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Universidade do estado da Bahia

Departamento de Ciências Exatas e da terra Campus I

Colegiado de Licenciatura em química

Disciplina Química Analítica II

Autor dos roteiros: Dr. Walter Nei Lopes dos Santos

Professores: Dr. Walter Nei Lopes dos Santos e Dr. Madson


de Godoi Pereira

Roteiro de aulas práticas


Química Analítica II

Salvador-BA
2

Março de 2022

SUMÁRIO

Apresentação 04

Introdução ao laboratório de Química Analítica. Procedimentos de 05


segurança em laboratório.

Normas para elaboração de relatórios 06

Prática 01: Preparo de soluções 08

-Solução de NaOH 0,1 mol L-1

-Solução de HCl 0,1 mol L-1

Prática 02: 09
Padronização de soluções
0
-Padronização de NaOH com biftalato de potássio
9
-Padronização de HCl com NaOH anteriormente
padronizado 1
Prática 3:
0

Padronização de soluções (cont.)


Prática 04: - Padronização de HCl com bórax
11-14

Potenciometria direta: Determinações de pH em amostras


líquidas, pastosas, sólidas e em suspensões 15-17
Prática 05:
18-19
Prática 06
Titulações potenciométricas de neutralização

Determinação do teor de ácido fosfórico em bebida tipo cola 20-22


3

Prática 07 por titulação potenciométrica

Determinação do teor de ácido fosfórico em biotônico


fontoura por titulação potenciométrica
23-25

Prática 08:
Condutimetria direta: Medidas de condutância em amostras
de águas e determinação de cloreto de sódio em soro
fisiológico 26-27

Prática 09: Titulação condutimétrica de neutralização

28-30

Prática 10: Obtenção de espectros de absorção de íons inorgânicos e


de um complexo de transferência de cargas

Prática 11: Verificação da Lei de Beer para o íon permanganato em 31-32


solução aquosa e determinação de sua absortividade molar

Prática 12: Determinação espectrofotométrica de ferro 33-35

Prática 13: Determinação de cobre por titulação espectrofotométrica 36-37


com EDTA

Prática 14: Determinação simultânea de cafeína e aspirina em fármaco 38-40


com base na propriedade aditiva das absorbâncias dos
componentes de uma mistura

Prática 15: Digestão de amostra vegetal e determinação de manganês 41-42


por espectrometria de absorção atômica com chama
(FAAS)

Prática 16: Determinação de cobre em cachaça por FAAS usando o 43-44


método da adição padrão

Prática 17: Determinação de Zn em vinagre por FAAS pelo método de 45-47


4

calibração por padrão interno

Referências bibliográficas 48

APRESENTAÇÃO

Caro estudante, pensando em consolidar vossos conhecimentos teóricos,


foi elaborado este roteiro de práticas relacionadas aos métodos instrumentais
envolvendo as técnicas eletroanalíticas e espectroanalíticas. O objetivo dessas
práticas experimentais é criar uma vivência ao uso dessas técnicas, aplicando-
as para a determinação de analitos em amostras reais.

Deve-se ter em mente que o importante não é apenas dominar as


técnicas de análise apresentadas, mas, principalmente, desenvolver
habilidades e competências que permitam ir sempre buscar o conhecimento,
5

enfrentar novos desafios e ser capaz de propor soluções criativas para os


problemas que enfrentarão em sua futura vida profissional.
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Procedimentos de segurança

● Leia e siga as instruções que forem fornecidas no roteiro prático.


Consultar o professor caso observe algo anormal ou tenha alguma
dúvida.

● Não fume no laboratório.

● Use sempre jaleco para realizar as práticas.

● Lembre-se de que muitos produtos químicos são corrosivos ou tóxicos


mesmo em solução diluída. Evite contato de substâncias químicas com
a pele, mesmo que elas sejam sólidos. Se isto acontecer, lave a pele
contaminada com grande quantidade de água.

● Lave com água abundante o local em que a substância química foi


derramada.

● Na diluição de ácidos concentrados, o ácido deve ser adicionado


lentamente ao recipiente contendo água, sob agitação.

● Nunca aproxime recipientes contendo produtos químicos ao nariz, para


sentir seu odor.

● Utilize capelas sempre que estiver manuseando substâncias tóxicas


voláteis.

● Não se alimente no laboratório. Não deixe que produtos químicos ou


vidraria do laboratório entre em contato com sua boca ou face.
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NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO ACADÊMICO


O objetivo deste material é estabelecer princípios para elaboração de trabalhos
acadêmicos, mais especificamente os relatórios referentes às disciplinas de Química
Analítica.

Um relatório é um documento que representa o resultado de estudo, devendo


expressar conhecimento do assunto em questão, que deve ser emanado da disciplina
ministrada.

Um relatório contém três estruturas: a pré-textual, a textual e a pós-textual. A


estrutura textual é a mais importante do relatório e, nela, devem estar contidos o
fundamento teórico, os resultados do estudo e a conclusão.

Na estrutura pré-textual de um relatório, inclui-se somente o título do trabalho.


Na estrutura textual, introdução teórica, objetivos, materiais e reagentes, procedimento
experimental, resultados e conclusão devem estar incluídos. Na estrutura pós-textual,
devem estar contidos referência bibliográfica e, se necessário, apêndices e anexos.

Na confecção do relatório, opiniões pessoais devem ser evitadas.

Deve-se redigir o relatório na terceira pessoa e sugere-se a forma impessoal.


Assim, deve-se evitar o uso de expressões “nós fizemos”, “pegamos um béquer”,
“medimos a temperatura”, “concluí que”, etc. Faça opção por “foi feito”, “foi pego um
béquer”, “a temperatura foi determinada”, etc.

No item destinado a Materiais e Reagentes, não deve ser feita uma lista. Este
item deve ser feito de forma descritiva. Exemplo: se foi usado um béquer de 50 mL,
um termômetro e uma balança analítica, sugere-se escrever: Para este experimento,
foi usado um béquer de 50 mL, um termômetro e uma balança analítica, marca
Marthe, modelo S310.

Itens do relatório:

i) Título: Refere-se à denominação da experiência. Sempre centralizado, não


numerado, na primeira linha e no topo da página. Obs: começar sempre por
uma página ímpar.
ii) Introdução: deve ser colocada no canto esquerdo da página, numerado e
destacado do resto do texto. Deve conter, de forma clara e resumida, o
assunto da aula prática (um pequeno resumo teórico do tema, baseado em
livro ou publicação científica).
iii) Objetivos: Também colocados no canto esquerdo da página, numerado e
destacado do resto do texto. Deve citar a meta final a que serve a prática.
iv) Materiais e Reagentes: Também colocados no canto esquerdo da página,
numerados e destacados do resto do texto. É a descrição dos materiais
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(vidraria, aparelhos e instrumentos) e dos produtos (reagentes) utilizados.


Com exceção da vidraria, os equipamentos e instrumentos devem conter a
marca e modelo. Os reagentes devem conter o fabricante. Exemplo: se foi
usado o regente cloreto de sódio da marca Synth e grau analítico, deve-se
escrever: Foi usado para este experimento cloreto de sódio de grau
analítico da marca Synth.
v) Procedimento Experimental: O nome do item deve ser colocado também
no canto esquerdo da página, numerado e destacado do resto do texto.
Neste item, deve demonstrar o modo e os passos como foi conduzido o
experimento, como um resumo do roteiro da prática.
vi) Resultados Experimentais: O nome do item deve ser colocado também
no canto esquerdo da página, numerado e destacado do resto do texto. É a
parte destinada à demonstração dos valores obtidos na prática, bem como,
se possível, a comparação destes com valores teóricos, podendo se valer
de tabelas e gráficos para o referido fim.
vii) Conclusão: O nome do item deve ser colocado, também, no canto
esquerdo da página, numerado e destacado do resto do texto. É o
comentário científico e impessoal da experiência e as causas dos
resultados obtidos.
viii) Referências Bibliográficas: O nome do item deve ser colocado também
no canto esquerdo da página, numerado e destacado do resto do texto.
Neste item, é mencionada a fonte bibliográfica utilizada, como livros,
revistas, site, jornal, etc.
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Prática 1: Preparo e padronização de soluções

Parte 1 – Preparo de solução de NaOH aproximadamente 0,1 mol L -1

Preparar uma solução de NaOH 0,1 mol L -1 isenta de carbonato, tomando 3,3 mL do
líquido sobrenadante de uma solução 50 % (m/m) de NaOH, fornecida pelo professor
e diluir para balão volumétrico de 1000 mL com água destilada. Homogeneizar a
solução e transferir para um frasco de polietileno limpo. Rotular a solução como NaOH
aproximadamente 0,1 molL-1. Neste rótulo, também, devem estar contidos os nomes
dos integrantes do grupo e a data de preparo.

Parte 2 – Preparo de solução de HCl aproximadamente 0,1 mol L -1

Calcular, a partir do frasco de HCl concentrado (37 % m/m; densidade = 1,19 g cm -3


MM = 36,46 g mol-1), o volume de ácido concentrado necessário para preparar 1000
mL de solução 0,1 mol L-1 de HCl.

