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\ \ 13-1. DEFINICOES FUNDAMENTAIS TREZE transformadores © transformador opera segundo o principio da indugdo miitua entre duas (ou mais) bobinas ou circuitos indutivamente acoplados. Um transformador teérico de niicleo a ar, no qual dois circuits so acoplados por indudo magnética, é visto na Fig. 13-1. Note-se que os circuitos ndo sao ligados fisicamente (no ha conexio condutiva entre eles). O circuito ligado a fonte de tensio alternativa, V,, & chamado de primdrio (Circuito 1). © primario recebe sua energia de uma fonte alternativa. Dependendo do grau de acoplamento magnético entre os dois circuitos (Eq. 13-1), esta energia é transferida do circuito 1 ao circuito 2. Se os dois circuitos so frouxamente aco- plados, como no caso do transformador a niicleo de ar, mostrado na Fig. 13-1, somente uma pequena quantidade de energia é transferida do primério (circuito 1) Para 0 secundério (circuito 2). Se as duas bobinas ou circuitos esto enrolados sobre um niicleo comum de ferro, eles esto fortemente acoplados. Neste caso, quase toda a energia recebida da fonte, pelo primario, é transferida por agdo trans. formadora a0 secundario. 512 As seguintes definic6es aplicam-se ao transformador, como mostra a Fig. MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES Circuito 1 Circuito 2 Fig. 13-1 — Transformador de niicleo de ar, indutivamente acoplado, com os simbolos definitérios. 13-1, e so usadas no texto deste capitulo: € a tensdo de suprimento aplicada ao primério, circuito 1, em volts resisténcia do circuito primario, em ohms indutancia do circuito primario, em henries reatancia indutiva do circuito primario, em ohms impedancia do circuito primario, em ohms valor ‘médio quadratico da corrente drenada da fonte pelo primario, em ampéres tensio induzida no enrolamento primario (ou circuito) por todo o fluxo que concatena a bobina 1, em volts tensio induzida no enrolamento secundario (ou circuito) por todo 0 fluxo que concatena a bobina 2, em volts valor médio quadratico da corrente entregue pelo circuito secundario a carga ligada a seus terminais resisténcia do circuito secundario (excluida a carga), em ohms tensio que aparece nos terminais do enrolamento secundario, em volts indutancia do circuito secundario, em henries reatincia indutiva do circuito secundario, em ohms impedancia do circuito secundario (excluida a carga), em ohms componente de dispersio do fluxo que concatena apenas com a bobina 1 componente de dispersio do fluxo que concatena apenas com a bobina 2 fluxo mituo, compartilhado por ambos os circuitos, concatenando as bobinas 1 ¢ 2 indutancia mGtua (uma medida do acoplamento magnético) entre as duas bobinas (ou circuitos) produzida pelo fluxo mituo ($,) em henries. pee RIK as oy or TRANSFORMADORES 513 Note-se 0 significado da convengdo dos pontos, usada na Fig. 13-1 para mostrar a polaridade instantanea positiva da tensdo alternativa induzida em ambos os enrolamentos, primério e secundario, como resultado da ago de transformacao. Assim, quando V, é instantaneamente positivo, uma tensio E, é induzida no enrolamento primério, de uma polaridade tal que se opde a V,, de acordo com a lei de Lenz, como mostra a Fig. 13-1. Também, deve-se notar (na Fig. 13-1) que a corrente /, esté em oposicdo em relagdo-a J,. Isto esta também de acordo com a lei de Lenz, uma vez que J, produz ¢,,, , deve circular numa direcdo tal que se oponha a /,, ¢ (ao mesmo tempo) que esteja conforme com a polaridade instahtanea de E,, como se vé na Fig. 13-1. A polaridade instantanea de E, ¢ [, estabelece a polaridade instantanea de V, (terminal superior positivo) e a direcdo da corrente na carga. O sapheientéde aeoplamtenterk; entre duas bobinas é a relagao do fluxo mituo para © fluxo total, definido como! (13-1) onde todos os termos foram definidos acima. Se as duas bobinas estio frouxamente acopladas, como no transformador de micleo de ar da Fig. 13-1, os termos ¢,, € #, so pequenos em comparacio a ,. Como conseqiiéncia, os termos L, ¢ M sio pequenos em comparacdo a L,. A substituigdo na Eq. (13-1) leva a um valor pequeno do coeficiente de acoplamento, . Isto, por sua vez, leva a um valor pequeno de E, ¢ V, (em comparagio a E, eV). Para qualquer carga dada, assim, um pequeno valor de V, leva a um pequeno valor da corrente de carga, /,. Estabelece-se simplesmente, entéio, que, para o acoplamento frouxo, a poténcia transferida ao circuito secundario, E,J,, é rela- tivamente pequena, ) Transformadores que tém acoplamento frouxo so usados principalmente em comunicagio em alta freqiiéncia (RF) e em circuitos eletrénicos. Praticamente, todos os transformadores usados em aplicacdes relativas a maquinas e poténcia, entretanto, so transformadores de miicleo de ferro, fortemente acoplados. Se as bobinas ou circuitos so estreitamente acoplados, e os fluxos dispersos , € $, so relativamente pequenos em comparagdo a @,, a indutancia mitua M entre as duas bobinas é grande como o so os termos E,, I, V,. Neste caso, a 1A Eq. 13-1 pode ser derivada como se segue. A indutancia mitua, como qualquer indutancia, € proporcional a tensdo induzida (e, = M difdi) onde ey € a forga eletromotriz desenvolvida na bobina 2 pela porao do fluxo que é comum as bobinas 12, $,, De acordo com a lei de Faraday, da indu- sido eletromagnética (Eq. 1-5) E, © ENN, mas N, & JZ, eN, x JT; e.assim, E, Moc kN,N,=K JL,L, onde k (ow k)€ 0 coeficiente de acoplamento, por definigo, © VEjE; é a média geométrica das auto-indutancias das duas bobinas. 