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MINISTERIO DA EDUCAGAO E DESENVOLVIMENTO HUMANO, INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EUDCAGAO, DIRECGAO NACIONAL DE ALFABETIZAGAO E EDUCACAO DE ADULTOS Consultor: Manuel Eugenio Miyares Gonzalez Colaboracao: Maputo, 07 de Fevereiro de 2019 indice Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Unidade 5 Unidade 6 Introdugao ao estudo de Andragogia na Educacao de Adultos Principios e componentes da Andragogia na Educagao de Adultos Aprendizagem nos Adultos O papel do andragogo-facilitador Métodos, técnicas ¢ estratégias da Educagao de Adultos Planificacao de aulas Referéncias Bibliograficas 24 37 42 49 56 UNIDADE 1. INTRODUGAO AO ESTUDO DE ANDRAGOGIA NA EDUCAGAO DE ADULTOS Contetidos 1.1. Conceito de Educagio 1.2. Surgimento da Andragogia 1.3. Conceito de Andragogia e Educacao de Adultos. 1.4, Perspectivas Andragégicas de Educagio de Adultos 15, Problemas da Educacao de Adultos Fases da vida adulta, 17. Nogao de Educacao ao longo da vida. LA. Conceito de Educagio Educago no seu sentido técnico Por definicao, educacao refere-se No seu sentido mais amplo, educacdo significa Segundo o dicionério Aurélio, educagao é © “processo de desenvolvimento da capacidade fisica, intelectual e moral da crianga e do ser humano em geral, visando é sua melhor integracéo individual e social”. Na vertente de Freire (1987: 31) pode-se significar o valor do termo educacao quando alude “a educagdo tem cardcter permanente. Nao hd seres educados e ndo educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educacéo, mas estes ndo sdo absolutos”. Para Jomtien (1990), “ a educagdo ¢ um direito fundamental de todos, mulheres ¢ homens, de todas as idades, no mundo inteiro. Cada pessoa - crianga, jovem ou adulto — deve estar em condigdes de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer as suas necessidades biisicas de aprendizagem” (Ministério de Educagiio, 2008:8). Nesta vertente, a educagdo também 6 analisada de acordo com a tomada de decisdes dos individuos quando se destaca que a “Educagdo é um proceso continuo que orienta e conduz 0 individuo 4 novas descobertas a fim de tomar suas préprias decisdes, dentro de suas capacidades’ (OLIVEIRA, 2009: 2). Ainda nesta perspectiva, considera-se que o valor da educacao como uma conquista social ¢ um direito de cada cidadao, ao afirmar que, “As vezes nesta questdo da educagdo, alguns procuram 0 prestigio, a seleccdo, o poder, esquecendo-se dos valores humanos valorizados pela educagdo (..) fundamentalmente valores associados a calma, tolerancia, compreensio, paz, humildade” (BARBOSA, 2012: 206). © objectivo essencial da educacao expressa que o direito & educacao é fundamental para todo Cidad3o mogambicano independentemente das suas crencas religiosas e culturais que Ihe possibilite a sua insercio social, politica e econémica, e para tal deve garantir um ensino de qualidade para todos (Conselho de Ministros, 2011: 4). Exercicio 1.2. Surgimento da Andragogia © vocabulo Andragogia foi, originalmente, formulado pelo professor alemao Alexander Kapp, em 1833, para descrever os elementos da teoria educacional de adultos. O termo caiu em desuso 4 e foi retomado pelo alemao Eugene Rosenstock, em 1921, numa publicagdo em que ele argumenta que a educacao do adulto requer professores, método e filosofia diferenciados. Eduard Lindeman retomou o termo de Rosenstock e usou-0, poucas vezes, nos Estados Unidos, porém o termo andragogia passou a ser usado amplamente, desde 1960, na Franca, Yugoslavia e Holanda, com referéncia a disciplina que estuda o proceso de educacao de adultos ou a ciéncia da educacao de adultos (NOTHINGHAN ANDRAGOGY GROUP, 1983).Apesar de 0 uso do termo andragogia nao ser novo, sua teoria e tecnologia siio recentes (KNOWLES, 1978). ‘A andragogia pode ser demarcada em trés grandes campos: Fig.1. Campos da Andragogia Nesta, ela tem sido aplicada no modelo de treinamentos organizacionais; jé enquanto ciéncia, tem desenvolvido um corpo de doutrina fundamentado em principios filoséficos, psicolégicos e sociol6gicos que norteiam o planejamento e a administragao da educagao de adultos (ROSALES, 2003). ‘A evolucao da andragogia esta demarcada em trés grandes etapas: a) a primeira etapa vai desde 1920 até 1959; nesta, a andragogia compreende a educagao de adultos em todas as actividades educativas, que incluem adultos em um proceso, em tempo parcial ou actividades de dcio, de natureza livre. Os estudos universitarios em tempo integral nao se incluem nessa etapa. Tal definicdo nao considera a educagéo em fungdo das caracteristicas bio-psico-sociais do sujeito; b) na segunda etapa, Knowles fundamenta a teoria da aprendizagem de adulto com a publicagao dos livros The Modern Practice of Adult Education: Andragogy versus Pedagogy (1970) e The Adult Learner: A Neglected Species (1973), ambas as datas correspondem a primeira edigao. Nas formulacdes desse autor, a andragogia é tida como um fendmeno totalizador, no qual a educagao € considerada uma actividade permanente e necesséria para acompanhar as mudancas aceleradas da sociedade. Nessa visio, a educacao de adultos compreende um processo no qual as pessoas participam de actividades sequenciais e organizadas com a intenco consciente de produzir trocas de informacdes, conhecimentos, compreensio, destrezas, aceitacdo e atitudes, assim, o verdadeiro propésito dessa educacao esté fundamentado numa base ampla, Dessa forma, a tarefa da educacao € ajudar as pessoas a compreender suas necessidades, os caminhos para solucdes e descobrir os recursos a seu alcances ) na diltima etapa, a educagao de adultos aparece como uma necessidade da populagao adulta e da sociedade para a continuidade e sobrevivéncia delas (Rosales, 2003). Concretamente, ela encontra-se inscrita nas conferéncias da Organizago das Nacdes Unidas para a Educacdo, a Ciéncia e a Cultura (UNESCO) ~ Conferéncias Internacionais sobre Educagao de Adultos: Elsinore/Dinamarca (1949), Montreal/Canadé (1960), Téquio/Japao (1972), Paris/Franga (1985), Hamburgo/Alemanha (1997) — embora 0 termo andragogia encontre-se referido apenas no relatério final das Conferéncias de Tékio e de Hamburgo (UNESCO, 2005). Exercicio 1.3. Conceito de Andragogia e Educacao de Adultos 1.3.1. Conceito de Andragogia io creditada, na década de 1970, a Malcolm Knowles, Andragogia é a arte ou ciéncia de orientar adultos a aprender. De origem grega, a palavra “andragogia” tem como significado: andros-adulto e gogos-educar. Em contraposigao a Pedagogia (do grego paidés, crianca), que se refere a educacao de criangas, a Andragogia é a arte de ensinar adultos, sendo um modelo de educago que busca compreender 0 adulto dentro da escola, rompendo com aqueles padrdes apresentados pela Pedagogia. Andragogia é um caminho educacional para compreender o adult, é 0 ensino para adultos. Para Knowles (1980) nos individuos amadurecidos: ‘* Seu auto-conceito move-se de um ser de uma personalidade dependente para um autodirigido; ‘+ Seu reservatério de experiéncia se acumula e se transforma em um recurso crescente para aprender; © Sua prontiddo a aprender torna-se orientada, cada vez mais, as tarefas de desenvolvimento de seus papeis sociais ‘© Sua perspectiva de tempo muda de uma acco de procrastinagdo do conhecimento imediata aplicagdo, ja sua orientagéo para a aprendizagem desloca-se de uma aprendizagem centrada nas disciplinas a uma focada no problema, 0 que situa o modelo de ensino orientado na resolucao de situacao-problema, ou em metas como educagao em satide, capacitacao profissional, entre outras. ‘+ Sua motivacao a aprender ¢ intrinseca no individuo amadurecido. Segundo a pedagoga HAMZE, Amélia: Andragogia é a arte de ensinar aos adultos, que nao sao aprendizes sem experién« fo conhecimento vem da realidade (escola da vida). O aprendizado é factivel e aplicavel. Esse aluno busca desafios e solugdes de problemas, que farao diferengas em suas vidas. Busca na realidade académica realizagdo tanto profissional como pessoal, e aprende ‘melhor quando o assunto é de valor imediato. QUESTOES PARA A REFLEXAO 1.3.2, Educagao de Adultos © conceito de educacao de adultos nao tem tido um sentido univoco. Isto quer dizer que este conceito tem sido discutido sob diferentes modalidades e altemativas, de acordo com as caracteristicas dos usuarios e do contexto politico, econémico e social. Neste contexto, a educagdo de adultos constitui um espaco que garante a inclusdo e permanéncia dos sectores sociais mais excluidos. A UNESCO sustenta o termo Educagao de Adultos da seguinte maneira: Denota todo 0 corpo de processos organizados de educacao, independentemente do seu contetido, o nivel e ou método, quer seja formal ou informal, se prolongar ou substituir a educaclo inicial nas escolas e universidades e na forma de aprendizagem, através do qual as pessoas consideradas adultos pela sociedade a que pertencem, desenvolver as suas atitudes, enriquecer os seus conhecimentos, melhorar suas habilidades e competéncias profissionais ou dar um novo rumo e trazer mudangas as suas atitudes ou compartamento nna dupla perspectiva da partcipacio pessoal e pleno desenvolvimento socioeconémico e desenvolvimento cultural equilibrado e independente (UNESCO, 1999). Reconceitualizar 0 enfoque das praticas da educaco de jovens e adultos apresenta-se como uma tarefa prioritéria, Esta reconceituacao implica reafirmar a importancia da educacao para todos e a concepcao da aprendizagem como um processo de aprender a ser, a saber, a fazer e a conviver (DELORS 1999: 6) Educagao de Adultos define-se como sendo “toda a actividade que facilita 0 processo de aprendizagem e habilitacdo da pessoa para uma melhor participacdo na sociedade e no exercicio da cidadania” (SMULDERS, 2001: 15) No Ambito do conceito de Educagao, Rocha (2002: 3) apud Freire afirma que “os termos Educagao de Adultos e Educagao nao-formal referem-se mesma area disciplinar, tedrica e pratica da Educaco, porém com finalidades distintas. Tamayo (2007) indica que a educagao de jovens e adultos se tem desenrolado em trés vias fundamentais: Educagio Formal, Educagéo Nao-Formal e Educacao Informal; Portanto, 0 conceito de educacao de adultos vai-se definindo de acordo com o campo de acco onde se vai trabalhar. 1.3.3. Educagao Formal, Informal e Nao-Formal () Educagao Formal Num sentido mais restrito, 0 conceito de Educagdo ndo-Formal utiliza-se também para fazer referéncia aquelas actividades do sistema que fazem parte do processo educativo mediante o qual os adultos aprendem a conhecer, a compreender 0 mundo que os rodeia e com quem se relacionam ( RIBEIRO & RIBEIRO, 1989). Lima and Dias (2008) consideram a Educagdo Formal como uma parte singular dos sistemas educativos que se utilizam para designar um conjunto de actividades sistematicas de educagio, destinadas a atender aqueles grupos da populacdo que, tendo superado os limites de obrigatoriedade escolar, nao tém tido acesso aos beneficios da educagao e da cultura, em geral. Segundo a estratégia de alfabetizacio e educacéio de adultos em Mocambique 2010-2015 a educacdo formal é um sistema escolar, estruturado e institucionalizado, que obedece a etapas segundo um plano de estudos, papéis definidos para educandos e educadores, ¢ culmina com uma cettificagao. (ii) Educagio Informal Quanto a educacao Informal, esta é percebida como aquisigao assistemética de conhecimentos, habilidades e atitudes, através de experiéncias em diferentes contextos.! A Educagdo Informal é um vefculo mais auténtico de transmissio, recreacio e generalizacao de novas expressdes culturais de um povo. E um instrumento através do qual da-se a plena expressio da totalidade cultural (A. Ribeiro & Ribeiro, 1989). A educacao informal € descrita como “educagdo, que acontece durante a vida das pessoas, através das suas experiéncias didrias e influéncias ambientais (familia, trabalho, entretenimento, biblioteca, media, etc.) esté associada com a educagio permanente, nao intencional e nao sistematica ” (MINED (2003b). (iii) Educagao Nao-Formal Educagio nfo-formal para a UNESCO 6 uma iniciativa e continuagio da educagio ou aprendizado para criangas e jovens. (UNESCO, 2006). Num sentido mais restrito, 0 conceito de Educagdo néo-Formal utiliza-se também para fazer referéncia aquelas actividades do sistema que fazem parte do processo educativo mediante o qual os adultos aprendem a conhecer, a compreender 0 mundo que os rodeia e com quem se relacionam (A. Ribeiro & Ribeiro, 1989). Enquanto para a PEACE CORPS trata-se de uma abordagem da educagao que pode ser usada nos adultos, jovens ou criangas, e que sua parte integrante é o facto de os educandos participarem no desenho, desenvolvimento, implementagao e avaliagio do seu préprio proceso de aprendizado.? Por sua vez. a estratégia de alfabetizacao e educagao de adultos em Mocambique adoptou a definigao da educagao néo-formal (ENF/AEA) como 0 conjunto de actividades educacionais, | Ministétio de Educagio (2011): Esteatégia de alfabetizagio ¢ educagio de adultos em Mogambique 2010- 2015, Fevereiro 2011, pagina 4 Peace Corps (2004): Nonformaleducationmanual.Information Collection and Exchange, Washington, DC., pagina 8 organizadas ¢ sistematicas, realizadas fora do quadro do sistema formal de ensino, flexiveis em fempo, local e na adaptaao dos contetidos ds necessidades dos educandos.? Importa referir que existem varios tipos de educagao nao-formal. O manual da UNESCO (2006)* debruga-se sobre alguns tipos a saber: Educago Para-Formal Educacdo Para-formal, que consiste em programas que tendem para um treinamento orientado dos individuos e servem como substitutos de partes da educacaio formal. Este tipo de ENF/AEA. caminha em paralelo com o sistema formal da educacao. Educacao Popular Educagéo Popular, esta parece se localizar no extremo do campo da educagdo. Sua caracteristica principal é a concentragao na camada pobre da sociedade e o ensino por via de uma abordagem aproximativa, onde existe uma constante preocupacéio em adaptar o aprendizado as mudancas de necessidade dos usuarios. EDUCAGAS | EDUcAcAO NAC FORMAL INFORMAL Nao oe Sictematizads, Sitematizada ee pmatirece Peeves Cognitive Operacional Todos pene Miédio/Longe Prazo Curt Prazo Variavel METoDoLosIAs FSESaay Participativa Nao ha Sa interrogative Aauisieze Aauisieze Nao ha Pere rey conhecimentos Aplicacse diferiaa Formaciio escolar Formasso, Conversas de profissional Cafe, Lettures, Filme: Quadro 1. Caracteristicas da Educago Formal, Nao Formal e Informal 2S MINED (2011): ibid “UNESCO (2006): Non-formal education and Basic eduction reform - a conceptual review. International institute for education and planning, Paris, pagina 231 10 Exercicio Tendo em conta as caracteristicas apresentadas no quadro 1, pesquise quais so as vias de educacdo de jovens e adultos mais usadas em Mocambique. Argumente sobre as vantagens delas. De acordo com a teoria da andragogia, os adultos e as criangas aprendem de forma bem distinta um do outro. Essa distingao deve levar em consideragdo 0 modelo pedagégico e andragégico de aprendizagem, pois ao ensinar criangas, devem-se utilizar os contetidos, as metodologias e os meios (recursos) em uma perspectiva didactico-pedagégica de acordo com a