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História, Saúde e Doença No Nordeste Do Brasil - Livro
História, Saúde e Doença No Nordeste Do Brasil - Livro
Saúde
e Doença
no Nordeste do Brasil
Organizadores
Ricardo dos Santos Batista
Azemar dos Santos Soares Júnior
História,
Saúde
e Doença
no Nordeste do Brasil
Organizadores
Ricardo dos Santos Batista
Azemar dos Santos Soares Júnior
Natal, RN
2022
Reitor
José Daniel Diniz
Vice-reitor
Henio Ferreira de Miranda
ISBN nº 978-65-5569-249-5
PARTE 1....................................................... 8
Instituições, assistência à saúde,
PERSONAGENS e vetores
Capítulo 1...................................................................... 9
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO,
ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes
Capítulo 2............................................................ 26
INTERAÇÕES MÉDICAS E CONHECIMENTO
SOBRE A FEBRE AMARELA NA BAHIA (1919-1921)
Ricardo dos Santos Batista
Capítulo 3.............................................................44
Os Médicos versus os Mosquitos:
As ações e medidas da Comissão Rockefeller
em Fortaleza- Ceará no começo do XX
Ana Karine Martins Garcia
Capítulo 4............................................................ 62
A EXPANSÃO DO IMPÉRIO PORTUGUÊS:
breve trajetória das Misericórdias e a construção
de um modelo assistencial em terras brasileiras
Agostinho Júnior Holanda Coe
Capítulo 5.............................................................87
ALGUMAS contribuições de João Cesário de Andrade
para o campo da Oftalmologia na Bahia (1920-1940)
Chacauana Araújo dos Santos
PARTE 2......................................................98
As Doenças Têm História
Capítulo 6.............................................................99
DA PESTE DE ATENAS À COVID-19:
TEMA, ABORDAGENS, NARRATIVAS E
FONTES DA HISTÓRIA DAS EPIDEMIAS
Christiane Maria Cruz de Souza
Sobre os Autores.................................................216
Apresentação
O interesse pela saúde e pela doença, em perspectiva histórica, se
ampliou consideravelmente nos últimos quarenta anos. Esse campo,
explorado por historiadores, cientistas sociais, profissionais de saúde
foi alavancado a um lugar de visibilidade, mais recentemente, devido
à pandemia de Covid-19 que começou em janeiro de 2020.
Em meio à pandemia, o I Seminário de História da Saúde e
das Doenças no Nordeste do Brasil, realizado entre 28 e 30 de abril
de 2021, teve como objetivo reunir pesquisadores da área para
fomentar discussões sobre o papel dessa região geográfica nos
estudos brasileiros. Promovido pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, em parceria com a Universidade do Estado da
Bahia, o evento agregou estudantes de graduação, de mestrado
e de doutorado. Professores doutores integraram quatro mesas
de diálogos sobre diferentes temáticas, a partir de uma percep-
ção social das enfermidades. Essa experiência foi importante
porque contribuiu para estabelecer conexões entre pesquisado-
res que, muitas das vezes, tinham interesses em comum e não se
conheciam, ou mesmo não tiveram oportunidade de debater seus
objetos de pesquisa com seus pares.
Este livro é uma pequena contribuição à historiografia,
com versões resumidas de trabalhos apresentados no evento.
Convidamos leitores e leitoras a conhecerem aspectos de histórias
pouco conhecidas e que nos levam à reflexão sobre os caminhos
percorridos pela humanidade no controle de doenças endêmi-
cas e epidêmicas, assim como sobre as vidas de enfermos e dos
profissionais que tentaram amenizar suas dores. Além disso, refle-
te-se sobre o papel de vetores de transmissão de enfermidades
e a relação que estabelecemos com os outros seres que formam
aquilo que chamamos de natureza.
Salvador e Natal,
14 de fevereiro de 2022.