514 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: energia transformadora E,/,t é praticamente igual a E,J,t. Tanto quanto pos- sivel, © projeto dos transformadores de poténcia, de nicleo de ferro, tenta fazé-los atingir um coeficiente de acoplamento unitario (k = 1) tal que na Eq. (13-1) M = TL, como no caso de um transformador ideal. © acoplamento entre os dois circuitos é aumentado se porgdes de ambas as bobinas so enroladas no mesmo formato e se so colocadas sobre um micleo magnético de baixa relutancia, Tais consideragdes tendem a reduzir 6, € $5. Mas, mesmo com étimos projetos, € impossivel atingir as condicdes de transfor mador ideal — um que no tenha fluxos dispersos no primario ou no secundari ¢ tenha acoplamento unitario, Apesar disto, a discussio subsegiiente comega com um transformador ideal, com-a finalidade de simplificar a compreensio das relagdes do transformador que se seguem. Apés, sera abordado o transformador pratico de poténcia. XN 13-2. RELACOES NO TRANSFORMADOR IDEAL Consideremos um transformador ideal, de niicleo de ferro, conforme mostra a Fig. 13-2, onde os fluxos dispersos $, € ¢, = 0 e k = 1. Tal transformador possui apenas fluxo mituo ¢,, comum a ambas as bobinas, primaria e secundaria. Quando V, é instantaneamente positivo, como se vé na Fig. 13-2, a dirego da corrente priméria J, produz a direcio do fluxo mituo ¢,, como se vé. A_forca : LG fo—— | & 7 T t A & 2 + t [Carga f4 Fig. 13-2 — Transformador de niicleo de ferro, caso ideal. indusida primésia _£ coma lei de Lenz, produz uma polaridade positiva_na_parte superior da bobina —Primaria,que se_opée instantancamente a tensio aplicada V,. Semelhantemente, no secundério, para a direcdo de ¢,mastrada, a polaridade positiva de E, deve ser tal que crie um fluxo desmagnetizante oposto ¢,, (lei de Lenz). Uma carga ligada aos terminais do secundério produz uma corrente secundaria /,, que circula em resposta & polaridade de E, e produz um fluxo desmagnetizante. Estamos agora em condigdes de compreender qualitativamente como um transformador desenvolve poténcia secundaria ¢ transfere poténcia do primario para o secundério, na forma seguinte: ‘TRANSFORMADORES 51S 1. Imagine um circuito aberto, impedincia infinita ou carga zero no secundario, e I, = 0. 2. Como resultado do fluxo alternativo miituo ¢,, (criado pela tensio aplicada), sfo produ- zidas forcas eletromotrizes E, € E, tendo a polaridade instantanea mostrada com res- peito a 4, (Fig. 13-2). 3. Uma pequena corrente priméria, f,, conhecida como corrente de magnetizagio, deve circular mesmo quando o transformador esta descarregado. A corrente é pequena, porque a fem induzida priméria, E,, se opde & tensio aplicada, V,, a cada instante. O valor de 1, é uma fungdo primariamente da relutincia do circuito magnético, Ry, € do valor de pico do fluxo mituo magnetizante, ¢,,, para um dado nimero de espiras primarias.? 4. Como mostra a Fig. 13-3a, o valor pequeno de J,, se atrasa, em relagio a tensio pri- maria, de 90° produzindo ¢,, (Ea) om a) Relagdes primérias a vazio. (b) Relacies secundétias, transformiador carregado. {c) Relagdes primérias, transformador carregado. Fig. 13.3 — RelagSes fasoriais no transformador ideal. 5. gp POr sua ver, requer 90° para produzir as tensdes induzidas priméria e secundaria, E, Eq Estas tensdes induzidas Ta ‘com a outra, por serem ambas pro- duzidas por que E, na Fig. 13-3a opde-se a V, (lei de Lenz). Sem carga, a Fig. 13-3a representa todas as relagdes de corrente e tenso num transformador ideal. 6. Imagine uma carga em atraso (indutiva) ligada aos terminais do secundério do trans- formador ideal da Fig. 13-2. Tal carga produz uma corrente I, atrasada em relagdo a E, de um Angulo 6,, como se vé na Fig. 13-3. 7. Os ampére-espiras secundérios, N,I,, como mostra a Fig. 13-2, tendem a produzir uum fluxo desmagnetizante que reduz 0 fluxo mituo g,, € as tensdes induzidas, E, ¢ E,, instantaneamente. 8. A redugdo de E, produz uma componente priméria da corrente de carga, I que circula no primario, tal que IN, = 1,N,, restabelecendo @,, em seu valor original. Note-se que, na Fig. 13-3b, I se atrasa em relagdo a V, de 6;, enquanto I, se atrasa em relago *Pode-se mostrar que o valor de pico da corrente de magnetizacdo, [pq — by (Rq/N,) onde R, & a relutincia do circuito magnético, $,, ¢ 0 valor de pico do fluxo miituo magnetizante €.N, € 0 niimero de espiras do primario, conforme JACKSON, Introduction to Electric Circuits, 3. ed. Englewood Cliffs, N. J, Prentice-Hall, 1970, p. 585. 