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UNICURITIBA - CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA

LUIZ HENRIQUE PLAKITKA

ESTUDO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA ENGENHEIRADA:


CADERNO DE OBRAS NO MUNDO

CURITIBA
2021
LUIZ HENRIQUE PLAKITKA

ESTUDO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA ENGENHEIRADA:


CADERNO DE OBRAS NO MUNDO

Monografia apresentada como requisito parcial à


obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil,
do Centro Universitário de Curitiba – UNICURITIBA.

Orientadora: Profª. Me. Patricia Fontana.

CURITIBA
2021
UNICURITIBA - CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA

LUIZ HENRIQUE PLAKITKA

ESTUDO DE LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS DE MADEIRA ENGENHEIRADA:


PESQUISA BIBLIOGRÁFICA DE OBRAS NO MUNDO

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em


Engenharia Civil do Centro Universitário Curitiba, pela Banca Examinadora formada
pelos professores:

Orientador: __________________

_________________________________
Prof. Membro da Banca

Curitiba, 15 de Novembro de 2021.


Ao meu avô Oscar, um engenheiro mecânico sem diploma.
Anseio por revelo, descanse em paz.

Aos meus pais Eliandra e Fernando.


Eternas presenças.
AGRADECIMENTOS

Como poderia começar de outra forma que não agradecendo a Deus, por todo
o companheirismo, capacitação e instrução durante todo esse período.
A todos os docentes do Centro Universitário de Curitiba ao se disporem a
instruir, cativar e ensinar ao longo de toda a graduação e aos amigos, pelos anos de
convivência, suporte e experiência compartilhados.
Em especial, agradeço as orientações passadas pela orientadora Professora
e Mestre Patricia Fontana pela dedicação, atenção e apoio essencial para a realização
deste trabalho e por ser uma professora e profissional exemplar.
A minha família por todos os incentivos, exemplos, instruções e cuidados ao
longo não só da graduação, amo cada um de vocês com toda minha alma.
A todos os membros da célula e amigos que hoje tenho o privilégio de chamar
de irmãos e irmãs, agradeço por todas as visões, suporte, cuidado e noites viradas
que compartilhamos, tenho certeza que levaram a minha evolução como ser humano.
“...quase, mas não exatamente, completamente diferente...”
(Douglas Adams, 2009.)
RESUMO

O presente trabalho objetiva a disseminação da madeira engenheirada, como sistema


estrutural no cenário da construção civil brasileiro, através da apresentação da
madeira e seus produtos, sua capacidade e demanda do sistema no Brasil,
fundamentos do modelo estrutural, nas formas de vinculação entre os elementos
estruturais, e a situação de utilização do sistema no Brasil e demais países através do
caderno de estudo de casos. O caderno de estudos de casos foi desenvolvido para
apresentar técnicas e práticas aplicadas as edificações que utilizam a madeira
engenheirada na variedade de sistemas estruturais, destacando de forma individual
suas características de uso, localização, detalhes arquitetônicos, sistema estrutural
utilizado, o modelo de contraventamento adotado, os diferentes produtos da madeira
engenheirada utilizados e, em alguns casos, a harmonia com outros materiais na
estrutura, tal como concreto e aço, além das vinculações utilizadas entre os elementos
estruturais, de vedação e contraventamento.

Palavras-chave: Madeira engenheirada. Sistema estrutural. Caderno de estudo de


casos.
ABSTRACT

This paper aims to disseminate the usage of engineered wood as a structural system
in the Brazilian civil construction scenario through the presentation of said wood and
its products, their capacity, and fundamentals of the structural model, the types of
connection between the structural elements, as well as the system's demand and
usage in Brazil and other countries, through a compilations of case studies. The
compilation of case studies was developed to present techniques and practices applied
to buildings which use engineered wood in a variety of structural systems, highlighting
individually its characteristics of use, location, architectural details, structural system,
the bracing model adopted, the different engineered wood products used and, in some
cases, the harmony with other structural material, such as concrete and steel, as well
as the binding used between the structural elements, sealing and bracing.

Keywords: Engineered wood. Structural system. Compilation of cases.


LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

MLC Madeira Lamelada Colada.


CLT Cross Laminated Timber
MLCC Madeira Lamelada Colada Cruzada
NLT Nail-Laminated Timber
MLP Madeira Laminada Pregada
DLT Dowel Laminated Timber
PSL Parallel Strand Lumber ou Madeira Serrada com Fio Paralelo
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. MLC............................................................................................................ 18
Figura 2. Processo de fabricação de MLC. ............................................................... 18
Figura 3. Disposição ortogonal das lamelas de madeira nos painéis de CLT. .......... 19
Figura 4. Processo de fabricação do CLT. ................................................................ 20
Figura 5. Esquemático de montagem da NLT. .......................................................... 21
Figura 6. Esquemático de montagem da DLT. .......................................................... 21
Figura 7. Painel de DCLT. ......................................................................................... 22
Figura 8. Pilares de PSL. .......................................................................................... 23
Figura 9. Fixação de pilar na base. a)Pilar-fundação; b)Pilar-piso acabado. ............ 24
Figura 10. Vinculação de vigas. a) Viga-viga por sobreposição dos elementos; b)
Viga-viga por entalhes e encaixes. .................................................... 24
Figura 11. Vinculação entre vigas e pilares. a) Pilar-viga com chapa de apoio
unilateral; b) Pilar-viga com chapa de apoio bilateral. ........................ 25
Figura 12. Mal projeção de vinculações. a) Elemento em contato direto com
estrutura; b) Elemento vinculado por chapa de apoio. ....................... 25
Figura 13. Vinculações bem otimizadas. a) Elemento em contato direto com
estrutura; b) Elemento vinculado por chapa de apoio. ....................... 26
Figura 14.Sistemas de Pilares. a) Pórtico triarticulado com mão francesa; b) Pórtico
triarticulado com ligação metálica; c) Pórtico triarticulado com secção
curvada. ............................................................................................. 27
Figura 15. Pórtico por encaixe................................................................................... 27
Figura 16. Tipologias construtivas de vigas. a) Viga biapoiada; b) Viga triapoiada; c)
Viga biapoiada com balanço; d) Consola/Balanço; e) Viga biapoiada
com dupla inclinação; f) Viga arqueada com dupla inclinação. .......... 28
Figura 17. Flambagem lateral da Viga. ..................................................................... 28
Figura 18. Contraventamento de vigas. .................................................................... 29
Figura 19. Viga vagão. .............................................................................................. 29
Figura 20. Sistema pilar-laje. ..................................................................................... 30
Figura 21. Contraventamento em K. ......................................................................... 30
Figura 22. Contraventamneto em X. ......................................................................... 31
Figura 23. Contraventamento por mão francesa. ...................................................... 31
Figura 24. Contraventamento por vergalhões e os tarugos. ..................................... 31
Figura 25. Página modelo do Caderno ...................................................................... 33
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14
2.1 MADEIRA ............................................................................................................ 14
2.2 MADEIRA ENGENHEIRADA .............................................................................. 17
2.2.1 Madeira Lamelada Colada ............................................................................... 17
2.2.2 Madeira Lamelada Colada Cruzada ................................................................. 19
2.2.3 Madeira Laminada Pregada ............................................................................. 20
2.2.4 Madeira Laminada Cavilhada ........................................................................... 21
2.2.5 Madeira Serrada de Filamento Paralelo ........................................................... 22
2.3 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA MADEIRA ........................................... 23
3 DESENVOLVIMENTO DO CADERNO SOBRE AS OBRAS EM MADEIRA
ENGENHEIRADA ..................................................................................................... 32
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35
4.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................... 35
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 36
5 APÊNDICE 1 – CADERNO DE ESTUDOS DE CASOS. ....................................... 39
11

1 INTRODUÇÃO

A madeira foi um dos primeiros materiais a ser utilizado na construção civil,


por se tratar de um material versátil, sua simplicidade e por seu papel ecológico, com
a utilização de madeira de reflorestamento (árvores que são plantadas com finalidade
comercial). A utilização da madeira no Brasil se destaca no uso temporário em
canteiros de obras (armazenamento de materiais, cimbramento, moldes e formas,
dentre outros), e no uso definitivo é empregada em esquadrias, coberturas, forros e
pisos (REMADE, 2003).
Segundo Thelandersson e Larsen (2003) antes da grande demanda de
materiais de sistemas construtivos convencionais, concreto e aço, a madeira era o
material predominante na construção, principalmente em construções de pontes,
devido as vantagens apresentadas ao ser empregada, contudo o estudo relativo ao
comportamento do material deve ser aprofundado por ser tratar de um material
heterogêneo.
Conforme ponderou Stéphane de Faÿ (2019), é por meio da economia que
são desencadeados os principais incentivos para o desenvolvimento da construção
civil utilizando-se madeira, nesse sentido, podemos observar que está previsto a
implantação de uma fábrica no Brasil até 2022, cuja produção de madeira
engenheirada, usada nas construções de prédios, vai gerar inúmeros incentivos ao
sistema construtivo e acirrar a disputa pelo espaço no mercado de materiais junto ao
concreto e aço.
A madeira é considerada como material renovável para a construção,
especialmente quando se trata de madeira de reflorestamento, tendo em vista sua
sustentabilidade e ecologia, portanto, diferente do cimento e aço que dependem de
insumos não renováveis, ou no máximo reciclável. Além disso, madeira tem a
tendência de se difundir como grande parte das construções pelo mundo à medida
que os estudos sobre o material se aperfeiçoam cada vez mais. (WOOD-FRAME
HOUSING – A NORTH AMERICAN MARVEL, 2002).
12

1.1 OBJETIVO GERAL

Como objetivo geral este trabalho apresenta o estudo e levantamento de


ligações e vinculações utilizadas em estruturas de madeira engenheirada ao redor do
mundo.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

− Pesquisa bibliográfica sobre a madeira engenheirada e seus produtos;


− Apresentar uso, aplicação e perspectivas da madeira engenheirada no
Brasil e outros países;
− Desenvolver um caderno de casos com os dados encontrados;