Medir, em pipeta graduada ou proveta, o volume calculado de HCl e tranferir para um


balão volumétrico de 250 mL já contendo água destilada. Completar o volume com
água destilada até a marca e homogeneizar a solução. Armazenar em um frasco de
vidro limpo. Rotular como HCl aproximadamente 0,1 mol L -1. Neste rótulo, também,
devem estar contidos os nomes dos integrantes do grupo e a data de preparo.
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Prática 2 – Padronização de NaOH com biftalato de potássio

O biftalato de potássio (KHC8H4O4) é utilizado como padrão primário na padronização


de soluções alcalinas e sua massa molecular é 204,22 g mol-1.

Medir, em balança analítica, usando papel de filtro ou diretamente no erlenmeyer de


250 mL, 3 porções de biftalato de potássio contendo cerca de 0,6 g cada. Identifique
os erlenmeyers de 1 a 3, anotando cuidadosamente a massa contida em cada um
deles.

Adicionar, a cada erlenmeyer, cerca de 50 mL de água destilada e agitar a solução


para que o sal seja dissolvido. Um bastão de vidro também poderá ser usado no
processo de dissolução do sal.

Preparar a bureta para a titulação do biftalato de potássio com o NaOH preparado,


lavando-a e enchendo-a com o auxílio de um béquer pequeno.

Adicionar, a cada erlenmeyer no momento da titulação, 3 gotas de fenolftaleína e


titular com a solução de NaOH contida na bureta até o aparecimento de coloração
rosa persistente por cerca de 30 segundos. Lembre-se: adicionar o titulante gota a
gota para maior exatidão do processo.

Próximo ao ponto final da titulação, lavar as paredes internas do erlenmeyer com


pequenas porções de água destilada.

Anotar a leitura da bureta com duas casas decimais.

Após as titulações, lavar imediatamente a bureta, pois o contato prolongado com o


NaOH ataca o vidro.

Calcular a concentração molar média da solução de NaOH e o desvio padrão amostral


associado.

Reação química entre biftalato de potássio e hidróxido de sódio:

Cálculo:

MNaOH x VNaOH (L) = massa do biftalato (g) / MM biftalato


11

Onde:

MMbiftalato = 204,22 g mol-1

VNaOH = volume gasto na titulação do biftalato (L)

Massa do biftalato = massa anotada para cada erlenmeyer (g)

Prática 3 – Padronização do HCl Com o bórax

Titulação com bórax

O bórax (Na2B4O710H2O) é utilizado como padrão primário. Sua massa molecular é


381,43 g mol-1.

Mediar a massa de 3 porções de bórax, contendo cerca de 0,4 g em papel de filtro ou


diretamente no erlenmeyer de 250 mL. Identifique os erlenmeyers de 1 a 3, anotando
cuidadosamente a massa contida em cada um deles. Dissolva cada porção em 50 mL
de água destilada e adicione duas gotas do indicador verde de bromocresol. Lave uma
bureta de 50,00 mL com água da torneira, depois com água destilada e, em seguida,
com porções pequenas de solução de HCl aproximadamente 0,1 mol L -1. Encher a
bureta com a solução de HCl. Titular o bórax com a solução de HCl contido na bureta.
Anote o volume gasto em cada titulação. Calcular a concentração molar do HCl, a
média e o desvio padrão amostral associado às medidas.

2HCl(aq) + 1Na2B4O7.10H2O(aq) → 4H3BO3(aq) + 2NaCl(aq) + 5H2O(l)

Cálculo:

MHCl x VHCl = 2 (massabórax / MMbórax)

Titulação com solução de NaOH previamente padronizado

Pipete, para 3 erlenmeyers de 250 mL limpos, alíquotas de 10,00 mL de solução de


HCl aproximadamente 0,1 mol L-1. Adicione 50 mL de água e 3 gotas do indicador
fenolftaleína. Titule a solução com o NaOH já padronizado. Anotar o volume gasto e
calcular a concentração molar do HCl.

Reação química que ocorre entre ácido clorídrico e hidróxido de sódio:

HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)

Cálculo:

MHCl x VHCl = MNaOH x VNaOH


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PRÁTICA 4
POTENCIOMETRIA DIRETA: DETERMINAÇÕES DE pH EM
AMOSTRAS LÍQUIDAS, PASTOSAS, SÓLIDAS E SUSPENSÕES

1. OBJETIVOS

● Aprender a calibrar e manusear um pHmetro;

● Identificar os elementos que compõem um eletrodo de vidro para medidas de pH;

● Aprender a realizar medidas diretas de pH a partir de amostras líquidas, pastosas,


sólidas e suspensões;

2. MATERIAIS
✔ Medidor que faça a leitura de pH;

✔ Eletrodo de vidro combinado para medidas de pH;

✔ Soluções tampão para calibrar o eletrodo (pH = 4,00 ou 6,86);

✔ Agitador magnético e baqueta;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Gral e pistilo;

✔ Liquidificador

✔ Amostras (refrigerante, café, vinagre, sabão líquido, polpa de fruta, xampu,


amostra de solo, tomate...)

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
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PARTE A: MANUSEIO DO pHMETRO E IDENTIFICAÇÃO DE SUAS PARTES

1. Obtenha informações de como operar o pHmetro (consultar o manual ou o


professor). Procure saber: como ligá-lo, como calibrá-lo, como realizar as medidas
de pH e quais são os cuidados no seu manuseio, os cuidados com o eletrodo de
vidro, etc.
2. Identifique as seguintes partes do eletrodo de vidro combinado: (1) membrana de
vidro; (2) membrana de junção; (2) eletrodo de referência interno (3) eletrodo de
referência externo (4) sensor de temperatura (5) o orifício para preenchimento
com solução de KCl (6) compartimento da solução de KCl; e (7) compartimento da
solução de referência interna (HCl). Após esta identificação, preencha os espaços
em branco indicados na Figura 1.

Figura 1 - Elementos de um eletrodo combinado de membrana de vidro para medidas


de pH

PARTE B: MEDIDAS DE pH EM AMOSTRAS LÍQUIDAS HOMOGÊNEAS

1. Após calibrar o equipamento com as duas soluções padrão, lave o eletrodo e o


sensor de temperatura com água deionizada e seque-o cuidadosamente;
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2. Para produtos líquidos que são homogêneos, claros e não contêm gás dissolvido
(xaropes, sucos, vinhos, águas, etc.), coloque as amostras em um béquer e
mergulhe o eletrodo de vidro e o sensor de temperatura na amostra de forma a
garantir que a membrana de junção esteja completamente submersa na solução.
Aguarde a estabilização da leitura e anote a medida de pH;
3. Para produtos líquidos com gás carbônico dissolvido (cervejas, refrigerantes, água
mineral gaseificada, etc.), submetê-los à agitação ou à sonicação para eliminar o
gás. O CO2, em solução, forma o ácido carbônico e abaixa o pH além de
promover a desestabilização das medidas, fazendo-as flutuar muito;

OBS:
1 – Antes de iniciar as medidas de pH, desbloqueie o orifício do compartimento
contendo solução de KCl para se estabelecer o equilíbrio com a pressão atmosférica
e assegurar fluxo uniforme da solução de enchimento;
2 - Produtos com alto teor alcoólico devem demandar um tempo maior para estabilizar
a leitura;
3 – Para assegurar a hidratação da membrana eletroativa, quando o eletrodo de vidro
não estiver sendo usado por longo tempo, deve ser mantido em solução de KCl 3 mol
L-1 em uma capa plástica apropriada para não ocorrer evaporação da água e
cristalização do KCl;
4 – O eletrodo deve ser lavado com água destilada entre uma amostra e outra para
não haver contaminação e interferência nas medidas de pH.

PARTE C: MEDIDAS DE pH EM AMOSTRAS EM FORMA DE SUSPENSÃO

Suspensões estáveis (leites, xampus, iogurtes, etc.) ou instáveis (alguns sucos de


frutas, alguns medicamentos de administração oral, etc.) devem ser agitadas para
misturar a parte decantada ou garantir uma maior homogeneidade das amostras. Isto
proporcionará resultados concordantes, já que as partículas podem apresentar pH
diferente da fase líquida.

1. Coloque a amostra em um béquer de forma a garantir que a membrana de junção


seja coberta;
2. Usando baqueta e agitador magnético, promova a agitação e homogeneização da
amostra e mergulhe o eletrodo de vidro (CUIDADO! Assegure que a baqueta não
atinja o eletrodo, quebrando-o);
3. Espere a leitura se estabilizar e anote o valor de pH medido para a amostra;
4. Lave bastante o eletrodo até garantir a remoção dos resíduos da amostra.