516 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES a E, de 0, tais que 6, = 0,. Esta ultima igualdade é necesséria a fim de que os ampére- espiras primarios restaurados NJ; sejam iguais e opostos aos ampére-espiras secun- darios desmagnetizantes NI}, 9. O efeito da componente primaria da corrente de carga 1; € visto na Fig. 13-3c, onde a corrente primaria I, & a soma fasorial de 1,, € I;. Dois pontos devem ser notados no que diz respeito as relagdes do fator de poténcia no circuito primario da figura: a. 0 Angulo de fase do primario diminui de seu valor original sem carga de 90° a seu valor 8, com carga, € b. 0 Angulo de fase do circuito primério nao é exatamente o mesmo do circuito secun- dario. (Para uma carga em atraso, 0, > @,.) Os passos acima revelam a maneira pela qual o circuito-primério responde A carga no circuito secundario. Num certo sentido, a operagio de um transfor- mador carregado pode ser considerada semelhante ao carregamento de um motor- derivagaio de corrente continua’ (Seg. 4-4). A igualdade entre a fmm desmagnetizante do secundario NI, ¢ a componente primaria da fmm N,/;, que circula devido 4 carga para equilibrar sua agdo des- magnetizante, como se descreveu no item 8 acima, pode ser sumarizada e rearran- jada como IN, = 1,N, (13-2a) ou _ | 7 (13-20) onde a é a relago das espiras primarias para as secundarias ou a relagdo de transformacéo t;__é a componente de carga da corrente primaria 1, €a corrente secundaria ou de carga N, © N, sdo os numeros de espiras do primério e secun- dario, respectivamente. O significado da relagao de transformagio, a, na Eq. (13-2b), é que ela é fixa (ndo constante) para qualquer transformador dado (j4 construido) dependendo de sua aplicagio. Consegiientemente, a componente de carga da corrente_ pri- méria_pode ser calculada para qualquer valor da corrente secundaria de carga, como mostra_o_ Exemplc *Conforme cresce a carga de um motor-derivagdo CC, ha um decréscimo instanténeo da velo- cidade ¢ da forca contra-eletromotriz, acompanhado por um aumento na cprrente da armadura a partir da fonte, para produzir 0 necessério torque eletromagnético a fim de contrabalangar a carga aplicada. A redugdo da foem no motor CC, em resposta ao aumento de carga, é semelhante 4 redugio na fem gerada no primério E, de um transformador em resposta ao aumento de carga. TRANSFORMADORES 517 EXEMPLO O lado de alta tenso de um transformador tem 500 espiras, enquanto o de baixa 13-1: tensdo tem 100 espiras. Quando ligado como abaixador, a corrente de carga €12 A. Calcule a. a relagdo de transformagio, a b. a componente de carga da corrente primaria. Solugaio: a. Como um transformador abaixador, o lado de alta tenséo é o primirio e 0 de baixa o secundirio. A relagdo de transformacdo, a, & _ 500 espiras ~ 100 espiras b. Da Bq. (13-20) I) = Iyfa = 12 A/S = 24 A = A maneira de escrever do Exemplo 13-1 implica em que tanto o lado de baixa tensao como o de alta, de um transformador, podem ser usados como primario (0 lado que é ligado a fonte de energia). Assim, a relagio de transformacdo, para um transformador dado (construido), depende de sua aplicagdo, como mostra © Exemplo 13-2, (13-26) EXEMPLO Calcule a relago de transformagao do transformador do exemplo 13-1, quando 13-2: usado como transformador elevador. Solugao. Como transformador elevador, o lado de baixa tensio é ligado como primétio. A telagio de transformacio, Ny _ 100 espiras N, 500 espiras (13-26) Os Exemplos 13-1 ¢ 13-2 mostram que a relagdo de transformagdo, a, é fixa para uma dada aplicagao, mas ndo constante. Quando usado como transformador abaixador, a = 5, mas, quando usado como transformador elevador, a = 0,2 (que é 0 reciproco de 5), Desde que os termos elevador ¢ abaixador referem-se as tenses, bem como aos lados de alta tensio ¢ baixa tensio, a relagdo de trans- formagao pode ser estabelecida em fungao das tensdes, usando a quantificagio de Neumann da lei de Faraday (Eq. 1-1): a, Eon, SS (13-3) e £,=N, tn (13-4) dt 518 MAQuINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES, Uma vez que a relaco de variagao do fluxo mittuo que concatena primario e secundario € a mesma, (d¢,,/df), dividindo a Eq. (13-3) pela Eq. (13-4) teremos a em fungio das tensdes ou (13-5) A equagao (13-5) estabelece que as relagdes das tensées primérias para as secundarias so proporcionais 4s relagdes dos nameros de espiras primérias para secundarias. Também se verifica que a relagdo de transformagio, a, é maior que a unidade para um transformador abaixador, mas é menor que a unidade para um transformador elevador (V. Exemplo 13-1 ¢ 13-2). Considerando as Eqs. (13-2b) ¢ (13-5), teremos (13-6) que pode ser transposta para conduzir 4 relagéo fundamental de poténcia entre 0 primério ¢ 0 secundario E\lj = Eyl, (13-7) e, se a componente de carga da corrente primaria, 1{, € muito maior que a corrente de magnetizagao, J, podemos escrever Eyl, = Eyl, (onde 1, € desprezivel) (13-8) Para um transformador ideal, sem perdas, no tendo fluxos dispersos primarios nem secundarios (reatdncias de dispersio nulas), podemos dizer que VI, = V1, (para um transformador ideal) (13-9) A Eg, (13-9) verifica a definicio fundamental de’ um transformador como dispositivo que transfere energia de um circuito para outro, Para um transformador ideal, os volt-ampéres drenados da fonte alternativa, V,/, séo iguais aos volt- ampéres transferidos ao secundario e entregues 4 carga, V;/,, onde todos os termos foram definidos na Ses. 13-1. A Equacdo (13-9) também estabelece um meio “Note-se a significado das letras V ¢ E, denotando tenses terminais ¢ induzidas, respectiva- mente. Note-se também que, como os alternadores, os transformadores sio especificados em kVA em vez de kw. A fatores de poténcia extremamente pequenos, um transformador pode carregar ‘4 corrente nominal ¢ ainda assim transferir somente uma pequena parcela de poténcia ativa. A espe- cificacio em VA assegura que um transformador nunca seja sobrecarregado, uma vez que se aplica @ todos os fatores de poténcia desde a unidade até zero. ‘TRANSFORMADORES 519 de especificar um transformador em volt-ampéres (VA) ou quilovolt-ampéres (KVA), onde V, € J, sio os valores nominais da tensdo ¢ da corrente primaria, respectivamente, V, ¢ /, 0s valores nominais secundarios da tensdo e da corrente, Tespectivamente. EXEMPLO Um transformador de 4,6 kVA, 2.300/115 V, 60 Hz foi projetado para ter uma 13-3: fem induzida de 2,5 voltsjespira. Imaginando-o um transformador ideal, calcule a. © nimero de espiras do enrolamento de alta, N,. b. O nimero de espiras do enrolamento de baixa, N,. ¢. A corrente nominal para o enrolamento de alta, [,. 4. A corrente nominal para o enrolamento de baixa, I. €. A relacdo de transformagdo funcionando como elevador. f. A relagio de transformagdo funcionando como abaixador. Solugdo: 1 New gp Shae

