Você está na página 1de 29

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ITAITUBA – CITA


BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ARNOLDO DA SILVA BRANDÃO JÚNIOR

ANÁLISE DA MANUTENÇÃO DE REDES DE DRENAGEM URBANA E SUA


RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS NO MUNICÍPIO DE
ITAITUBA – PA.

ITAITUBA-PA
2023
ARNOLDO DA SILVA BRANDÃO JÚNIOR

ANÁLISE DA MANUTENÇÃO DE REDES DE DRENAGEM URBANA E SUA


RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS NO MUNICÍPIO DE
ITAITUBA – PA.

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil, Campus Itaituba, da
Universidade Federal do Oeste do Pará, como requisito
parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso I, ministrado pelo Prof. Jonas dos
Santos Leite, no primeiro semestre de 2023.
Orientador: Me. Marcos Antônio Barbosa da Silva Júnior.

ITAITUBA-PA
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................5

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................6

2.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................................................6


2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .........................................................................................................6

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO .....................................................................................................7

3.1 CONCEITOS BÁSICOS DE DRENAGEM URBANA...........................................................................7


3.2 TIPOS DE SISTEMAS DE DRENAGEM.........................................................................................8
3.3 SISTEMA DE MICRODRENAGEM E MACRODRENAGEM ................................................................8
3.4 IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM URBANA NA PREVENÇÃO DE ENCHENTES E ALAGAMENTOS ....................9

4 PROBLEMAS CAUSADOS PELA FALTA DE MANUTENÇÃO DAS REDES DE DRENAGEM ....10

4.1 EFEITOS DAS ENCHENTES E ALAGAMENTOS NAS CIDADES ...........................................................10


4.2 CAUSAS DA FALTA DE MANUTENÇÃO DAS REDES DE DRENAGEM ..................................................12
4.3 IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DA FALTA DE MANUTENÇÃO DAS REDES DE DRENAGEM ..................13

5 PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS: ESTRATÉGIAS E MEDIDAS...........................................14

5.1 MEDIDAS ESTRUTURAIS E NÃO-ESTRUTURAIS DE PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS .............................14

6 MANUTENÇÃO DE REDES DE DRENAGEM: CONCEITOS E TÉCNICAS ...............................15

6.1 DEFINIÇÃO DE MANUTENÇÃO DE REDES DE DRENAGEM .............................................................15


6.2 TIPOS DE MANUTENÇÃO (PREVENTIVA, CORRETIVA, PREDITIVA) ..................................................16
6.3 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO (LIMPEZA, DESOBSTRUÇÃO, REPAROS) .............................................18

7 POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANEJAMENTO URBANO PARA PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS


19

8 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM MANUTENÇÃO DAS REDES DE DRENAGEM ........20

9 METODOLOGIA ...............................................................................................................22

10 RESULTADOS ESPERADOS ...............................................................................................24

10.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM EM ITAITUBA. ....24


10.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS ENCHENTES E ALAGAMENTOS EM ÁREAS URBANAS. ....................24
10.3 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS PARA APRIMORAR A GESTÃO DA INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM. .......24
10.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E CONSCIENTIZAÇÃO DA
POPULAÇÃO. 24
10.5 AVANÇO DO CONHECIMENTO NA ÁREA DE INFRAESTRUTURA URBANA. .....................................25
10.6 RECOMENDAÇÕES PARA O APRIMORAMENTO DA GESTÃO DA INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM. .....25

11 CRONOGRAMA ...............................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................27
5

1 INTRODUÇÃO

As cidades brasileiras enfrentam uma série de desafios relacionados à


infraestrutura urbana, dentre os quais destacam-se os problemas relacionados
às redes de drenagem e os alagamentos. Em muitos municípios, a infraestrutura
de drenagem não é suficiente para lidar com as chuvas intensas, resultando em
alagamentos e inundações que causam danos materiais e humanos. Em
Itaituba, cidade situada na mesorregião do sudoeste paraense, os problemas
relacionados à infraestrutura de drenagem são recorrentes, causando prejuízos
para a população e para o desenvolvimento econômico da cidade.

Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo geral analisar a
manutenção de redes de drenagem urbana e sua relação com a prevenção de
alagamentos no município de Itaituba, identificando os principais problemas e
propondo medidas para aprimorar a gestão da infraestrutura de drenagem e
minimizar os impactos das enchentes nas áreas urbanas.

A presente pesquisa justifica-se pela relevância do tema, uma vez que os


problemas relacionados à infraestrutura de drenagem e os alagamentos têm um
impacto significativo na qualidade de vida da população e no desenvolvimento
econômico das cidades. No caso específico de Itaituba, os problemas de
enchentes e alagamentos são recorrentes e afetam significativamente a
população local, principalmente durante o período de chuvas intensas. Portanto,
a análise da manutenção de redes de drenagem urbana e sua relação com a
prevenção de alagamentos é essencial para aprimorar a gestão da infraestrutura
urbana e minimizar os impactos desses eventos na cidade.

Além disso, a pesquisa poderá contribuir para o desenvolvimento de


políticas públicas mais eficientes e para a conscientização da população sobre
a importância da gestão adequada da infraestrutura de drenagem. Espera-se,
assim, que este trabalho possa fornecer subsídios para a tomada de decisão por
parte das autoridades locais e contribuir para o avanço do conhecimento na área
de infraestrutura urbana.
6

Nesse sentido, o presente trabalho será dividido em capítulos, iniciando


com a revisão da literatura acerca dos conceitos básicos de drenagem urbana,
a importância da manutenção de redes de drenagem, e as consequências das
enchentes e alagamentos em áreas urbanas. Em seguida, será apresentado o
contexto da cidade de Itaituba, sua situação atual em relação à infraestrutura de
drenagem e aos alagamentos, bem como as ações já desenvolvidas para
minimizar esses problemas. Na sequência, serão apresentados os
procedimentos metodológicos, incluindo a descrição do tipo de pesquisa, a
coleta de dados e a análise dos resultados. Por fim, serão apresentadas as
conclusões e as recomendações para o aprimoramento da gestão da
infraestrutura de drenagem em Itaituba-Pa.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


O objetivo geral tem como foco central a análise da manutenção de redes
de drenagem urbana e sua relação com a prevenção de alagamentos em
Itaituba-Pa. Ele busca identificar os principais problemas relacionados à gestão
da infraestrutura de drenagem, bem como propor medidas para aprimorar essa
gestão e minimizar os impactos das enchentes nas áreas urbanas.