faixa etaria e a capacidade cognitiva dos estudantes. No modelo andragégico, o aprendiz é sujeito activo do seu préprio aprendizado, pois é um ser consciente e reflexivo, que possui autonomia cognitiva, afectiva e volitiva, com motivagao orientada para aquisicao de conhecimentos voltados especificamente para aperfeicoamento pessoal e 0 incremento laboral, aprendendo contetidos que the sejam mais significantes, interessantes e relevantes. Na andragogia, 0 mais importante € que o estudante tenha uma aprendizagem activa significativa, seja por meio dos aspectos epistemologicos, interpessoais, afectivos, motivacionais ¢ instrumentais, didécticos, avaliativos e metodolégicos. O que se pode perceber do estudo dos principios e dos requisites relativos é aprendizagem dos adultos (andragogia) € que ela segue conceitos, metodologias e estratégias bem distintas daquela voltada para o ensino de criangas (pedagogia). Na viséo andragégica, a experiéncia é rica fonte de aprendizagem, através da discussio e da solugo de problemas em grupo. Nesse sentido, deve-se promover sua motivacdo, seus interesses, contextualizando os conteiidos em uma perspectiva de resolugZo de problemas factuais ou reais. 1 No modelo andragégico, o conteiido nao ¢ o centro, tendo um viés muito mais pratica do que te6rico e mais adequado a resolucao dos problemas que surgem no dia-a-dia do aprendiz adulto. Isto nao quer dizer que nao ha a necessidade do contetido, Mas este assume papel acess6rio e nao central na aprendizagem que deve ser baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar a solugo (CAVALCANTI, 1999). Desconhecer ou nao aplicar os conhecimentos, principios e métodos andragégicos no ensino de pessoas adultas seria 0 mesmo que nao aplicar os conhecimentos, principios e metodologias pedagégicas no ensino de criangas. O adulto nada mais é que um membro da sociedade ao qual cabe a produgao social, a direcgao e a reprodugio da sociedade. © educador de adultos tem que admitir que os individuos os quais instrui sao homens normais e realmente cidadaos titeis, nao podem ser pensados de forma marginalizada, como uma anomalia social, mas precisam ser vistos como produto da sociedade em que vivem. Pinto afirma: O educador tem de considerar o educando como um ser pensante. E. um portador de ideias e um produtor de ideias, dotado frequentemente de alta capacidade intelectual, que se revela espontaneamente em sua conversacdo, em sua critica aos factos, em sua literatura oral. O que ocorre € que a presenga do erudito arrogante, “culto” (0 “doutor”) 0 analfabeto se sente inferiorizado e seu comportamento se torna retraido. Mas se o educador possui uma consciéncia verdadeiramente critica, que nao pretende se sobrepor ao educando adulto, e sim se identifica com ele e utiliza um método adequado (em esséncia catattico), 0 analfabeto revela uma capacidade de apreensao e agudeza de vistas que o equiparam a media dos individuos de sua idade em melhores condigdes. (PINTO, 2010, p.86) Uma das principais fungdes da EJA é actuar sobre as massas, para que estas pela elevacao do conhecimento e poder cultural produzam representantes mais capacitados para influir na sociedade. Um dos grandes erros desse tipo de ensino por parte dos docentes é conceber 0 adulto como um atrasado, que 0 considera como uma crianga que cessou de se desenvolver culturalmente, se utilizando dos mesmos métodos que sao utilizados no ensino infantil. O adulto 6 visto como um ser que estacionou no seu processo de desenvolvimento. Esta concepgdo segundo Pinto (2010) é ingénua, falsa e inadequada porque: ~ deixa de encarar 0 adulto como um sabedor; 2 - ignora que o desenvolvimento fundamental do homem é de natureza social, faz-se pelo Trabalho e que o desenvolvimento nao para pelo facto de o individuo ser “analfabeto”; - ignora o processo de evolugao de suas faculdades cerebrais; - nao reconhece o adulto iletrado como membro actuante e pensante de sua comunidade, na qual de nenhuma maneira ¢ julgado um “atrasado” e onde, ao contrério, pode até desenvolver uma personalidade de vanguarda. Essa concepgio leva a graves erros pedagégicos pela aplicago de métodos inadequados, sendo possivel combaté-la com métodos que integrem o homem a sua realidade, a sua vivencia, a comunidade em que vive, pois os conhecimentos simbélicos da escrita e da leitura s6 podem ter um desenvolvimento pleno, quando o homem conseguir desenvolver um olhar critico sobre a sua realidade, a sua propria vida e o seu meio social. Exercicio Mosquera (1982) apresenta as fases da vida adulta em idade adulta jovem, idade adulta média e idade adulta velha. BESS ES ROE FASE Il. Idade adulta média Dentro dessas trés divisdes e concepgdes de vida adulta, apresentam-se outras subcategorias, cronologicamente, No entanto, o autor esclarece “que cada fase tem uma problemitica 13 especifica, dividida em subprobleméticas que atingem as pessoas nos seus momentos decisivos entre o seu proprio projecto vital e as suas relagdes com os outros”, Idade adulta jovem subdivide-se em fases: Fig. Fases da Idade adulta joven © adulto jovem est dotado dos mais fortes impulsos, os quais se manifestam, tanto pela impulsividade como pelo emprego vivo de suas forgas. O seu estado de espirito frente a vida alcangou, por regra geral, um nivel elevado. A alegria de viver e o prazer da existéncia fornecem-lhe perspetivas. Logo, parece que na idade adulta jovem o ser humano busca uma valoracio pessoal, objectivando um desejo intrinseco da avaliagdo positiva de si mesmo pelos conhecimentos até entdo adquiridos e construidos. No que conceme a idade adulta média, as suas subdivisdes so a idade adulta média inicial compreendendo a faixa etdria dos 40 aos 50 anos, a fase dos 50 aos 60, nomeada de idade adulta média plena e a idade adulta média final, aproximadamente, dos 60 aos 65 anos de idade cronolégica. Nesta segunda fase da vida da idade adulta média, provavelmente 0 homem tenha conseguido alcancar os seus objetivos particulares de familia constituida, de empregabilidade e de moradia, entre outras percecdes acerca da vida, a idade adulta média revela-lhe a temporalidade humana fazendo-se consciente a imortalidade. percebe a utilidade de suas construgdes pessoais frente ao social, num impeto de ser itil e aprender o que é ser itil. © que motiva o adulto, nesta fase 6, possivelmente, a prépria disponibilidade. Seguidamente, encontra-se a subdivisdo da idade adulta velha, em idade adulta velha inicial, seguida da idade adulta velha plena e, por iiltimo, idade adulta velha final. Com as respetivas idades cronolégicas de 65 a 70, depois de 70 a 75 anos e, por fim, aproximadamente dos 75 anos até a morte. 14 Exercicio ‘© A nogio educacao ao longo da vida aparece como eixo orientador de projecto educativo jd em meadbs de 1960. ‘* Na década de 1970, a designagao educacao ao longo da vida aparece para auxiliar num processo de “humanizagdo” frente & constatagdo da instauragdio de uma “crise social”. ‘+ Em 1990, a expresso educagao ao longo da vida ou ao longo de toda a vida vincula-se a ideologia do “novo”, na ousada tarefa de construgao de um “novo projecto para o século XX?’ Se no Ambito do relatério da Comisso da UNESCO Educagio: um tesouro a descobrir (1996) a nogdo de “educagao ao longo da vida” é tratada como perspectiva, paradigma, ideia, conceito, concep¢ao ampliada de educagéo, no Memorando sobre educagao ao longo da vida (2000), resultante da reunio do Conselho Europeu, assume o status de estratégia, em sua forma quase élica, frente ao contexto situado pela Comissio das Comunidades Europeias como um momento decisivo na orientagio das politicas e acces da Unido Europeia e como resposta ao objectivo estratégico de “tornar-se a economia do conhecimento mais competitiva e dindmica do mundo.” (COMISSAO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 2001, p. 7). Para esta construgao, sao indicados quatro pilares de aprendizagem, quais sejam, aprender a conhecer, passaporte para a educagio permanente “na medida em que fornece o gosto e as bases para a aprendizagem ao longo de toda a vida” (DELORS, 1998, p. 20), apoiado, sobretudo, na ideia de que “o processo de aprendizagem do conhecimento nunca esta acabado, ¢ pode enriquecer-se com qualquer experiéncia” (DELORS, 1998, p. 93) © segundo pilar, aprender a fazer, relaciona-se as aprendizagens além das referentes a uma profissdo, a ideia de “adquirir uma competéncia mais ampla, que prepare o individuo para enfrentar numerosas situagdes, muitas delas imprevisiveis [...!" (DELORS, 1998, p. 20), ancorado na assertiva de que as mudancas no mundo do trabalho exigirdo muito mais uma formagio fundada em bases comportamentais do que intelectuais. 15, Quanto ao terceiro pilar, aprender a ser, o relatério sinaliza a actualidade das recomendacdes do relat6rio de 1972 (Aprender a ser: a educagao do futuro), focando, principalmente, a exigéncia de “grande capacidade de autonomia e discernimento, juntamente com o reforgo da responsabilidade pessoal, na realizagdo de um destino colectivo [...].” (DELORS, 1998, p. 20). quarto, aprender a viver juntos, vincula-se directamente a idéia de criagdo de um “espirito novo” que leve a “realizagdo de projectos comuns ou, entao, a uma gestao inteligente e apaziguadora dos inevitiveis conflitos [...]” (DELORS, 1998, p. 19). A Comissio vislumbra nesta aprendizagem um dos maiores desafios da educaco, propondo para sua consecugio duas vias complementares: “num primeiro nivel, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nivel, e ao longo de toda a vida, a participagao em projectos comuns, que parece ser um método eficaz. para evitar ou resolver conflitos latentes.” (DELORS, 1998, p. 97). Projeto Regional de Educacao para a América Latina e Caribe (PRELAC), em 2002, acresce a estes quatro pilares, um quinto, o “aprender a empreender”, prescrito “para o desenvolvimento de uma atitude proactiva e inovadora, fazendo propostas e tomando iniciativas.” (UNESCO, 2002, p. 14). UNIDADE 2. PRINCiPIOS E COMPONENTES DA ANDRAGOGIA NA EDUCACAO DE ADULTOS 2.1. Principios e objetivos da Educacao de Adultos 2.2. Os Principios da Andragogia na Educagao de Adultos 2.3. Instrucao e formagio 2.1.1. Principios Pedagégicos O processo de ensino-aprendizagem é regido por principios pedagégicos que para além de dar direcao ao processo de aprendizagem exercem influéncia na formagao integral da personalidade do ponto de vista de valores, atitudes e comportamentos. 16 1. A formagao deve proporcionar o desenvolvimento das capacidades e qualidades da personalidade de uma forma harmoniosa, equilibrada e constante. Isto pressupde um conjunto de conhecimentos, capacidades, habitos, conviccées, atitudes qualidades da personalidade e do comportamento a adquirir por forma a que a formacao seja integral 2. A formacio orientada para a educacao cientifica. Os contetidos de ensino devem ser seleccionados e estruturados de modo a favorecer a apreensio de conjunto de conhecimentos cientificos devendo se ter sempre em consideracdo 0 meio em que os educandos vivem. 3. Inciativa criadora, estudo independente e elaboraco de conhecimento pelos educandos baseado num pensamento critico. [As actividades pedagégicas e a respectiva metodologia devem favorecer a andlise e reflexao critica dos contetidos para além do espirito de descoberta e criatividade. 4. Ligagao teoria-pratica. Este principio é a base fundamental de todo o proceso de ensino-aprendizagem, porque permite 0 aprofundamento e consolidagdo da matéria, bem como do desenvolvimento de capacidades, valores, atitudes que possam contribuir para rapida insergao do educando na sociedade e na vida profissional. © envolvimento directo dos educandos facilita a compreensio da matéria pelo que a planificacao das ligdes e unidades teméticas devem ter em conta este aspecto, sobretudo se tiver em conta que 0 adulto ja possui uma certa experiéncia. 7 Exercicio N° 1 1. Mencione os principios pedagégicos recomendados no Sistema Nacional de Educagio do nosso Pais. 2. Explique dois dos principios a sua escolha. 3. Na qualidade de facilitador explique como desenvolverias um dos principios a sua escolha no decurso do processo de ensino-aprendizagem com 0s adultos. Objetivos da Educagio de Adultos 1. Assegurar 0 acesso da populacao trabalhadora a educagio , com prioridade a classe operéria, aos camponeses, cooperativistas e camadas sociais que desempenham papel fundamental no proceso politico, econémico, social e cultural. 2. Proporcionar uma formacao cientifica geral que confira os conhecimentos, capacidades e atitudes necessérias para aquisi¢ao de uma concepcao cientifica do desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento. 3. Desenvolver uma consciéncia critica através de uma formaco que permita: ‘+ Libertar a iniciativa criadora de modo a responder consciente ¢ eficazmente as necessidades da construgio do Pats; ‘© Contribuir para a consolidagio da unidade nacional; ‘+ Desenvolver uma moral sa, promovendo o sentido de responsabilidade colectiva e individual, libertagao /empoderamento da mulher e espirito de solidariedade. (Lei 4/83 do SNE) 2.2. Os Principios da Andragogia na Educagao de Adultos A década de 70, do século XX_ marca uma grande viragem no campo de Educacao de Adultos, quando 0 pesquisador Malcolm Knowles ampliou o conceito e definiu a Andragogia como a arte ou ciéncia que 18 estuda a educagio para adultos com o objectivo de atingir uma aprendizagem efectiva, capaz de desenvolver habilidades, conhecimentos e atitudes. A Andragogia busca conhecer 0 que os adultos esperam, como agem, o que desejam. + Com base nesse conhecimento possibilita a elaboracao de estratégias e procedimentos educativos que contribuem para melhoria da qualidade do ensino e dos resultados de aprendizagem. + Knowles defende a tese de que pessoas adultas aprendem mais facilmente em ambientes confortéveis, flexiveis, informais e livres de ameagas. + Occontexto e 0 clima adequado ao PEA concorrem para aprendizagem significativa e resultados satisfatérios. Importancia da Andragogia na Educagao de Adultos + Os Formadores utilizam abordagem andragégica para conseguir captar 0 interesse dos seus educandos para melhor aproveitamento das aulas e entendimento dos assuntos abordados. + Compartilhar as experiéncias vivenciadas pelos adultos-educandos e fazer um alinhamento com 0 contetido proposto pelos Formadores. Assim, a educagio deixa de ser centrada no professor/educador passa a ser uma educacio centrada no educando como um método adoptado pela andragogia, Eduard C. Linderman, em 1926, pesquisando as melhores formas de educar adultos para a “ American Association for Adult Education “ percebeu algumas impropriedades nos métodos utilizados na educacdo e escreveu: assuntos € professores so os pontos de pattida, alunos so secundatios. (...) O aluno & solicitado a se ajustar a um curriculo pré-estabelecido. Grande parte do aprendizado consiste na transferéncia passiva para o estudante da experiéncia e conhecimento de outrem” 19 Método de laboratério Principios Andragégicos Os adultos precisam saber porque necessitam de aprender. Incumbe-se ao formador consciencializar os formandos sobre a necessidade de saber, com recurso a experiéncias reais ou simuladas. Os Adultos possuem um auto-conceito de ser responsaveis _pelas, prdprias vidas. proprias decisdes e pelas 20 Os adultos envolvem-se numa actividade formativa com experiéncia de qualidade acumulada diferente em relacao aos mais jovens. Para estimular a troca de experiéncias e apoiar os adultos na construgao do conhecimento 0 Formador recorrerd as seguintes técnicas e mais usadas em Educagio de Adultos. (Os adultos tém predisposicdo para aprender aquilo que devem saber e precisam para se tomar capacitados para enfrentar as situagdes da vida real. Os adultos sao centrados na vida (tarefa ou problema) do quotidiano da comunidade onde esto inseridos, isto é, do mundo que os rodeia. 