°A quantificagio da Neumann, da lei de Faraday, estabelece que a fem média induzida numa bobina de N espiras é any onde 1 € 0 tempo que o fluxo mituo teva para elevarse de zero a0 valor de pico, sendo o fluxo expresso em maxwells. Imaginando um sinal de entrada sinusoidal, tendo uma freqiéncia de J ciclos por segundo, 0 fluxo eleva-se ao maximo num quarto de ciclo («= 1/4) € = 4fNG,q x10" V Mas, desde que 0 fator de forma de uma onda sinusoidal é a relagio do seu valor efetivo para seu valor médio (0,707/0,636 = 1,11), 0 valor efetivo da fem induzida = 1,11 Eyag ou E = Egeg = 444 SNbpq X10-* V Donde, a relagdo volts/espira ¢ E/N = 444-4, x 10°° V (13.10) Note-se que a Eq. (13-10) para o transformador ¢ idéntica & Eq, (2-14) para o alternador, — 520 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: \| & _ 5 volts _ _ of) He RE TAM pm IOT® = Oy = BU(BigA) (13-19) onde B, é a maxima densidade de fluxo permissivel e A é a area do nicleo do transformador (5, ~ ByA). O significado da Eq. (13-10) no pode ser desconsiderado, porque estabelece © maximo fluxo mittuo permissivel ou a maxima densidade de fluxo permissivel a uma dada freqiiéncia e a uma dada tensio. Assim, os transformadores proje- tados para operacdo a uma dada Sreqténeia ndo podem ser operados a outra fre- qiiéncia sem as correspondentes alteracdes na tensio aplicada, como se mostra na Eq. 13-4, EXEMPLO Um transformador de 1 KVA, 220/110 V, 400 Hz deve ser usado em 60 Hz. Ry, 13-4: Caleule: i a. © maximo valor médio quadratico da tensdo que pode ser aplicada ao lado rf de alta tensio, e a maxima tensio de saida do lado de baixa tensdo AO if 'b. os KVA nominais do transformador sob as condigées de freqiiéncia reduzida. C7 a. para manter a mesma densidade de fluxo permissivel na Eq. (13-10), ambas as tensdes dos lados de alta e baixa devem alterar-se, na mesma proporciio da redugéo da freqiiéncia 60 He 4% Ke £,= 20) oe 3 Nan zo. Coz ay. 165 V (13-6) . os valores nominais de corrente do transformador sdo inalterados, ja que 05 condutores ainda tem a mesma capacidade de conduso de corrente. Assim, kVA 1x 10° VA v, 230 V € 08 novos kVA nominais sio : Vi, = Vjl, = 33 V x 4545 A = 150 VA (13.9) 1, 4,545 A (13-9) C > el O significado do Exemplo 13-4 € que € possivel fazer alteragdes de freqiiéncia { na operago de um transformador, mas somente com as correspondentes “altera- des da tensdo. Se a freqiiéncia e a tens&o so ambas reduzidas, a capacidade em \ b kVA do transformador & correspondentemente reduzida. Se a freqiiéncia e a tens&io forem ambas aumentadas, a capacidade em kVA é aumentada correspon- dentemente (contanto que as tensdes maximas permissiveis em relagao aos enro- lamentos do transformador nao sejam excedidas). Note-se que,-em qualquer © ‘TRANSFORMADORES 521 caso, a maxima demsitade-de fluxo permssivel deve permanecer:d-mesma, Isto-é necessario’ para que o transforttiador ‘ndo-se' sobreaqueca, como mostra o Exem- plo’ 13:5. EXEMPLO Admitindo que as perdas por correntes parasitas e de histerese variem com o 13-5: quadrado da densidade de fluxo (V. Eqs. 12-3 12-4), calcule as perdas no ferro se 0 transformador do Exemplo 13-4 for operado a tensio nominal, mas a fre- qiiéncia reduzida de 60 Hz. Imagine que as perdas originais no ferro a 400 Hz sejam 10 W. Solugiio © Desde que E = kfB,, € 4 mesma tensio primaria ¢ aplicada ao transformador ida, a densidade final de fluxo, B,,, aumenta significativamente ok 7 @itreqiiéncia red . além de seu valor maximo permissivel original B.. para e f A Buy = Bry Gaon (400/60) = 6.67 B,, Bas. £eG ¢ > Sanf (13410) Desde que as perdas no ferro variam aproximadamente com 0 quadrado da densidade do fluxo (V. Eqs. 12-3, 12-4) P, P.,,) BP = 10 W (6,67)? = 444 W Note-se, pelo Exemplo 13-5, que, mesmo na auséncia da corrente de carga, as perdas do ferro aumentam de 10 W para 440 W para um transformador de | kVA, que € operado A freqiiéncia reduzida, mas & mesma tens&o nominal, Se a tensio Priméria fosse reduzida na mesma proporgdo da redugo da freqiiéncia, as perdas no ferro ndo aumentariam téo dramaticamente (de fato, elas diminuiriam a menos de 10 W, devido a redugio na freqiiéncia).