2.2 Objetivo Específico


• Identificar as atividades de manutenção realizadas nas redes de drenagem
urbana, como limpeza das tubulações, reparos de equipamentos de
drenagem e inspeção das tubulações;

• Analisar o impacto da manutenção nas redes de drenagem urbana na


prevenção de alagamentos, por meio de estudos de caso;

• Avaliar a eficácia das atividades de manutenção realizadas e sugestões de


melhorias para a prevenção de alagamentos em áreas de Itaituba-PA;
7

• Analisar os custos envolvidos na manutenção das redes de drenagem urbana


e da relação custo-benefício para a prevenção de alagamentos;

• Com essa análise, seria possível obter informações importantes sobre a


relação entre a manutenção de redes de drenagem urbana e a prevenção de
alagamentos e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento de
políticas públicas mais efetivas na gestão de drenagem urbana na cidade de
Itaituba-PA.

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 Conceitos Básicos de drenagem Urbana


Drenagem urbana é o sistema de infraestrutura responsável por coletar,
conduzir, armazenar e tratar águas pluviais que caem nas áreas urbanizadas,
visando evitar inundações, alagamentos e problemas de saneamento básico. O
sistema de drenagem urbana é composto por uma série de elementos, como
galerias subterrâneas, bocas de lobo, canais de escoamento, reservatórios,
entre outros. O objetivo principal da drenagem urbana é garantir a segurança,
saúde e bem-estar da população e a preservação do meio ambiente. A gestão
adequada da drenagem urbana é importante para minimizar o impacto das
mudanças climáticas, evitar a contaminação de corpos d'água e melhorar a
qualidade de vida nas cidades.
A drenagem urbana é uma questão essencial que deve ser considerada
pelos governos e pela sociedade em geral, pois as consequências de uma má
gestão da água das chuvas podem ser graves, como alagamentos,
deslizamentos de terra e poluição de corpos d'água.
A Constituição Federal de 1988, pela Lei Nº 11.445/2007 diz que,
“No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela
Constituição Federal de 1988 e pela Lei nº. 11.445/2007 como o
conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana,
drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.”
A implementação de políticas e práticas de gestão de águas pluviais
eficazes pode melhorar a qualidade de vida das comunidades, minimizar os
8

impactos negativos das chuvas e contribuir para um desenvolvimento


sustentável e inteligente. É necessário que haja um comprometimento por parte
das autoridades e da população para implementar medidas que garantam a
preservação e o uso racional dos recursos hídricos, promovendo assim um futuro
mais resiliente e próspero para as cidades.
"A drenagem urbana é uma função vital em comunidades
urbanas para a remoção eficiente e segura de águas pluviais e esgoto.
Uma rede de sistemas de drenagem coleta e transporta água para
locais seguros de descarga, incluindo cursos d'água, rios, lagos e
oceanos" (Chow, Maidment e Mays, 1988, p. 589, traduzido).

A citação destaca a importância da drenagem urbana para a remoção


eficiente e segura de águas pluviais e esgoto em comunidades urbanas. Além
disso, a citação também enfatiza a necessidade de uma rede de sistemas de
drenagem que possa coletar e transportar água para locais seguros de descarga.
É importante destacar que uma gestão adequada da drenagem urbana é
essencial para garantir a qualidade ambiental e de vida nas cidades, bem como
para minimizar os riscos de alagamentos e outros problemas relacionados às
águas pluviais.
3.2 Tipos de sistemas de drenagem
Microdrenagem e macrodrenagem são dois conceitos relacionados ao
gerenciamento e controle do fluxo de água em áreas urbanas e rurais.

3.3 Sistema de Microdrenagem e Macrodrenagem


A Microdrenagem refere-se ao sistema de drenagem de menor escala,
que lida com o controle de águas pluviais em áreas específicas, como terrenos
individuais, ruas, pátios, estacionamentos, entre outros. Envolve a coleta,
transporte e disposição adequada das águas pluviais, geralmente por meio de
redes de galerias, bueiros, sarjetas e outros elementos de drenagem em uma
área localizada. O objetivo principal da microdrenagem é evitar o acúmulo de
água, minimizar alagamentos e proteger as estruturas e áreas adjacentes de
danos causados por excesso de água. Macrodrenagem refere-se a um sistema
de drenagem de maior escala, que abrange uma região ou bacia hidrográfica
maior. Envolve o planejamento e a gestão do escoamento das águas pluviais em
grandes áreas, como cidades inteiras, áreas urbanas extensas, bacias
hidrográficas ou regiões geográficas. A macrodrenagem geralmente envolve a
9

construção de canais, rios artificiais, barragens, reservatórios e outros


dispositivos de controle de água em grande escala. O objetivo da
macrodrenagem é prevenir inundações e alagamentos, regular o fluxo de água
e garantir a segurança e a sustentabilidade do sistema de drenagem em uma
escala mais ampla.

A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes


sistemas de Microdrenagem. A macrodrenagem envolve áreas de pelo
menos 2 km² ou 200 ha. Estes valores não devem ser tomados como
absolutos porque a malha urbana pode possuir as mais diferentes
configurações. Este tipo de sistema deve ser projetado para acomodar
precipitações superiores às da Microdrenagem com riscos de acordo
com os prejuízos humanos e materiais potenciais. (TUCCI, 2016, p.
50).

