fe Jescek/Weigend,Trtado de Derecho enol — Pare General. 2002, 982, ine: sexual abuse and whether reactive a UC Deve do Portguesn antada, . Coimbes Eitrs, 200, ional, Coimbra Editors, 6* eda, 2007, ibiea Parniguera, Coimbre lberina, Saory Press, 207 ation iternainal criminal law. Cambridge Univesity Sav70s, Helen dos. Revsta Suva, Germano Marques 6

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