* 13.3. IMPEDANCIA REFLETIDA, TRANSFORMACAO DE IMPEDANCIAS E TRANSFORMADORES REAIS O transformador a niicleo de ferro, da Fig. 13-2, € mostrado novamente na Fig. 13-4a, com uma carga Z, ligada aos terminais do secundério. Note-se que, se a carga for removida, 0 transformador fica a vazio, [, = 0; ea impedancia, Z,, € infinita (desde que Z, = V,/J,). Para qualquer valor da impedancia de carga, Z,, a impedancia secundaria, vista olhando-se os terminais secundarios a partir da carga, como mostra a Fig. 13-4b, & Ze (3-11) i “Deve-se notar que o mesmo se aplica as maquinas elétricas. E possivel operar um alternador ou motor a uma freqiiéncia reduzida, mas a tensio nominal deveria também ser reduzida na mesma Proporcdo. A capacidade em kVA é também correspondentemente reduzida, pelas razdes ilustradas acima. Mas 0 rendimento da maquina é aumentado devido as menores perdas no nicleo em freqiign- cia mais baixa, como mostram as Eqs, (12-3) ¢ (12-4) 522 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: Similarmente, a impedancia equivalente de entrada, olhando-se os terminais primdrios a partir da fonte, como mostra a Fig. 13-4b, é (13-12) Desde que qualquer alteracdio na impedancia de carga e na corrente do secun- dario reflete-se como uma alteragio na corrente primaria, é, algumas vezes, con- veniente simplificar 0 transformador representando-o por um tnico circuito equi- valente. Isto implica em refletir a impedancia secundaria ao primario, como yy 2-7 mas V, = a V,, como se viu na Eq, (13-5), 7; ~ entao 2_Mrag Me Tila 1 t Ip 1 T fe —— | att = (a) Transformador ideal com carga. (b) Impedancia eq ante comes eS : €_ {c) Impedéncia equivalente refletide, Fig. 13-4 — Impedancia refleti do secundario a0 primério, mas V,//, € a impedancia secundaria Z,, como mostra a Eq. (13-11); entio, «Z, ou (13-13) TRANSFORMADORES 523 A Fig, 13-4c mostra a impedancia olhando-se para dentro dos terminais a partir da fonte quando a impedancia secundaria foi refletida de volta ao primario. Admita-se agora que secundario estd a circuito aberto, conforme mostra a Fig, 13-4e, ¢ que a impedancia do enrolamento secundério ¢ desprezivel comparada a impedancia da carga Z,, que é igual a Z,. A Eq. (13-13) estabelece que a relagdio da impedancia de entrada para a de saida é (igual a) 0 quadrado da relagiio de transformagio, Desde que Z, = a?Z.,, esta relagdo implica em que os transfor- madores podem servir como dispositivos para 0 acoplamento de impedancias, de modo a prover a maxima transferéncia de poténcia de um circuito a outro.’ Um exemplo comum é 0 caso de um transformador de saida, usado para acoplar a impedancia da carga do alto-falante a impedancia de saida de um amplificador de audio. O Exemplo 13-6 ilustra a simplicidade e a elegincia da Eq. (13-13) na solugao dos célculos que envolvem a impedancia da entrada. O Exemplo 13-7 ilustra a conjugago de impedancias de um servo-amplificador a um servomotor. EXEMPLO lado de alta tensio de um transformador abaixador tem 800 espiras e 0 lado 13-6; de baixa tensao tem 100 espiras. Uma tensdo de 240 V ¢ aplicada ao lado de alta e uma impedancia de carga de 3 9 é ligada ao lado de baixa tensio. Caleule: a. a corrente € tensio secundarias+ b. a corrente primaria ¢. a impedancia de entrada do primario a partir da relagdo entre a tensdo ea corrente primérias . a impedancia de entrada do primario por meio da Eq. (13-13). Solugao: ( — ) OM ay, (13.6) (13-11) (13-26) (13-12) (13-13) EXEMPLO Um servo-amplificador CA tem uma impedancia de saida de 250 Q e 0 servo- 13-7: motor CA, que ele deve acionar, tem uma impedancia de 2,5 Q. Calcule: a. a relagdo de transformagao do transformador que faga 0 acoplamento da impedancia do servo-amplificador a do servomotor b. 0 nimero de espiras do primario se o secundario tem 10 espiras. De acordo com a-ecisemic éucin, a maxima poténeia & entregue or uma fonte a uma carga quando a impedincia da carga & igual 1 impedancia interna da. font Desde que nem sempre é possivel, para a carga, aoplar-se a impedincia da fonte, utlzamse trans. formadores entre fonte carga para tals propostos Solugdo. 524 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: 12 /95q\u2 ne pe ; ) 8) (100)"? = 10 (13-13) b.N, = aN, = 10(10 espiras) = (00 espiras (13-26) 13-3.1 O TRANSFORMADOR REAL Um transformador real, de nucleo de ferro, carregado ¢ representado na Fig, 13-5a. Embora hermeticamente acoplado pelo nticleo de ferro, uma pequena porcdo de fluxo disperso é produzida nos enrolamentos primario ¢ secundario, , € @;, tespectivamente, além do fluxo mituo, d,, como mostra a Fig. 13-Sa. © fluxo disperso primario, @,, produz uma reatancia indutiva priméria X,.. © fluxo disperso secundario, @,, produz uma reatancia indutiva secundaria, X,.. Além disto, os enrolamentos primario ¢ secundario so constituidds de condutores de cobre, que tém certa resisténcia. A resisténcia interna do enrolamento primario ér, € a do secundirio é r, As resisténcias e reatncias dos enrolamentos do primario e secundario, respec- tivamente, produzem quedas de tensio no interior do transformador, como resul- tado das correntes priméria e secundaria. Embora estas quedas de tensio sejam internas, € conveniente representa-las externamente como parametros puros em série com um transformador ideal, como mostra a Fig. 13-5b. O transformador ideal, mostrado na Fig. 13-5b, é imaginado sem quedas internas nas resisténcias € reatancias de seus enrolamentos. A dispersdo foi incluida na queda de tensdo + Transtormedor ideal (b) Resisténcias e reaténciss primérias e secundérias, ocasionando quedas de tensfo ‘um transtormador real. Fig. 13:5 — Transformador real. ra TRANSFORMADORES: 525 primaria /,Z, € na queda de tensfo secundaria, /,Z,. Uma vez que estas so quedas de tensio indutivas, pela teoria da corrente alternativa podemos dizer que a impedancia interna primaria do transformador é 1, +X, onde todos os termos foram definidos na Seg. 13-1 (13-14) a impedancia secundaria interna do transformador é 1, +JX,, onde todos os termos foram definidos na Sec. 13-1 (13-15) E