2 * Motivados quando aprendizagem ajuda a executar tarefas ou lidar com problemas que vivem Adultos *Assimilam novos — conhecimentos, habilidades, valores e atitudes quando reflectem a situag6es da vida real. Adultos i Os adultos respondem a factores externos (melhores saldrios, promocbes, salérios altos). Porém (0s mais poderosos sio os internos (satisfagdo no trabalho, auto-estima, qualidade de vida). —— Para melhor compreensao dos conceitos de instrugdo e formagao na pedagdgica comecemos por definir 0 conceito de educagao. 2.3, Instrugao e formacao Educagao, consiste no emprego de meios préprios para formar, para desenvolver fisicamente, afectivamente, intelectualmente, socialmente, moralmente, uma crianca, um adolescente, pela exploracao, ientao, valorizacaio dos recursos do seu ser. Pode ser percebida ainda como 22 accao geral e fundamental que os adultos exercem directa ou indirectamente sobre a crianga ou adolescente com vista a orientar, a inclinar, explicita ou implicitamente, a sua existéncia e a sua conduta em relagdo a fins que variam segundo as épocas, os meios, as concepcGes morais, sociais, econémicas, religiosas, etc. A acgao educativa pode visar a formacao do corpo, do carécter, da inteligéncia, do sentimento; a formacao estética, moral, social; a formacao do individuo por si mesmo. (J. LEIF; 1976) Instrugdo, no sentido lato, designa a acco de formar o espirito pelos conhecimentos ou conjunto de meios para instruir, como ligdes e exposicées. E uma accao de transmitir e comunicar conhecimentos atribuida ao docente. © mesmo autor considera como sendo documento contendo indicagdes para uso de docentes no que tange as matérias, métodos, programas e hors. Tbdem Formagao, conjunto de conhecimentos teéricos, préticos, indispenséveis ao exercicio de uma profissao, dum oficio. © autor em referéncia sublinha que a formagao profissional ou pedagégica do professor compreende: ‘+ Uma formacao inicial teérica: estudo dos fins, das finalidades, dos objectivos da educagao e do ensino; das matérias, dos contetidos a ensinar; da psicologia da crianca e do adolescente; dos métodos de ensino e de educacdo; ‘+ Pratica: observagio dos alunos e das classes; exercicios praticos; ligies de ensaio; esti tutela, com responsabilidade, com situacio; ‘© Uma formacio continuada que tem por objecto informar; reforgar a formagio inicial completando-a, aperfeicoando-a; fazer retomar a formacao inicial a fim de Ihe rectificar os erros, de renovar pela consideracdo de novos objectivos, pelo estudo de novos contetidos, novos métodos ou técnicas; ‘+ Uma formagao pela informagao, 0 estudo, a pesquisa, a renovacdo que cada um empreende a titulo pessoal, tanto no que diz respeito a teoria como prética, uma outra conduzindo & actualizagao de contetidos e de métodos, de forma prolongada ou pontual. Ibdem 23 UNIDADE 3. APRENDIZAGEM NOS ADULTOS 3.1. Conceitos de aprendizagem 3.2. As Caracteristicas dos adultos na aprendizagem 3.3. 0 Processo de aprendizagem nos adultos. 3.4, Aprendizagem experiencia 3.5. Aprendizagem significativa 3.1.1. Aprendizagem Para Lopes (1996: 111), “aprender € construir seus conhecimentos e sua afectividade na interacgao com outros sujeitos e, por meio de influéncias reciprocas que se vao estabelecendo, cada sujeito constrdi o seu conhecimento do mundo e de si mesmo como sujeito historico”. De acordo com Zilberstein (2000: 8), “aprendizagem € um processo em que participa activamente 0 aluno, orientado pelo docente, apropriando-se o primeiro de conhecimentos, habilidades © competéncias, em um processo de socializagao que favorece a formacio de valores”, Nesta perspectiva os autores José e Coelho (2002), descrevem: “Aprendizagem € 0 resultado da estimulacio do ambiente sobre o individuo j4 maduro, que se expressa, diante de uma situagdo-problema, sob a forma de uma mudanga de comportamento «em funcio da experiéncia; envolve os habitos que formamos, os aspectos de nossa vida afectiva © a assimilacio de valores culturais, além dos fendmenos que ocorrem na escola” (José € Coelho: 2002: 7). O processo fundamental na aprendizagem ¢ a imitaco (a repeticao de um processo observado, que requer tempo, espago, habilidades e outros recursos). Desta forma, os jovens e adultos aprendem as tarefas basicas necessérias para sobreviver. Numa perspectiva pedagégica “Denomina-se aprendizagem ao processo de aquisicio de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, possibilitado através do estudo, do ensino ou da experiéncia. Este processo pode ser analisado sob diversas perspectivas, pelo que existem diferentes teorias da aprendizagem.” hitp://conceito.de/aprendizagem. 24 Esta capacidade nao é exclusiva da espécie humana, ainda que no ser humano a aprendizagem se tenha constitufdo como um factor que supera a habilidade comum dos mesmos ramos evolutivos. Gragas ao desenvolvimento da aprendizagem, os humanos conseguiram alcancar uma certa independéncia do seu contexto ecolégico e podem inclusive alterd-lo de acordo com as suas necessidades. Para que a aprendizagem seja eficiente, Simons, (2000: 31), expressa que se necesita de tras factores basicos: a inteligéncia e conhecimentos prévios, experiéncia e motivacao; ainda que todas sejam consideradas importantes se deve valorizar que sem a devida motivacdo qualquer que seja a acco que se realiza, nao seré totalmente satisfatéria. ‘A definigdo de aprendizagem assegura que a motivacdo, ou seja, 0 desejo de aprender é fundamental que o estudante ou o aprendiz. dirija energia aos neurdnios; a mesma se pode conseguir mediante a pratica de metodologias especiais que se verdo limitadas personalidade e forga de cada pessoa. http:/queconceito.com.br/aprendizagem. ACTIVIDADE, Analise os conceitos apresentados sobre aprendizagem na concepcao dos autores citados e faga ‘uma reflexdo critica tendo em conta a aprendizagem dos jovens e adultos na fase de alfabetizacao e pés-alfabetizagio. 3.1.2. Comparagao do aprendizado de criangas (Pedagogia) ¢ de adultos (Andragogia), segundo Cavalcanti (1999) No quadro a seguir, so apresentadas as caracteristicas que delimitam a aprendizagem da Crianga desde uma perspectiva pedagégica e a aprendizagem do adulto desde uma vertente andragégica. (Quadro 1. Caracterstcas da aprendizagem da crianga edo adult. Professor € o centro das acgies, decide o que|] A ‘ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem. aprendizagem —adquire caracteristica mais centrada no aluno, na independéncia e na auto-gestio da aprendizagem. 