O Existencialismo
Esta filosofia apresentou aos vivos e sobreviventes as interrogações que lhes eram
pertinentes e próprias: qual é o sentido da existência? Da morte? Da dor? Da liberdade?
Do desespero? Da angústia?
O Existencialismo é uma filosofia que considera a existência como ponto de partida
para a sua reflexão.
Mas, o que significa existir? O que significa exatamente a afirmação "eu existo"? Será
uma simples experiência de fato da minha existência? Em que, então, o fato da minha
existência difere do fato da existência de outros seres animados ou inanimados? Será a
existência o fato primordial a partir do qual os outros fatos adquirem sentidos - o fato da
existência dos outros, da existência do mundo, da existência de Deus?
O fato da existência pode ser indubitável. Já o sentido e a interpretação da existência
não são únicos e indubitáveis, ao contrário, são diversos e diferentes.
Existem alguns traços comuns em todos esses autores para que possamos agrupá-los
sob a denominação de existencialistas. Todos concordam que a filosofia da existência
seja a negação da filosofia concebida como sistemas da existência no que esta possui de
mais fundamental e concreto, os momentos vividos.
Todos concordam, também, que a existência não pode ser conhecida nela mesma como
um dado objetivo da ciência: o caráter essencial da existência é a subjetividade. Assim,
não se pode definir ou conceituar a subjetividade como faz a ciência natural. Só se pode
descrevê-la, apreendê-la e compreendê-la sob a forma de uma história pessoal, dirá
Kierkegaard, ou sob a forma da Temporalidade, dirá Heidegger.
Seguindo estas indicações podemos dizer que o existencialismo é um humanismo.
É por isso que ele se opunha à mentalidade de seu tempo que via no socialismo e no
comunismo a panacéia dos males da sociedade. O princípio associativo pode ter valor
em relação aos interesses materiais, mas é espiritualmente nocivo. Não pode haver
igualdade neste mundo como sonham os socialistas porque lhe é própria a
diferenciação.
E vocês sabem disso porque tentam unir homem e mundo enquanto vivência pessoal, na
tentativa de salvaguardar o indivíduo num mundo em que a sociedade não passa de um
conjunto de criaturas animais que se parecem com o rebanho - À sociedade importa que
cada um de nós seja como os outros" a clonagem é um fato. É considerado normal quem
aceita e se adapta aos padrões e valores comumente recebidos; um excêntrico e/ ou
rebelde quem os recusa e combate.
A Condição Humana
A porta de acesso à condição humana é a experiência da angústia, nisto concordam
todos os existencialistas.
O que é? Sob o ponto de vista subjetivo, a angústia é uma experiência extremamente
intensa com uma nota emocional absolutamente peculiar. Nela misturam-se admiração,
espanto, terror, exaltação, náusea e sublimidade. O caso de Abraão, por exemplo,
demonstra espanto e sublimidade.
O objetivo da experiência da angústia é que diverge.
a) realidade da existência = angústia de ser = angústia do nada
b) particularidade ou individualidade humana = angústia do aqui e agora
c) liberdade humana = angústia da liberdade