1.3 JUSTIFICATIVA

Segundo a Industria Brasileira de Árvores (IBÁ, 2020), as principais madeiras


utilizadas como matéria prima no Brasil são em sua maioria o eucalipto e o pinus, as
quais são retiradas de uma base de reflorestamento ou de florestas plantadas
especialmente para sua comercialização. Assim, apresentam características
ecológicas por evitar desmatamento, baixa energia necessária na produção, além da
absorção de CO2 no período de seu crescimento, dentre outros. O cultivo de madeira
pelo Brasil é destaque mundial segundo a Indústria Brasileira de Árvores.
O uso de madeira tem sido reconhecido e estudado pelo mundo afora, e
alguns empreendimentos vêm disputando o título de edificação com a mais alta
estrutura em madeira. Atualmente a Europa demonstra a grande capacidade do
sistema estrutural sendo o edifício Mjøstårnet, construído na cidade de Brumunddal,
Noruega, vem mantendo o título de mais alto edifício de madeira com 85,4m de altura
em 18 andares. Foi construído em Madeira Laminada Cruzada (CLT), entretanto, seu
título está ameaçado pelo projeto já aprovado pela cidade de Milwaukee, que vai ter
mais de 20 andares (AMATA, 2020).
O Brasil apresenta grande capacidade de produção de matéria prima, no
entando, a capacidade de processamento e produção de madeira engenheirada é
mínima, uma vez que, a primeira fábrica de madeira engenheirada de grande escala,
13

com capacidade de produtiva de 60 mil metros cúbicos, está em faze de implantação


na região sul do país, com previsão de inauguração em 2022 (CANALRURAL, 2020).
No Brasil o primeiro edifício residencial em madeira foi construído em 2016,
na cidade de Araucária, estado do Paraná, e utiliza o sistema wood frame. O edifico
conta com 3 andares construído. Porém em 2020 foi construído o maior prédio em
altura do Brasil, edificado na cidade de São Paulo utilizando madeira engenheirada,
com placas importadas de CLT, com quatro andares de altura (AMATA, 2020).
Desta forma este trabalho se justifica, pois, pelo imenso potencial inerte
existente no Brasil para a utilização da madeira, apresentamos um cenário
amplamente favorável a exploração e sua utilização em alternativa a floresta de
concreto e aço atualmente edificada.
14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, será feita uma abordagem sobre as características e


propriedades mecânicas desenvolvidas, apresentando as propriedades físicas que
geram interferências as propriedades da madeira, os produtos desenvolvidos, os
processos aos quais ela é submetida e os sistemas estruturais passíveis de
concepção.

2.1 MADEIRA

A madeira é uma estrutura biológica complexa, onde todas as características


– seja física, mecânica, química ou biológica – são consequências da complexidade
de um vegetal. Os pesquisadores que compreenderem as inter-relações entre forma
e função podem inserir essas características no contexto não natural
(WIEDENHOEFT, 2010).
De acordo com COSTA (2001) a heterogeneidade apresentada pela madeira
naturalmente é desenvolvida pelos diferentes tipos de células, adaptadas a
desempenhar diferentes funções. As células ligadas entre si pela lignina nos três
diferentes sentidos formam o tecido lenhoso, gerando variações nas composições
físicas e anatômicas da madeira entre árvores de mesma espécie. Outros fatores que
podem afetar suas propriedades as características de idade, genética, ambiente e
cuidados aos quais estão sujeitas durante a plantação e crescimento. Há também
diferenças entre o cerne e o alburno que são respectivamente o centro do tronco e
sua extremidade, bem como em casos como nós na madeira. O desempenho
mecânico da madeira se desenvolve junto a sua estrutura interna, a ciência botânica
tem estudado a anatomia da madeira a fim de interpretar o arranjo estrutural dos
diversos elementos constituintes do lenho.
SCREMIM (2013) apresenta que as madeiras utilizadas na construção civil
são oriundas dos troncos das árvores, tratando-se de árvores exógenas, ou seja, o
crescimento diametral ocorre de fora para dentro, pela superposição de novas
camadas, com as camadas mais velhas no centro do tronco, provenientes de árvores
dicotiledôneas ou coníferas e podem se enquadrar como duras ou maciças.
As principais mudanças entre os grupos estão presentes na estrutura celular, contudo
15

as resistências apresentadas podem ser comparadas, também havendo necessidade


de que as resistências apresentadas atinjam valores de referência.
Segundo COSTA (2001), a madeira enquanto árvore apresenta três funções:
suprimento da planta em seiva bruta ascendente, armazenamento de nutrientes em
reserva e sustentação vertical.
Devido ao seu crescimento se caracterizar como exógena, novas camadas
são formadas periodicamente, dividindo o lenho em duas partes, cada qual com sua
respectiva função. À medida que as camadas vão se formando, as células que ainda
estão vivas e metabolicamente ativas são denominadas alburno, camada mais
externa do tronco e geralmente com coloração mais clara. Já quanto a parte mais
interna e antiga do lenho, que não apresenta mais atividade metabólica, com
coloração mais escura se trata do cerne (COSTA, 2001).
O alburno é responsável pela condução e armazenamento da seiva e
produção de compostos bioquímicos. As células vivas do alburno também são
responsáveis pela formação e deposição de produtos químicos do cerne (FOREST
PRODUCTS LABORATORY. 2010).
A deterioração natural da madeira, por se tratar de um material biológico,
depende da espécie, suas características anatômicas sofrem influências do ambiente
ao qual está exposta e apresentam diferentes características de acordo com a região
em que a tora foi extraída, visto que, o cerne e o alburno apresentam diferentes
resistências e suscetibilidade a ataques biológicos. Contudo, há possibilidade de
tratamentos conservativos, desde que adequados à peça, com finalidade de otimizar
seu desempenho (PFEIL, 2003).
Como Figueroa (2012) demonstra a madeira apresenta característica
higroscópica, gerando alteração na sua geometria, inchando e retraindo, de acordo
com a variação no teor de umidade, e por consequência, suas características
mecânicas sofrem alterações.
Ademais, a própria água pode estar impregnada na madeira de duas
diferentes formas: sendo, a água livre ou capilar, localizada nos espaços
intercelulares, retida por forças capilares, e a água de impregnação ou higroscópica,
ligada por força físico-químicas. Para secagem da madeira a água livre é a primeira e
mais fácil a ser removida, causando uma redução de peso na madeira, alterando o
teor de umidade. A saturação da peça varia normalmente entre 25% a 35% de
umidade em relação ao peso seco do material, geralmente em casos onde a umidade
16

esteja abaixo dessas referências ocorrem variações dimensionais. A água de


impregnação, presente no intervalo de 6% a 28% de umidade é mantida em camadas
poli moleculares por forças eletrostáticas (KOLLMANN, 1959).
Como apresentado por Costa (2001), é relevante ressaltar que a madeira
pode desenvolver falhas durante a fase de crescimento que podem comprometer toda
resistência objetiva para construção civil. Caso haja variação natural no arranjo e na
direção dos tecidos axiais, em relação ao eixo da árvore, pode ocorrer a formação de
Grã espiralada, defeito que pode comprometer a estabilidade das peças serradas e
sua resistência mecânica devida ao rompimento dos tecidos oblíquos, e camadas
geradas ao longo do crescimento. Como desencadeador da formação de grã
espiralado nos troncos, pode ser indicado a ação do vento e o desenvolvimento de
copa.
Um nó, segundo Costa (2001), pode ser definido como a base de um galho
que está encaixado no tronco de uma árvore. O nó tem origem e cresce a partir do
centro da circunferência do tronco, podendo ser classificado como vivo, caso sua
origem seja um galho natural da árvore, ou nós mortos ou soltos cuja a origem é
externa e sem continuidade na estrutura do tronco, como causadas por estradas de
insetos e fungos.
As propriedades mecânicas encontradas em ensaios, cujas seções
apresentavam nós em sua composição, são inferiores aos dados de resistência em
comparação às seções que não apresentam irregularidades (FOREST PRODUCTS
LABORATORY, 2010).
Por fim, inclusive a forma como a plantação de reflorestamento é disposta
pode apresentar diferentes qualidades da madeira, tendo em vista que uma árvore
plantada sozinha em campo aberto não precisa disputar luz solar com a vegetação ao
redor, por essa razão, sua copa se espalha para conseguir arrecadar mais luz para si,
caso contrário, onde árvores são plantadas de forma coordenada, com espaçamentos
determinados, a tendência é de que as árvores atinjam alturas elevadas, e copas mais
concentradas e perto do tronco, como mecanismo natural da vegetação para
conseguir luz solar e nutrientes (FERNANDES, 1982). De acordo com os conceitos
apresentados, as características da madeira se moldam a depender da necessidade
de sua utilização na construção civil, evitando a presença de nós vivos e grã
espiralada.
17

Por se tratar de um produto orgânico, as plantas apresentam classificação


taxonômica divididas entre briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Contudo somente as gimnospermas e angiospermas são produtoras de madeira na
qual se encaixam as coníferas e dicotiledôneas (COSTA, 2001).
A relevância das coníferas e dicotiledôneas se dá pelas aplicações na
construção civil, a ABNT NBR 7190/1997 indica diferentes coeficientes para as
diferentes características das espécies usuais, na falta de determinação experimental.
Segundo a referida norma a classificação de resistência das madeiras determina a
sua utilização com propriedades padronizadas, orientando dessa forma a escolha do
material para emprego em diferentes projetos estruturais.

2.2 MADEIRA ENGENHEIRADA

A madeira engenheirada é aquela que através de processos industriais


desenvolve características que atendem as necessidades para uso na construção
civil, ou seja, a madeira engenheirada é transformada de um produto bruto, com a
heterogeneidade natural, para um produto com controle industrial (CTE, 2020).
Em entrevista a Amata (2020) informa que a madeira deve ser submetida a
tratamentos ou elementos construtivos, como calhas e rufos, a fim de garantir a
proteção contra apodrecimento dos elementos, por meio da retirada da umidade
interna, tratamentos contra elementos biológicos (fungos e insetos) e produtos
químicos, como Arseniato de Cobre Cromatado (CCA), Borato de Cobre
Cromatado (CCB) e Arseniato de Cobre Amoniacal (ACA), aplicados a madeira por
imersão ou sob pressão (autoclave), de forma que diferentes espécies devem ser
tratadas com diferentes processos e produtos de acordo com seu uso.
Ainda é relevante ressaltar que a madeira engenheirada apresenta baixa
condutividade térmica, resultando em boa resistência ao fogo, isolamento térmico e
acústico (AMORIM, 2017).

2.2.1 Madeira Lamelada Colada

O Glulam (Glued Laminated Timber) ou MLC (Madeira Lamelada Colada). A


norma ABNT NBR 7190:1997 prevê o uso da Madeira Laminada Colada. Produzida
por meio de colagem de longas lamelas (estrutura fina e achatada coladas entre si)
18

de madeira, seguindo a orientação das fibras e do eixo longitudinal da peça, utilizando


de gabaritos sob pressão, sendo capaz de atingir diversos formatos, como mostra a
Figura 1, mantendo a estabilidade dimensional aos elementos.

Figura 1. MLC.

Fonte: Bernardinho & Mendes (2020).

A união das lamelas, coladas entre si, devem ser organizadas de formas tal
que as fibras estejam paralelas entre si, este processo é apresentado na Figura 2 e
proporciona um maior controle e homogeneidade do produto (AMATA, 2020).

Figura 2. Processo de fabricação de MLC.

Fonte: AMATA (2020).