OBS:
1 - Após medições de pH em meios contendo altos teores de proteínas (ex: leite),
imergir o eletrodo em solução de pepsina 5% em HCl 0,1 mol L -1 e, em seguida, lave
abundantemente com água;
2 – Medições realizadas em meios contendo íons sulfeto, brometo e iodeto ocasionam
precipitação de compostos de prata no diafragma (perceptível pelo seu
escurecimento). Para limpar a membrana do eletrodo, coloque-o por uma hora em
solução de tioureia 7% (m/v) ligeiramente acidificada (HCl 0,1 mol L -1). Posteriormente,
deve-se lavar exaustivamente o eletrodo com água destilada e trocar o eletrólito de
referência;3 – Diafragmas contaminados com produtos orgânicos ou com gordura
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devem ser limpos com solventes apropriados (benzina ou acetona) e/ou detergente.
Em seguida, o eletrodo deve ser exaustivamente lavado com água destilada.

PARTE D: MEDIDAS DE pH EM AMOSTRAS SÓLIDAS SECAS

Para medir o pH de amostras sólidas e secas (farinhas, biscoitos, solos, grãos, partes
secas de vegetais, etc.), deve-se preparar um extrato com suspensão de uma massa
estabelecida da amostra em um volume estabelecido de água. A massa da amostra e
o volume de água utilizado no preparo do extrato devem ser informados ao se
apresentar os resultados da medição, para que outros profissionais consigam
reproduzi-los, pois a mesma massa da amostra pode apresentar valores de pH
diferentes em diversas razões de diluição.

1. Triture, com pistilo e gral, a amostra sólida e pese cerca de 10 g em um béquer e


acrescente 100 mL de água deionizada;
2. Submeta a amostra à agitação magnética por cerca de 2 minutos e, em seguida,
deixe em repouso para haver a decantação;
3. Introduza o eletrodo de vidro no líquido sobrenadante após a decantação, espere
a leitura de pH estabilizar e anote o resultado.

PARTE E: MEDIDAS DE pH EM AMOSTRAS PASTOSAS

Amostras pastosas devem ser homogeneizadas antes de se realizar as medidas de


pH. Adicionalmente, os produtos sólidos, mas com bastante umidade (queijos, frutas,
carnes, etc.) devem ser processados de forma a se transformar em uma pasta
homogênea. O eletrodo é então introduzido dentro dessa massa pastosa de forma a
garantir que a membrana de junção seja também encoberta.

1. Triture a amostra fornecida pelo professor (ex: tomate, maçã) em um liquidificador


sem utilizar água até obter uma pasta mais homogênea possível;
2. Transfira a pasta obtida para um béquer e introduza o eletrodo de vidro
previamente calibrado. Espere a leitura se estabilizar e anote o pH da amostra;
3. Ao final da prática, lave o eletrodo e guarde-o com a membrana mergulhada em
uma solução saturada com KCl.

Para responder no relatório:

● Por que o eletrodo para medidas de pH é caracterizado como um eletrodo


combinado?
● Por que é importante assegurar que a membrana de vidro do eletrodo esteja
hidratada? Caso ela não esteja hidratada, como deve-se proceder para realizar
a hidratação?
● Explique o que é o erro ácido e o erro alcalino (ou erro do sódio). Alguns dos
valores obtidos pela determinação do pH das amostras analisadas nesta
prática são susceptíveis a estes tipos de erros?
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● Quais são os cuidados gerais que se deve ter no uso, manutenção e


recuperação dos eletrodos para medida de pH?
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PRÁTICA 05
TITULAÇÕES POTENCIOMÉTRICAS DE
NEUTRALIZAÇÃO

1. OBJETIVOS

● Aprender a realizar titulações potenciométricas na determinação do teor de


uma substância em uma amostra;
● Aprender a fazer gráficos de titulação potenciométrica para localização do
ponto final, usando-se uma planilha eletrônica;
● Determinar a concentração de uma solução de ácido clorídrico usando-se
titulação potenciométrica de neutralização.

2. MATERIAIS
✔ Medidor (potenciômetro ou voltímetro);

✔ Eletrodo de vidro combinado;

✔ Soluções tampão para calibrar o eletrodo (pH = 4,00 ou 6,86);

✔ Agitador magnético e baqueta;

✔ Bureta de 25,00 mL;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béquer de 250 mL;

✔ Solução padrão de NaOH, cuja concentração foi exatamente conhecida a partir


dos procedimentos prévios de padronização;
✔ Solução de ácido clorídrico a ser padronizada (aproximadamente 0,1 mol L-1);
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✔ Amostra de vinagre.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: MONTAGEM DO SISTEMA E PROCEDIMENTO GERAL PARA


TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

1. Inicialmente, calibre o eletrodo de vidro com as soluções padrão recomendadas e,


em seguida, monte o sistema apresentado na Figura 1;
2. Coloque o béquer de 250 mL sobre o agitador magnético e ponha a baqueta
magnética dentro dele;
3. Posicione a bureta com a solução do titulante sobre o béquer de forma a facilitar o
controle da sua liberação na solução a ser titulada. Ajuste a altura da bureta para
que não haja o risco do titulante cair fora do béquer;
4. Pipete um volume estabelecido da solução a ser titulada no béquer,

(a) (b)

Figura 1 – (a) Montagem experimental para realização de titulação


potenciométrica de neutralização e (b) detalhes da célula de titulação

PARTE B: TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DE HCl COM NaOH

1. Usando-se uma pipeta volumétrica, transfira 10,00 mL da solução ácida a ser


titulada para o béquer (célula de titulação) e junte 50 mL de água deionizada de
forma a cobrir a membrana de junção do eletrodo;
2. Coloque a barra magnética, ajuste a velocidade e introduza o eletrodo combinado
previamente calibrado. Ajuste o eletrodo combinado para medidas de pH de forma
a garantir que a membrana de junção fique submersa. Tome cuidado para a
baqueta não atingir o eletrodo, quebrando-o;
5. Inicie a titulação controlando a liberação de titulante através da torneira da bureta.
Anote, em uma tabela, os valores de pH ou E após a adição de volumes
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sucessivos de titulante em porções de 1,00 mL até pouco antes do provável ponto


final. Perto do ponto final, adicione incrementos de 0,20 mL até ultrapassá-lo e
novamente em volumes de 1,00 mL até o final da titulação. A cada volume do
titulante adicionado na célula de titulação, espere estabilizar a medida de pH ou E
(cerca de 15 segundos) antes de anotá-la;
3. Repita a titulação com mais duas porções da amostra para que se possa calcular
a média e o desvio padrão da concentração do analito;
4. Utilizando-se uma planilha eletrônica, trace os seguintes gráficos com os dados
obtidos: volume do titulante x pH; volume do titulante x primeira derivada e volume
do titulante x segunda derivada. Localize o volume do ponto final.
5. Com o volume do ponto final, calcule a concentração da solução de HCl utilizada.

PARTE C: DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO NO VINAGRE POR TITULAÇÃO


POTENCIOMÉTRICA

1. Usando-se pipeta volumétrica, transfira 1,00 mL da amostra de vinagre para um


béquer de 250 mL. Posteriormente, adicione 100 mL de água deionizada, usando
uma proveta;
2. Titule a amostra com solução de NaOH previamente padronizada, acrescentando-
se alíquotas sucessivas de 0,50 mL até o final da titulação
3. As determinações são efetuadas em triplicata, por isso, repita a titulação com
mais duas porções da amostra;
4. Utilizando-se uma planilha eletrônica, trace os seguintes gráficos com os dados
obtidos: volume do titulante x pH; volume do titulante x primeira derivada e volume
do titulante x segunda derivada. Localize o volume do ponto final.
5. Com o volume do ponto final, calcule a concentração de ácido acético na amostra
de vinagre.

Para responder no relatório:

● Quais as vantagens e desvantagens que uma titulação potenciométrica pode


apresentar em relação à potenciometria direta?
● Qual o objetivo de se trabalhar com os gráficos da primeira e segunda derivada
nestas titulações potenciométricas?
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PRÁTICA 06
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO FOSFÓRICO
EM BEBIDA TIPO COLA POR TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

1. INTRODUÇÃO

O ácido fosfórico é um aditivo alimentar presente em bebidas do tipo “cola” (Coca-Cola


e afins). O ácido fosfórico é um triácido, com os valores de Ka1, Ka2 e Ka3,
respectivamente, de 7,11.10-3, 7,99.10-8 e 4,8.10-13. Em tais bebidas, o ácido fosfórico
pode ser facilmente titulado em relação ao primeiro hidrogênio ácido (o segundo, de
ordem 105 mais fraco que o primeiro, já sofre influências de outros componentes do
refrigerante e fornece medida errática). Assim, uma titulação potenciométrica
fornecendo pares de dados pH e volume de solução (de base) titulante permite que se
construa uma curva de titulação potenciométrica de ácido fosfórico, cujo ponto de
inflexão corresponde ao ponto de equivalência da titulação do seu primeiro hidrogênio
ácido.

Qualquer método, que permita caracterizar tal ponto de inflexão (gráfico das derivadas
1 e/ou 2) permite-nos chegar ao volume de base titulante correspondente ao ponto de
equivalência da titulação e, consequentemente, ao teor de ácido fosfórico no
refrigerante analisado. Evidentemente, o conteúdo de gás carbônico do refrigerante
deve ser eliminado por fervura, a fim de não interferir, como um óxido ácido que é, no
ponto final da titulação.

