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CONCERCAO GRéEICA Anténie Barros Imprenss d Coimbra EXECUGKO GRériCA Tipogratis Lousancaie Suzana Tavares da Silva Direito Administrativo Europeu I + COIMBRA 2010 de uma delegacao através de acto legislativo (art. 299° Trup), © que € sobretudo essencial destacar no contexto da caracterina $80 do direko administra europeu € 0 facto de todos 08 actos ~ legislative, oe nio term de ser Fundamentados Gt. 296° do TFUE), determinand 0 principio da findamentagdo material dos actos juridion vale tanto para a fungdo administrativa como para a Fung podendo conduzir & inval 10 normativg de dos referidos actos caso a rey, Pectiva fundamentagio se revele insuficiente ou deficie serve para permitir aos interessados € destinatétios do acto ¢ @ sua motivagao (v, Ac. Europe Ch ‘onhecer '-Com/Conselho T:89/00, §§ 65 © 66), & 30 tebunal exeicer 0 Fespectivo controlo, © que revela bem a import a jurisprudéncia como fonte deste direito (art. 19° ancia do TUE). Na verifiagio do cumprimento deste dever, o tribunal toma em con Sidsragio que nos actos de carécter geral (ex. regulamentos) nao se pode os de da boa administragao associado a outros prinefpios. Ora, uma | a mais atenta € cuidada da jurisprudéncia do TICE permite-nos afirmar 0 contririo, ¢ re- cortar 0 seu contetido especifico, tarefa que hoje est4 mais fac’ entrada em vigor da CEDF. £ o que acont ada com a , por exemplo, quando 0 TJCE aprecia a diligoncta com quo as entidades administrativas europelas actuam como acontece no caso Masdar / Comissio, (Proceso C-47/07, §92-93), NO qual o tribunal afirma expressamente que o dever de diligéncia é inerente a0 pring jo da boa administragao, originando a sua viol eliminagao dos prejuizos pelas entidades administrativas £ alis no dominio da responsabilidade que o principio da be tragao tem encontrado terreno fértil para do que no contexto da anulagao de ‘actos europeias, onde © Seu papel reside, multas vezes, na mera densficagdo do desvio de poder, conceito que para o TICE se verifica nas situagoes em aque “uma instituigao exerce as suas compelénctas com a finalidade exc siva ou, pelo menos, determinante de atingir fins diversos dos invocados ow ide elidir um processo especialmente previsio pelo Tratado para fazer face as ‘circunstdncias do caso em apreco" (v. Paiscs Baixos / Comissio, processo -452/00, § 110) complicado, € saber se este principio se teré transmutado, com a enteada em vigor da CEDF, num verdadeiro dire dos administrados europeus, capaz de valer como de forma auténoma. © TICE afirmou em decisio anterior 2 entrada em vigor da carta, que este principio “nao confere, por si proprio, direitos aos particulares (..) excepto quando constitut a expressao de tos especificos como o de ver os seus processos tratados de forma imparcial, equitativa ¢ dentro de um prazo razodvel, o direto dle ser ouvido, 0 direito de aceso aos autos, 0 direito a fundamenta- 00 das decisées, na acepeao do artigo 41° da CED (v. Tillack /Comiss4o, process T-195/04, § 127). Pela nossa parte, pensamos que @ entrada em vigor da carta aktera este estado de coisas ¢ acarreta uma subjectivizacdo do bem juridico que © principio visa tutelar ~ 0 direito a um procedimento e a um processo justo revelando a sua dimensio jurigéni- © TICE acabard por confirmar esta mensio A semelhanga do que acontece nos ordenamentos juridicos dos hecimento de relevancia autonoma a direitos lexo, como € 0 aso do direito a uma vutelajurisd 105 de aplicagio privilegiado deste principio sera, pen: das decisoes administrativas adoptadas pelas entidades eu de pareceres e recomendagdes emanados elas agencias. A agencificacao potencia os “desvio de poder” no sentido europeu, pois ao tornal a formagio da decisio administrativa aur: és dai a0 de uma entidade terceira, € a0 permitir que as de- cisdes adopt