25, FRavdes da | “H88 (0H adulos)dever aprender 0 que af Pessoas aprendem o que realmente la : sociedade espera que saibam (seguindo umf precisam saber (aprendizagem para a Aprendizagem . ‘cuticulo padronizado). aplicacio pritica na vida dria. (0 ensino € didéctico, padronizado e al[A experiéncia é rica fomte de besehaeent do aluno te al dizagem, através da discussi SP pe prendizagem, da solug2o de problemas em grupo. ‘Aprendizagem por assunto ou matéra, ‘Aprendizagem baseada em problemas, Orientacio da exigindo ampla gama de ‘Aprendizagem conhecimentos para se chegar a solucio, Fonte: Andragogla: A aprendizagem nos adults. Revista de Clinica Cinirgi da Paraiba, 1998:13. Para entender melhor a Andragogia, Knowles (1991 apud NOGUEIRA, 2004, p. 4) revela as diferentes formas de ensino-aprendizagem que compreende a Pedagogia e a Andragogia. Blaboragao do Plano de Aprendizagem Pelo Professor Pelo Auxiliador de aprendizagem e pelo aprendente Diagndstico de Necessidades Pelo Professor Pelo Auxiliador de aprendizagem e pelo aprendente Estabelecimento de Objectives elo Professor or meio de negociagao mitua Tipologias de Planos de Planos de Conteidos organizados ss planos de aprendizagem ‘Aprendizagem deacordo comuma sequéncia —_—_(e.g.contratos de aprendizagem, léica projectos de aprendizagem) sequenciados pela prontidao dos aprendentes “Técnicas de (ensino) Aprendizagem Técnicas wansmissivas “Técnicas activas eexperiéncias Avaliagso Pelo professor; referéncias a Pelo aprendente; referencia a nnormas; por meio de pontuacéo, otas critérios; por meio da validagao dos companheiras, facilitador de 26 aprendizagem e peritos na area Segundo Knowles apud De Aquino (2007, p.11), 0 modelo andragégico possui quatro suposigdes bésicas para seus aprendizes, quais sejam: 1. Seu posicionamento muda da dependéncia para a independéncia ou auto direcionamento”. 2. As pessoas acumulam um ‘reservatério’ de experiéneias que pode ser usado como base sobre a qual serd construida a aprendizagem. 3. Sua prontidao para aprender toma-se cada vez mais associada com as tarefas de desenvolvimento de papéis sociais. 4, Suas perspectivas de tempo e de currfculo mudam do adiamento para o imediatismo da aplicagdo do que é aprendido e de uma aprendizagem centrada em assuntos para outra, focada no desempenho. Knowles, Holton & Swanson (1998) propdem seis principios fundamentais da aprendizagem de adultos, de acordo com a teoria Andragégica: 1. A necessidade do aprendiz. de saber 0 porqué, o qué e 0 como; 2. O autoconceito do aprendiz: autonomia e autodireccao; 3. A experiéncia anterior do aprendiz: recursos e modelos mentai 4. A prontidio para aprender: relacionado a vida e as tarefas de desenvolvimento; 5, Orientacdo para a aprendizagem: centrada no problema e contextualizada; 6. Motivacao para aprender: valor intrinseco e recompensa pessoal. ACTIVIDADE, Na unidade 2 foram tratados os prineipios da andragogia. Estabeleca uma comparagio entre os principios da andragogia e os principios da aprendizagem do adulto. Para que os principios da aprendizagem sejam efetivados no processo de ensino-aprendizagem, faz-se necessario que alguns requisitos se adequem a condicao do adulto. Essas condigdes seriam as seguintes: 1. O clima da aprendizagem: a decoracao, os equipamentos, a acistica e a iluminacao adequados; 2. O diagndstico de necessidades: perceber as reais necessidades do aprendiz. adulto; 3. A formulacao de programas, objectivos e conteiidos que irdo satisfazer as necessidades dos educandos; 7 4. 0 processo de planejamento do aprender envolve os estudantes e o professor serve de guia do processo e na pesquisa do contetido; 5. A conducao da experiéncia do ensino-aprendizagem: relacdo de responsabilidade entre professor e aprendiz. 6. A avaliagao da aprendizagem como um autorretrato do aprendiz. Nesse sentido, a avaliagao deixa de ser um simples mecanismo somativo e passa a ter conotacao formativa e autorreflexiva. (KNOWLES, 1980). 3.1.3. Factores que influenciam a Aprendizagem dos Adultos A medida que a pessoa vai atingindo a idade adulta ou de velhice ocorrem alteragdes fisiolégicas que eventualmente podem perturbar 0 proceso de aprendizagem como consequéncia da interrupcio no seu desenvolvimento/crescimento bioldgico, os quais devem ser tomados em consideracao no processo de ensino-aprendizagem de adultos educandos e dentre elas salientam- se as seguintes. - Alteragies de audigio; - Alteragies de visio; Alterades do tempo de reaccao; Alteracdes de capacidade e do ritmo de aprendizagem. O educador deve estar preparado para enfrentar estas situagdes e tomar medidas correctivas e ou adequadas para cada situacdo em fungdo das necessidades individuais de cada um e do contexto. A metodologia & muito importante na aprendizagem do adulto, porque se trata de uma pessoa que possui conhecimentos e experiéncias de sua vivéncia, dai que se deve pensar em actividades que irdo permitir 0 desenvolvimento do seu potencial intelectual. ACTIVIDADE, Explique a relevancia do conhecimento das alteraces fisioldgicas, bioldgicas e cognitivas dos jovens e adultos para o sucesso do processo de ensino~aprendizagem na fase de alfabetizacao e pés-alfabetizacio. 3.1.4. Requisitos de aprendizagem que se adequam a condigio adulta + OClima de Aprendizagem; 28 ‘© O Diagnéstico de Necessidades; ‘+ A formulagao de programas, objectivos e contetidos que irdo satisfazer as necessidades; ‘© Oprocesso de planeamento do aprender envolve os estudantes eo professor serve de guia do processo e da pesquisa do contetido; ‘+A condigio da experiéncia do ensino-aprendizagem dé-se em um proceso de miitua responsabilidade entre alunos e professor. 3.2. As Caracteristicas dos adultos na aprendizagem Aprendizado depende de motivagao Motivacao é fundamental para se garantir a atengdo da plateia e 0 objectivo de transmissao de conhecimento. ‘Tabela Il Conceitos Fundamentais sobre Motivagao ‘Necessidade de compartilhar experiéncias © adulto gosta de trazer a discussdo para situagdes concretas para as quais possa contribuir. Compariilhar experiéncias pode tomar varias formas. O primeiro grau é compartilhar com as pessoas mais préximas. Deve-se ter em mente, no entanto, que quanto maior a motivagdo da plateia, maior sera a tendéncia para que estas conversas paralelas aumentem e por mais técnicas que se utilizem, a aula tende a degenerar. 29 Receio em cometer erros ‘Tabela II ~ Conceitos Fundamentais sobre Necessidade de Compartilhar Experiéncias Um aspecto interessante e contraditério do adulto € que, ao mesmo tempo em que deseja compartilhar suas experiéncias e tem necessidade de utilizar aquilo que aprendeu, ele tem enorme receio de se expor. ‘Tabela IV ~ Conceitos Fundamentais sobre Necessidade de Aplicagio, Receio de Errar e Necessidade de Aplicagio Necessidade de Aplicacao Receio em Errar eed-Back Descrigio (© adulto 6 consciente de que pode e necessita aplicar o que aprendew para integrar 0 conhecimento Isto pode ser explorado em aulas teéricas com exemplos eso mult ites para se recapitulare motivaraplatia Apesar de querer apicar, aluno teme ser rdicularizado frente ao grupo. SituacBes de apicaco sio as que mais acentuam este componente por envolver outros expectadores, como pacientes por exemplo. (0 adultonecessita que the digam se esti cero ou errado para prosseguir para 0 proximo passo —extensio do conceto de intesraco. Em aulas tedricas isto pode ser explorado ao se dara resposta aos exemplos/casos proposts. Importincia em se dissociaro erro da sensacio de culpa ~ dividir a tarefa em partes valorizando o que foi adequado e contextualizando o ero, Posigio aberta do palestrant, admitindo também ser passivel de era. Principios da aprendizagem de adultos: conjunto de directrizes para que se possa obter um ambiente de aprendizagem de adultos efetiva. Esses Gibb (1960) publicou uma lista de seis principios sobre a aprendizagem de adultos que representam um A aprendizagem deve ser centralizada em problemas. Muitas das experiéncias de aprendizagem consistem em um conflito entre o professor que vé os problemas do seu préprio quadro de referéncias eo aluno que possui um outro conjunto de experiéncias a partir das quais deriva um Conjunto de problemas diferentes. 