2. OBJETIVOS

● Aprender a realizar titulações potenciométricas na determinação do teor ácido


fosfórico em amostra de bebidas tipo cola;
● Aprender a fazer gráficos de titulação potenciométrica para localização do
ponto final, usando-se uma planilha eletrônica;
● Determinar a concentração de ácido fosfórico em amostra de bebidas tipo cola,
usando-se titulação potenciométrica de neutralização;

3. MATERIAIS
✔ Medidor (potenciômetro ou voltímetro);

✔ Eletrodo de vidro combinado;

✔ Soluções tampão para calibrar o eletrodo (pH = 4,00 ou 6,86);


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✔ Agitador magnético e baqueta;

✔ Bureta de 25,00 mL;

✔ Proveta de 250 ml

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béquer de 500 mL com vidro de relógio para cobrir;

✔ Solução padrão de NaOH;

✔ Amostra de refrigerante do tipo “cola”, 1 frasco por bancada, providenciado


pelos alunos.

4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

1. Com uma proveta, meça 250 mL do refrigerante e transfira este volume,


quantitativamente, para béquer alto de 500 mL. Cubra o béquer com o vidro de
relógio e leve o conjunto à fervura, por 30 minutos: isso eliminará o gás
carbônico.
2. Após resfriamento, titule o conteúdo de ácido fosfórico da amostra de
refrigerante com solução
previamente padronizada de hidróxido de sódio, usando uma bureta de 25,00
mL. A titulação
será realizada por adição de hidróxido de sódio de 1,00 em 1,00 mL, até o
volume de
20,00 mL, com aferição simultânea do pH do sistema.
3. Com os pares de dados [volume (mL) da solução de base adicionada e pH],
trace
o gráfico da titulação potenciométrica com o volume na abscissa e pH na
ordenada. Tabule os dados e avalie o ponto de inflexão da curva, pelo método
das derivadas. Calcule o volume da solução titulante correspondente ao ponto
de equivalência da titulação (esse ponto é definido no local onde a 1ª derivada
atinge seu grau máximo, ou onde a 2ª derivada muda de sinal).
4. Calcular o teor de ácido fosfórico no refrigerante analisado, em mol L-1 e g L-1.
22

PRÁTICA 07

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO FOSFÓRICO EM BIOTÔNICO


FONTOURA POR TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

1. INTRODUÇÃO

A determinação de ácidos, como o ácido fosfórico, em amostras coloridas, pode


ser feita por meio de uma titulação ácido-base desde que o pH do titulado seja
medido com o auxílio de um pHmetro, não sendo necessário o uso de indicadores
visuais, cuja mudança de cor poderia ser de difícil percepção. Este tipo de titulação
é chamado de titulação potenciométrica e o pH (ou o potencial) do titulado é
medido a cada incremento de titulante adicionado. Nesse procedimento, a titulação
é finalizada quando o pH tiver variado significativamente, em relação ao pH inicial
e, o ponto final (PF) é determinado matematicamente com base na curva de
titulação, construída usando os dados experimentais. Um dos métodos bastante
utilizados para este fim é o emprego das curvas de 1ª ou 2ª derivada (da curva de
titulação) versus o volume de titulante. No caso do uso da 1ª derivada, o PF
coincide com o volume de titulante que corresponde ao ponto de máximo,
enquanto que, no uso da 2ª derivada, o PF corresponde ao volume em que a 2ª
derivada é igual a zero.

2. OBJETIVOS
Determinar o teor de ácido fosfórico em Biotônico Fontoura por meio de titulação
potenciométrica.

3. PROCEDIMENTOS
3.1 Calibração do eletrodo de vidro;
23

a. Ligue o pHmetro e a aguarde 10 minutos para estabilização;


b. Lave o eletrodo de vidro com água destilada e seque com papel absorvente;
c. Selecione o modo de calibração (cal);
d. Mergulhe o eletrodo na solução tampão pH 7,00 e aguarde a estabilização;
e. Lave o eletrodo de vidro com água destilada e seque com papel absorvente;
f. Mergulhe o eletrodo na solução tampão pH 4,01 e aguarde a estabilização;
g. Lave o eletrodo de vidro com água destilada e seque com papel absorvente.

3.2 Preparo da Amostra e montagem do sistema de titulação


1. Pipete 10,00 mL da amostra de Biotônico Fontoura para um béquer de 250
mL, contendo uma barrinha magnética, e adicione, aproximadamente, 175
mL de água destilada;
2. Coloque o béquer sobre o agitador magnético, monte o eletrodo de vidro de
modo a ficar próximo ao fundo do béquer, sem tocar na barrinha.
3. Verifique se a quantidade de água foi suficiente para cobrir a membrana de
junção líquida (ver figura ao lado) e, caso não tenha sido, adicione um
pouco mais de
água.

3.3 Titulação Potenciométrica

1. Meça o pH inicial e titule com a solução de NaOH padronizada (verificar a


concentração exata no seu rótulo). Meça o pH do titulado após cada incremento de
base, preenchendo a Tabela 1.
24

2. Ao terminar a titulação, lave o eletrodo e guarde-o no compartimento contendo


solução de KCl.
3. Relatório
a. Construa e mostre o gráfico pH versus volume de titulante;
b. Calcule a 1ª derivada para a curva obtida e construa um gráfico de dpH/dV
versus volume de titulante;
c. Calcule a 2ª derivada para a curva obtida, e construa um gráfico de
d2pH/dV2 versus volume de titulante;
d. Determine, graficamente, os pontos de equivalência para a titulação,
utilizando as curvas da 1ª e 2a derivadas;
e. Calcule a concentração de ácido fosfórico no Biotônico Fontoura, em mol L-1
e em mg L-1, para ambos os pontos de equivalência e determine qual deles
confere um valor mais exato (comparando com o valor esperado – rótulo do
frasco de medicamento Biotônico Fontoura);
f. Indique o erro relativo para a concentração obtida em “d” e comente se houve
diferença significativa entre os cálculos dos pontos de equivalência, usando as
1a e 2a derivadas.
g. Conclusões.
25

PRÁTICA 08
CONDUTIMETRIA DIRETA:
MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE EM AMOSTRAS DE ÁGUAS E
DETERMINAÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO EM SORO FISIOLÓGICO

1. FUNDAMENTOS

As análises condutimétricas envolvem medidas da capacidade da solução do


analito em conduzir a corrente elétrica. As análises quantitativas com base na
obtenção da condutância de soluções podem ser realizadas por medidas diretas ou
relativas (titulações). A primeira consiste na determinação da concentração de uma
solução eletrolítica através de uma única medida de condutância por amostra. Já a
titulação condutimétrica baseia-se em uma série de medidas de condutividade de uma
mesma solução em função do volume de um titulante adicionado.
A medida direta da condutância é de aplicação limitada em virtude do caráter
não seletivo desta propriedade, já que é proporcional ao número de íons totais
presentes na solução. Desta forma, quando se utiliza medidas diretas de condutância
para quantificação, assume-se que o analito medido é a única espécie que possui a
capacidade de conduzir eletricidade na solução. Se, na solução, existirem outras
26

espécies químicas capazes de conduzir corrente elétrica, não se poderá associar a


concentração do analito com as medidas de condutância.

2. OBJETIVOS

● Aprender calibrar e manusear um condutivímetro;

● Aprender realizar medidas diretas de condutância a partir de soluções de espécies


químicas capazes de conduzir corrente elétrica;
● Aprender construir uma curva de calibração a partir de medidas diretas de
condutância de soluções padrão de um analito;
● Determinar a concentração de cloreto de sódio em uma amostra de soro
fisiológico, usando condutimetria direta.

3. MATERIAIS

✔ Condutivímetro de bancada (Tecnal);

✔ Cela de condutância (K=1 a Ω = 146,7 μS cm-1);

✔ Solução padrão de KCl 0,1000 mol L-1;

✔ Béqueres;

✔ Amostras (água ultrapura, água desionizada, água destilada, água de torneira,


água mineral, água de rio);
✔ Balões volumétricos de 25,00 mL;

✔ Solução estoque de cloreto de sódio 20 % (m/v).

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: MANUSEIO DO CONDUTIVÍMETRO

Obtenha informações de como operar o condutivímetro (consultar o manual ou o


professor). Procure saber: como ligá-lo, como calibrá-lo, como realizar as medidas de
condutância, quais são os cuidados no seu manuseio, os cuidados com a célula de
condutância, etc.

PARTE B: MEDIDAS DIRETAS DAS CONDUTÂNCIAS DAS AMOSTRAS

1. Após calibrar o equipamento com a solução padrão de KCl 0,1000 mol L -1, lave
eletrodo com água deionizada. Coloque as amostras em um béquer e garanta que
os eletrodos de platina estejam completamente submersos na solução;
27

2. Realize as medidas de condutância das amostras e anote na Tabela 1. Verifique a


necessidade de diluir as amostras para realizar as leituras.