19

2.2.2 Madeira Lamelada Colada Cruzada

A Cross Laminated Timber (CLT) ou Madeira Lamelada Colada Cruzada


(MLCC) tem emprego normatizado pela ABNT NBR 7190:1997. Formada por uma
estrutura fina e achatada, denominada de lamela, disposta de modo sobreposta e
perpendicular umas às outras, como mostra a Figura 3, por tratar de placas em
maiores dimensões. Sua principal alocação como elemento estrutural é a atuação
como lajes e paredes estruturais (AMATA, 2020).

Figura 3. Disposição ortogonal das lamelas de madeira nos painéis de CLT.

Fonte: AMORIM, Silvia Teixeira Andrade et al. (2017).

Segundo a AMATA (2020) a tecnologia de cruzamento de lamelas permite


uma distribuição de carga de forma bidirecional estável. Para este produto, a produção
através da colagem de longas lamelas de madeira, provenientes de florestas de
reflorestamento, saem da fábrica na dimensão projetada para a obra, com
apresentado na Figura 4, para garantir as propriedades do produto e economizar
tempo de execução em obra.
20

Figura 4. Processo de fabricação do CLT.

Fonte: AMATA (2020).

2.2.3 Madeira Laminada Pregada

A Nail-laminated timber (NLT) ou Madeira Laminada Pregada (MLP) não tem


emprego diretamente apresentado pela ABNT NBR 7190:1997.
Contudo o uso de pregos e conectores metálicos, como apresentado pela
Figura 5, é definido e apresentados em vários quesitos, abrangendo detalhes sobre
espaçamento entre os conectores, características mínimas que devem ser atendidas,
preparos que devem ser realizados na madeira antes de receber os conectores
metálicos, dentre outros. Onde através destas definições em conjunto validão o uso
da madeira NLT (THINK WOOD, 2021).
21

Figura 5. Esquemático de montagem da NLT.

Fonte: Think Wood (2021).

De acordo com a Think Wood (2021) os usos da NLT se estendem entre pisos,
decks, telhados, paredes e poços de escadas e elevadores. Por se tratar de madeira
o aspecto visual é naturalmente agradável e atrativo a elementos visíveis.

2.2.4 Madeira Laminada Cavilhada

A Dowel Laminated Timber (DLT) ou Madeira Laminada Cavilhada, segundo


a Think Wood (2021), é similar a NLT, contudo sem o uso de conectores metálicos.
Sendo que a ligação entre as lâminas é realizada através de cavilhas rígidas cruzando
os elementos e encaixadas por fricção, como mostra a Figura 6, similar as armaduras
implantadas em elementos de concreto convencional, ou apresentar cavilhas de forma
transversal a painéis de CLT, gerando painéis de DCLT, como mostra a Figura 7.

Figura 6. Esquemático de montagem da DLT.

Fonte: PEREIRA, Marcos C. M. et al (2019, p.3).


22

Figura 7. Painel de DCLT.

Fonte: PEREIRA, Marcos C. M. et al (2019, p.3).

As ligações por cavilhas estão previstas de uso pela norma ABNT 7190:1997,
apresentando os critérios para utilização da mesma. Por apresentar seus veios
principais em uma direção sua principal aplicação se encaixa em pisos e telhados.
De acordo com Pereira, et al (2019), ambas as confecções são capazes de
desenvolver funções estruturais, desde que caracterizados e dimensionados ao uso
proposto.

2.2.5 Madeira Serrada de Filamento Paralelo

A Parallel Strand Lumber (PSL) ou Madeira Serrada com Fio Paralelo é similar
ao MLC, segundo a Naturally Wood (2021). Produzida por meio de colagem de
folheados de madeira seca e graduada, fios ou flocos, com dimensão máxima de
6,4mm (seis vírgula quatro milímetros), seguindo a orientação das fibras e do eixo
longitudinal da peça. São confeccionadas utilizando de gabaritos sob pressão, sendo
capaz de atingir diversos formatos, como mostra a Figura 8.
23

Figura 8. Pilares de PSL.

Fonte: Think Wood (2021).

2.3 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA MADEIRA

Segundo a ABNT NBR 7190:1997, de forma geral as estruturas de madeira


devem ser dimensionadas visando atender aos critérios de solicitações e resistências.
A ABNT NBR 7190:1997 indica que pelo lado das solicitações é necessário
identificar, quantificar e majorar com clareza as solicitações à qual cada elemento
estrutural está sujeito. Pelo lado das resistências deve ser associado a cada
solicitação à resistência correspondente, tendo em vista que madeira se trata de um
material anisotrópico é necessário prever a resistência de forma paralela, normal e
cisalhantes às fibras.
Se caracterizam como solicitações normais tração e compressão axiais
(barras de treliça), flexão simples reta, flexão simples oblíqua, flexão composta,
flexocompressão (pilares) e flexotração (tirantes). As solicitações tangenciais são
aquelas desenvolvidas por entralhes em vigas, torção e cisalhamento longitudinal
(NBR 7190:1997).
As vinculações entre os elementos estruturais de madeira são delicadas e
exigem atenção no detalhamento a fim de não agredir o elemento estrutural. As
vinculações podem ser feitas por meio de sobreposição dos elementos, elementos
metálicos, ferragens metálicas, chapas de apoio e parafusos, entalhes e encaixes,
como apresentado Figura 9 à Figura 11 (Rewood, 2020).
24

Figura 9. Fixação de pilar na base.


a)Pilar-fundação; b)Pilar-piso acabado.

Fonte: Rewood (2020, p.9) - adaptado pelo autor.

Figura 10. Vinculação de vigas. a) Viga-viga por sobreposição dos elementos; b) Viga-viga por
entalhes e encaixes.

Fonte: Rewood (2020, p.17) - adaptado pelo autor.


25

Figura 11. Vinculação entre vigas e pilares. a) Pilar-viga com chapa de apoio unilateral; b) Pilar-viga
com chapa de apoio bilateral.

Fonte: Rewood (2020, p.15) - adaptado pelo autor.

Os exemplos citados devem ser detalhados de acordo com sua aplicação


tendo em vista que as vinculações presentes em ambientes internos e externos
apresentam diferentes condições. Vinculações em ambientes externos devem
apresentar, por exemplo, detalhes que possibilitem o escoamento de água
diretamente em contato com os elementos estruturais, ocasionando avarias a
integridade da peça, como mostra as Figura 12 e Figura 13 (Rewood, 2020).

Figura 12. Mal projeção de vinculações. a) Elemento em contato direto com estrutura; b) Elemento
vinculado por chapa de apoio.

Fonte: Rewood (2020, p.69) - adaptado pelo autor.


26

Figura 13. Vinculações bem otimizadas. a) Elemento em contato direto com estrutura; b) Elemento
vinculado por chapa de apoio.

Fonte: Rewood (2020, p.69) - adaptado pelo autor.

É possível observar a presença de rotas de fuga entre os elementos de


suporte e o elemento estrutural em vinculações bem otimizadas, espaçamento
destinado para circulação de ar e escoamento de água (Rewood, 2020).
No caso de estruturas de madeira engenheirada o funcionamento das
ligações entre os elementos estruturais se familiariza ao de rótulas, o que se dá devido
aos métodos utilizados para as ligações entre as peças gerarem ligações deformáveis,
a fim de garantir o travamento contra esforços horizontais como o vento,
implementando sistemas de contraventamento à estrutura (PFEIL, 2003).
A ligação quando considerada flexível, são aquelas que apresentam
restrições ao movimento em uma ou duas direções, classificadas como de primeiro e
segundo grau respectivamente, entre os elementos estruturais, transmitindo apenas
esforços cortantes entre os elementos (NETO, 2016).
A ligação rígida é caracterizada pela restrição ao ângulo permanecendo
fundamentalmente o mesmo entre os elementos unidos por essa vinculação quando
há carregamento da estrutura (NETO, 2016).
Como previamente apresentado, o sistema estrutural principal deve ser capaz
de suportar as solicitações que estará submetida, contudo o sistema estrutural
utilizado apresenta grandes variedade de sistemas (NETO, 2016).
Os pórticos em madeira podem apresentar diferentes características, como
apresentado pela Figura 14 e Figura 15. Os biapoiados podem apresentar seções
compostas, seções curvadas, triarticulados, concepções arquitetônicas em MLC, com
diferentes vinculações entre pilares e vigas, dentre outros, e utilizados de forma geral
27

na estrutura desenvolvem um sistema ótimo para condução dos esforços de forma


vertical (REWOOD, 2020).

Figura 14.Sistemas de Pilares. a) Pórtico triarticulado com mão francesa;


b) Pórtico triarticulado com ligação metálica; c) Pórtico triarticulado com secção curvada.

Fonte: Rewood (2020, p.15) - adaptado pelo autor.

Figura 15. Pórtico por encaixe.

Fonte: ArchDaily (2020).

Os pilares são elementos estruturais geralmente lineares de eixo reto e


dispostos na vertical, cuja função principal é receber as ações atuantes nos diversos
níveis e conduzi-las até as fundações (REWOOD, 2020).
As vigas são utilizadas como elementos estruturais sujeita a esforços de
flexão e de cisalhamento transversais, geralmente utilizadas em sistemas
aportificados laje-viga-pilar, para a transmissão de esforços das lajes aos pilares, ou
cargas concentradas, caso sirva de suporte a um pilar, como mostra a Figura 16
(REWOOD, 2020).
28

Figura 16. Tipologias construtivas de vigas. a) Viga biapoiada; b) Viga triapoiada; c) Viga biapoiada
com balanço; d) Consola/Balanço; e) Viga biapoiada com dupla inclinação; f) Viga arqueada com
dupla inclinação.

Fonte: Rewood (2020, p.75) - adaptado pelo autor.

Da mesma forma, vigas podem ser empregadas como suporte a pisos


sobrepostos, todavia devido a esbeltez da alma, tais elementos estão sujeitos a
flambagem lateral, conforme a Figura 17, necessitando apresentar elementos de
contraventamento, como apresentado pela Figura 18. A flambagem ocorre em
elementos esbeltos submetidos a esforços de compressão axial (Beer, 2008).

Figura 17. Flambagem lateral da Viga.

Fonte: Carpinteria (2015).


29

Figura 18. Contraventamento de vigas.

Fonte: Carpinteria (2015).

Segundo Rebello (2007), a fim de vencer grandes vãos ou reduzir a seção


transversal ainda é possível a utilização de vigas vagão. Elementos que apresentam
cordoalhas de aço tracionadas na região inferior e apoiada sobre montantes
tracionados como mostra a Figura 19.

Figura 19. Viga vagão.

Fonte: ArchDaily (2018).