Os organizadores
PARTE 1
Instituições, assistência à saúde,
PERSONAGENS e vetores
Capítulo 1
O FEROZ MOSQUITO
AFRICANO, ARBOVIROSES
E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes
Gabriel Lopes 10
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 11
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 12
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 13
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 14
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 15
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 16
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 17
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 18
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 19
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 20
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 21
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 22
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Referências
Gabriel Lopes 23
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 24
O FEROZ MOSQUITO AFRICANO, ARBOVIROSES E O TEMPO PRESENTE
Gabriel Lopes 25
Capítulo 2
INTERAÇÕES MÉDICAS
E CONHECIMENTO SOBRE
A FEBRE AMARELA NA
BAHIA (1919-1921)
Ricardo dos Santos Batista
Aproximações
5 Esse tipo de inseticida era elaborado a partir de flores secas e possuía baixa
toxidade para os seres humanos.
Figuras 1 e 2 – Expurgos.
Fonte: Senna (1920).
Referencias
14 Oficialmente a região Norte passa ser chamada Nordeste, a partir dos anos
1922, e de acordo com o historiador Durval Muniz “O termo Nordeste é usado
inicialmente para designar a área de atuação da Inspetoria Federal de Obras
Contra as Secas (IFOCS), criada em 1919.” Ou seja, a denominação Nordeste
foi dada para designar as áreas atingidas pela seca e somente a partir dos anos
de 1922 passou a definir uma determinada região que abrangia tanto as áreas
secas como outras. A esse respeito, ver Albuquerque Junior (2001).
A cidade foi uma vez mapeada por conta dos orifícios, cuja
conta total desses apresentava 32. O resultado da inspeção foi
de 6 com larvas, 3 com depósitos de casulo de larvas e cerca
de 6 em que os mosquitos estavam voando. Dois dos buracos
encontrados com focos estavam situados, respectivamente,
próximo ao Hotel Bitu e ao Hotel de France, em ambos dos quais
casos de febre ocorreram na última epidemia. Estes depósitos
foram tratados com óleo. Bueiros do novo sistema de água –
73 ao todo – foram então examinados e um dos focos de larva
foram descobertos (RELATÓRIO DE LUCIAN SMITH A JOSEPH
WHITE, 31 dez. 1924, p. 4).
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
O Reconhecimento
REFERÊNCIAS
O Coro
Considerações finais
Referências
Os obituários do câncer
ou a gravidez da morte
Fonte: Quadro elaborado pelo autor a partir de dados contidos nos jornais em
circulação na Paraíba ao longo do século XIX (2021).
Considerações finais
Referências
Introdução
O Pedro II, porém, que por este prisma não lhe faz conta encavar
a marcha dos negócios públicos, nem lhe convém dizer a verda-
de a província, habituado a impor sua vontade alguma vezes ao
governo provincial, entendeu que o Exm. Sr. Dr. J. B. da Cunha
Figueiredo Júnior se amoldaria à ameaça de suas censuras, e que
de tal modo conseguiria sua camarilha governar a província a
seu bel talante. Frustrado seu plano, porque o Exm. Sr. Dr. José
Bento, moço de vontade própria, e de ilustração bastante puniu a
ousadia do empregado de confiança que veio à imprensa censu-
rar atos de um governo que, em circunstâncias tão apertadas,
só tinha motivos para ser louvado; ei-lo com linguagem ardente
e viperina a adulterar todos os fatos administrativos, a torcer a
verdade, a negar a justiça, com o fim de fazer impressão com
suas calúnias, não, no teatro dos acontecimentos, onde ninguém
se ilude; mas nas províncias por passando esse rebate falso (O
Cearense, n. 1545, 7 out. 1862, p. 2, grifos do autor).
Por que não nega essa soma enorme de faltas que deu, soma que
denuncia-o ao público, como empregado negligente, e portanto
incapaz de dirigir uma repartição fiscal, que é a chave da riqueza
provincial, faça isso que é seu dever, mas não mostre despeito por
um ato de justiça do governo do qual já o público está convencido
de sua precisão (Gazeta Official, n. 13, 27 ago. 1862, p. 3).
30 O texto original tinha foi publicado pelo O Sol, n. 58, 29 set. 1857, sendo
republicado na edição n. 289, 17 ago. 1862, 2.
Considerações finais
Referências
Introdução
Considerações Finais
Referências
40 O Núcleo de Orientação em Saúde Social (NOSS) era uma organização não gover-
namental que desenvolvia trabalhos nas áreas da saúde e de direitos humanos com
ênfase em trabalhos de prevenção à Aids e as outras doenças sexualmente trans-
missíveis em áreas de prostituição, presídios, etc., na cidade do Rio de Janeiro/RJ.