Tabela 1 – Medidas de condutância para algumas amostras


Amostra Descrição Condutância (μS cm-1)

1 Água ultrapura

2 Água deionizada

3 Água destilada

4 Água de torneira

5 Água mineral

6 Água de rio

7 Água de mar

8 Refrigerante

9 Vinagre

PARTE C: DETERMINAÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO EM SORO FISIOLÓGICO

Neste caso, estamos considerando que há apenas uma substância eletroativa (o


NaCl) na amostra e que, portanto, o sinal analítico está diretamente relacionado com
sua concentração.

1. Prepare as soluções padrão de NaCl para a construção da curva de calibração


pela diluição da solução estoque (20%, m/v) em balões volumétricos de 25,00 mL.
As concentrações finais das soluções padrão devem ser 0; 0,25; 0,50; 0,75; 0,95;
1,20 e 1,50% (m/v);
2. Calibre o condutivímetro e obtenha as condutâncias de cada solução padrão de
NaCl;
3. Usando regressão por mínimos quadrados, ajuste uma função linear aos pontos
do gráfico “concentração versus condutância”;
4. Obtenha os valores da condutividade para as soluções de soro fisiológico de ̴
0,9% (m/v) de NaCl, fazendo-se medidas das mesmas com o condutivímetro.
Realize as medidas em triplicata;
28

5. Calcule a concentração de NaCl nas amostras, usando a equação de calibração.


Calcule a média e o desvio padrão das concentrações em cada amostra.

Para responder no relatório:

● Qual a utilidade das medidas diretas de condutividade?

● Quando é possível utilizar a condutimetria direta na quantificação de um analito


presente em uma determinada amostra?
29

PRÁTICA 09
TITULAÇÕES CONDUTIMÉTRICAS
DE NEUTRALIZAÇÃO

1. OBJETIVOS

● Aprender realizar titulações condutimétricas para determinação do teor de uma


substância em uma amostra;
● Aprender fazer gráficos de titulação condutimétrica para localização do ponto
final, usando uma planilha eletrônica;
● Determinar a concentração de uma solução de ácido clorídrico, usando
titulação condutimétrica de neutralização;
● Determinar a quantidade de ácido acetilsalicílico em comprimidos de um
fármaco, usando titulação condutimétrica de neutralização.

2. MATERIAIS

✔ Condutivímetro de bancada (Tecnal);

✔ Cela de condutância (K=1 a Ω = 146,7 μS cm-1);

✔ Solução padrão de KCl 0,1000 mol L-1;

✔ Agitador magnético e baqueta;

✔ Bureta de 25,00 mL

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béquer de 250 mL;


30

✔ Solução padrão de NaOH aproximadamente 0,1 mol L-1;

✔ Solução de ácido clorídrico a ser padronizada (aproximadamente 0,01 mol L-1);

✔ Comprimidos de aspirina (500 mg).

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: TITULAÇÃO CONDUTIMÉTRICA DE HCl COM NaOH

1. Inicialmente, calibre a célula de condutividade com solução padrão de KCl 0,1000


mol L-1;
2. Monte um sistema semelhante à Figura 1 da prática 05, substituindo o eletrodo
combinado para medida de pH pela célula de condutância;
3. Transfira 50,00 mL da solução da amostra de ácido clorídrico para um béquer de
250 mL e dilua com 150 mL de água deionizada. Agite para homogeneizar a
solução e ponha-a sobre o agitador;
4. Mergulhe a baqueta magnética dentro da solução e ligue o agitador magnético;
5. Mergulhe a célula de condutividade na solução de tal forma que não haja perigo
de a baqueta magnética colidir com ela e quebrá-la. Certifique-se que seu orifício
lateral esteja abaixo da superfície livre do líquido. Espere um pouco, leia a
condutância e anote-a em uma tabela;
6. Titule a solução de HCl com NaOH, adicionando-se incrementos de 0,50 mL do
titulante até perto de 4,00 mL. Após este volume, acrescente incrementos de 0,20
mL até o ponto final. Após o ponto final, volte a adicionar incrementos de 0,50 mL.
Anote os valores de condutância após os incrementos;
7. Terminada a titulação, lave a célula de condutância com água e repita a titulação
procedendo da mesma forma.
8. Faça o gráfico volume do titulante adicionado versus condutância, localize o ponto
final da titulação e calcule a concentração do ácido titulado.

PARTE B: TITULAÇÃO CONDUTIMÉTRICA DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO EM


FÁRMACO

1. Meça a massa de um comprimido de aspirina e anote. Usando-se gral e pistilo,


triture o comprimido de aspirina e pese em um béquer de 250 mL. Anote a massa
do comprimido pulverizado transferido para o béquer;
2. Adicione, ao béquer com a amostra, água deionizada e aqueça ligeiramente para
ajudar a dissolver a amostra. Posteriormente, esfrie a solução e transfira-a para
um balão volumétrico de 250,00 mL. Agite o balão para homogeneizar;
3. Monte o sistema de titulação, transfira 100,00 mL da solução para a célula de
titulação e junte 50 mL de água deionizada;
4. As determinações são efetuadas em triplicata, por isso, repita a titulação com
mais duas porções da amostra;
31

5. Localize o volume do titulante correspondente ao ponto final e calcule a


quantidade, em mg, de ácido acetilsalicílico no comprimido. Não se esqueça de
que a massa do comprimido não foi completamente transferida para a solução
titulada.

Para responder no relatório:

● Explique o porquê do comportamento da curva de titulação condutimétrica


antes do ponto final, no ponto final e após o ponto final. Quais são os íons
presentes em cada um destes momentos?
● Por que, no ponto final de uma titulação condutimétrica, a condutividade não é
nula?

AULA PRÁTICA 10

OBTENÇÃO DE ESPECTROS DE ABSORÇÃO DE ÍONS INORGÂNICOS E


DE UM COMPLEXO DE TRANSFERÊNCIA DE CARGAS

1. OBJETIVOS

● Aprender manusear um espectrofotômetro para obter medidas de transmitância


e absorbância;
● Construir espectros de absorção na região do visível, usando planilhas
eletrônicas e medidas de absorbância em diferentes comprimentos de onda;
● Obter os espectros de absorção de um íon metálico (Co 2+), um ânion inorgânico
(MnO4-) e um complexo de transferência de carga (complexo iodo/amido)

2. MATERIAIS

✔ Espectrofotômetro;
32

✔ Cubetas;

✔ Béqueres;

✔ Balões volumétricos;

✔ Pipeta volumétrica de 1,00 mL;

✔ Pipetador de borracha;

✔ Solução de Co(NO3)2 0,100 mol L-1;

✔ Solução de KMnO4 0,010 mol L-1;

✔ Solução de amido 1% (m/v);

✔ Solução de iodo 0,05 mL L-1.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: MANUSEIO DO ESPECTROFOTÔMETRO

Obtenha informações de como operar o espectrofotômetro (consultar o manual ou o


professor). Procure saber: como ligá-lo, como mudar o comprimento de onda de
leitura, como zerá-lo, como mudar o modo de medida (transmitância ou absorbância),
quais são os cuidados no seu manuseio, os cuidados com a cubeta, etc.

PARTE B: OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO COBALTO (II)

1. Coloque o espectrofotômetro para leitura em 400 nm e a forma de leitura para


transmitância;
2. Coloque água destilada na cubeta (será o branco) e ajuste o equipamento para
100% de transmitância, que corresponde a 0% de absorbância;
3. Coloque, em outra cubeta, a solução de Co(II) e substitua a solução do branco.
Anote seu valor de absorbância;
4. Retorne a cubeta com o branco e ajuste o equipamento para o próximo
comprimento de onda lembrando-se sempre de ajustá-lo em 100% de T e 0% de
A;
5. Substitua novamente a cubeta com o branco pela cubeta com a solução do Co(II)
e anote o valor da absorbância;
6. Repita este procedimento, alterando os valores de comprimento de onda em
intervalos de 10 nm até se alcançar 650 nm;
7. Utilizando uma planilha eletrônica (Ex: Excel), construa o espectro de absorção do
íon metálico Co(II) e identifique em qual comprimento de onda ocorre o máximo
de absorção para esta espécie.

Para discutir no relatório:


● Quais são as informações que se podem obter a partir do espectro de
absorção de uma espécie química?
33

● Qual o comprimento de onda em que ocorre o máximo de absorção para o


cobalto(II)? Compare o resultado com o descrito na literatura.
● Por que é necessário calibrar o instrumento a cada mudança de comprimento
de onda?
● Os íons dos 18 elementos das duas primeiras séries do bloco d tendem a
absorver radiação visível em pelo menos um (se não em todos) de seus
estados de oxidação. Explique por que esta absorção ocorre. Por que os
espectros desses íons se caracterizam como bandas de absorção?
● Como se caracterizam os espectros de absorção dos íons lantanídeos e
actinídeos em comparação com os elementos do bloco d? Explique o porquê
deste perfil de absorção.

PARTE C: OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO PERMANGANATO

1. Dilua, em balão volumétrico, a solução de permanganato de potássio na razão de


1:50, usando água destilada;
2. Para a obtenção do espectro do permanganato, realize o mesmo procedimento
descrito para obtenção do espectro do Co(II).