O emprego da madeira engenheirada como lajes de CTL, NLT ou DLT permite


que o desenvolvimento de um sistema estrutural pilar-laje, onde as lajes descarregam
diretamente nos pilares devido as suas características desempenhadas. Como o
sistema utilizado no edifício Brock Commons Tallwood House, em que as lajes de CLT
se apoiam diretamente sobre os pilares de MLC e PSL, como mostra a Figura 20
(Think Wood, 2020).
30

Figura 20. Sistema pilar-laje.

Fonte: ArchDaily (2016).

Segundo a ABNT NBR 7190:1997, as estruturas constituídas por sistemas


que apresentam como principais elementos estruturais dispostos em planos paralelos
entre si devem apresentar um sistema estrutural de contraventamento, dispostos com
sua maior rigidez em planos ortogonais aos elementos principais a fim de garantir
estabilidade global da edificação. Paredes rígidas de CLT, núcleo rígido, vergalhões
e tarugos, contraventamento em X ou K, mãos-francesas, entre outros elementos
podem ser utilizadas como sistema de contraventamento para a estrutura. As Figura
21 à Figura 24 apresenta exemplos dos sistemas citados aplicados em estruturas de
madeira.

Figura 21. Contraventamento em K.

Fonte: Think Wood (2021).


31

Figura 22. Contraventamneto em X.

Fonte: MyCarpentry (2009).

Figura 23. Contraventamento por mão francesa.

Fonte: Monoghan Lumber (2016).

Figura 24. Contraventamento por vergalhões e os tarugos.

Fonte: Rewood (2020, p.23).


32

3 DESENVOLVIMENTO DO CADERNO SOBRE AS OBRAS EM MADEIRA


ENGENHEIRADA

Sabe-se que a metodologia é uma parte extremamente importante, uma vez


que parte dela os tópicos gerais de cientificidade que poderão ser devidamente
avaliados (VIEIRA, 2006).
Para apresentação das informações coletadas com a pesquisa bibliográfica
foi desenvolvido um caderno de estudos de casos, no qual são apresentadas
informações de diversas edificações, demonstradas na Tabela 1, abaixo, tais como,
dados sobre a concepção, construção, sistema de contraventamento e uso da
edificação, dando enfoque ao sistema de vinculação entre os elementos estruturais.

Tabela 1. Edificações presentes no caderno


Localização
N° OBRA UTILIZAÇÃO SISTEMA ESTRUTURAL
Cidade País
São Luis do
1 Casa Catuçaba BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
Paraitinga - SP
2 Casa em Avaré Avaré/SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
3 Serra das Cabras Campinas - SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
4 Casa Bocaina Bocaina - SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
5 Concept School São Paulo - SP BR Educação Sistema de esqueleto em MLC
6 Fabrica Dengo São Paulo - SP BR Comercial Sistema de esqueleto em MLC
Complexe de soccer
7 Quebec CN Publico Pórtico triarticulado
Chauveau
8 Tamedia Zurique CH Corporativo Sistema de esqueleto em MLC
Lajes em CLT apoiadas sobre
9 Brock Commons Vancouver CN Educação
pilares de MLC
10 Mjøstårnet Brumundal NO Hospedaria Sistema de esqueleto em MLC
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os estudos dos casos demonstrados são edificações que utilizam madeira


engenheirada no sistema estrutural principal, se caracterizando como edificações com
finalidade unifamiliar, multifamiliar, comercial, edifícios térreos ou multipavimentos, de
ocupação transitória ou fixa, classificadas e dispostas conforme apresentado pela
Tabela 1, também seguindo a ordem de apresentação das edificações do caderno.
As edificações de 1 a 6 foram realizadas no Brasil, em que a madeira
engenheirada foi produzida em solo nacional, enquanto que nas edificações de 7 a
10, as vinculações empregadas foram projetadas e confeccionadas em diversos
33

países, sendo que algumas foram contempladas como vencedoras de prêmios e


certificados nacionais e internacionais.
Os estudos dos casos edificados no exterior possuem grande visibilidade e
são reconhecidas por exemplificar as capacidades de aplicação da madeira
engenheirada como material em diversificados sistemas estruturais.
Durante o período de levantamento das informações apresentadas, foi
possível observar um nicho de divulgadores da madeira engenheirada como sistema
viável para execução no Brasil, sendo eles as construtoras e incorporadoras ITA
Construtora, Rewood Soluções Estruturais em Madeira e Carpintaria Estruturas de
Madeira, além da AMATA, maior fabricante de madeira engenheirada implantada em
solo nacional e a Rothoblass fabricante de elementos metálicos.
O caderno de estudo de casos conta ainda com uma folha de informações
padrões para cada edificação, apresentada a seguir.

Figura 25. Página modelo do Caderno

Fonte: Elaborado pelo autor.


34

Onde:
- Espaço 1: Nome da edificação;
Batizada pela equipe arquitetônica.
- Espaço 2: Número da edificação no caderno (conforme Tabela 1);
- Espaço 3: Informações sobre a edificação;
Nome da edificação, localização e breve descrição da edificação,
construtora e arquitetos envolvidos, utilização, sistema estrutural,
sistema de contraventamento, sistema de vinculação e madeiras
engenheiradas utilizadas.
- Espaço 4 a 10: Imagem e descrição das mesmas;
Sistema estrutural, sistema de contraventamento, fachada e detalhes
das vinculações.
- Espaço 11: Fontes das informações e imagens apresentadas.

A pesquisa bibliográfica, modelo adotado para levantamento das informações


apresentadas neste trabalho, compreende o levantamento da base de dados pelos
diversos meios de divulgação cientifica, baseando as informações em livros, revistas,
publicações técnicas e acadêmicas, assim como, publicações da imprensa. Serão
complementadas com os conceitos relacionados à madeira engenheirada,
apresentados nos capítulos antecedentes.
As informações apresentadas são informações fundamentais a respeito da
edificação capazes de caracterizar a obra, os conceitos utilizados para desenvolver a
arquitetura, o sistema estrutural principal, e a forma utilizada para integrar os sistemas
e garantir a rigidez da estrutura.
35

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das hipóteses iniciais deste trabalho foi possível apresentar vasta
pesquisa bibliográfica sobre a madeira, bem como, os conceitos de produção dos
diferentes tipos de madeira engenheirada, quais sejam, Madeira Lamelada Colada
(MLC), Madeira Lamelada Cruzada (CLT), Madeira laminada Pregada (NLT), Madeira
Laminada Cavilha (DLT e DCLT) ou Madeira Serrada com Fio Paralelo (PSL) e seus
empregos nas mais diversas soluções estruturais.
A utilização das madeiras engenheiradas em soluções estruturais devem ser
seguidas por projetos que contemplem as boas práticas necessárias para otimização
e conservação da estrutura. Sendo este um fator a ser considerado ao optar pela
material, com os detalhes em projeto contemplando os cuidados necessários para a
fiel execução da edificação.
O caderno com os estudos de casos expostos, apresenta de forma compilada
a utilização da madeira engenheirada, nos mais diversos sistemas de estrutura
principal, em edificações de diferentes dimensões e utilização, através dos estudos
de casos executados no Brasil e outros países.
Apresentando a versatilidade do sistema e cuidados necessários ao se utilizar
o mesmo, dando ênfase às vinculações utilizadas em tais edificações, a fim de
contemplar as diversas possibilidades de vinculações disponíveis para a união de dois
ou mais seguimentos dos elementos estruturais.

4.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A pesquisa desenvolvida não apresenta analise dos esforços atuantes, as


capacidades de transmissão de esforços cortantes e momentos fletores e o grau de
vinculação desenvolvida por cada tipo de vinculação utilizada nas diferentes obras.

4.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

De forma a trazer ainda mais discernimento sobre o tema, cabe uma análise
detalhada da utilização de diferentes vinculações para uma mesma situação,
explorando os diversos tipos de ligações citados na fundamentação teórica.
36

REFERÊNCIAS

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Disponível em: <https://amatabrasil.com.br/da-floresta-para-a-cidade/>. Acesso em:
Out, 2021.

AMATA BRASIL. Primeiro prédio de madeira engenheirada do Brasil é


inaugurado. Disponível em: <https://amatabrasil.com.br/primeiro-predio-de-madeira-
engenheirada-do-brasil-e-inaugurado/>. Acesso em: Out, 2021.

AMORIM, Silvia Teixeira Andrade; MANTILLA, Judy Norka Rodo; CARRASCO, Edgar
Vladimiro Mantilla. A madeira laminada cruzada: aspectos tecnológicos, construtivos
e de dimensionamento. Matéria (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 22, 2017. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
70762017000500431&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 março 2021.

ARCHDAILY. Brock Commons Phase I: O mais recente de arquitetura e notícia.


2016. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/tag/brock-commons-phase-i>.
Acesso em: Jun, 2021.

ARCHDAILY. Como funcionam as vigas vagão, que permitem grandes vãos e


peças elegantes. 2018. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/905240/como-funcionam-as-vigas-vagao-que-
permitem-grandes-vaos-e-pecas-elegantes>. Acesso em: Jun, 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190; Projeto de


Estruturas de Madeira: Rio de Janeiro, 1997.

BELIZÁRIO, Ana. et al. AmaTalk | Tratamento e durabilidade das estruturas em


madeira engenheirada. AMATA. 26 maio 2020. Conferência para debate transmitida
ao público.

BLASS, H. J..International Timber Engineering Conference London, Design of


Columns, 1991.

CADERNO DEDETALHES CONSTRUTIVOS. REWOOD, São Paulo, 2020.

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Marvel. Building Performance Series No. 4. Ontario, Canadá. 2002.

CANAL RURAL. Brasil terá fábrica de madeira engenheirada, usada na


construção de prédios. São Paulo, 2020. Disponível em:
<https://blogs.canalrural.com.br/florestasa/2020/02/19/fabrica-para-producao-
de-madeira-engenheirada/>. Acesso em: Dez, 2021.

CARPINTERIA. Estruturas de Madeira: O que pode dar errado?. São Paulo, 2015.
Disponível em: <https://carpinteria.com.br/2015/04/28/noticia-1/>. Acesso em: Jun,
2021.
37

CORDOVIL, F. A. B.. Peças Comprimidas Segundo NBR 7190/97, VI EBRAMEM,


Florianópolis, 1998.

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DIAS A.A.; MIOTTO J.L. Avaliação dos critérios de dimensionamento para peças
comprimidas e flexocomprimidas de madeira. Cadernos de Engenharia de
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FAÿ, S. Building our cities for the future generations. In: WOODRISE, 2, 2019,
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FERNANDES, P.S. Variações de Densidade da Madeira e suas Relações com as


Tensões de Crescimento em Progênies de Eucalyptus urophylla S.T. Blake. 1982.

FIGUEROA, Manuel Jesús Manríquez. Coeficientes de Modificação das


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2012. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de
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Hail to the nail!. Think Wood, Oregon, 2021. Disponível em: <
https://www.thinkwood.com/mass-timber/nlt>. Acesso em: Abr 2021.