an efeitos spill-over para os outros Estados-membros, do contetido das decisoes a partir 29 30 do comportamento do Estado desencadeador do procedimento, exigindo As instincias europeias cuidados acresc igencia) na verificagao dos pressupostos da dec Alguns casos reveladores dos riscos decorrentes da complexidade des. tes procedimento; nistrativos ¢ das especiais exigéncias impostas as entidades adminiscrativas europeias ( a matéria integeam © acervo de decisdes em matéria de protecgio do segredo profissional ial, quer no que respeita 2 protecgio das informagdes recolhidas junto das empresas (v. Degussa / Cor sso, processo T-279/02, § 409), ‘quer no que respeita ao dever de no divulgacte de informagdes sobre 4 aplicagio de sangSes que possam prejudicar a reputacdo das empresas (c, BASF / Comissio, processo 1215/02, § 604). 7. Principio da confianca legitima © principio da confianga | |, a semelhanga do que acon- tece no direito administrativo nacional, um principio geral da actividade administrativa, no qual se fundamenta, por exemplo, a proibigdo de Hore revogacdo adminisirativa de decisdes (sobretudo favoraveis) que tenham side adoptadas em conformidade com os procedimentos e as normas juri- dicas estipuladas (art. 141° do CPA). Tal como acontece nos ordenamentos idacle da decisio adm! € um valor também protegido pelo ordenamento jurfdico europeu, € © Jusiico-administrativos nacionai acto admi istrativo europeu, mesmo irregular, goza de uma presungao de proceso TA61/05, §143) A delimitacao do seu ambito de aplicagio revela-se, porém, uma tarefa validade até ser anulado (v. Hoeeht / Comis ais dificil e complexa no nivel europe, na medida em que, por um lado, a8 normas europeias so por vezes muito abertas, tornande menos seguro © juizo de calcula idade ~ existe uma relagio i ima entre 0 principio nga € © principio da seguranca juridica na dimensio da clareza © determinabilidade das normas, na protbieao de pré-efeitos (v. Freistaat Sachsen / Comissio, processo 1-357/02, §98) das mesmas, ou 4 proibigao de retroactividade das normas quando afectem expectativas dae ‘num eritério de provece pede uma articulago amy de posigdes jut iplo da boa-te icou jf quatto tipos de situagdes em que @ prin: proteccao da conflanga nao impede a revogagio do acto: D quando manifesto da Administracio consequente do procedim entre este prine' De resto, 0 TICE jo quando a decisio assente em declaragées Fraudulentas do des- de dificuldades de execugio motivadas por dividas legitimidade, de que destinatatio tenha sido informado, 1 do acto, §) expressa como revogivel (Esposito, 2003) © leading ease de Co (processo -90/95), institu 0 two step analysis approach, segundo © qual a aplicagao do principio da confianga legitima pressupoe dois estigios ou niveis de aplicaco, em substituig2o de um jutz0 de ponderacio global. Assim, num pr cio momemto, cabe ao inveressado ‘em neuttalizar a revogagio do acto ou os efeitos dat decortentes a prova de que a sua pretensio & razoivel e fundamentada em critéios objectivos, ¢, ‘num segundo momento, cabe a entidade administrativa provar a existéncia ne aque justifique @ revogagio do acto, Efectivamente, a cutela da boa fé no direito europeu € sempre objectiva, © que significa que € exclufda a protecglo da confianga quando 0 interes: sado se encontre em situage de poder prever antecipadamente 0s efeitos lesivos A luz de elementos obje: com um eritério de ail wos que seriam cognosciveis de aeordo encia média, Isto denota que o principio ndo $6 decisdes admini ros, quando estes dispunham 4 Prever a adopgao da medida lesiva 2perador econémico prudente e avisado que esteja em condigbes de prever @ adopean de nal iia susceprtvel de afectar os seus a medida com imeresses nao pode, quando essa medida for tomada, imvocar 0 principio da proteccao da confianca’ (9, Mebron / Comissio, processo