possivel agora ver a relagdo entre as tensdes terminais ¢ induzidas do pri- mario e secundario, respectivamente. Do acordo com a Eq. (13-10), as fem indu- zidas primaria e secundaria. podem ser avaliadas a partir da relacdo fundamental E, = 4A4fN\B,A x 10-°V (13-16) = 444f.N,B,A x 10-°V (13-17) onde todos os termos foram definidos acima. Mas, desde que é relativamente dificil avaliar B,, a maxima densidade de fluxo permissivel no transformador a partir de medigdes de tensdo e corrente, as relagdes que se seguem, e que também provém da Fig. 13-5b, permitem sejam computadas as fem induzidas primaria e secundaria: E,=7, & E Note-se, pela Fig. 13-5b e Eq. (13-18), que a tensio aplicada ao primério, V,, € maior que a fem induzida no enrolamento primario, £,. E também, pela Fig. 13-5b e Eq. (13-19), que a fem induzida no enrolamento secundario, E,, € maior que a tensio nos terminais do secundario, V;. Assim, podemos escrever (2) =, -1(r, $5X,) (13-18) (1,Z,) = V,-1,(r, + 5X) (13-19) V>E, ¢ y Como estabelecido para o rendimento das maquinas girantes na Eq. (12-6), © maximo rendimento ocorre quando as perdas fixas e varidveis sio iguais, ou . So BR,, = P, para o rendimenta maximo (13-34) onde P, é a perda no niicleo, uma perda fixa determinada a partir do ensaio a vazio. 540. MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES © valor da corrente secundaria, para 0 qual ocorre 0 maximo rendimento, é 1, = P,/R,, para o rendimento maximo (13-35) Além disto, deve-se notar que 0 fator de poténcia de carga, cos 0,, determina © valor do termo poténcia util secundaria na Eq. (13-33). Para o mesmo valor da corrente nominal de carga, /,, uma redugdo no fator de poténcia é acompanhada pela correspondente redugdo no rendimento (V. Fig. 13-12). Finalmente, como no caso de todas as maquinas, elétricas ou outras, a curva de rendimento de um transformador segue a mesma forma geral ditada pela Eq. 13-33. Sob cargas rela- tivamente leves,_as perdas fixas sfio elevadas em rela saida, e o Fendimento - ne RET Ase vm Ebaiko. Sob cargas pesadas (saida além da nomin: ino cobre) so elevadas em relagdo A saida ¢.o-rendimenta & novamente-baixo. O rendimento maximo, evidentemente, ocorre a um valor de carga para o qual as perdas fixas (no niicleo) igualam as perdas varidveis (no cobre), como sumarizado nas Eqs. (13-34) e (13-35). A curva do rendimento, portanto, eleva-se desde zero (com saida zero, a vazio) até um maximo a, aproximadamente, metade da carga nominal, e cai novamente para cargas pesadas (acima da nominal). Os exemplos seguintes indicam como utilizar os dados dos ensaibs a vazio € de curto-circuito para predizer o rendimento para varios valores de carga, ¢ @ carga para a qual ocorre o rendimento maximo do transformador em teste. Note-se no Exemplo 13-14 que 0 método convencional empregado requer apenas uma pequena fracdo dos kVA nominais (aproximadamente 1,6% para 0 ensaio de cutto- circuito ¢ mesmo menos para o ensaio a vazio) para a sua realizacdo. EXEMPLO Um transformador de distribuig&o de 500 kVA, 2.300/208 V, 60 Hz teve seus 13-14: testes de aceitacdo constando de um ensaio a vazio e um de curto-circuito, antes de ser colocado em servigo como transtormador abaixador. A partir dos ensaios, devem-se calcular sua regulagdo e seu rendimento. Os dados obtidos dos ensaios sao A vazio: V,, = 208 V, I,, = 85 A, P, = 1.800 W Curto-circuito: Vi,,= 95 Vs Ie, = 2075 Ay Py = 82 kW Dos dados acima, calcule a. a resisténcia equivalente referida ao lado de baixa b. a resisténcia do enrolamento do lado de baixa tensio apenas c. as perdas no cobre do enrolamento de baixa durante 0 ensaio a vazio 4. as perdas no niicleo do transformador quando a tens&o nominal é aplicada e. podem as perdas a vazio, obtidas do respectivo ensaio, ser usadas como per- das no niicleo? Explique. A partir do ensaio de curto-circuito, P. 82 x 10° Re = os = . eeiee eeeteceaae cere eee, age) (13-31) 2 po rea a de guolamentes por Gite ested Be > PACD Ca CO ‘TRANSFORMADORES $41 R, _ 01732 _ 0,173. 2 eG an aanY = oes = 0,001417 2 Ro =F = @300/208F ~ (11,057 ~ 9°! b. Resisténcia do enrolamento do lado de baixa tensio apenas x 7 (cf. Exemplo 13-10) Ke oon a 71 x 10-* @ x e u ©. BBR, = 85? x 71 x 1074 = 5,125 W ™& 4. Prscieo = Py ~ 12R, = 1.800 — 5,125 = 1.7949 W a ¢. Sim, a poténcia obtida no ensaio a vazio pode ser usada como perda no niicleo. O erro € aproximadamente 5/1.800 = 0,00278 ou 0.278%. Isto esta dentro da margem de erro permitida aos instrumentos usados no ensaio. Podemos, ois, admitir que as perdas no nucleo so 1.800 W. EXEMPLO Utilizando os dados do Exemplo 13-14, calcule 13-15: a, o rendimento do transformador quando este ¢ carregado por uma carga resis- tiva pura (fator de poténcia unitério) correspondendo a 1/4, 1/2, 3/4, 1 e 5/4 da carga nominal. Tabele todas as perdas, poténcia de saida e poténcia de entrada em funcio da carga b. repita (a) para as mesmas condigdes de carga, mas sendo o fator de poténcia 08 em atraso ¢. a corrente de carga para a qual ocorre 0 méximo rendimento, independente do fator de poténcia d.a fragéo de carga para a qual ocorre o rendimento maximo ©. 