IBÁ. Relatório Anual 2020. Brasília, p.10. 2020.

KOLLMANN, F.F.P.; CÔTÉ, W.A. Principles of wood Science and Technology. In:
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São Paulo, 5 de mai, 2020. Disponível em: <https://cte.com.br/blog/inovacao-
tecnologia/madeira-engenheirada-voce-conhece-essa-nova-tecnologia-
construtiva/>. Acesso em: Jun 2020.

MYCARPENTRY. Cedar Deck: Designing and Building a Cedar Deck. 2009.


Disponível em: <https://www.mycarpentry.com/cedar-deck.html>. Acesso em: Jun,
2021.

PEREIRA, Marcos C. M. et al. Comparativo da rigidez e ruptura de dois painéis


estruturais de madeira maciça lamelar unida por cavilhas. Uruguai, 2019.

PFEIL, Walter e PFEIL, Michèle. Estruturas de Madeira. 8ªEd. Rio de Janeiro: LTC,
2003.

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ENGENHARIA CIVIL. Estruturas metálicas 9: ligações – parte 1. Disponível em:
<http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17448/material/
38

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2021.

REBELLO, Yopanan Conrado Percira. Bases para projeto estrutural na arquitetura.


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REMADE. Madeira na Construção Civil. Revista da Madeira. Divisão de produtos


Florestais. 77°Ed. Nov. 2003. Disponível em:
<http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=469&subject=Va
lor%20Agregado&title=Reflorestamento%20cobre%20apenas%205%%20dos%20sol
os%20nacionais> Acesso em: nov. 2020.

SCREMIM, Cristofer Bernardi. Avaliação sobre a diferença de propriedades


mecânicas do cerne e do alburno de mesmas espécies de madeira. Curitiba,
2013.

SUSTAINABLE BY NATURE, INNOVATIVE BY DESIGN. Naturally Wood, Canadá,


2021. Disponível em: <https://www.naturallywood.com/>. Acesso em: Abr, 2021.

THELANDERSSON, S.; LARSEN, H. J. Timber engineering. Londres: John Wiley


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WIEDENHOEFT, A. Structure and function of wood. Wood handbook: wood as an


engineering material. Madison: Forest Products Laboratory, 2010. 508 p.
39

5 APÊNDICE 1 – CADERNO DE ESTUDOS DE CASOS.


LUIZ HENRIQUE PLAKITKA

CADERNO DE OBRAS EM MADEIRA ENGENHEIRADA

CURITIBA
2021
1 INTRODUÇÃO

Este caderno foi desenvolvido a partir da pesquisa bibliográfica levantada para


a monografia apresentada como parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil, do Centro Universitário de Curitiba.
Com o objetivo de disseminação da madeira engenheirada, quais sejam,
Madeira Lamelada Colada (MLC), Madeira Lamelada Cruzada (CLT), Madeira
laminada Pregada (NLT), Madeira Laminada Cavilha (DLT e DCLT) ou Madeira
Serrada com Fio Paralelo (PSL) e seus empregos nas mais diversas soluções
estruturais.
O caderno com os estudos de casos expostos, apresenta de forma compilada
a utilização da madeira engenheirada, nos mais diversos sistemas de estrutura
principal, em edificações de diferentes dimensões e utilização, através dos estudos
de casos executados no Brasil e outros países.
Apresentando a versatilidade do sistema e cuidados necessários ao se utilizar
o mesmo, dando ênfase às vinculações utilizadas em tais edificações, a fim de
contemplar as diversas possibilidades de vinculações disponíveis para a união de dois
ou mais seguimentos dos elementos estruturais.
2 MANUAL DE USO CADERNO DE OBRAS EM MADEIRA ENGENHEIRADA

Este caderno de estudos de casos, no qual são apresentadas informações a


respeito da arquitetura, construção, sistema estrutural, produtos da madeira utilizados,
sistema de contraventamento adotado, dando enfoque as vinculações utilizadas suas
funções e características, estão demonstradas em páginas que seguem o modelo
apresentado na Figura 1.

Figura 1. Página modelo do Caderno

Fonte: Elaborado pelo autor

Onde os espaços são destinados a:


- Espaço 1: Nome da edificação;
Batizada pela equipe arquitetônica.
- Espaço 2: Número da edificação no caderno (conforme Tabela 1);
- Espaço 3: Informações sobre a edificação;
Nome da edificação, localização e breve descrição da edificação,
construtora e arquitetos envolvidos, utilização, sistema estrutural, sistema de
contraventamento, sistema de vinculação e madeiras engenheiradas utilizadas.
- Espaço 4 a 10: Imagem e descrição das mesmas;
Sistema estrutural, sistema de contraventamento, fachada e detalhes
das vinculações.
- Espaço 11: Fontes das informações e imagens apresentadas.
Os estudos de casos levantados são edificações que utilizam madeira
engenheirada no sistema estrutural principal, se caracterizando como edificações com
finalidade unifamiliar, multifamiliar, comercial, edifícios térreos ou multipavimentos, de
ocupação transitória ou fixa, classificadas e dispostas conforme apresentado pela
Tabela 1, também seguindo a ordem de apresentação das edificações do caderno.

Tabela 1.Edificações presentes no caderno


Localização
N° OBRA UTILIZAÇÃO SISTEMA ESTRUTURAL
Cidade País
São Luis do
1 Casa Catuçaba BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
Paraitinga - SP
2 Casa em Avaré Avaré/SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
3 Serra das Cabras Campinas - SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
4 Casa Bocaina Bocaina - SP BR Residência Sistema de esqueleto em MLC
5 Concept School São Paulo - SP BR Educação Sistema de esqueleto em MLC
6 Fabrica Dengo São Paulo - SP BR Comercial Sistema de esqueleto em MLC
Complexe de soccer
7 Quebec CN Publico Pórtico triarticulado
Chauveau
8 Tamedia Zurique CH Corporativo Sistema de esqueleto em MLC
Lajes em CLT apoiadas sobre
9 Brock Commons Vancouver CN Educação
pilares de MLC
10 Mjøstårnet Brumundal NO Hospedaria Sistema de esqueleto em MLC
Fonte: Elaborado pelo autor.

Onde as edificações 1 a 6 são edificações constituídas no Brasil, em que a


madeira engenheirada, foi produzida em solo nacional, enquanto as vinculações
empregadas foram projetadas e confeccionadas em diversos países. Dentre algumas
foram contempladas como vencedoras de prêmios e certificados nacionais e
internacionais.
As edificações 7 a 10 são edificações estrangeiras com grande visibilidade e
reconhecidas que exemplificam as capacidades de aplicação da madeira
engenheirada como material em diversificados sistemas estruturais.
CASA CATAÇUBA N° 1
Casa Cataçuba.
Edificada em São Luis do Paraitinga, São Paulo,
Brasil.
Implantada sobre o vale, foi pensada para
desenvolver uma forte relação com a natureza.
Residência térrea, unifamiliar de ocupação fixa,
confeccionada por meio de vigas e pilares de MLC de
Imagem 1 – Vigas da cobertura apoiadas sobre
Angelin de Pedra, com usinagem realizada pela Imagem 5 – Marquise da varanda.
as vigas principais. AMATA.
Apresenta paredes de taipa (terra comprimida em
formas de madeira) em suas extremidades, vide
imagem 6, e paredes de wood frame na parte interna,
apresentado na imagem 7, como tecnologias de
fechamento.
A Casa Cataçuba foi vencedora do prêmio GBC
Platinum, sendo projetada pela equipe de arquitetura
da Studio MK27, a Carpinteria foi responsável pelo
cálculo e detalhamento da estrutura e a execução em
três semanas foi realizada pela Eight Pharcon.
Imagem 2 – Estruturas em execução e painel Imagem 6 – Pilares escondidos na parede de
wall instalado. taipa, vinculados as vigas principais.

Imagem 3 – Vista em projeto dos elementos Imagem 4 – Construção pronta Imagem 7 – Fechamento interno em paredes
estruturais. de wood frame.
Fonte: CARPINTERIA. Webinar – Casa Catuçaba; CARPINTERIA MADEIRA INTELIGENTE. Casa Catuçaba.
CASA CATAÇUBA N° 1
A estrutura em madeira engenheirada é composta
por vigas, pilares e barrotes de MLC, apresentado
nas imagens 1 a 13, com modelo estrutural
desenvolvido para que os elementos sejam
sobrepostos a fim de tornar a execução rápida, com
encaixes fixados por parafusos e chanfros.
Em cada extremidade há dois pilares escondidos
Imagem 8 – Vista em projeto do esqueleto da
nas paredes de taipa, como visto nas imagens 6 e 11, Imagem 11 – Vista em projeto do esqueleto da
estrutura. garantindo a transmissão dos esforços da cobertura estrutura.
à fundação.
O piso interno da residência foi confeccionado em
painel wall, fixado na parte rebaixada dos barrotes,
conforme observa-se nas imagens 2, 3 e 9, e
posteriormente instalado o piso.
A estrutura conta com elementos construtivos como
os rufos, vistos na imagem 8, de modo a proteger
contra acumulo de umidade na madeira.
O contraventamento é realizado por cabos de aço
em “x” nas bases dos pilares a baixo do piso, como
Imagem 9 – Vigas em projeto da cobertura, indicado na imagem 8, os quais são responsáveis Imagem 12 – Momento da montagem das
vigas principais, pilares e barrotes. pela transmissão dos esforços horizontais da vigas secundárias às principais.
estrutura.
As vinculações entre os elementos estruturais
foram realizadas por meio de ferragens internas aos
pilares e vigas, como apresentado nas imagens 12 e
13, com chanfros entre as mãos francesas e vigas
principais, conforme apresentado na imagem 10, de
forma que a vinculação entre os elementos
estruturais garantem a transmissão de cargas pela
estrutura.
Imagem 10 – Mão francesa com chanfro ligada Imagem 13 – Vinculação por chapa metálica de
a viga principal. vigas e pilar.
Fonte: CARPINTERIA. Webinar – Casa Catuçaba; CARPINTERIA MADEIRA INTELIGENTE. Casa Catuçaba.
RESIDÊNCIA AVARÉ N° 2
Residência Avaré.
Residência localizada ao lado da represa
Jurumirim, em Avaré-SP, Brasil, e inaugurada em
2018, separando privacidade e extroversão, chama
atenção pela cobertura curva de vinte e seis metros
de extensão.
Residência térrea para uso unifamiliar de ocupação
fixa.
Imagem 1 – Vista da estrutura e fechamentos O sistema estrutural da cobertura principal é Imagem 5 – Vista da no início cobertura.
internos da edificação. composto por duas vigas principais curvas,
executadas em MLC, que de um lado se apoiam em
pilares em MLC sobre pilares de concreto armado, e
do outro lado se vinculam a uma base de concreto
armado junto ao solo. Conforme imagens de 1 a 7.
As vigas secundárias, também executadas em
MLC, que transferem as cargas até as vigas
principais.
A concepção da arquitetura foi projetada por Sérgio
Sampaio Arquitetura + Planejamento e a Crosslam foi
encarregada da usinagem dos elementos de MLC e
Imagem 2 – Viga principal da cobertura em CLT. Imagem 6 – Estrutura da cobertura
encontro do pilar.