Além da diferença no tamanho das obras, os sistemas de micro e


macrodrenagem também se diferenciam pelo método de cálculo utilizado na
elaboração dos projetos. Ambos os conceitos são importantes para o
planejamento e o desenvolvimento de infraestruturas de drenagem eficientes,
visando minimizar os impactos negativos das águas pluviais e promover a gestão
sustentável dos recursos hídricos em uma determinada área.

3.4 Importância da drenagem urbana na prevenção de enchentes e


alagamentos
A drenagem urbana é uma função vital nas cidades, pois tem como
objetivo garantir a remoção eficiente e segura das águas pluviais e de esgoto,
evitando enchentes e alagamentos. A urbanização traz consigo a
impermeabilização do solo, resultando na diminuição da capacidade de
infiltração da água e no aumento da velocidade do escoamento superficial. Com
isso, o volume de água que chega aos sistemas de drenagem é maior e mais
rápido, gerando sobrecarga e comprometendo a eficiência dos sistemas.

Segundo Botelho (2011), um dos “maiores problemas enfrentados pelas


cidades brasileiras hoje é a ocorrência de inundações e enchentes”, visto que
esses eventos “têm causado grandes prejuízos financeiros e até mesmo perdas
de vidas humanas, seja por efeitos imediatos, como afogamentos”, ou ainda,
“indiretos, como 57 doenças infectocontagiosas decorrentes do contato com
águas contaminadas” (BOTELHO, 2011, 82).
10

A falta de manutenção adequada nos sistemas de drenagem urbana


também pode ocasionar problemas, tais como o acúmulo de lixo e sedimentos,
que podem obstruir as galerias e bocas de lobo, impedindo a passagem da água
e contribuindo para a ocorrência de enchentes e alagamentos. Além disso, a falta
de um sistema de drenagem eficiente pode gerar danos ambientais, sociais e
econômicos, como a degradação de áreas urbanas, a interrupção de atividades
comerciais e a perda de vidas humanas.

A prevenção de enchentes e alagamentos depende, em grande parte, da


capacidade dos sistemas de drenagem urbana em lidar com a quantidade de
água pluvial que chega até eles. Para isso, é importante que os sistemas de
drenagem sejam projetados de forma adequada e dimensionados para atender
às demandas locais. Além disso, é essencial que sejam realizadas manutenções
periódicas nos sistemas, a fim de garantir que as galerias estejam limpas e
desobstruídas.

Além da prevenção de enchentes e alagamentos, a drenagem urbana


também tem importância na preservação dos recursos hídricos e na proteção do
meio ambiente. Quando a água pluvial é removida de forma eficiente e segura,
evita-se a contaminação do solo e dos corpos d'água por esgoto e outros
poluentes.

Em resumo, a drenagem urbana é um aspecto crucial para garantir a


qualidade de vida da população urbana e o desenvolvimento sustentável das
cidades. A prevenção de enchentes e alagamentos depende da implementação
e manutenção adequada de sistemas de drenagem eficientes, que garantam a
remoção segura e eficiente das águas pluviais.

4 PROBLEMAS CAUSADOS PELA FALTA DE MANUTENÇÃO DAS


REDES DE DRENAGEM
4.1 Efeitos das enchentes e alagamentos nas cidades
Enchentes e alagamentos são problemas recorrentes em cidades em todo
o mundo e podem causar graves danos econômicos, sociais e ambientais.
Segundo Pelling (2003), as enchentes são a manifestação mais comum de
11

desastres naturais e podem causar danos significativos em áreas urbanas,


afetando a qualidade de vida das pessoas e a saúde pública.

Os efeitos das enchentes e alagamentos nas cidades podem ser


devastadores. Segundo Tucci (2016), as enchentes urbanas podem causar
inundações em ruas, rodovias e áreas residenciais, levando ao fechamento de
escolas, hospitais e empresas, além de interromper o fornecimento de serviços
básicos, como água e eletricidade. Além disso, as enchentes podem causar
prejuízos financeiros significativos para os moradores e para o governo local,
uma vez que é necessário investir em obras de reparo e reconstrução.

Além dos danos econômicos, as enchentes e alagamentos também


podem afetar a saúde pública. Segundo Pelling (2003), as enchentes urbanas
podem contaminar as águas, levando à propagação de doenças transmitidas
pela água, como a cólera, a hepatite e a leptospirose. Além disso, as enchentes
podem levar ao acúmulo de lixo e esgoto nas ruas, aumentando o risco de
doenças infecciosas e agravando a poluição ambiental.

Para mitigar os efeitos das enchentes e alagamentos nas cidades, é


necessário investir em sistemas de drenagem urbana eficientes e bem
projetados. Segundo Sales (2017), um sistema de drenagem urbana eficiente
deve ser capaz de coletar e transportar as águas pluviais de forma rápida e
segura, evitando o acúmulo de água nas ruas e a sobrecarga dos sistemas de
esgoto.

Além disso, é importante investir em medidas de prevenção, como a


construção de reservatórios de retenção e detenção de água, a implementação
de áreas verdes e permeáveis e a adoção de práticas de gestão de águas
pluviais baseadas em natureza (GBA-N). As medidas baseadas em natureza são
eficazes na prevenção de enchentes e alagamentos, uma vez que ajudam a
reduzir o escoamento superficial e aumentam a infiltração de água no solo,
diminuindo a sobrecarga dos sistemas de drenagem urbana.

De acordo com o que foi dito, os efeitos das enchentes e alagamentos nas
cidades são significativos e afetam tanto a qualidade de vida das pessoas quanto
a economia e o meio ambiente. Investir em sistemas de drenagem urbana
12

eficientes e em medidas de prevenção é essencial para minimizar esses efeitos


e garantir a segurança e o bem-estar das comunidades urbanas.

4.2 Causas da falta de manutenção das redes de drenagem


A falta de manutenção das redes de drenagem é um problema recorrente
em diversas cidades do mundo, e suas causas são multifatoriais. Neste texto,
vamos abordar algumas das principais causas desse problema e citar alguns
autores que discutem o tema.