Para discutir no relatório:


● Explique o motivo pelo qual, embora a solução do permanganato fosse menos
concentrada que a solução do Co(II) houve a necessidade de diluí-la.
● Explique o que é a absortividade molar de uma substância.

● Qual o comprimento de onda em que ocorre o máximo de absorção para o


permanganato? Compare o resultado com o descrito na literatura.
PARTE D: OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO COMPLEXO
AMIDO/IODO

1. Em uma proveta, adicione 1 gota da solução de iodo em cerca de 2 mL da


solução de amido. Agite para homogeneizar. Observe o desenvolvimento da
coloração azul intensa;
2. Dilua a solução do complexo para 10 mL usando água destilada;
3. Para a obtenção do espectro do complexo iodo/amido, realize o mesmo
procedimento descrito para obtenção do espectro do Co(II). O branco deve se
constituir na solução de amido (sem a adição do iodo) diluída dez vezes.

Para discutir no relatório:


● Explique o que é um complexo de transferência de carga. Por que os métodos
analíticos espectrofotométricos com base na formação desses complexos são
altamente sensíveis?
● Qual o comprimento de onda em que ocorre o máximo de absorção para o
complexo iodo/amido? Compare o resultado com o descrito na literatura.
34

AULA PRÁTICA 11
VERIFICAÇÃO DA LEI DE BEER PARA O ÍON PERMANGANATO EM
SOLUÇÃO AQUOSA E DETERMINAÇÃO DE SUA
ABSORTIVIDADE MOLAR

A = abc

1. OBJETIVOS

● Aplicar a Lei de Beer na determinação da constante de absortividade do íon


permanganato;
● Verificar, através da construção de gráficos, as relações entre: a concentração e
a transmitância e entre a concentração e a absorbância.

2. MATERIAIS

✔ Espectrofotômetro;

✔ Cubetas de vidro;

✔ Balões de 50,00 mL;

✔ Pipetas volumétricas;

✔ Pipetas graduadas;

✔ Pipetador de borracha;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Solução de KMnO4 0,2500 g L-1.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: PREPARO DAS SOLUÇÕES PADRÃO DE KMnO4


35

1. A partir de uma solução padrão estoque de KMnO 4 0,2500 g L-1, prepare sete
soluções padrão em balões volumétricos de 50,00 mL, pipetando alíquotas de
1,00; 3,00; 5,00; 7,00; 8,00; 10,00 e 12,00 mL.
2. Complete o volume com água destilada, calcule as concentrações dessas
soluções e identifique os balões volumétricos.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DA ABSORTIVIDADE MOLAR DO PERMANGANATO

1. Pegue uma das soluções padrão preparados na parte A e meça a absorbância,


usando o comprimento de onda de máxima absorção (Ver prática 1);
2. Transforme a concentração da solução (g L -1) em mol L-1 e utilize a equação A =
εbc para o cálculo da constante de absortividade molar do permanganato;
3. Repita o procedimento com outras soluções e calcule a média e o desvio padrão
dos resultados.

Para discutir no relatório:


● Procure a absortividade molar do permanganato na literatura e compare com o
valor calculado. O valor encontrado é exatamente igual ao que está na
literatura?
● Quais são os fatores que poderiam contribuir para que o valor obtido não seja
exatamente igual ao registrado nos manuais?

PARTE C: CONSTRUÇÃO DOS GRÁFICOS: CONCENTRAÇÃO X TRANSMITÂNCIA


E CONCENTRAÇÃO X ABSORBÂNCIA

1. Obtenha as medidas de transmitância e absorbância para as sete soluções


padrão feitas na parte 1. Anote na Tabela abaixo;
2. Construa os seguintes gráficos transmitância versus concentração e absorbância
versus concentração, usando uma planilha eletrônica (Ex: Excel);
3. Ajuste uma função linear aos pontos do gráfico concentração versus absorbância
e obtenha o valor de R2;
4. Determine a concentração da solução de permanganato oferecida pelo professor,
usando a equação de calibração obtida em 3.

Para discutir no relatório:


● Qual o tipo de relação matemática (linear, exponencial,...) há entre a
concentração e a transmitância e entre a concentração e a absorbância?
● O que aconteceria se a concentração do permanganato fosse fixada em um
determinado valor e o comprimento do caminho óptico fosse modificado?
● O que representa o coeficiente angular do gráfico “concentração versus
absorbância”?

Tabela 1 – Valores de transmitância e absorbância obtidos das medidas das soluções


padrão
36

Padrão Concentração Transmitância Absorbância

(g L-1)

7
37

AULA PRÁTICA 12

DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE FERRO

1. OBJETIVOS
● Aprender construir uma curva de calibração, usando dados
espectrofotométricos e regressão linear;
● Determinar o teor de ferro em uma amostra, utilizando um método
espectrofotométrico.

2. MATERIAIS
✔ Espectrofotômetro;

✔ Cubetas de vidro;

✔ Balões volumétricos de 50,00 mL;

✔ Pipetas volumétricas;

✔ Pipetas graduadas;

✔ Pipetador de borracha;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Solução de ferro 50 mg L-1 obtida a partir de FeSO4(NH4)2SO4.6H2O;

✔ Solução aquosa de ortofenantrolina 0,1% (m/v);

✔ Solução de cloridrato de hidroxilamina 10% (m/v);

✔ Solução de acetato de sódio 2 mol L-1;


38

✔ Ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado (aproximadamente 18 mol L-1);

✔ Amostras fornecidas pelo professor.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: PREPARO DA SOLUÇÃO ESTOQUE DE FERRO 50 mg L-1

1. Dissolver 0,351 g de sulfato ferroso amoniacal (FeSO 4(NH4)2SO4.6H2O) em 50 mL


de água destilada contendo 1 mL de ácido sulfúrico concentrado e completar o
volume para 1000 mL;

PARTE B: PREPARO DAS SOLUÇÕES PADRÃO E BRANCO

1. Em seis balões volumétricos de 50,00 m, transferir, com auxílio de pipetas


volumétricas, alíquotas de 1,00; 2,00; 3,00; 4,00 e 5,00 mL da solução estoque
contendo 50 mg L-1 de ferro. O sexto balão não deve receber solução padrão (será
o branco);

Adicione, em cada um dos balões volumétricos, pela ordem, os seguintes reagentes:

2. 2,50 mL da solução de cloridrato de hidroxilamina 10% (m/v). Agite o balão


volumétrico por alguns segundos e deixe em repouso por 10 minutos;
3. 5,00 mL da solução de ortofenantrolina 0,1% (m/v);
4. 3,00 mL de acetato de sódio 2 mol L-1;
5. Completar os balões volumétricos com água destilada.
6. Homogeneize a solução e espere, no mínimo, 30 minutos antes de se efetuar as
medidas de absorbância no espectrofotômetro;
7. Obtenha as medidas de absorbância no comprimento de onda 508 nm.

Para discutir no relatório:


● Qual as funções dos reagentes cloridrato de hidroxilamina, acetato de sódio e
ortofenantrolina neste procedimento?
● Por que, depois de se adicionar o cloridrato de hidroxilamina, deve-se esperar
por dez minutos antes de prosseguir com a reação?
● Apresente a equação da reação química de desenvolvimento de cor que
caracteriza este experimento.
● Qual a função da solução do branco neste experimento?
39

PARTE C: PREPARO DAS SOLUÇÕES DAS AMOSTRAS

1. Receba as soluções das amostras fornecidas pelo professor;


2. Usando pipetas volumétricas, pipete 25,00 mL da amostra para balões
volumétricos de 50,00 mL. Anote o fator de diluição;
3. Siga os procedimentos descritos a partir do ponto 2 da parte B para o
desenvolvimento da reação colorimétrica na solução da amostra;
4. Anotar as absorbâncias das amostras para posterior cálculo das concentrações.

Para discutir no relatório:


● Por que é importante conhecer o fator de diluição da amostra? Como este fator
é calculado?

PARTE D: CONSTUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA


CONCENTRAÇÃO DE FERRO NAS AMOSTRAS

1. Usando uma planilha eletrônica, ajuste uma função linear aos dados obtidos das
leituras das absorbâncias das soluções padrão de Fe e obtenha a curva de
calibração, a função que a descreve e o valor de R2;
2. Usando a equação de calibração, calcule as concentrações de Fe nas amostras.
Não se esqueça do fator de diluição;
3. Apresente, também, a média e o desvio padrão das concentrações obtidas de
análises replicadas das amostras recebidas.

Para discutir no relatório:


● Discuta os resultados obtidos em termos de precisão das medidas realizadas,
valor de R2 obtido, exatidão (este último, se o valor verdadeiro da concentração for
conhecido).

Tabela 1 – Dados das medidas espectrofotométricas para determinação de Fe usando


o método da ortofenantrolina

Solução Concentração Absorbância

Branco

Padrão 1

Padrão 2

Padrão 3

Padrão 4
40

Padrão 5

Amostra R1 ?

Amostra R2 ?