Imagem 3 – Viga principal da cobertura, pilar e Imagem 4 – Fachada principal. Imagem 7 – Fechamento interno em CLT.
balanço da cobertura.
Fonte: REVISTA PROJETO. Sergio Sampaio; ARCHDAILY. Casa Avaré / Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento; CROSSLAM. Residências.
RESIDÊNCIA EM AVARÉ N° 2
O contraventamento da estrutura que tem como
função transmitir e resistir aos esforços horizontais da
estrutura, fica a cargo de cabos de aço em “x” ao
longo da cobertura e do apoio inclinado das vigas
principais, como é possível observar nas imagens 5,
7, 12 e 13.
As duas vigas principais são compostas por dois
seguimentos cada, unidos por uma vinculação
Imagem 8 – Vinculo entre os segmentos da metálica e parafusos para vinculações coplanares, Imagem 11 – Contraventamento em x por
viga principal da cobertura. como apresentado pelas imagens 8 a 10. Além disso cabos de aço.
salienta uma redução da seção transversal na faixa
em balanço, após o apoio no pilar, apresentado na
imagem 3 e 6, reduzindo o peso próprio na sessão
em balanço.
As vigas secundárias têm a função de travamento
horizontal da estrutura e transmissão da carga gerada
pela cobertura, possuem ainda a redução da seção
após o contato com a viga principal, semelhante a
viga principal ao encontrar com o pilar, as quais são
vinculadas por apoios inferiores em L, vinculando as
Imagem 9 – Vinculo entre os segmentos da vigas através de parafusos. Imagem 12 – Vinculação entre o pilar de MLC
viga principal da cobertura. A vinculação entre os pontos de ancoragem em e base de concreto.
concreto e os elementos estruturais em madeira são
feitos por meio de chapas metálicas inseridas em
saliências, de forma que não são aparentes, e
vinculados pelo aparafusamento de ambos, como
apresentados nas imagens 12 e 13.

Imagem 10 – Vinculo entre os segmentos da Imagem 13 – Vinculação entre a viga principal


viga principal da cobertura. da cobertura em MLC e base de concreto.
Fonte: REVISTA PROJETO. Sergio Sampaio; ARCHDAILY. Casa Avaré / Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento; CROSSLAM. Residências.
RESIDÊNCIA SERRA DAS CABRAS N° 3
Residência Serra das Cabras.
Localizada na Serra das Cabras, município de
Campinas, São Paulo, Brasil, foi edificada no ano de
2013, sendo confeccionada em um único pavilhão de
7 x 40 metros, parte apoiada e parte em balanço.
Edificação destinada como residência unifamiliar
térrea de ocupação fixa.
Toda a estrutura em madeira, composta de pilares
Imagem 1 – Projeção da estrutura. e vigas, foi executada em MLC de eucalipto, Imagem 5 – Esqueleto estrutural em execução.
conforme observadas nas imagens 1 a 7.
Recebe destaque a estrutura em balanço, de 4
metros, em uma das extremidades, visto nas imagens
1, 5 e 6, e as vigas da cobertura que possuem
sessões trapezoidais, como apresentado nas
imagens 3, 6 e 7.
A arquitetura foi concebida pela MMBB Arquitetura
e Urbanismo e a execução ficou a cargo da ITA
Construtora.

Imagem 2 – Ambiente interno em balanço Imagem 6 – Esqueleto estrutural em execução.

Imagem 3 – Viga trapezoidal para cobertura Imagem 4 – Fachada pronta. Imagem 7 – Paredes de alvenaria como
vedação interna.
Fonte: ITA CONSTRUTORA. Residência serra das cabras; ARCHDAILY. Residência na Serra das Cabras / MMBB Arquitetos.
RESIDÊNCIA SERRA DAS CABRAS N° 3
Toda a estrutura em madeira foi executada com
MLC de eucalipto.
O pavimento térreo está estruturalmente
sustentado através do uso de 9 barrotes os quais
transferem a carga do piso para as vigas secundárias
que por sua vez as transferem para as 2 vigas
principais.
As vigas principais possuem um balanço de 4
Imagem 8 – Pilar e mão francesa vinculadas a metros que se apoiam de um lado em pilares travados Imagem 11 – Vinculação executada de
fundação. com mãos francesas e na extremidade da estrutura é elementos estruturais e contraventamento.
presa em concreto armado.
O Contraventamento da estrutura ocorre com o
uso de cabos de aço no sentido longitudinal, imagens
2 e 10, e por mão francesa no sentido transversal,
imagens 5, 6 e 8.
As vinculações foram feitas por meio elementos de
aço projetados para a estrutura, como a apresentada
pelas imagens 11 a 13, e aproveitando sobreposição
de vigas e pilares como a imagem 9 apresenta.
As chapas metálicas ficam ocultas em dentes
Imagem 9 – Sobreposição da viga da cobertura, modelados nos elementos em madeira, como Imagem 12 – Vinculação em projeto de
união de vigas e apoio sobre pilar. apresentado nas imagens 11 a 13, garantindo a elementos estruturais e contraventamento.
vinculação por meio de parafusos autobrocantes,
utilizados para “agarrar” e auto atarraxantes,
utilizados para perfurar, atarraxar e vedar.
As mão francesas vinculadas ao apoio da
fundação apresenta chanfros junto ao pilar, utilizando
o mesmo ponto de apoio para vinculação.
A Residência Serra das Cabras apresenta a
versatilidade do uso do MLC, as vigas com variação
de seção, chanfros e vinculação por meio de
elementos metálicos foram produzidas e construídas
Imagem 10 – Contraventamento por cabos de no Brasil. Imagem 13 – Elementos estruturais e
aço. contraventamento separado em projeto.
Fonte: ITA CONSTRUTORA. Residência serra das cabras; ARCHDAILY. Residência na Serra das Cabras / MMBB Arquitetos.
CASA BOCAINA N° 4
Casa Bocaina (Casa nas Nuvens).
Edificada na serra da Bocaina, São Paulo Brasil,
edificada no ano de 2018, é chamada de “Casa nas
Nuvens”, pois aos finais das tardes a edificação
parece estar sobre as nuvens da cerra.
Residência térrea, unifamiliar de ocupação fixa.
Confeccionada por meio de vigas e pilares de MLC
Imagem 1 – Vista em projeto da estrutura e
de pinos e fechamentos em wood frame, como Imagem 5 – Lateral do deck descoberto.
fechamento da edificação. apresentado na imagem 1.
A cobertura da casa foi constituída por uma
membrana TPO branca, com caixilhos de alumínio.
A concepção arquitetônica foi desenvolvida pela
Bruschini Arquitetura, que buscou integrar a vista e a
natureza, através do fechamento de vidro, integrando
interno e externo, enaltecendo a vista da serra da
Bocaina e da Mantiqueira ao fundo, teve apoio da
equipe de engenharia da Carpinteria Estruturas de
Madeira para sua execução.

Imagem 2 – Pilares com mão francesa e vigas Imagem 6 – Lateral do deck descoberto
principais e secundárias da cobertura.

Imagem 3 – Sala de estar e deck descoberto. Imagem 4 – Fachada principal. Imagem 7 – Entrada da residência.

Fonte: CARPINTERIA MADEIRA INTELIGENTE. Casa Bocaina.


CASA BOCAINA N° 4
A edificação apresenta o sistema estrutural de
pilares e vigas em MLC, que sustentam a cobertura
da resistência e o deck externo, como apresentado
nas imagens 8 a 13.
O contraventamento da estrutura, fica a cargo da
transmissão dos esforços horizontais nas mãos
francesas aos pilares, como apresentado pelas
Imagem 8 – Vinculação da mão francesa a viga
imagens 8 a 9. Imagem 11 – Detalhe de ligação
principal, e vigas secundárias da cobertura. A vinculação entre as vigas secundárias e principais
foi realizada por meio do aparafusamento dos
elementos com parafusos auto atarraxantes.
As vigas principais da cobertura se apoiam sobre os
pilares e mãos francesas, como mostra as imagens 9
e 10, apresentando um balando a partir do pilar de
3,36 metros na cobertura da residência.
Os pilares de MLC são contínuos, transmitindo os
esforços da cobertura e deck as fundações, como é
possível ver nas imagens 11 a 13.
As mãos francesas vinculam as vigas e pilares por
Imagem 9 – Pilar com mão francesa vinculado meio de chapas metálicas, projetadas e Imagem 12 – Detalhe de ligação
a viga principal confeccionadas para este projeto, chapas em L, onde
a garantia de vinculação é por meio de parafusos
franceses
O deck descoberto, também de pinus, transmite sua
carga pelas vigas secundárias, primarias e pilares,
como apresentado nas imagens 11 a 13, é projetada
sobre a serra em um balanço de 3 metros em sua
extremidade.

Imagem 10 – Sistema contraventamento Imagem 13 – Detalhe de ligação

Fonte: CARPINTERIA MADEIRA INTELIGENTE. Casa Bocaina.


CONCEPT SCHOOL N° 5
O Sacré-Coeur.
Edificada na capital paulista do estado brasileiro, foi
inaugurada em 2019, que através do projeto Concept
School contemplou o Sacré-Coeur, edifício histórico
de São Paulo, com marquises e galpão em madeira.
Edificação térrea de utilização transitória dos alunos
da instituição com finalidade esportiva.
Imagem 1 – Pilares, vigas e mãos francesas
As marquises foram confeccionadas com painéis de Imagem 5 – Viga inferior em MLC.
em MLC. CLT, e pilares de MLC e metal, que percorrem o pátio
livre da escola.
O galpão abriga uma quadra poliesportiva é
composto por pilares e vigas em MLC, apresenta uma
cobertura retrátil.
O projeto arquitetônico foi desenvolvido pela
Triptyque Architecture contemplando os conceitos,
demandas contemporâneas e imputs apresentados
pelos valores da Escola Concept.

Imagem 2 – Pilares, vigas e mãos francesas Imagem 6 – Cobertura em MLC.


em MLC.