Uma das principais causas da falta de manutenção das redes de


drenagem é a falta de investimento em infraestrutura. Segundo Gasparini e
Cunha (2018), muitas cidades não dispõem de recursos suficientes para a
manutenção das redes de drenagem, o que pode levar a um colapso do sistema
em períodos de chuvas intensas. Além disso, há uma tendência de priorizar a
construção de novas obras em detrimento da manutenção das já existentes, o
que agrava o problema.

Outra causa importante é a falta de capacitação dos profissionais


responsáveis pela gestão das redes de drenagem. Conforme destaca Silva et al.
(2017), é comum a contratação de profissionais sem experiência na área de
gestão de recursos hídricos, o que pode comprometer a efetividade das ações
de manutenção. Além disso, a falta de planejamento estratégico e de um sistema
de monitoramento eficiente dificultam o diagnóstico e a resolução dos problemas
na rede de drenagem.

Além disso, as mudanças climáticas têm contribuído para a intensificação


dos eventos de chuvas intensas, o que pode sobrecarregar as redes de
drenagem e aumentar a necessidade de manutenção. Conforme destaca Milaré
et al. (2016), é preciso considerar os impactos das mudanças climáticas na
gestão dos recursos hídricos, e adotar medidas para aumentar a resiliência do
sistema de drenagem.

Por fim, a falta de conscientização da população também é uma causa


relevante da falta de manutenção das redes de drenagem. Conforme destaca
Meireles et al. (2018), é comum o descarte inadequado de resíduos sólidos e a
obstrução dos bueiros e galerias pluviais por materiais como lixo, entulho e
13

folhas, o que dificulta o escoamento da água e pode levar ao transbordamento


das redes de drenagem.

Diante dessas causas, é necessário que sejam adotadas medidas para


prevenção e manutenção das redes de drenagem. Segundo Gasparini e Cunha
(2018), é fundamental investir em capacitação dos profissionais envolvidos na
gestão dos recursos hídricos, bem como em tecnologias que possam auxiliar na
manutenção das redes de drenagem. Além disso, é preciso conscientizar a
população sobre a importância do descarte adequado de resíduos sólidos e a
preservação do meio ambiente.

Em suma, a falta de manutenção das redes de drenagem é um problema


complexo e multifatorial, que envolve desde questões de financiamento e gestão
até fatores ambientais e sociais. É fundamental que sejam adotadas medidas
para prevenção e manutenção das redes de drenagem, garantindo a segurança
e a qualidade de vida da população.

4.3 Impactos ambientais e sociais da falta de manutenção das redes de


drenagem
A falta de manutenção das redes de drenagem pode gerar impactos
ambientais significativos, comprometendo a qualidade dos recursos hídricos e
afetando a biodiversidade local. Conforme destaca (SÁ et al., 2019), o
transbordamento das redes de drenagem pode levar à contaminação dos rios e
lagos, comprometendo a qualidade da água e afetando as espécies aquáticas.
Além disso, a obstrução das galerias pluviais por resíduos sólidos pode
gerar o acúmulo de água parada, favorecendo a proliferação de mosquitos
transmissores de doenças como a dengue e a chikungunya. Outro impacto
ambiental da falta de manutenção das redes de drenagem é a erosão do solo.

Rodrigues (2014, p. 1182) também pontua que “a ocupação urbana,


associada ao pouco ou nenhum planejamento, ocasiona inúmeras alterações do
meio físico, no qual se encontra [...] [Goiânia e outras cidades brasileiras],
propiciando a ocorrência de diversos impactos ambientais”.
14

Além dos impactos ambientais, a falta de manutenção das redes de


drenagem pode gerar impactos sociais significativos. Conforme destaca COSTA;
PERIN (2004), as inundações causadas pela falta de manutenção das redes de
drenagem podem gerar perdas materiais e afetar a saúde e a segurança da
população local. As inundações e alagamentos podem gerar danos em
residências e comércios, além de prejudicar o transporte e o acesso aos serviços
públicos.

Outro impacto social relevante da falta de manutenção das redes de


drenagem é a exclusão social. As áreas mais afetadas pela falta de manutenção
das redes de drenagem são, muitas vezes, as áreas periféricas e de baixa renda,
que possuem menor acesso a serviços públicos e menor capacidade de
adaptação aos impactos das inundações. Isso pode gerar um aumento das
desigualdades sociais e comprometer o desenvolvimento humano nessas
regiões.

5 PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS: ESTRATÉGIAS E MEDIDAS


5.1 Medidas estruturais e não-estruturais de prevenção de alagamentos
Alagamentos são um problema recorrente em muitas cidades, causando
prejuízos materiais e colocando em risco a saúde e a segurança da população.
Para prevenir esses eventos, é necessário adotar medidas estruturais e não-
estruturais que visem a redução dos riscos de inundações. Nesta pesquisa,
discutiremos algumas dessas medidas, com base em citações diretas de autores
especializados no assunto.

Bertoni e Tucci (2003, p. 63) dizem que:

As medidas para o controle da inundação podem ser do tipo


estrutural e não-estrutural. As medidas estruturais são aquelas que
modificam o sistema fluvial evitando os prejuízos decorrentes das
enchentes, enquanto que as medidas não-estruturais são aquelas em
que os prejuízos são reduzidos pela melhor convivência da população
com as enchentes.

Barbosa (2006, p. 39), afirma que “Para o controle de inundação de forma


eficiente torna-se necessária a associação de medidas estruturais e não-
estruturais, de modo que garanta à população o mínimo de prejuízo além de
possibilitar uma convivência harmoniosa com o rio”.
15

Bertonie e Tucci (2003, p. 63) ainda sobre reafirma que, “O controle da


inundação é obtido por um conjunto de medidas estruturais e não-estruturais,
permitindo a população ribeirinha minimizarem suas perdas e manter uma
convivência harmônica com o rio. ” Ambos os autores colocam em evidência a
convivência harmônica com o rio. Essas medidas estruturais também são
comentadas por Enomoto (2000, p. 73), que afirma “O gerenciamento das áreas
de enchente considera a visão integrada das medidas estruturais e não
estruturais para a diminuição dos danos causados por enchentes em uma escala
abrangente. ”

Outra medida estrutural importante é a criação de áreas verdes e espaços


permeáveis. De acordo com Oliveira; Pizzo (2021), a construção de áreas verdes
em regiões urbanas pode reduzir a ocorrência de alagamentos, já que o solo
permeável permite a absorção da água das chuvas. Além disso, as áreas verdes
contribuem para a melhoria da qualidade do ar, a redução do calor urbano e a
preservação da biodiversidade local.

As medidas estruturais e não-estruturais são fundamentais para prevenir


os alagamentos e minimizar os impactos das inundações nas cidades. A
construção de obras físicas, a criação de áreas verdes, a gestão das áreas de
risco e a educação ambiental da população são algumas das medidas que
podem ser adotadas para prevenir esses eventos. É fundamental que as políticas
públicas visem à redução dos riscos de inundações e garantam a segurança e a
qualidade de vida da população e a preservação do meio ambiente.

6 MANUTENÇÃO DE REDES DE DRENAGEM: CONCEITOS E TÉCNICAS


6.1 Definição de manutenção de redes de drenagem
A manutenção de redes de drenagem é essencial para garantir o bom
funcionamento do sistema de drenagem urbana, evitando alagamentos e
enchentes em áreas urbanas.

Segundo o Eng. Civ. Leoni Lúcia (2016, p.19):

A manutenção das obras de extremidade, isto é, da rede de


drenagem que faz a ligação da rede urbana ao ponto de destinação
final, é de igual ou maior importância para os Municípios, porém são
normalmente relevadas e abandonadas. No entanto, muitas vezes a
16

falta do cuidado com estas obras levam a problemas de desgaste


excessivo, queda de estruturas, surgimento e/ou agravamento de
processos erosivos levando a situações de gastos muito maiores para
recuperação das mesmas ou até impossibilidade de recuperação e
continuidade de utilização delas como parte do sistema de drenagem
do município.

A falta de manutenção adequada das redes de drenagem pode causar


diversos problemas, como obstruções e danos nas tubulações,
comprometimento da capacidade de escoamento da água e, consequentemente,
o surgimento de alagamentos e enchentes em áreas urbanas. Por isso, é
fundamental que os gestores públicos e as empresas responsáveis pela
manutenção de redes de drenagem realizem ações preventivas e corretivas de
forma eficiente e periódica, garantindo a segurança e o bem-estar da população.

A manutenção de redes de drenagem é composta por três tipos de


atividades: preventiva, corretiva e emergencial, a seguir a definição das três
atividades.

6.2 Tipos de manutenção (preventiva, corretiva, preditiva)


Os tipos de manutenção mais comuns são os preventivos, os corretivos e
os preditivos. A manutenção preventiva tem como objetivo evitar falhas e
desgastes prematuros nos componentes do sistema, por meio de inspeções
periódicas e limpeza de bocas de lobo, galerias e caixas de passagem. A
manutenção preventiva tem como objetivo evitar a falha do equipamento, em
contraste com a manutenção corretiva. Esse tipo de manutenção é realizado em
equipamentos que ainda estão operando com um mínimo de condições e não
apresentam falhas. Assim, existem duas situações distintas que podem ocorrer:

Na primeira situação, o equipamento é desativado antes do tempo


necessário para realizar a manutenção. Na segunda situação, ocorre a falha do
equipamento devido a uma estimativa incorreta do período de reparo.

De acordo com a norma NBR 5462 da ABNT (1994), a manutenção


preventiva é definida como "a manutenção realizada em intervalos
predeterminados ou de acordo com critérios estabelecidos, com o objetivo de
reduzir a probabilidade de falha ou degradação do funcionamento de um item".
17

Já a manutenção corretiva é realizada quando há falhas ou problemas


identificados durante a manutenção preventiva, como desobstrução de
tubulações e reparo de danos em estruturas do sistema de drenagem.

Manutenção Corretiva Não-Planejada: Este tipo de manutenção ocorre


quando um equipamento falha ou apresenta um desempenho abaixo do
esperado, sem tempo para planejar os serviços. Apesar de ser praticada ainda
hoje, essa forma de manutenção causa transtornos. De acordo com Pinto e
Xavier (1999), a manutenção corretiva não envolve ações tomadas após a
ocorrência de uma falha ou desempenho insatisfatório.

Manutenção Corretiva Planejada: Trata-se da correção de um


desempenho abaixo do esperado ou de uma falha, por decisão da gestão, seja
por meio de monitoramento preditivo ou pela escolha de operar até ocorrer a
quebra, conforme Pinto e Xavier (2007).

A manutenção preditiva, por sua vez, é realizada com base em dados e


informações coletados por meio de monitoramento e análise de indicadores de
desempenho. Esse tipo de manutenção é uma forma de manutenção preventiva
baseada na condição do equipamento. É uma abordagem interessante, pois
permite monitorar o equipamento por meio de medições realizadas durante seu
pleno funcionamento. Isso possibilita uma maior disponibilidade, pois a
intervenção ocorre somente quando o equipamento está próximo de um limite
predefinido pela equipe de manutenção. Pode-se dizer que a manutenção
preditiva antecipa a falha do equipamento e, quando a intervenção para reparo
é realizada, trata-se na verdade de uma manutenção corretiva programada.
Existem algumas condições básicas para estabelecer esse tipo de manutenção:

a) O equipamento, sistema ou instalação deve permitir algum tipo de


monitoramento. b) A escolha por esse tipo de manutenção deve ser justificada
pelos custos envolvidos no processo. c) as falhas devem ser originadas por
causas que possam ser monitoradas e ter sua progressão acompanhada.

Cada tipo de manutenção possui suas vantagens e desvantagens, e a


escolha do tipo mais adequado deve levar em consideração as características
do sistema de drenagem e suas condições de operação. A escolha do tipo de
18

manutenção deve ser feita com base na relação entre os custos de manutenção
e os custos decorrentes da paralisação do sistema.