2-- A aprendizagem deve ser centalizada em experiéncias. 0 problema do professor para desenvolver uma atmosfera de aprendizagem adequada é ajudar que sejam escolhidos € oferecidos tipos de experiéncia relacionadas com o problema do estudante. 3 A experiéncia deve ser significativa para o estudante As diferentes limitagGes do estudante em experiéncias,idades, equlibrio emocional e aptidio mental podem limitar ou bloquear a sua percepgio de que a experiéncia é significatva para seu problema, Além disso 0 significado das experiéncias nao sao percebidas pelo aluno do tipo nao participativ. 4-0 aprendiz deve ter liberdade de analisar a experiéncia Para melhor descrever qual a atmosfera adequada para aprendizagem de adultos podem ser usadas as seguintes palavras: permissiva, de apoio, de aceitacao, livre, esponténea, centralizada na realidade e no individuo, A aprendizagem é uma experiéncia social. 5 - As metas e a pesquisa devem ser fixadas e executadas pelo aluno. O estudante deve sentir-se live de errr, de explorar alterativas para soluco dos problemas e de participar nas decisbes sobre a organizacao do seu ambiente de aprendizagem. 6 -O aluno deve receber 0 "feed-back" sobre o seu progress. 3.3. O Proceso de aprendizagem nos adultos Caracteristicas dos adultos como aprendizes e suas consequéncias na sua aprendizagem 1 - Adultos possuem uma razodvel quantidade de experiéncias: Consequéncias: 0s adultos podem ser usados como "recursos de aprendizagem’,; as estratégias de aprendizagem de adultos devem encorajar troca de idéias e experiéncias. 2- O compo dos adultos, sendo relativamente muito maior que os das criangas, esté sujeito a maiores pressdes e estimulos gravitacionais: Consequéncia: © conforto fisico ¢ importante para a aprendizagem de adultos; muito pouco conforto ou em excesso podem ser desastrosos. 3 - Adultos possuem conjuntos de habitos fortemente sedimentados: Consequéncia: os habitos e gostos dos adultos devem ser na medida do possivel considerados e atendidos. 4 Adultos tendem a ter grande orgulho de si proprio: Consequéncia: os adultos respondem muito bem as oportunidades de desenvolvimento, auto- direcionamento e responsabilidade no seu processo de aprendizagem. 31 5 - Adultos em geral tem coisas tangiveis a perder: Consequéncia: a énfase deve ser na promogao do sucesso em lugar de revelar as deficiéncias 6 - Adultos tém que tomar decisdes e resolver problemas: Consequéncias: a aprendizagem centralizada em problemas pode ser mais efetiva e é mais agradavel. 7 = Adultos tendem a ter grande niimero de preocupagdes e de problemas a resolver fora da situagao de aprendizagem: Consequéncia: as demandas da experiéncia de aprendizagem nao devem ser irreais; deve haver um balanceamento adequado entre o tempo necessério para apresentacio da situagao de aprendizagem e o tempo necessério para a obtencao da aprendizagem. 8 - Os adultos na sociedade moderna sao cada vez mais pressionados por grande nimero de opgoes: Consequéncia: aprender a decidir é uma aptidao importante. 9- Os adultos tendem a ter comportamento grupais consistentes com suas prdprias necessidades: Consequéncia: usualmente os adultos adotam aqueles comportamentos que facam com que suas necessidades sejam atendidas pelo grupo. Devem ser cultivados os comportamentos que sejam Liteis aos individuos e aos grupos. 10 - Adultos tendem a ter bem sedimentadas suas estruturas emocionais consistindo de valores, atitudes e tendéncias: Consequéncia: mudangas sao perturbadoras. E mais provavel obter mudancgas de comportamento em um ambiente nao ameacador e onde exista um alto grau a participacdo e 0 engajamento. 11 - Adultos tendem a ter bem desenvolvidos seus "filtros” selectivos dos estimulos: Consequéncia: a maioria dos adultos s6 ouve aquilo que deseja ouvir. O ensino para ser eficaz deve focalizar em mais de um sistema sensorial para que possa penetrar nos "filtros” que o adulto uusa para barrar aqueles estimulos que ele considera desagradaveis, desinteressantes ou perturbadores. 12 - Os adultos tendem a responder bem a “reforcos" negativos ou positivos de aprendizagem: 32 Consequéncia: os "esforgos” de aprendizagem (tanto negativos como positivos) devem ser usados em gradaces variadas. 13 - Adultos tendem a ter impressdes e opi aprendizagem: ides muito sedimentadas sobre situagdes de Consequéncia: s6 boas e bem sucedidas experiéncias de aprendizagem encorajam a formagao de atitudes positivas. 14 - Os adultos na sociedade moderna tém um receio intimo de fracassar e ser substituido; Consequéncia: a situagio de aprendizagem deve dar oportunidades de desenvolver auto- confianca e novas aptidées. 3.4. Aprendizagem experiencial A Teoria da Aprendizagem Experiencial (Kolb, 1984) tem origem intelectual nos trabalhos de Lewin, Dewey e Piaget e é concebida como uma teoria de aprendizagem holistica e integradora da aprendizagem, que combina experiéncia, percepcao, cognicao e comportamento. O modelo de Lewin é baseado na experiéncia do aqui e agora, seguido de colecta de dadios e observacao sobre a experiéncia. A experiéncia pessoal é o ponto focal do aprendizado e o feedback é chave para Lewin. © modelo de Dewey ¢ muito similar a0 modelo de Lewin, com a diferenca de que Dewey destaca 0 propésito das acgdes, para além do feedback, para descrever como o aprendizado transforma os impulsos, sentimentos e desejos de experiéncia concreta em acco intencional de ordem superior. Jé Piaget afirma que a chave para 0 aprendizado 6 a interaccdo miitua dos processos de acomodacao de conceitos & experiéncia no mundo e o proceso de assimilacao dos eventos e experiéncias do mundo nos conceitos existentes. (KOLB, 1984) Ao conceber a TAE, Kolb (1984) considerou os pontos de convergéncia desses autores e destacou a importancia da experiéncia, no sentido de experiéncia vivencial, para o desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento. Ele resumiu os fundamentos da teoria em seis proposigdes: (a) A aprendizagem é melhor concebida como um processo, e nao em termos de resultados, (b) Todo o aprendizado é um reaprendizado e — por ser um processo continuo fundamentado na experiéncia — tem importantes implicagdes na educacao. 33 (©) A aprendizagem requer a resolucao de conflitos entre modos de adaptago ao mundo dialecticamente opostos. (@) Aprendizagem é um processo holistico de adaptagao. (©) Aprendizagem envolve transagdes sinérgicas entre as pessoas ¢ o meio ambiente, (® Aprendizagem é o processo de criar conhecimento. Figura 1. Ciclo da Aprendizagem Experiencial aa aN CONCRETA (CE) rs Dire} OBSERVAGAO ra V3) REFLEXIVA(RO) roe (0) CSL Ca) Fonte. Adaptado de Kolb (1984) Kolb ¢ Kolb (2008 p. 6) sintetizam a definigao de aprendizagem como “o processo no qual 0 conhecimento € criado através da transformacao da experiéncia. Conhecimento resulta da combinagao de capturar e transformar a experiéneia”. Conforme a TAE (Kolb, 1984), 0 processo de aprendizagem ocorre em ciclos, ou espiral, onde 0 aprendiz passa por todas as fases, de modo recursivo. As fases sdo: ‘© Experiéncia Concreta (CE): envolver-se completamente, abertamente sem preconceitos em novas experiéncias; ‘© Observacao Reflexiva (RO): refletir sobre e observar suas experiéncias a partir de muitas perspectivas; ‘© Conceituagao Abstrata (AC): criar conceitos que integrem suas observacGes em uma teoria que pareca légica; ‘© Experimentagdo Activa (AE): ser capazes de usar essas teorias para tomar decisbes e resolver problemas. 