Você está na página 1de 11
af gem AO aR SIROTA DA COMUNICACAO. UM PASSEIO TEORICO EM TORNO DE PAUL RICOEUR TIEMPO, MEMORIA E HISTORIA DE LA COMUNICACION. UM PASEO TEORICO POR PAUL RICOEUR Meee ree Lae et Mee a) Ere Me Ue et) historia da Comunicacao (2019). Sa ee ry Fee MRT ee Rn et ac Os manuscritos do Brasil (2019). E-mail: marialva153@gmail.com Jornalista. Professora Titular da ECO-UFRJ. Publicou recentemente: Os manuscritos do Brasil (2019). eee Re apresenta reflexdes ted \s-floséficas sobre as fenomenologias do tempo ‘eda meméria, ambas propostas por Paul Ricoeur (2010, 2012), com o intuito de contribuir para repensar a historiografia da comunicagio, a partir do desvelar da historicidade dos fen6menos comunicacionais tendo como fio condutor a compreensio a potencialidade do tempo e da meméria na construgao das narrativas historicas sobre PALAVRAS-CHAVE: TEMPO; MEMORIA; HISTORIA; COMUNICAGAO. ROS ‘This essay presents theoretical and philosophical reflections on the phenomenologies of time and memory, both proposed by Paul Ricoeur (2010, 2012), in order to help rethink the historiography of communication, from the unveiling of the historicity ‘of communicational phenomena, having as guiding thread the understanding of the potentiality of time and memory in the construction of historical narratives about ‘communication. ‘KEYWORDS: TIME; MEMORY; HISTORY; COMMUNICATION. Este articulo presenta reflexiones tedrico-filos6ficas sobre las fenomenologias del tiempo y de la memoria, ambas propuestas por Paul Ricoeur (2010, 2012), con el fin de contribuir a repensar Ia historia de la comunicacién, a partir de la revelacién de la historicidad de los fenémenos comunicacionales, teniendo como cable guia, el centendimiento de la potencialidad del tiempo y la memoria en la construccién de narrativas histéricas sobre la comunicacién. PALABRAS CLAVE: TIEMPO; MEMORIA; HISTORIA: COMUNICACION. 97 1. Introdugao A historiografia da midia tem privilegiado em grande medida a trajetéria de personagens ¢ de instituigdes, destacando, por vezes, os contextos descritos, pressupondo, portanto, que ao narrar fatos acontecimentos de um outro tempo esta- ria construindo a verdade histérica do passado’ A auséncia de investigagoes que congreguem tanto 0 cardter histérico, como a procura pela historicidade dos fendmenos, tem prejudicado a compreensio dos modos de atuacio vigentes da midia em sua configuragio holistica Nesse texto propomos pensar néo somente as relagdes possiveis entre os campos da filosofia, da historia e da comunicagio, mas repensar as formas de construgao de uma historiografia da ‘comunicagao tendo como ponto de partida as proposigdes de Paul Ricoeur, filésofo do sentido (Barbosa, 2006), que teve a histéria como campo privilegiado de observagio e estudo, © campo comunicacional, enquanto lugar de reflexividade de fila do politico ¢ de fabricagio de um olhar sobre o histérico, vem também so- frendo um proceso de crise que se reverbera nas narrativas historiogrificas acerca de si e dos campos com os quais se relaciona. Narrativas do pasado da comunicagao se colocam de forma ‘objetiva € muitas vezes atendem a uma inten- cionalidade funcional, esquecendo que entre os tempos vividos € os que estao por viver, hit mais que linearidade e cronologia. Essa linearidade narrativa da historia do campo da comunicagio nem sempre permite compreender 0s espagos de expe -ncia (Kosselleck, 2014) sobre os quais se constréi um relato, tanto no que concerne as proprias transformagdes increntes ao campo co- municacional, quanto aos espacos e contextos vi- venciados e narrados. Apresentamos nas préximas pginas enxertos da obra Ricoeur que podem efetivamente inte- 1 Un baango da proto histonogrca base sobre midin pode ser encontado em Barbs, 2018, ressar na construcdo de uma historiografia da comunicagio, Inicialmente, 0 foco recai sobre a fenomenologia do tempo em seus primeiros mo- mentos em que Agostinho e Aristiteles s20 con- frontados. Num segundo momento emergirio 0s _gestos de meméria que influem nesse processo, €, por fim, detalhamos os usos e apropriagbes que ‘0s pesquisadores em historiografia da comunica~ ‘glo podem fazer do pensamento ricoeuriano, 2.0 Tempo no tempo 0 tempo foi objeto da filosofia ¢ de varias cién-

Você também pode gostar