6.3 Técnicas de manutenção (limpeza, desobstrução, reparos)


A manutenção de redes de drenagem envolve uma série de técnicas para
garantir a operação adequada do sistema. As principais técnicas de manutenção
incluem limpeza, desobstrução e reparos.

A limpeza é uma das técnicas mais básicas de manutenção e consiste na


remoção de resíduos sólidos e detritos que se acumulam nas redes de
drenagem. Esses resíduos podem incluir folhas, galhos, plásticos e outros
materiais que impedem o fluxo da água. A limpeza deve ser realizada
regularmente para garantir que as redes de drenagem possam escoar a água de
forma eficiente. A limpeza pode ser feita manualmente, com o uso de
equipamentos como vassouras, pás e sacos de lixo, ou mecanicamente, com o
uso de equipamentos como hidro ateadoras, aspiradores de detritos e
caminhões de sucção.

A desobstrução é outra técnica importante de manutenção de redes de


drenagem. A desobstrução é necessária quando os canos e galerias estão
obstruídos por materiais como raízes de árvores, areia, pedras ou outros detritos.
A desobstrução pode ser feita por meio de equipamentos mecânicos, como hidro
ateadoras, que utilizam água de alta pressão para desobstruir os canos e
galerias, ou equipamentos de sucção, que sugam os detritos para fora dos
canos. Além disso, em casos mais complexos, podem ser necessárias técnicas
de escavação para remover a obstrução.

Os reparos são outra técnica de manutenção que envolve a restauração


ou substituição de componentes do sistema de drenagem que apresentam falhas
ou danos. Essas falhas podem incluir rachaduras, fissuras, corrosão ou quebra
de tubos. Os reparos podem ser realizados por meio de técnicas como
soldagem, colagem, substituição de tubos e selagem. O objetivo dos reparos é
restaurar a integridade estrutural do sistema de drenagem, garantindo seu
funcionamento adequado.
19

Em geral, as técnicas de manutenção são utilizadas em conjunto para


garantir o bom funcionamento do sistema de drenagem. A limpeza regular é
necessária para prevenir a obstrução das tubulações, enquanto a desobstrução
e os reparos são realizados quando ocorrem falhas ou danos no sistema. Todas
essas técnicas são essenciais para garantir a eficiência do sistema de drenagem
e evitar alagamentos e enchentes em áreas urbanas.

7 POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANEJAMENTO URBANO PARA


PREVENÇÃO DE ALAGAMENTOS
Como podemos caracterizar políticas públicas? Para Souza (2006) não
existe uma única caracterização. A autora indaga que:

Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da


política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas.
Lynn (1980) a define como um conjunto específico de ações do
governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) segue o
mesmo veio: política pública é a soma das atividades dos governos,
que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a
vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a definição de política pública
como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer” (SOUZA, 2006, p.
24).

Nesse sentido, percebe-se a tentativa de entender o planejamento urbano


como um procedimento cujo objetivo é desenvolver e executar uma variedade
de iniciativas [políticas] que serão atendidas e debatidas em termos sociais,
buscando intervir em uma situação indesejável e, desse modo, promover
transformou no território, de forma a reduzir disparidades e injustiças espaciais
(FERREIRA; CASTILHO, 2016).

Os alagamentos são um problema recorrente em áreas urbanas,


causando prejuízos tanto para a população quanto para a infraestrutura da
cidade. Por isso, é fundamental a adoção de políticas públicas e o planejamento
urbano para prevenção desses eventos. Nesse sentido, este texto apresenta
algumas reflexões sobre o tema, com base em autores renomados no assunto.

As políticas públicas são instrumentos importantes para a prevenção de


alagamentos em áreas urbanas. De acordo com Rega / Associação Brasileira de
Recursos Hídricos (2007), essas políticas devem envolver ações de prevenção,
mitigação e adaptação, sendo que a prevenção é a mais efetiva e econômica.
20

Nesse sentido, é importante que as políticas públicas sejam integradas e


envolvam diferentes setores da sociedade.

O planejamento urbano também é fundamental na prevenção de


alagamentos em áreas urbanas. De acordo com MANZOLILLO, (2020), é
necessário considerar a complexidade do ambiente urbano e seus sistemas
naturais, a fim de identificar medidas preventivas. Isso inclui a adoção de
estratégias de gestão de riscos, como a criação de sistemas de alerta precoce,
a implementação de medidas de controle de erosão e a preservação de áreas
verdes.

Por fim, é importante destacar a importância da inclusão social nas


políticas públicas e no planejamento urbano para prevenção de alagamentos. É
fundamental que as políticas públicas sejam voltadas para a promoção da justiça
social e da equidade, garantindo o acesso de todos os grupos sociais às medidas
preventivas. Além disso, o planejamento urbano deve considerar as
necessidades e as demandas das populações vulneráveis, garantindo a sua
participação nas tomadas de decisão.

Em suma, a prevenção de alagamentos em áreas urbanas requer a


adoção de políticas públicas e o planejamento urbano integrados, que
considerem a complexidade do ambiente urbano e a inclusão social. Nesse
sentido, é fundamental a participação da sociedade na definição das medidas
preventivas, garantindo a promoção da justiça social e da equidade.

8 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM MANUTENÇÃO DAS REDES


DE DRENAGEM
O investimento em manutenção das redes de drenagem é fundamental
para garantir o bom funcionamento do sistema e prevenir alagamentos em áreas
urbanas. Infelizmente, muitas vezes os governos e gestores públicos não dão a
devida atenção à manutenção dessas redes, o que pode levar a sérios
problemas e prejuízos.

Um estudo realizado por Nascimento et al. (2021) aponta que a falta de


investimentos em manutenção das redes de drenagem é um problema grave em
muitas cidades brasileiras. Segundo o autor, os governos têm investido
21

principalmente em obras de expansão da rede, deixando de lado a manutenção


preventiva, o que pode levar a um aumento nos custos de reparos corretivos e
prejuízos econômicos e sociais causados por alagamentos.