41 Encontramos na escrita de Pelúcio e Miskolsi, uma reflexão acerca do
uso da sigla em minúsculo: Usamos a sigla “aids” em minúscula seguindo as
orientações de Castilho (1997 apud SILVA, 1999). Ele argumenta que nomes de
doenças são substantivos comuns, grafados com minúscula. Além disso, aqui
o uso em minúsculas se deve a uma perspectiva crítica em relação ao pânico
sexual criado em torno da aids. Como não há uma uniformidade na forma de
grafar a referida palavra, nas citações reproduzidas ao longo deste trabalho
respeitaremos a forma escolhida por cada autor. (2009 p. 127). Em nosso caso,
fizemos uma escolha, como já está justificada no próprio texto.
42 Marcia Rachid era médica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e
membra da Comissão Técnica de Aids do CREMERJ.
43 Destacamos aqui que HIV e aids não são sinônimos. Uma pessoa, após ter
sido infectada pelo vírus HIV, pode permanecer muitos anos sem desenvolver
nenhum sintoma. Nesse caso, dizemos que a pessoa está vivendo com HIV. A
aids, contudo, é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando
a pessoa apresenta infecções oportunistas. No contexto de surgimento do HIV
as pessoas muito comumente associavam o vírus do HIV à doença aids. Desse
modo, entre os estigmas que afetavam os corpos que viviam com HIV, estava
também a compreensão distorcida que aqueles corpos teriam aids.
[...] você foi embora, mas deixa em mim e em tantos outros a certe-
za de que valeu muito ter vivido e nos ter dado a alegria de ter
convivido com você, ter trocado aquela tão falada energia que nós
sentíamos fluir ...” (NÓS POR EXEMPLO, maio-jun., 1994, p. 18).
mai.-jun., 1994, p. 18). Ela narra aos leitores mais uma perda, para
a aids, de um paciente especial. Se sentia impotente diante do
momento tão irreversível em que se encontrava. Seu paciente,
José Carlos, “[...] que tantas vezes [lhe] disse que era o seu pacien-
te predileto e que queria contribuir com [o seu] bem-estar, foi
embora” (NÓS POR EXEMPLO, maio-jun., 1994, p. 18).
Márcia Rachid pertencia à Comissão Técnica de Aids do
Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro
(CREMERJ), com atuação no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle,
afirmava que desejava ver o seu paciente José Carlos vivo, “[...] mas
que queria [vê-lo] sorrindo e não sofrendo, por isso [sabia] que foi
melhor ter partido.” (NÓS POR EXEMPLO, maio/jun., 1994, p. 18).
A imunologista narra, ainda que, certa vez, o paciente José Carlos
lhe escreveu um cartão dizendo-lhe que lutava muito para ficar
entre os fortes e que às vezes não conseguia, chegando ao cúmulo
de lhe pedir desculpas e prometer que continuaria lutando. Certa
vez, ele afirmou: “[...] que o sentido da vida estava na própria vida,
na mente no corpo” (NÓS POR EXEMPLO, mai/jun., 1994, p. 18).
A médica afirma ter aprendido muito com José Carlos. Ele
teria sido um forte, todo o tempo e para sempre; E que queria
deixar registrada naquela carta: “[...] não a sua dor. Mas a sua certe-
za de que amar valeu e isto bastava para dizer que viver valeu” (NÓS
POR EXEMPLO, maio-jun., 1994, p. 18). Uma história repleta de
sensibilidade, que “se traduz em sensações e emoções, na reação
dos sentidos afetados por fenômenos físicos ou psíquicos, uma vez
entrado em contato com a realidade” (PESAVENTO, 2007, p. 10).
A historiadora Sandra Pesavento (2007) nos ensina a escre-
ver uma história das sensibilidades, preocupada em trazer para
o presente a complexidade da experiência humana no passado.
Para esta autora seria somente “[...] pelo esforço da imagina-
ção, pela educação e pelo adestramento do olhar, recolhendo
Conclusão
Referências
216
Azemar dos Santos Soares Júnior
217
Eulina Souto Dias
Gabriel Lopes
218
Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano
219
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO