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Caso 05 NPJ 2023 Ubm
Caso 05 NPJ 2023 Ubm
XX
MANDADO DE SEGURANÇA
João, uma pessoa de profunda fé, respeitando rigorosamente as normas em vigor, erigiu
um templo destinado a encontros religiosos e orações. Durante essas reuniões,
consideráveis grupos de pessoas participavam, utilizando um boletim para discutir a
qualidade dos serviços públicos, exercendo assim uma influência significativa na
sociedade. Em resposta a essa dinâmica, o prefeito municipal iniciou um processo
administrativo para investigar as atividades realizadas no templo, buscando revogar o
alvará de João e interromper imediatamente as operações no local.
DOUTRINA:
DA LEGITIMIDADE:
A legitimidade ativa de João decorre do fato de ser o titular do direito que busca
proteger, ou seja, o direito de conduzir suas atividades sem entraves. Ele é detentor
desse direito, conforme estabelecido nos artigos 5º, VI, XI, XVI e 220, §6º da
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB).
No que diz respeito à legitimidade passiva, o Prefeito Municipal assume essa posição
por ser o responsável pela concessão do alvará de João. Ao determinar a paralisação
imediata das atividades, sob pena de aplicação de multa, o Prefeito torna-se o
destinatário da ação, sendo, portanto, parte legítima para responder às demandas
relacionadas a esse ato específico. Essa responsabilidade é decorrente da sua autoridade
sobre a concessão de alvarás e do poder de decisão que influencia diretamente nas
atividades de João.
DO MÉRITO:
Essa conduta contrariou o livre exercício dos cultos religiosos, conforme disposto no
artigo 5°, inciso VI, da CRFB/88, que assegura a liberdade de crença. Além disso, a
decisão do Prefeito resultou na supressão da liberdade de reunião, conforme previsto no
artigo 5°, inciso XVI, da mesma Constituição.
A proibição total da liberdade de expressão também foi evidente, desrespeitando o
artigo 5°, inciso IX, da CRFB/88, que protege esse direito fundamental. Por fim, a ação
do Prefeito violou a liberdade de publicação de veículo impresso de comunicação, uma
vez que o artigo 220, § 6°, da CRFB/88 estabelece que essa liberdade não está
condicionada à obtenção de licença de qualquer autoridade.
JURISPRUDÊNCIA:
EMENTA:
RECURSOS OFICIAL E DE APELAÇÃO
- MANDADO DE SEGURANÇA - DIREITO
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - INSCRIÇÃO
ESTADUAL - SUSPENSÃO PREVENTIVA -
PRETENSÃO AO RECONHECIMENTO DO DIREITO À
REABILITAÇÃO PERANTE O SISTEMA DE EMISSÃO
DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS -
IMPOSSIBILIDADE. 1. Suficientemente demonstrada nos
autos a legitimidade do ato administrativo, que determinou a
suspensão preventiva da respectiva Inscrição Estadual da
parte impetrante e, consequentemente, da possibilidade da
emissão de Notas Fiscais Eletrônicas. 2. A suspensão
preventiva da Inscrição Estadual não depende,
necessariamente, da instauração do respectivo processo
administrativo (artigo 2º, § 1º...
« (+68 PALAVRAS) »
... manifesta no ato administrativo ora questionado, não
demonstradas, de plano. 7. Precedentes
da jurisprudência deste E. Tribunal de Justiça. 8. Ofensa a
direito líquido e certo, passível de reconhecimento e
correção, não caracterizada. 9. Ordem impetrada
em mandado de segurança, concedida, em Primeiro Grau
de Jurisdição. 10. Sentença, recorrida, reformada. 11.
Ordem, denegada, invertido o resultado inicial da lide. 12.
Custas e despesas processuais, na forma da legislação
pertinente. 13. Honorários advocatícios incabíveis, na
espécie, por força do disposto no artigo 25 da Lei Federal nº
12.016/09. 14. Recursos oficial e de apelação, apresentado
pela parte impetrada, providos. (TJSP; Apelação Cível
1026616-83.2022.8.26.0564; Relator (a): Francisco Bianco;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro de São
Bernardo do Campo - 1ª Vara da Fazenda Pública; Data do
Julgamento: 15/08/2023; Data de Registro: 16/08/2023)
DA TUTELA DE URGÊNCIA:
Assim, a tutela de urgência se torna não apenas uma medida desejável, mas
também uma necessidade imperativa diante das circunstâncias apresentadas. A urgência
reflete a iminência de danos irreparáveis e a urgência da situação, reforçando a
importância de uma decisão rápida para preservar os direitos e evitar prejuízos
imediatos..
DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer-se:
1- A concessão da tutela de urgência de acordo com o artigo 300, CPC, para que
João possa continuar a desenvolver as suas atividades, sem perigo de dano a sua
atividade
2- Notificação da autoridade coatora;
3- Que seja dada ciência do feito ao segundo impetrado;
4- Intimação do Ministério Público;
5- Ao final, a concessão da ordem em definitivo, com confirmação da tutela
liminar;
6- Já acompanham a inicial, vez que devem ser pré-constituídas, contendo cópia
integral dos documentos que instruírem a primeira petição reproduzidos na
segunda que segue em anexo;
7- Audiência de conciliação ou mediação: Informar o desinteresse na
autocomposição, na forma do art. 334, § 5º, sendo desnecessária sua designação.
DAS PROVAS
Requer o exame de provas documentais anexas aos autos, bem como a oitiva de
testemunhas.
Nesses termos,
Pede-se o deferimento.
Local, data.
ADV
OAB