0 maximo rendimento para fator de poténcia unitario. Solugdo Dados preliminares Perdas no nicleo = perdas fixas = 1.800 W, do ensaio a vazio dado no Exemplo 13-14, Perdas no cobre para a carga nominal = perdas varidveis = 8.200 W, a partir dos dados do ensaio de curto-circuito. Poténcia de saida a plena carga = kVA cos 0, = 500 KVA x 1 = 500 kW, a partir da capacidade nominal do transformador. a. Tabulagdo para fator de poténcia unitério. Perpas No | Perpas No | Pexpas Saipa | ENTRADA | Rexpneewro Fracho pe] NUcub0 coBRE Torars TOTAL TOTAL ‘CARGA (da carga SAIDA Sapa nominal) + ENTRADA watts watts watts | watts eee | watts ‘gem 4 1.800 512 2312 125.000 | 127312 98,25 Ean 1.800 2.050 3.850__| 250.000 | 253.850 | 98,47 34 1.800 4.610 e410 | 375000 | 381.410 98,25 1 1.800 8.200 10.000 | 500.000 | sto.000 | 98, 5/4 1,800 12.800 14.600 625,000 | 639.600 97.8 542 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES b. Tabulagdo para fator de poténcia 0,8 em atraso. 14 1.800 312 2312 | 100,000 | 102312 | 97,7 12 1.800 2.050 3.850 | 200.00 | 203.850 98,25 34 1800 | 460 | 6410 | 300.000 | 06410 | 979 1 1.800 8200 | 10.000 | 400.000 | 410.000 | 976 5/4 1800 | 12800 | 14600 | soo000 | siacoo | 97.25 ©. Do Exemplo 13-142, Ry, = 0,001417.2 ' Pai 1800 “VR: V 1417 x10 d. Corrente secundaria nominal, J, (1,27 x 10%? = 1.125 A 500 KVA x 1.000 _ 4 soy 4 280 V fragio de carga ae = 047 : @. rendimento = ———_¥al 08 0, _ ¥,I, cos 0, + (P) + (GR) 208 x 1.125 x 1 1 308 1125 x 1 + 211.800) ‘ 234,000 234,000 = 334,000 + 3.600 ~ 237,600 ~ 948% Varias conclusées importantes podem ser tiradas dos Exemplos 13-14 e 13-15, com respeito ao rendimento do transformador. Sao elas 1. A vazio, com tensio nominal aplicada a um dos enrolamentos de baixa tensio, a po- tencia solicitada, P,,¢ essencialmente devida as perdas no nicleo. As pequenas perdas no cobre a vazio podem ser desprezadas. <,-\*© 2. Embora o rendimento seja zero a vazio (I, = 0 € a poténcia de saida V,l, cos 6, = 0), ele se eleva rapidamente com uma pequena aplicagdo de carga ao secundario. Con- forme mostram a Fig. 13-12 ¢ os Exemplos 13-15a e b, o rendimento é maior que 97% para 1/4 da carga nominal. 2 3. O rendimento maximo ocorre a, aproximadamente, meia carga, conforme mostra 0 Exemplo 13-15d. Estabelecendo-se 0 maximo rendimento para estes valores de carga, -{, permite-se que o transformador mantenha um rendimento razoavelmente alto para “ cargas pequenas abaixo daquele valor e para cargas pesadas acima daquele valor. O transformador, assim, mantém seu elevado rendimento através de uma larga faixa de valores de carga, conforme mostra a Fig. 13-12. 4, Para o mesmo valor da corrente de carga, o efeito da diminuigdo dos valores do fator de poténcia é uma pequena reducdo no rendimento, conforme mostra a familia de cur- vas da Fig. 13-12. Note-se pelas curvas e tabulagées (iltima coluna) do Exemplo 13-15a eb, que, a cada acréscimo de carga, o rendimento & maior para os maiores fatores de poténcia, TRANSFORMADORES: 543 100 Rendimento em percentagem 8 (0.2 eager ay 12 Fragdo da carga nominal Fig. 13:12 — Rendimento do transformador segundo 0 fator de poténcia da carga. 5. A carga para a qual ocorre o rendimento maximo, entretanto, para cada curva da fami- lia mostrada na Fig. 13-12, permanece a mesma, porque as perdas no néicleo e as perdas variaveis no cobre (/3R,,) sio independentes do fator de poténcia. Como no caso do item anterior, 0 rendimento maximo € menor neste ponto de carga que para aqueles de menores fatores de poténcia. 6. Os rendimentos dos transformadores so algo maiores que aqueles das maquinas elé- tricas girantes, uma vez que, para a mesma poténcia (capacidade), as iltimas possuem outras perdas, tais como perdas rotacionais ¢ as adicionais sob carga. Assim, um trans- formador bem projetado tem sempre rendimento maior que a mAquina girante ligada ‘como carga ao seu secundario. 13-9, RENDIMENTO DIARIO Além de permitir 0 calculo da regulagio e do rendimento, os ensaios a vazio € de curto-circuito fornecem dados aiteis para 0 cdlculo do rendimento didrio de transformadores de transmissio e distribuigdo, nos quais, por definicdo, o rendi- mento diario = (energia total entreque por um transformador a carga/)/(energia total recebida pelo transformador), durante um periodo de 24 horas. Estabelecido em forma de equacdo, o rendimento diario é expresso por a W, Ww. Ww. W,, ete. rendimento didrio = Powasen — Wor + Wox + Wos ete: in (total) Wout any Tt Wyerdas totaly (13-36) x 544 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: onde W,,, Wo. Wos etc. so as energias requeridas do transformador pelas di- ferentes cargas ligadas, durante 0 periodo de 24 horas. A Wrerays you € & soma das energias perdidas, constituida das perdas no niicleo (fixas) € no cobre (variaveis), para o periodo de 24 horas. Note-se que a encrgia perdida durante um periodo de 24 horas, Wyesass quay consiste das perdas no niicleo para 24 horas (desde que o transformador esta sempre energizado) mais as perdas variéveis no cobre, que variam diretamente com a carga flutuante durante 0 periodo de 24 horas, conforme mostra 0 Exemplo 13-16 abaixo. Também, nota-se que a Eq. (13-36) & uma relagdo de energias endo de poténcias, como mostra o Exemplo 13-16. EXEMPLO 0 transtormador de distribuigdo de 500 kVA do Exemplo 13-14 tem, suposta- 13-16; mente, 08 seguintes requisitos de carga para um periodo de 24 horas a vazio, duas horas . 20% da carga nominal, cos @, = 0,7, durante 4 horas 40% da carga nominal, cos 6, = 08, durante 6 horas 80% da carga nominal, cos 0, = 0,9, durante 6 horas carga nominal, cos 8, = 1,0, durante 6 horas 125% da carga nominal, cos @, = 0,85, durante 2 horas Admitindo constante a tensao de alimentagdo (e constantes as perdas no niicleo), calcule a. as perdas no niicleo durante 0 periodo de 24 horas b. a energia total perdida durante 0 periodo de 24 horas ¢. a energia total entregue durante 0 periodo de 24 horas 4. 