Imagem 3 – Mãos francesas, e vigas da Imagem 4 – Vista interna do galpão. Imagem 7 – Pilares contraventados por mãos
cobertura em MLC. francesas.
Fonte: CARPINTERIA. Concept school; ARCHDAILY. Escola Concept / Triptyque Architecture.
CONCEPT SCHOOL N° 5
O galpão apresenta um sistema estrutural do tipo
esqueleto de pilares e vigas, formados por elementos
de MLC unidos por meio das ligações observadas nas
imagens 8 a 13.
O contraventamentos é realizado por meio de mãos
francesas e elementos de MLC em x presentes em
todos os pilares, como elementos arquitetônico, e
Imagem 8 – Vigas da cobertura.
cabos de aço em x entre as vigas da cobertura, como Imagem 11 – Vinculação entre viga inferior e
vistos nas imagens 1 a 4 e 6 a 8, transmitindo os pilar por chapa metálica parafusada.
esforços horizontais da estrutura.
As vinculação entre as vigas inferiores e pilares e
vigas inferiores e tirantes, é realizada por meio de
chapas metálicas, caracterizando um esqueleto
bilateral, como as imagens 9, 11, 12 e 13 apresentam,
são responsáveis pela transmissão dos esforços
cortantes.
As vinculações entre os pilares e vigas da cobertura
são realizados por estribos metálicos com aba
inferior, como mostra a imagem 13.
Imagem 9 – Contraventamento em x por As vigas da coberturas nas duas dimensões são Imagem 12 – Vinculação entre viga inferior e
elementos de MLC. vinculadas de forma coplanar, como apresenta a tirante por chapa metálica parafusada.
imagem 8.
Ainda é possível ver, na imagem 9, as vinculações
da estrutura as grades de fechamento do galpão
As chapas metálicas ficam ocultas entre dentes e
pequenos chanfros nos pilares e vigas, em que a
vinculação ocorre efetivamente pelo
aparafusamentos das chapas e os elementos em
madeira.

Imagem 10 – Contraventamento em x por Imagem 13 – Estribos metálicos com aba


elementos de MLC. inferior vinculando pilar e viga de cobertura.
Fonte: CARPINTERIA. Concept school; ARCHDAILY. Escola Concept / Triptyque Architecture.
FÁBRICA DENGO N° 6
Fábrica de chocolates Dengo.
Edificada na capital paulista do estado brasileiro, foi
inaugurada em 2020, e considerada a edificação de
madeira engenheirada mais alta do Brasil, servindo
assim de vitrine ao sistema e demonstrando a
viabilidade de utilização em projetos de múltiplos
pavimentos, com utilização comercial.
Imagem 1 – Pilares e vigas em MLC e lajes em
Edificação multipavimento de ocupação transitória Imagem 5 – Estrutura em fase de montagem.
MLCC destinada ao comércio e fabricação de chocolates.
Possui vigas e pilares em MLC, lajes em CLT com
fechamento em painéis de wood frame.
Os pilares e vigas foram confeccionados utilizando
45,2 m³ de MLC, e as lajes em 146,4 m³ de CLT.
A concepção arquitetônica foi desenvolvida pelo
escritório de arquitetura MFMM. O projeto estrutural
foi desenvolvido pela Rewood em parceria com a
Stamade.

Imagem 2 – Sistema Imagem 6 – Vista em projeto dos elementos


estrutural/contraventamento estruturais.

Imagem 7 – Proteção contra entrada de água Imagem 4 – Fachada. Imagem 7 – Edificação em execução.
na vinculação.
Fonte: AMATA. Fábrica de Dengo; REWOOD. Fábrica de Dengo; ARCHDAILY. Loja Conceito da Dengo Chocolates.
FÁBRICA DENGO N° 6
O imóvel apresenta um sistema estrutural do tipo
esqueleto, formado por lajes em CLT apoiadas em
vigas de MLC unidos por meio das ligações
observadas nas imagens 8 a 13.
O contraventamento é realizado por dois núcleos
rígidos em concreto, edificados antes do início da
montagem da estrutura pré-fabricada em madeira
Imagem 8 – Pilares e vigas em MLC e lajes em
engenheirada, visível nas imagens 6 e 7. Imagem 11 – Detalhe de execução das
MLCC A vinculação entre as lajes de CLT foi realizada por vinculações entre pilar-viga e viga-laje.
parafusos auto-perfurantes, fornecidos pela
Rothoblass, e instalados com auxílio de gabaritos
garantindo a inclinação, conforme apresentado na
imagem 8. Desempenham a função de união entre as
placas de CLT, garantindo a transmissão de esforços
e trabalho harmônico entre as placas.
Os pilares de MLC nas extremidades são
elementos contínuos, fixados nas bases por chapas
metálicas chumbadas no concreto, como mostra a
imagem 11, os pilares não contínuos recebem
Imagem 9 – Vinculação de porta-pilar em vinculações para união, apresentados nas imagens 9, Imagem 12 – Detalhe de execução das
espera. 12 e 13. vinculações entre pilares, viga-pilar e viga-laje.
As vigas se vinculam aos pilares através de
ligações em chapas metálicas, confeccionando um
esqueleto bilateral.
As chapas metálicas ficam ocultas entres as vigas,
a ligação efetivamente ocorre com o aparafusamento
das chapas as vigas e pilares como apresentado
pelas detalhes executivos das imagens 11 a 13.

Imagem 10 – Execução das vinculações entre Imagem 13 – Vista em projeto dos elementos
pilares, vigas e lajes. estruturais.
Fonte: AMATA. Fábrica de Dengo; REWOOD. Fábrica de Dengo; ARCHDAILY. Loja Conceito da Dengo Chocolates.
COMPLEXO DE FUTEBOL DE CHAUVEAU N° 7
O Complexo de futebol de Chauveau está
localizado na cidade de Quebec, Canadá, e foi
edificado no ano de 2008.
Recebeu o certificado LEED®, destinados a
edificações que apresentam princípios de
desenvolvimento sustentável, do ponto de vista
humano e construtivo.
Ao todo a estrutura utilizou 1600 metros cúbicos de
Imagem 1 – Cobertura em execução. MLC, evitando assim a emissão de cerca de 1.500 Imagem 5 – Vista externa dos pórticos.
toneladas de CO2 na atmosfera.
O pórtico principal do galpão é composto por vigas
de sessão transversal de 1,85 m por 0,30 m, pesando
32 toneladas cada.
É uma edificação térrea de utilização transitória
publica com finalidade esportiva.
O Projeto arquitetônico foi projetado pela ABCP
Architecture e Hudon Julien associés, e a estrutura foi
verificada pela Roche Construction Inc, contendo
elementos estruturais e conexões fornecidos pela
Nordic Structures.
Imagem 2 – Cobertura concluída. Imagem 6 – Suporte da estrutura por tirantes.

Imagem 3 – Pórticos triarticulados em Imagem 4 – Construção pronta Imagem 7 – Modelo de analise genérico para
execução. pórtico triarticulado.
Fonte: ARCHITIZER. Complexe de soccer du parc Chauveau; CECOBOIS. Projets Stade Chauveau.
COMPLEXO DE FUTEBOL DE CHAUVEAU N° 7
Projetada como 11 pórticos triarticulados de MLC,
espaçados a cada 9 metros, conforme imagens 1 a 7,
desenvolvem um vão livre entre os apoios,
observados na imagem 8, os quais contam com 73,5
metros de distância, já o pé direito no centro do
pórtico apresenta 19,5 metros de altura.
Os pórticos estão ligados a partir de um sistema de
terças unidos por juntas esféricas, vistas nas imagens
Imagem 8 – Vinculo do pilar a viga. 9, 10, 12 e 13. Complementam ao sistema de terças Imagem 11 – Rótula de vinculação no centro
entre os pórticos cabos de aço em paralelo ligando as do pórtico.
vigas principais, conforme imagens 11, 12 e 13.
Na vinculação entre as vigas principais e as bases
de concreto são usadas chapas metálicas em
sanduiche, com as vigas entre as chapas, conforme
imagem 8, enquanto a vinculação entre os dois
seguimentos de viga no centro do pórtico a chapa
metálica é inserida em dentes da viga principal,
sobressaindo no centro, como é possível ver pela
imagem 11.
A vinculação entre as vigas principais, tirantes e
Imagem 9 – Viga principal após conclusão da vigas principais da cobertura é realizado por chapas Imagem 12 – Esperas das vigas de travamento
edificação. metálicas internas e não visíveis, como apresentado transversal e vigas secundárias da cobertura.
nas imagens 9, 10, 12 e 13.
Para os apoios das vigas secundárias da cobertura
foi adotado vinculações do tipo estribo com asas
externas, como demonstrado pelas imagens 10, 11,
12 e 13.
As chapas metálicas em geral desenvolvem
vinculação efetivamente através do aparafusamento
das chapas nas vigas, as quais transmitem as cargas
pela estrutura, como é possível ver nas imagens 8 a
12.
Imagem 10 – Viga principal, tirantes e vigas da Imagem 13 – Esqueleto estrutural principal em
cobertura concluídas. execução.
Fonte: ARCHITIZER. Complexe de soccer du parc Chauveau; CECOBOIS. Projets Stade Chauveau.
TAMEDIA N° 8
Prédio comercial Tamedia
Edificada na cidade de Zurique na Suíça,
inaugurada em 2013, foi pensado para conseguir um
baixo nível de transmissão de energia que responde
às normas técnicas mais recentes da Suíça.
Edificação multipavimento de ocupação transitória,
destinada como nova sede dos estúdios de rádio da
Imagem 1 – Esboço e idealização da estrutura.
companhia Tamedia. Imagem 5 – Pórtico executado.
Possui pilares e vigas em MLC de Haya, vistos nas
imagens 2 a 7, e lajes de CLT, vistas na imagem 2, e
fechamento em painéis de vidros, apresentado na
imagem 4.
A concepção arquitetônica foi realizada pela
Shigeru Ban Architects, recebeu o prêmio Pritzker do
ano de 2014, se baseando nos edifícios tradicionais
japoneses, evitando o uso de pregos, parafusos e
chapas metálicas, através do suporte da equipe de
engenharia Blumer-Lehmann, que foram os
responsáveis por desenvolver o conceito da estrutura
Imagem 2 – Pilares e vigas em MLC, lajes de Imagem 6 – Espera da viga dupla.
CLT em execução.