T-216/0%, —_— 3 106), gualmente, a protecce dada por este Principio nao pode ano aeutalizar 0 sco proprio do desenvolvimento dvs activ, aa T 333/03, $119). resem, que a aplcagto deste principio carece de Ser compat. » cronémicas e empresariais ( Masdac (OHO / Comissto, processg sia, em conereto, com outros valores e bens juridicos europeu como ovraloaguarda da concorréncia ou a efectiva prossecueao dos objctivos rrazados plas potas eficicia), Assim, por exemplo, o Tribunal no consi a (em geral que exist vilagio do principio da proteccto da confianca Jegiima nos casos de aplicacto retrospectiva do dieto (v, Pokrzeptowicz _Aeyer, Processo €-162/00, §54), mas jé considera haver violacdo do pr ipio quando estiver em causa uma situaglo que prive um sujeito passive do direito 2 dedugio do IVA com efeitos retroactivos (v. Marks & Spencer, Processo C-62/00, $45) Todavia, ndjo € menos verdade que © procedimento administrativ europe € a discricionariedade reconhecida 4 Comissio na prossecu' dos objectives do Tratado sio aptos a gerar situagbes que poem em causa 2 confianca legitima depositada pelos Estados-membros em determi das solugdes normativas, € pelos administrados de um Estado-membro ‘elativamente & conduta das respectivas entidades, designadamente & Sut conformagio com as directrizes europeias. Neste particular, € importante sublinhar 0 valor juridico reconh jo As orientagdes que a Comissiio apro va como instrumentos de auto-limitagio dos poderes ccricionarios (ex ate em matéria de aplicagio de sangdes por violagdo do direito ia concorténcia). Neste caso, uma decisio isto que se afaste daquelas orien ‘shes tem de ser devidamente fundamentada para neutralizar a violagio do pie te ‘i iualdade de uatamento e da proteccao da confianga lesitin nanha / Comissio, processo T-374/04, § 111), De tu © quanto vimos de di ier, pereebemos que o principio da confianga Aegitima € um principio de origem j ren nad ‘qual a Administragao the tenha dado. A i formulagio adoptada no caso Mavrides Claltoas fundadas*, esta € 8 'ovesso C-289/91), que consti 4 do pring © leading case desta dimensdo concee io da cont repitima, @ que encontra expresso em decisdes mais recentes onde 9 TICE afirma que “0 diveito de ex ra proteccao da confianca legttima, que constited um dos Principlos undamentats da Comunidade, etende-se fe qualquer particular que se enconire numa stuagao da qual resulta que wi adynénistragdo comuntiaria, ao forneceribe garantias precisa, erat, ma efera jurtdica, expectatioas fundadas (..) conse esas garantas radepondentemente ca forma em que seam comuntcadas, as iformagdes precsas, incondicionas¢concordantes, que emanem de fontes autorizadas ‘fuels o,Ianova Privat Akademie / Comissto,processo 273/01, 8 32, Bo, © que, “em contrapartida, minguem pode invocar uma e aca dese principio ma falta de garantias precisas fornecidas pela administracao" nd / Comissio, processo 1-290/97, § 85) (Ww. Mehibas Dortst Este principio, porém, tem sido interpretado de forma mito aberta pelo Tribunal de Justiga 20 decidie ave mio bf violagao do mesmo quando vin Estado-membro revogue um beneficio fiscal antes 40 p29 cstipulado wa fei nacional (@, Plantanol, Processo C-201/08, § 53) 8, Principio da transparéncia prove a0 principio da transparencia, ave aceder aos processos que se Ihe Por tltimo, uma referéne concede a qualquer individuo © direito 2 eee a 2) c, expressamente consagrado refiram, © qual tem como limite, eXPF fidencialidade © do seared Pro- da CEDE, 5 legitimos interesses 2 COP! fissional e comercial evelagdo 04 elevagao 2 tah Sublinhe-se que € a este PF ental como que se fica a dever 0 direito de acess independentemente do suporte) 4 como um dieet© te 30 ambiental, decorrente rente para fondamenta™ Convengao de 4 4 compreensio deste Pri 33

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