Amostra R3 ?
41

AULA PRÁTICA 13
DETERMINAÇÃO DE COBRE POR TITULAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA
COM EDTA

1. OBJETIVOS
● Aprender aplicar a técnica de titulação espectrofotométrica;

● Determinar a concentração de cobre em uma solução da amostra pela titulação


espectrofotométrica com o ácido etileno diamino tetracético (EDTA).

2. MATERIAIS
✔ Espectrofotômetro;

✔ Cubetas de vidro;

✔ Pipetas volumétricas de 10,00 mL;

✔ Bureta de 10,00 mL;

✔ Pipetador de borracha;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Agitador magnético

✔ Solução de Cu(II) aproximadamente 0,04 mol L-1;

✔ Solução padrão de EDTA 0,1000 mol L-1;

✔ Solução tampão acetato pH = 4,0 (misturar 568,8 mL de ácido acético 1 mol L-1
com 100 mL de NaOH a 1 mol L-1 e diluir para 1000 mL com água destilada).

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
42

PARTE A: REALIZAÇÃO DA TITULAÇÃO

1. Transfira 10,00 mL da solução de Cu(II) para um béquer de 150 mL e adicione


40,00 mL de solução tampão de pH = 4,0;
2. Ajuste o seletor de comprimento de onda em 680 nm. Acertar o zero do
instrumento;
3. Encha a cubeta com a solução amostra e ajuste a absorbância em zero. Retorne
o conteúdo da cubeta ao béquer original;
4. Realize a titulação, adicionando o titulante através de uma bureta de 10,00 mL,
agitando magneticamente. Inicialmente, realize incrementos do titulante de 0,50
mL. Após cada adição do titulante, agite e retire uma pequena poção da solução
que está sendo titulada, encha a cubeta e meça a absorvância. Retorne com a
solução ao béquer original após a medida;
5. Quando as medidas de absorbância não mostrarem mais aumento considerável,
pare a titulação.

PARTE B: TRATAMENTO DOS DADOS

1. Todos os valores de absorbância obtidos, devido ao efeito de diluição, deverão


ser corrigidas multiplicando-se cada valor por (50+V)/50, onde V é o volume da
solução de EDTA adicionado;
2. Construa o gráfico “absorbância versus volume de EDTA adicionado” e determine
o ponto final da titulação;
3. Calcule a concentração de íons cúpricos na amostra.

Para discutir no relatório:


● Quais são os requisitos para que se possa realizar uma titulação fotométrica?

● Apresente perfis de curvas de titulações fotométricas típicas comentando os


valores de εA (absortividade molar do analito), εP (absortividade molar do
produto) e εT (absortividade molar do titulante) em cada caso.
● Em qual perfil a curva de titulação do cobre com EDTA obtida nesta prática se
enquadra? OBS: Como a absorbância da solução inicial do cobre foi zerada,
considere a εA = 0.
43

AULA PRÁTICA 14

DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA DE CAFEÍNA E ASPIRINA EM


MEDICAMENTO COM BASE NA PROPRIEDADE ADITIVA DAS
ABSORBÂNCIAS DOS COMPONENTES DE UMA MISTURA

1. OBJETIVOS

● Aplicar a propriedade aditiva entre absorbâncias de componentes de uma mistura

na determinação simultânea do teor de cafeína e ácido acetilsalicílico (aspirina)


em comprimidos comerciais.

2. MATERIAIS

✔ Espectrofotômetro que forneça varredura na região do ultravioleta (entre 200 e

350 nm);

✔ Cubetas de quartzo;

✔ Béqueres;

✔ Banho Maria;

✔ Balão volumétrico de 200,00 mL;

✔ Gral e pistilo;
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✔ Solução de NaOH 4 mol L-1;

✔ Fármaco que contenha aspirina e cafeína (Ex: Cafiaspirina);

✔ Solução padrão de cafeína 1 mol mL-1;

✔ Solução padrão de aspirina 5 mmol mL-1.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: PREPARO DOS PADRÕES DA ASPIRINA E DA CAFEÍNA

Cafeína 1 mmol mL-1: Dissolva, em um béquer, 38,8 mg de cafeína em 50 mL de


etanol, adicione 10 gotas de NaOH 4 mol L -1. Cubra com vidro relógio e aqueça por 15
minutos em banho-maria. Uma vez esfriada a solução, transfira para um balão
volumétrico de 200,00 mL e complete até a marca com água deionizada.

Ácido acetilsalicílico 5 mmol mL-1: Dissolva, em um béquer, 180 mg de ácido


acetilsalicílico em 50 mL de etanol, adicione 10 gotas de NaOH 4 mol/L. Cubra com
vidro relógio e aqueça por 15 min em banho-maria. Uma vez esfriada a solução,
transfira para um balão volumétrico de 200,00 mL e complete até a marca com água
deionizada.

PARTE B: OBTENÇÃO DOS ESPECTROS DA CAFEÍNA E DA ASPIRINA

1. Dilua as soluções padrão de cafeína e aspirina obtidas na parte A deste roteiro


para 0,1 mmol L-1;
2. Obtenha os espectros de absorção da solução de cafeína e da solução de
aspirina, realizando uma varredura entre os comprimentos de onda de 200 a 350
nm. Os espectros serão semelhantes aos mostrados nas figuras 1 e 2.
3. Calcule as absortividades molares dessas substâncias nos comprimentos de onda
de 210 e 230 nm.

PARTE C: PREPARO DAS AMOSTRAS DE COMPRIMIDOS


1. Obtenha a massa de 1 comprimido do fármaco analisado;
2. Usando gral e pistilo, triture o comprimido do fármaco a ser analisado. Meça
aproximadamente 0,7 g do comprimido, em um béquer. Anote a fração do
comprimido tomada;
3. Adicione à amostra, 25 mL de etanol e 10 gotas de NaOH 4 mol L -1, aqueça em
banho-maria por 15 minutos com o béquer coberto com vidro relógio. Após a
45

solução ser esfriada, faça a transferência quantitativa para um balão volumétrico


de 250,00 mL e complete até a marca com água deionizada;
4. Prepare um branco com os mesmos reagentes e diluições.

PARTE D: DETERMINAÇÃO DOS TEORES DA CAFEÍNA E DA ASPIRINA NA


AMOSTRA

1. Transfira 0,30 mL da solução preparada na parte C para um balão volumétrico de


200,00 mL, diluindo com água destilada até a marca do balão. Anote o fator de
diluição;
2. Obtenha o espectro de absorção da solução diluída da amostra entre 200 e 350
nm;
3. Anote a absorbância da solução da amostra em 210 e 230 nm;
4. Com base nos sistemas de equações abaixo, calcule os teores de cafeína e
aspirina nos comprimidos:

A210 =ε caf 210 b C caf + ε asp 210 b C asp

A230 =ε caf 230 b C caf + ε asp 230 b C asp

Onde: A é a absorbância, ε é a absortividade molar, b é o comprimento do caminho


óptico em cm e Ccaf e Casp é a concentração da cafeína e da aspirina, respectivamente.

Dados:

Tabela 1. Absortividades molares (L mol-1 cm-1) para cafeína e para aspirina em dois
comprimentos de onda
Comprimento de onda: 210 nm 230 nm

Cafeína

Aspirina

Massas molares: Cafeína: 194,19 g mol-1; Aspirina: 180,16 g mol-1.


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Figura 1 - Espectro de absorção da Figura 2 - Espectro de absorção da


cafeína no UV após tratamento comAULA
NaOH PRÁTICA aspirina
15 no UV após tratamento com
DIGESTÃO DE AMOSTRA VEGETAL E DETERMINAÇÃO NaOH DE
MANGANÊS POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO
ATÔMICA COM CHAMA (FAAS)

1. OBJETIVOS

● Aprender manusear um espectrômetro de absorção atômica com chama;

● Aplicar um método de digestão por via úmida no preparo de solução de uma


amostra para análise química quantitativa;
● Determinar manganês em uma amostra de folhas de vegetais, utilizando o método
de calibração por padronização externa;
● Representar adequadamente a concentração de uma amostra sólida.

2. MATERIAIS
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✔ Placa de aquecimento;

✔ Espectrômetro de absorção atômica com chama;

✔ Balões volumétricos de 10,00 mL;

✔ Micropipetas e ponteiras;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Solução padrão de Mn 10 μg mL-1;

✔ HNO3 concentrado (aproximadamente 14 mol L-1);

✔ Peróxido de hidrogênio a 30% (m/m);

✔ Amostras de folhas vegetais.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PARTE A: DIGESTÃO DAS AMOSTRAS

1. Meça cerca de 0,2 g da amostra em um béquer seco, usando balança analítica.


Anote a massa com as quatro casas decimais;

2. Adicione 2 mL de ácido nítrico 14 mol L-1 e 3 mL de H2O2 30% (m/m). Deixe em


repouso por 15 minutos;

3. Aqueça, em placa de aquecimento, até quase secura. Use a capela. Tome cuidado
de não deixar a solução secar. Se for necessário, adicione água desionizada;

4. Deixe o digerido esfriar. Se houver partículas, filtre o digerido e o transfira para um


balão volumétrico de 10,00 mL. Complete a marca do balão com água desionizada;

5. Se não for fazer a leitura imediatamente, não armazene o digerido no balão


volumétrico. Transfira-o para um recipiente de polietileno com tampa e guarde-o na
geladeira.