Imagem 3 – Primeiras vigas, pilares e lajes Imagem 4 – Fachada principal. Imagem 7 – Pórticos em vista lateral.
montadas e escoradas no núcleo rígido.
Fonte: WORLD ARCHITECTS. Shigeru Ban Architects; ARCHDAILY. Prêmio Pritzker 2014; ARCHDAILY. Em Detalhe.
TAMEDIA N° 8
O edifício comercial apresenta um sistema
estrutural do tipo esqueleto, formado por 8 lances de
pórticos, espaçados a cada 5,45 metros, cada um
com 4 pilares unidas por uma viga dupla, evidentes
nas imagens 2, 3 e 7, onde as lajes de CLT se apoiam
sobre as vigas duplas de MLC.
O contraventamento é realizado por dois núcleos
Imagem 8 – Conexões tipo utilizadas.
rígidos em concreto, edificados antes do início da Imagem 11 – Detalhe de ligação nos pórticos.
montagem da estrutura pré-fabricada em madeira
engenheirada, visível na imagem 10,
O sistema de vigas duplas, visíveis nas imagens 11
a 13, são vinculados através das conexões
apresentadas na imagem 8, pela inserção no entalhe
oval ao longo dos pilares, apresentados nas imagens
5 a 7.
O sistema de vinculação foi desenvolvido de forma
que as conexões entre as peças ficassem ocultas, ou
seja, somente o encontro entre os elementos é
visível, sem que o sistema de união seja revelado.
Imagem 9 – Conexões utilizadas na cobertura. As colunas de MLC medem 21 metros de altura, Imagem 12 – Detalhe em projeto da vinculação
apresentam uma seção transversal de 44 x 44 tipo entre elementos do pórtico.
centímetros e pesam 2,5 toneladas cada.
Recebeu maquetes em tamanho real dos
elementos estruturais e vínculos de madeira, para
testes e treinamento da equipe de montagem no
momento de execução.
As conexões metálicas presentes nos elementos
estruturais foram instalados para receber o
fechamento externo de vidro, parafusados aos pilares
na fachada.
Imagem 10 – Núcleos rígidos de escoramento Imagem 13 – Detalhe em projeto da vinculação
da estrutura. tipo entre elementos do pórtico separados.
Fonte: WORLD ARCHITECTS. Shigeru Ban Architects; ARCHDAILY. Prêmio Pritzker 2014; ARCHDAILY. Em Detalhe.
BROCK COMMONS N° 9
Brock Commons Tallwood House
Edificada na cidade de Vancouver, British Columbia
no Canadá, inaugurada em 2017.
Na época foi considerado o prédio de madeira
engenheirada mais alto do mundo, com 54 metros de
altura dispostos em 18 andares, teve um período de
montagem da estrutura de 70 dias.
Imagem 1 – Estrutura em execução.
Edificação multipavimento de ocupação fixa Imagem 5 – Vista em projeto, dos primeiro
destinado a estudantes da Universidade de British pavimentos da edificação.
Columbia.
Possui fechamento externo em painéis pré-
fabricados de wood frame, como mostra as imagens
3 e 7.
Utilizando um total de 2.233 m³ de madeira,
consequentemente, poupou um total de 2432
toneladas de CO2.
Foi projetado pelo escritório Acton Ostry Architects,
apresenta, além dos quartos, ambientes pensado
para os estudantes desenvolverem as atividades
Imagem 2 – Instalação da laje em CLT no acadêmicas. Imagem 6 – Estrutura em execução.
pavimento tipo.

Imagem 3 – Instalação dos painéis de Imagem 4 – Fachada principal da edificação. Imagem 7 – Instalação dos painéis de
fechamento externo. fechamento externo.
Fonte: ARCHDAILY. Brock Commons Phase I; WOOD WORKS. Brock Commons Tallwood House; NATURALLY WOOD. Hybrid-timber construction.
BROCK COMMONS N° 9
A edificação possui o primeiro pavimento com
pilares e vigas em concreto armado, do 2° ao 18°
andar utiliza lajes de CLT, apoiadas sobre pilares de
MLC, como sistema estrutural apresentado nas
imagens nas imagens 1, 2, 5, 6 e 7.
O contraventamento, cujo objetivo é suportar os
esforços horizontais, é responsabilizado pelas 2
Imagem 8 – Pilares e laje em execução.
torres de concreto armado, visto na imagem 9. Imagem 11 – Pilares de MLC com gabaritos
São utilizados 29 painéis de CLT por andar, em 4 para instalação das lajes em CLT.
painéis padrões de CLT, que são instalados através
de gabaritos e apoios metálicos quando em contato
com os núcleos rígidos, visíveis na imagem 11 e 12.
É possível observar na imagem 12 um
espaçamento entre o núcleo rígido e a laje de CLT,
este espaço é necessário para que tanto o núcleo
rígido como a estrutura de madeira, possam trabalhar
de forma distintas sem que haja contato e
transmissão de esforços que possam danificar os
elementos estruturais.
Imagem 9 – Torres de concreto com núcleo Os pilares de MLC são segmentados por Imagem 12 – Vinculação da laje de CLT ao
rígido da edificação. pavimento, possibilitando o apoio das lajes entre as núcleo rígido.
vinculações dos pilares, como é possível ver nas
imagens 8, 10 e 13, empregando 78 pilares de MLC
por pavimento tipo.
Os pilares de MLC apresentam uma variação de
seção, sendo que do 2° ao 9° pavimento
apresentam uma seção maior, de 265 x 265mm, foi
reduzindo para 265 x 215mm a partir do 10° até o
18° pavimento.

Imagem 10 – Ponta superior dos pilares em Imagem 13 – Base do pilar no pavimento


MLC com vinculações metálicas em espera. típico.
Fonte: ARCHDAILY. Brock Commons Phase I; WOOD WORKS. Brock Commons Tallwood House; NATURALLY WOOD. Hybrid-timber construction.
MJØSTÅRNET N° 10
A torre do lago Mjøsa
Edificado as margens do rio Mjøsa, na cidade de
Brummundal Noruega, foi inaugurado em 2019 o
maior edifício em madeira engenheirada do mundo,
com 85,4 metros de altura dispostos em 18
pavimentos.
Edificação multipavimento de ocupação transitória
Imagem 1 – Edifício em execução.
e fixa, usufruída como hospedaria, restaurante, Imagem 5 – Içamento de pilares.
escritórios e apartamentos.
O suporte de carga principal consiste em pilares e
vigas treliçados de MLC de grande escala ao longo
das fachadas, bem como vigas e pilares internos em
pinus e fechamentos internos em CLT e externos em
pinos, vistos nas imagens 1 a 7.
A concepção arquitetônica foi desenvolvida por Voll
Arkitekter, a pedido da AB Invest, foi construída pela
Hent em parceria com a Moeleven Limtre.

Imagem 2 – Edifício em execução. Imagem 6 – Transporte de pilares ao ponto de


instalação.

Imagem 3 – Esqueleto dos primeiros Imagem 4 – Vista principal em projeto renderizado. Imagem 7 – Instalação do pilar.
pavimentos do prédio.
Fonte: VOLLARK. Om prosjektet; ARCHDAILY. Mjøstårnet na Noruega será a estrutura de madeira mais alta do mundo; CROSSLAM. Como a madeira vai
se transformar no principal material de construção de edifícios de múltiplos andares.
MJØSTÅRNET N° 10
O prédio apresenta um sistema estrutural do tipo
esqueleto, formado por pilares e vigas, como
apresentado nas imagens 1 a 3 e 5 a 7.
O Contraventamento é realizado por pilares
transversais, como apresentado pelas imagens 2, 9 e
10, responsáveis pelas transmissão dos esforços
horizontais da estrutura.
Imagem 8 – Pilares e vigas com chapas
As lajes da estrutura são confeccionadas de CLT, Imagem 11 – Estrutura arquitetônica da
metálicas em espera. como é possível ver imagem 7, e recebem placas de cobertura fixada com rufos instalados.
concreto dos sete últimos pavimentos, a fim de
aumentar a inercia do edifício e reduzir o balanço da
estrutura causados pelos fortes ventos da região.
A cobertura apresenta uma breve estrutura de
pilares e vigas em MLC como elementos
arquitetônicos, que receberam rufos metálicos presos
por parafusos com capas de borracha para evitar a
entrada e permanência de água, como apresentados
pelas imagens 11 e 12. A fachada externa também
recebeu rufos metálicos entre os pavimentos, para
Imagem 9 – Pilares e vigas contraventados. evitar o contato da água a madeira, como medida Imagem 12 – Estrutura arquitetônica da
preventiva aos elementos de madeira. cobertura fixada com rufos instalados.
As vigas se vinculam aos pilares através de
ligações em chapas metálicas de 1 a 4 folhas
inseridas nos dentes dos elementos de madeira, de
forma que as chapas metálicas ficam ocultas entres
os dentes, como é possível ver nas imagens 8 a 13.
A ligação dos elementos efetivamente ocorre com o
aparafusamento das chapas as vigas e pilares como
apresentado pelos detalhes executivos das imagens
11 a 13.
Imagem 10 – Pilares e vigas contraventados. Imagem 13 – Vinculação da base de concreto
aos elementos estruturais de madeira.
Fonte: VOLLARK. Om prosjektet; ARCHDAILY. Mjøstårnet na Noruega será a estrutura de madeira mais alta do mundo; CROSSLAM. Como a madeira vai
se transformar no principal material de construção de edifícios de múltiplos andares.
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Disponível em: <https://amatabrasil.com.br/da-floresta-para-a-cidade/>. Acesso em:
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AMATA BRASIL. Primeiro prédio de madeira engenheirada do Brasil é


inaugurado. Disponível em: <https://amatabrasil.com.br/primeiro-predio-de-madeira-
engenheirada-do-brasil-e-inaugurado/>. Acesso em: Out, 2021.

AMATA. Fábrica de Dengo. Disponível em: < https://amatabrasil.com.br/fabrica-de-


dengo/>. Acesso em: Out, 2021.

ARCHDAILY. Brock Commons Phase I: O mais recente de arquitetura e notícia.


Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/tag/brock-commons-phase-i>.
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ARCHDAILY. Casa Avaré / Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento.


Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/928188/casa-avare-sergio-sampaio-
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ARCHDAILY. Em Detalhe: Edifício Comercial Tamedia, Shigeru Ban Architects.


Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-185033/em-detalhe-edificio-
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ARCHDAILY. Loja Conceito da Dengo Chocolates. Disponível em:


<https://www.archdaily.com.br/br/960042/loja-conceito-da-dengo-chocolates-
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ARCHDAILY. Mjøstårnet na Noruega será a estrutura de madeira mais alta do


mundo. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/888896/mjostarnet-na-
noruega-sera-a-estrutura-de-madeira-mais-alta-do-mundo>. Acesso em: Out, 2021.

ARCHDAILY. Prêmio Pritzker 2014: Edifício Comercial Tamedia / Shigeru Ban


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pritzker-2014-edificio-comercial-tamedia-slash-shigeru-ban-architects>. Acesso em:
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ARCHDAILY. Residência na Serra das Cabras / MMBB Arquitetos. Disponível em:


<https://www.archdaily.com.br/br/922282/residencia-na-serra-das-cabras-mmbb-
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ARCHITIZER. Complexe de soccer du parc Chauveau. Disponível em:


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<https://carpinteria.com.br/project/casa-bocaina/>. Acesso em: Out, 2021.
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CARPINTERIA MADEIRA INTELIGENTE. Portfolio. Disponível em:


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