3.5, Aprendizagem significativa Aprendizagem de acordo com LEV VIGOTSKY (1998) Aprendizagem inclui quem aprende, quem ensina e a relago entre as pessoas (So processos sécio — histéricos); Proceso de adquisigdes de conhecimentos, habilidades, etc. A partir do contacto com a realidade, 0 meio ambiente, as outras pessoas; O aprendizado comeca muito antes a frequentar a escola Nivel de desenvolvimento real. Zona de desenvolvimento proximal. Mediacao — Intervencao pedagégica. Como se da a aprendizagem significativa, segundo Ausubel ? Ponto de partida é "Aquilo que o aluno ja sabe”. O conhecimento prévio do aluno é decisivo; Ocorre quando as novas informagdes relacionar-se de uma maneira ndo arbitréria com os conhecimentos prévios; © conceito novo vai se encaixando a um inclusor. De que forma posso identificar o nivel de aprendizagem dos meus educandos? Levantamento de conhecimentos prévios através de problematizagées, escuta atenta e observacées; Mapear os niveis alfabéticos e de aprendizagem prévias dos educandos. Alguma condicao que contribua para a aprendizagem significativa aconteca ‘+O aluno precisa estar disponivel a aprender: se optar por decorar (memorizar) 0 contetido de forma aleatéria, a aprendizagem ser mecanica; ‘© O-conhecimento novo (contetido escolar) trabalhado deve ser significativo para 0 aluno, de forma que este contetido se relacione com aquilo que o aluno jé conhece. Quando ocorre uma aprendizagem memoristica/mecanica ? ‘© Quando quem aprende encontra contetidos quase sem sentido, ligados arbitrariamente entre si e dificeis de relacionar com os contetidos de estrutura cognitiva; ‘* Quando os conceitos séo repassados para o educando de modo aleatério, solto, sem considerar 0 que este j4 conhece para facilitar as conexdes com o novo contetido. 35 Os alunos podem optar por aprender através da memorizagio, mesmo diante de recursos potencialmente motivadores? ‘* Muitos aprendem, por triste experiéncia que suas respostas e conhecimentos nao sio validas; ‘* Qutra razdo consiste em que por nivel elevado de ansiedade ou por experiéncias de fracassos em determinadas disciplina, isso acarreta uma falta de confianga em sua capacidade de aprender significativamente e, portanto, o aluno nao vé outra alternativa sendo a aprendizagem automética para tomé-lo mais seguro. Qual o papel do professor no proceso de facilitagao da aprendizagem significativa? ‘© Organizar 0 contetido a ser ensinado, partindo do todo (visdo geral), para chegar aos contetidos especificos (as partes); © Buscar identificar quais os inclusores, que o aluno deve ter para que possa aprender o contetido significativament ‘© Verificar o que o aluno sabe sobre o conteiido a ser ensinado e, caso falte inclusores ao aluno, levar 0 aluno a adquiti-los. Como podemos construir inclusores necessarios a nova aprendizagem? ‘© Organizadores prévios - devem apresentar um nivel de generalidade e abstracao maior do que o novo material e serem formulados de modo familiar ao aprendiz; ‘* 0 professor pode usar um questionério, uma conversa informal, um filme, um texto, por exemplo, como organizador prévio para o contetido novo que daré- (estimulo) ‘© Acredita-se que os organizadores prévios t@m por fungo arar o terreno para receber a semente, A Aprendizagem Significativa Em Paulo Freire Quais os requisitos basicos 4 aprendizagem significativa? ‘© Ponto de partida - Respeitar e considerar a “leitura do mundo”, "o saber de experiéncia dos educandos, seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida; ‘© Reconhecer os educandos como sujeitos de aprendizagens w Respeito ao saber dos educandos numa relagio dialégica democratica; * “0 comando da leitura ¢ da escrita se da a partir de palavras e temas significativos a experiéncia comum dos alfabetizandos e nao de palavra e de temas apenas ligados a experiéncia do educador” (FREIRE, 2009, p. 29). 36 EXERCICIO ‘© Qual éa relevancia dos aprendizados adquiridos fora da escola? ‘+ Verifique de que forma sao trabalhados os novos contetidos nas salas de aula de jovens e adultos? '* Considera 0 que os jovens ¢ adultos aprendem na escola tem sido iit em suas vidas?. Argumente sua resposta, UNIDADE 4 O PAPEL DO ANDRAGOGO-FACILITADOR 4.1. Os facilitadores e as condicionantes na aprendizagem de adultos 4.2. A fungi de andragogo 4.3.As caracteristicas e o perfil do facilitador Objectives 4.1. Os facilitadores e as condicionantes na aprendizagem de adultos 4.1.1. Factores facilitadores e inibidores da aprendizagem nos adultos formador, enquanto facilitador de aprendizagem, deve estar consciente dos factores que facilitam e inibem as diferentes aprendizagens. Existem factores intemos e extemos ao préprio individuo que podem facilitar ou inibir 0 proceso de aprendizagem e esses factores esto obviamente relacionados com as caracteristicas dos destinatérios da formagio, normalmente adultos. Por essa razdo, é importante que o formador atenda a essas caracteristicas quando planifica sessdes de formacao. Knowles afirmou que os adultos aprendem de maneira diferente das criangas e que os formadores devem ser entendidos como facilitadores de aprendizagem, pelo que devem adoptar um processo que a facilite. Foi neste contexto que definiu cinco factores que diferenciam a aprendizagem dos adultos da aprendizagem das criangas. 7 A aprendizagem no adulto manifesta as seguintes caracteristicas: + oaprendente é um sujeito auto-dirigido; © disponibilidade para aprender; © orientagao para a aprendizagem; + motivagio para aprender; * aplicabilidade; + clareza dos objectivos. 4.1.2. Factores con jonantes da aprendizagem dos jovens ¢ adultos * Afecto entre professor e aluno da EJA; «© Faixa etdria; * Profissao e experiéncia profissional; + Estereétipos presentes na aprendizagem de adultos; © Motivacao; © Autoestima; © Unicidade. Para além dos factores enunciados, existem ainda factores internos ao individuo que fazem parte integrante da sua personalidade e da sua vivéncia, enquanto seres sociais, e que também condicionam a aprendizagem. A Factores cognitivos da aprendizagem nos adultos - Atengao ~ Concentragao - Memoria - Associagio - Compreensaio - Abstraccao 38 = Intuigao - Criatividade B. Factores psicossociais da aprendizagem nos adultos - Responsabilidade - Experiéncia anterior - Pragmatismo. - Resisténcia & mudanga - Medo de errar e preocupacao com a imagem - Relagéo com o poder/autoridade A fungao de andragogo Facilitador da aprendizagem Para Carl Rogers (1978), um dos expoentes da psicologia humanista, a aprendizagem est vinculada a uma postura do professor, definida por ele como facilitador da aprendizagem e mediador para um relacionamento pessoal com seu aprendiz. Carl Rogers considera per contribuem a aprendizagem: jentes algumas qualidades de comportamento do facilitador que ‘* 0 facilitador tem muito a ver como estabelecimento de disposigao inicial ou o clima do grupo ou da experiéncia em aula. A sua filosofia bisica é da confianga no grupo e nos individuos que o compde. Esse ponto de vista ser comunicado de muitas maneiras sutis; © facilitador ajuda a trazer a tona e a elucidar tanto os propésitos individuais, na classe, quanto os mais gerais do grupo. Nao teme aceitar intengdes contraditérias e metas em conflito e capacita-se a permitir que os individuos com senso de liberdade afirmem o que estariam dispostos a fazer, ajudando a criar um clima para a aprendizagem; ‘* Conta com o desejo do aluno de realizar os propésitos que tém sentido para cada um, como forca de motivacao subjacente 4 aprendizagem significativa, Pode ajuda-los a 39

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