PARTE B: CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DO


MANGANÊS POR FAAS

1. Faça soluções padrão de Mn nas concentrações de 0; 0,1; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L -1
em meio ácido. Veja os cálculos com o professor;

2. Meça a absorbância do branco (dez vezes), dos padrões de calibração e das


amostras no espectrômetro de absorção atômica, usando uma chama ar/acetileno.
Anote parâmetros como: comprimento de onda utilizado para determinação do Mn,
largura da fenda, corrente da lâmpada, fluxo dos gases, etc.
48

3. Construa a curva analítica, usando uma planilha eletrônica (Ex: Excel) e, através da
equação de calibração obtida, encontre as concentrações de manganês nas
amostras;

4. De posse da sensibilidade (inclinação da curva de calibração, a) calcule o limite de


detecção (LD) e o limite de quantificação (LQ) para o Mn por esta técnica, usando a
equação LD = 3σ/a e LQ = 10σ/a, em que a é o coeficiente angular da curva (y = ax
+ b).

Para discutir no relatório:


● Quais são as características de um bom digerido para se realizar análise
elementar?
● Como se calcula a concentração de uma analito em uma amostra sólida a partir
da sua concentração na solução?
● Como se caracteriza o método de calibração por padronização externa e quando
se recomenda sua utilização?
● Discorra sobre as vantagens e desvantagens do método de calibração por padrão
externo.
● O analito (Mn) pode ser quantificado por esta técnica? Por quê?
49

AULA PRÁTICA 16
DETERMINAÇÃO DE COBRE EM CACHAÇA POR FAAS USANDO O
MÉTODO DA ADIÇÃO PADRÃO

1. OBJETIVOS

● Aprender aplicar a técnica de calibração por adição padrão em análise química


quantitativa;
● Determinar cobre em amostras de cachaça por espectrometria de absorção
atômica com chama, usando calibração por adição padrão.

2. MATERIAIS

✔ Espectrômetro de absorção atômica com chama;

✔ Balões volumétricos de 10,00 mL;

✔ Micropipetas e ponteiras;

✔ Pipeta volumétrica de 2,00 mL;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Solução padrão de Cu 20 μg mL-1;

✔ HNO3 concentrado (aproximadamente 14 mol L-1);

✔ Amostras de cachaça.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
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PARTE A: PREPARO DAS SOLUÇÕES

1. Transfira 2,00 mL da amostra de cachaça para cada um dos balões volumétricos


usados para construção da curva analítica;
2. Utilize as alíquotas da solução padrão de cobre, que devem ser adicionadas aos
balões volumétricos, para que se tenha as concentrações finais apresentadas na
Tabela 1.

Tabela 1 – Preparo dos padrões da curva de calibração, em balões volumétricos de


10,00 mL, para determinação de cobre pelo método da adição padrão.

Balão Concentração Volume da amostra Volume do padrão 20


(mg L-1) (mL) mg L-1

01 0 2,00 0,00

02 0,2 2,00 0,10

03 0,4 2,00 0,20

04 0,6 2,00 0,30

05 0,8 2,00 0,40

06 1,0 2,00 0,50

3. Complete o volume dos balões volumétricos com água destilada;

4. Faça a determinação de cobre nas soluções, usando um espectrômetro de


absorção atômica com chama (FAAS). Leve as soluções para análise no
espectrômetro de absorção atômica com chama, usando uma chama de
ar/acetileno. Anote parâmetros como comprimento de onda, largura da fenda,
corrente da lâmpada, etc.

PARTE B: CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE


COBRE NA AMOSTRA

1. Construa o gráfico: concentração de cobre adicionado versus absorbância (curva


analítica) e obtenha a equação de calibração (y = ax + b);
2. Calcule a concentração de cobre na solução diluída da amostra, igualando y a
zero e encontrando o valor de x;
3. Calcule a concentração de cobre na amostra, multiplicando a concentração
encontrada pelo fator de diluição.

Para discutir no relatório:


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● Como o método de calibração por adição padrão é realizado e quando se


recomenda sua utilização?
● Discorra sobre as vantagens e desvantagens do método de calibração por adição
padrão.
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PRÁTICA 17
DETERMINAÇÃO DE Zn EM VINAGRE POR FAAS PELO MÉTODO
DE CALIBRAÇÃO POR PADRÃO INTERNO

1. OBJETIVOS

● Aprender aplicar a técnica de calibração por padrão interno em análise química


quantitativa;
● Determinar zinco em amostras de vinagre por espectrometria de absorção
atômica com chama, usando padronização interna com cobalto.

2. MATERIAIS

✔ Espectrômetro de absorção atômica com chama;

✔ Balões volumétricos de 10,00 mL;

✔ Micropipetas e ponteiras;

✔ Pipetas volumétrica de 5,00 mL;

✔ Pissete com água destilada;

✔ Béqueres;

✔ Solução padrão de Zn(II) 10 μg mL-1;

✔ Solução padrão de Co(II) 10 μg mL-1;

✔ HNO3 concentrado (aproximadamente 14 mol L-1);

✔ Amostras de vinagre.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
53

PARTE A: PREPARO DAS SOLUÇÕES PADRÃO

1. Preparar, em balões volumétricos de 10,00 mL, as soluções padrão para a curva


de calibração pela diluição das soluções estoques de zinco (analito) e do padrão
interno (cobalto). Siga as informações apresentadas na Tabela 1 para o preparo
das soluções;
2. Após adição, dos volumes correspondentes do padrão do analito e do padrão
interno, adicione 0,5 mL de HNO3 concentrado antes de completar o volume do
balão volumétrico com água destilada.

Tabela 1 – Preparo dos padrões da curva de calibração, em balões volumétricos de


10,00 mL, para determinação de Zn usando cobalto como padrão interno.

Balão Solução de Zn (10 mg L-1) Solução de Co (10 mg L-1)

Volume Concentração final Volume (mL) Concentração final


(μL) (mg L-1) (mg L-1)

P1 0 0 0,50 0,50

P2 50 0,05 0,50 0,50

P3 100 0,10 0,50 0,50

P4 150 0,15 0,50 0,50

P5 200 0,20 0,50 0,50

P6 300 0,30 0,50 0,50

P7 500 0,50 0,50 0,50

PARTE A: PREPARO DAS SOLUÇÕES DAS AMOSTRAS DE VINAGRE

1. Transfira, para balões volumétricos de 10,00 mL, cinco mililitros das amostras de
vinagre. Prepare cada amostra em triplicata. Anote o fator de diluição;
2. Adicione, em cada amostra, 0,50 mL da solução do padrão interno (cobalto) e
0,50 mL de HNO3 concentrado;
3. Leve as soluções padrão e as soluções das amostras para análise no
espectrômetro de absorção atômica com chama, usando uma chama de
ar/acetileno. Anote parâmetros como comprimento de onda, largura da fenda,
corrente da lâmpada, etc;
4. Anote as absorbâncias para o zinco e para o cobalto na Tabela 2;
5. Divida as absorbâncias do zinco pelas do cobalto e construa a curva de calibração
(Abs Zn/Abs Co) versus a concentração do Zn;
6. Calcule as concentrações de zinco nas amostras, usando as razões (Abs Zn/Abs
Co) das amostras na equação de calibração obtida.
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Tabela 2 – Absorbâncias para o zinco e para o cobalto obtidas das leituras de padrões
(P) e amostras (A) no espectrômetro de absorção atômica com chama e
resultados da divisão dessas absorbâncias.

Balão Abs do Zn Abs do Co Abs Zn/Abs Co

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

A1

A2

A3
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Para discutir no relatório:


● Quais são os requisitos para que uma substância possa ser utilizada como padrão
interno?
● Por que a concentração do padrão interno nas amostras e padrões é constante?

● Explique como a padronização interna consegue corrigir a variação de sinal


devido ao efeito de matriz.
● Explique a importância da adição de HNO 3 principalmente nas soluções das
amostras.
● Discorra sobre as vantagens e desvantagens do método de calibração por
padronização intena.
56

REFERÊNCIAS

1. BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S. Química analítica
quantitativa elementar, 3ª edição, Editora Blucher, 2001.
2. CHRISTIAN, G.D., Analytical Chemistry, John William & Sons, 6th ed., 2003.
3. HAGE, D.S.; CARR, J.D., Química analítica e análise quantitativa, Ed. Pearson,
2012
4. HARRIS, D., Análise Química Quantitativa, Edição LTC., 5ª Edição, Rio de Janeiro,
2001.
5. MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. Voguel: Análise
química quantitativa, 6ª edição, LTC, 2012.
6. SKOOG, D. A., HOLLER, F. J. e NIEMAN, T. A., Princípios de Análise Instrumental,
Editora Artmed, 5ª Edição, Porto Alegre, 2002.
7. CIENFUEGOS, F.; VAITSMAN, D. Análise Instrumental, Editora Interciência, Rio de
Janeiro, 2000.

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