0 rendimento diario Solugéo: 1.800 W x 24 horas . Tor waew. 7432 kWh = energia total perdida no ni- cleo em 24 horas, incluindo as 2 horas a vazio. b. A partir do ensaio de curto-circuito, as perdas no cobre 4 carga nominal sao 8,2 kW, ¢ os valores de energia perdida para periodos de 24 horas so tabu- lados da forma seguinte a W=P1= % Perpa pe | Prriovo pe | PERDA DE cARGA POTENCIA TEMPO ENERGIA NOMINAL, kw bh kWh 20 (0,2)? 8,2 4 131 40 (0.4)? x 8,2 4 $28 80 (0,8)? x 8.2 6 31,50 100 8.2 6 49.20 125 (1,25)? x 8,2 2 25,62 Perda total de energia durante periodo de 24h = 112,88 (excluindo 2h a vazio) ‘TRANSFORMADORES 545 . a energia fornecida total durante um periodo de 24 horas € tabulada também Pexiooo ot Tewro | TREOUE cos@ | kVAcos@ | kw h Wh 2 | 07 | o2xsmxe7| wl « sso © | 08 | osxsooxos | to | 4 & 80, 09 0,8 x 500 x 0,9 360 6 2.160 wo | te sox | 50] 3.00 ms | oss | 1asxso0xoas] 31) > ow Energie total requerida pola carga em 24h = 7422 ‘exchindo 2h « vaio) d. rendimento diario = Went won ——= + Woedas wotaly 7.422 kWh * 7422 + 43,2 + 112,88 kWh 7.422 kWh 73781 kWh ‘out co) 98% (13-36) Note-se que, apesar das condigdes de fator de poténcia e de variagao de carga, © rendimento energético total de um transformador de distribuigo, durante um Periodo de 24 horas, é relativamente alto, Isto pode ser antecipado se se observam as curvas da Fig. 13-12, que mostram um rendimento relativamente alto para uma ampla variagdo da carga a fatores de poténcia relativamente elevados. Somente a falta completa de uso, ou a operacdo a fatores de poténcia extremamente baixos resultaria num baixo rendimento diario para transformadores reais de distribuigdo. 13-10. IDENTIFICACAO DAS FASES E POLARIDADE DOS ENROLAMENTOS DO TRANSFORMADOR Além dos ensaios a vazio ¢ de curto-circuito, usados na determinagdo da regu- lagdo do rendimento ¢ do rendimento diario de transformadores comerciais, usual executarem-se outros ensaios antes de colocé-los em servigo. Dois destes ensaios referem-se a identificagao das fases e & polaridade, respectivamente, do transformador em questdo. A identificagao das fases é 0 processo pelo qual os terminais individuais dos diferentes enrolamentos de um transformador so iden- tificados e corrigidos. O ensaio de polaridade é realizado de modo que os terminais individuais, das diferentes bobinas do transformador, sejam marcados ou codi- ficados, de modo que os terminais que tém a mesma polaridade instantanea sejam identificados. Consideremos, inicialmente, a polaridade e, apés, a técnica de iden- tificagdio de fases. 546 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES. Hy, fe aeeieaee Xo tox; t= f PAL T Hy He Fig. 1313 — Determinagio da polaridade instantanea de transformadores utilizando-se a convengio do ponto. A Fig. 13-13 mostra um transformador com dois enrolamentos de alta tensio ¢ dois enrolamentos de baixa tensdo. As bobinas de alta tensdo (as que tem muitas espiras) so codificadas, usando-se a letra “H” para designar os seus terminais. Os terminais de baixa tensio conforme mostra a Fig. 13-13, sio designados pela letra “X”. Conforme mostra a Fig. 13-13, a polaridade instantanea € codificada através do subindice. O cédigo usado na figura em questo adota nimeros impares como subindices na designacio das polaridades positivas de cada enrolamento. Note-se que os subindices impares também correspondem aos terminais pontuados que representam a fem induzida positiva em cada enrolamento mostrado na Fig. 13-13. Assim, se ocorre que as bobinas devam ser ligadas seja em série seja em paralelo, para se obtFEni Vatlas relagdes de tensio, a ligacdo pade ser executada correta- mente com a devida atengdo a polaridade instantinea. O préprio leitor deve veri- ficar a maneira pela qual 0 ponto (ou o subindice impar) é utilizado para assinalar 08 enrolamentos da Fig. 13-13. Imaginemos que o primério, H,-H ,, é energizado € que H, é instantaneamente ligado ao terminal positivo da fonte. O fluxo mutuo, q estabelece-se instantaneamente no micleo no sentido dos ponteiros do relégio, conforme assinalado. De acordo coma lei de Lenz, as fem induzidas estabelecem-se nos demais enrolamentos no sentido mostrado. Um método alternativo, para verificar a convengao dos pontos na Fig. 13-13, é comparar-se a maneira pela qual as bobinas so enroladas no mesmo niicleo. As bobinas H,-H, ¢ X,-X, sao enro- ladas na mesma diregdo, portanto o ponto situa-se no terminal da esquerda, As bobinas ¥,-¥,, ¢ H,-H, sao enroladas no mesmo sentido um em relag&o ao outro, mas em oposicdo a H,-H,. Estas bobinas devem ter 0 ponto ro terminal direito, para significar polaridade positiva e, também, polaridade oposta a H,-H, Infelizmente, € impossivel examinar-se um transformador comercial para se deduzir 0 sentido de enrolamento das bobinas,"e dai determinar-se a identificagao das fases ¢ a polaridade relativa dos terminais. Um transformador de miltiplos enrolamentos pode tanto ter apenas 5 bornes como 50 na sua placa de terminais. Se for possivel examinar os condutores de cada bobina, o didmetro dos fios pode fornecer alguma pista com o que bornes ou terminais so associados as bobinas

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