De acordo com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e


Ambiental (ABES), a manutenção das redes de drenagem é uma das principais
ferramentas para garantir a qualidade de vida da população urbana e a
preservação do meio ambiente. A ABES ressalta que o investimento em
manutenção preventiva é mais eficiente e econômico do que a manutenção
corretiva, que pode envolver altos custos e a necessidade de interrupção do
tráfego em vias públicas.

Além disso, a manutenção das redes de drenagem também pode


contribuir para a redução dos impactos ambientais causados pelas enchentes e
alagamentos. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a manutenção das
redes de drenagem pode contribuir para a redução do risco de contaminação
das águas pluviais, que podem carregar poluentes e causar danos ao meio
ambiente.

Em resumo, o investimento em manutenção das redes de drenagem é


fundamental para garantir o bom funcionamento do sistema e prevenir
alagamentos em áreas urbanas. A manutenção preventiva deve ser priorizada
pelos governos e gestores públicos, pois é mais eficiente e econômica do que a
manutenção corretiva. Além disso, a manutenção das redes de drenagem pode
contribuir para a redução dos impactos ambientais causados pelas enchentes e
alagamentos.
22

9 METODOLOGIA
Os dados coletados seguirão preceitos de uma abordagem de cunho
exploratório, assumindo a forma de estudo de caso por meio de uma abordagem
qualitativa e com procedimento técnico de pesquisa de campo, analisando
documentos e realizando entrevistas.

Segundo Flyvbjerg (2001, p.228):

"Uma característica importante da pesquisa


qualitativa é que ela se preocupa em estudar casos
complexos e multifacetados em profundidade. É nessa
profundidade que a pesquisa qualitativa pode oferecer
compreensão e insights para questões complexas, em
vez de oferecer apenas explicações superficiais. A
pesquisa qualitativa se concentra na complexidade da
realidade social, em vez de reduzi-la a variáveis isoladas
que possam ser medidas quantitativamente. A pesquisa
qualitativa pode ajudar a revelar os valores, crenças e
interesses que afetam a tomada de decisões em
diferentes contextos, bem como as relações sociais e
políticas que moldam esses contextos."

Os autores têm diferentes perspectivas e abordagens em relação à


pesquisa qualitativa, mas de forma geral, a pesquisa qualitativa é vista como
uma abordagem que se concentra em compreender as experiências,
perspectivas e interpretações dos participantes através da coleta e análise de
dados não numéricos.

Os autores enfatizam que a pesquisa qualitativa é um processo iterativo


e indutivo, que envolve a coleta de dados por meio de entrevistas, observação
participante, estudos de caso, análise de documentos e outros métodos, e a
análise desses dados por meio de uma variedade de técnicas, como análise
temática, análise de discurso e análise de narrativa.

Por tanto será possível, através desta tese, entender sobre a Análise da
manutenção de redes de drenagem urbana e sua relação com a prevenção de
alagamentos no município de Itaituba-Pa.

Sobre a pesquisa exploratória, segundo Hesse-Biber e Leavy (2011, p.


36), "A pesquisa exploratória pode ser particularmente útil na engenharia civil,
onde a maioria dos projetos é único e as soluções não são óbvias. Ela pode
23

ajudar a identificar e delimitar o problema de pesquisa, bem como gerar novas


ideias e perspectivas."

Com base nisto, a pesquisa exploratória traz uma análise mais


aprofundada e técnica buscando soluções e resultados para a pesquisa que está
sendo feita, além de ajudar a identificar problemas que não foram identificados
pelo projeto inicial, gerando novas ideias.
24

10 RESULTADOS ESPERADOS

10.1 Identificação dos principais problemas na infraestrutura de


drenagem em Itaituba.
O trabalho deverá apresentar uma análise detalhada dos problemas
existentes na rede de drenagem da cidade, identificando os pontos críticos que
contribuem para os alagamentos e inundações recorrentes. Isso inclui a
identificação de obstruções, falhas estruturais, falta de capacidade de
escoamento adequado, entre outros.

10.2 Avaliação dos impactos das enchentes e alagamentos em áreas


urbanas.
Será realizada uma análise dos danos materiais e humanos causados
pelos alagamentos e inundações em Itaituba. Isso pode incluir a avaliação dos
prejuízos financeiros, a perda de bens e infraestruturas, os riscos à saúde da
população afetada e os impactos socioeconômicos decorrentes desses eventos.

10.3 Proposição de medidas para aprimorar a gestão da infraestrutura de


drenagem.
Com base na análise dos problemas identificados, o trabalho deverá
propor medidas e soluções para melhorar a infraestrutura de drenagem urbana
em Itaituba. Isso pode envolver a sugestão de ações de manutenção preventiva
e corretiva, a implementação de novas tecnologias ou práticas de engenharia, e
o desenvolvimento de políticas públicas específicas para o gerenciamento de
enchentes e alagamentos.

10.4 Contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas e


conscientização da população.
O estudo deverá fornecer subsídios para a formulação de políticas
públicas mais eficientes relacionadas à gestão da infraestrutura de drenagem.
Além disso, espera-se que o trabalho contribua para conscientizar a população
sobre a importância da manutenção adequada das redes de drenagem e da
prevenção de alagamentos, promovendo uma maior participação e engajamento
da comunidade nesse processo.
25

10.5 Avanço do conhecimento na área de infraestrutura urbana.


O TCC tem como objetivo contribuir para o avanço do conhecimento
científico na área de infraestrutura urbana, especialmente no que diz respeito à
manutenção de redes de drenagem e prevenção de alagamentos. Os resultados
obtidos poderão ser utilizados como base para futuras pesquisas e estudos
relacionados ao tema.

10.6 Recomendações para o aprimoramento da gestão da infraestrutura


de drenagem.
Por fim, o trabalho deverá apresentar conclusões e recomendações
práticas para o aprimoramento da gestão da infraestrutura de drenagem em
Itaituba. Essas recomendações podem abranger aspectos técnicos, políticos e
sociais, visando a redução dos impactos das enchentes e alagamentos e a
melhoria da qualidade de vida da população local.
26

11 CRONOGRAMA

Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Revisão
X X X
Bibliográfica
Análise de
X X X
Materiais

Desenvolvimento
de Métodos de X X X
Avaliação

Estudos de Caso X X X X

Análise de
Dados e X X X
Resultados

Redação do
X X X X X
Relatório Final

Revisão e
Submissão do X X
Relatório Final
27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Flyvbjerg, B. (2001). Tornando a ciência social importante: por que a


investigação social falha e como ela pode ter sucesso novamente. Cambridge
University Press.

Hesse-Biber, S.N., & Leavy, P. (2011). A prática da pesquisa qualitativa.


Sábio.
Chow, V.T., Maidment, D.R. e Mays, L.W. (1988). "Hidrologia Aplicada".
McGraw-Hill.

BOTELHO. Rosângela Garrido Machado. Solos Urbanos. In. GUERRA.


Antônio José Teixeira (org.) Geomorfologia Urbana. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2011, pp. 71-115.

TUCCI, C. E. M. Regulamentação da drenagem urbana no Brasil. Revista


de Gestão de Água da América Latina, v. 13, n. 1, p. 29-42, 2016.
ELIAS, Beatriz de Souza et al. SISTEMA DE MICRODRENAGEM. In:
ELIAS, Beatriz de Souza et al. Engenharia Moderna: Soluções para Problemas
da Sociedade e da Indústria 2.

Pelling, M. (2003). The Vulnerability of Cities: Natural Disasters and Social


Resilience. Routledge.

Sales, Adrielly Rodrigues de. Avaliação da eficiência do sistema de


drenagem urbana: estudo de caso Sousa - PB / Adrielly Rodrigues de Sales. –
Pombal, 2017. 48f.: il. color.

SÁ et al. SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA FERRAMENTA PARA GESTÃO


DOS RECURSOS HÍDRICOS EM FUNÇÃO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA
BACIA DO RIO RIACHÃO, MG, BRASIL. Nativa, v. 7, n. 6, p. 718, 11 nov. 2019.

RODRIGUES, J. P. S. A expansão urbana e as consequências para


cabeceiras de drenagem: um estudo de caso nas nascentes do Córrego Vertente
28

1 - Uberaba / MG. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE ESTUDIOS


TERRITORIALES Y AMBIENTALES, 6, São Paulo, 2014. Anais... São Paulo:
6CIETA, 2014. p. 1182-1195.

COSTA; PERIN. A Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil. Revista do


Curso de Direito, v. 1, n. 1, p. 344-380, 31 dez. 2004.

BARBOSA, Francisco de Assis dos Reis. Medidas de proteção e controle


de inundações urbanas na bacia do rio Mamanguape/PB. 2006. 115 f.
Dissertação (Mestrado em Urbanismo) – Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa.

ENOMOTO, Carolina Ferreira. Estudo de medidas não-estruturais para


controle de inundações urbanas. Publicatio UEPG: Universidade Estadual de
Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR. v. 6, n. 1, p. 69-90, 2000.

Oliveira W. N. M.; de Rezende R. G.; Pizzo H. da S. TELHADOS VERDES


E A DRENAGEM URBANA. Revista Artigos. Com, v. 25, p. e6127, 25 jan.
2021.
Rega / Associação Brasileira de Recursos Hídricos. – Vol. 4, no. 1
(jan./jun. 2007) – Porto Alegre - ABRH/Brasil, 2007.

MANZOLILLO. A EXPERIÊNCIA COM CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E NO


MUNDO: VISÕES DE UM FUTURO PARA POLÍTICAS PÚBLICAS EM PLANEJAMENTO
URBANO. Revista de Direito Urbanístico, Cidade e Alteridade, v. 6, n. 1, p. 44, 10 set.
2020.

JOSÉ DE LIMA, M.; LUIZ, A.; PEREIRA DA SILVA. POLÍTICAS


PÚBLICAS E ALAGAMENTOS URBANOS: desafios para gestão pública. [s.l:
s.n.].

FERREIRA, R. J.; CASTILHO, C. J. M. Agricultura urbana e gestão


territorial em Recife/PE/Brasil: qual o lugar da agricultura urbana no
planejamento da cidade?. Ateliê Geográfico, Goiânia, v.10, n.2, p.65-81, ago.
2016.
29

SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias,


Porto Alegre, ano 8, n. 16, p. 20-45, jul./dez. 2006.

Lei 11445. In: planalto.

TROJAN et al. Classificação dos tipos de Manutenção pelo Método de


Análise Multicritério Electre TRI. VLX SBPO, p. 343-357, 2013.

ABNT (1994), Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 5462:


Confiabilidade e mantenabilidade, Rio de Janeiro.

Pinto, A. K. e Xavier, J. N. (1999), Manutenção: função estratégica,


Qualitymark.
CZEMIEL BERNDTSSON. Green roof performance towards management of runoff

water quantity and quality: A review. Ecological Engineering, v. 36, n. 4, p. 351-360, abr.

2010.

BECKER; PINHEIRO. Potencialidade dos pavimentos permeáveis na melhoria da

qualidade da água do escoamento superficial: uma revisão. urbe. Revista Brasileira de

Gestão Urbana, v. 11, 2019.

BAPTISTA, M.; NASCIMENTO, N.; BARRAUD, S. (2005). Técnicas


compensatórias em drenagem urbana. ABRH, Porto Alegre, 226 p.
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).
(2018). Saneamento e qualidade de vida: a importância da manutenção das
redes de drenagem urbana.

Agência Nacional de Águas (ANA). (s.d.). Drenagem Urbana. Recuperado


em 27 de março de 2023, Nascimento, Gabriel Oliveira, 1998 A importância do
sistema de drenagem urbana: um estudo de caso na cidade de rio real – Bahia /
Gabriel Oliveira do Nascimento. Paripiranga, 2021. 69 f.: il

Você também pode gostar