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AO JUIZO DA CARA CIVEL DA COMARCA DE SIGMA

Associação XYZ pessoa jurídica privado, inscrita sob o nº do CNPJ XXX, endereço na rua xxx,
bairro xxx, Sigma, estado xxx, CEP xxx, vem através de seu advogado que a esta subscreve com
OAB sob o nº xxx, com fulcro no art 1º II,IV,V e VI, da Lei 7.347/85.

Ação Civil Pública com Tutela Provisória

Em face do Município Sigma pessoa jurídica de direito publico, com CNPJ sob o nº xxxxx,com
sede no endereço rua xxx, nº bairro xxx, Sigma, estado xxx, pelas razões de fato e direito que
passa a expor.

LEGITIMIDADE ATIVA

Comprova se que a associação simultaneamente está constituída há pelo menos 1 (um) ano
nos termos da lei e que tem, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao consumidor, à
ordem urbanística e econômica e à livre concorrência (conforme determina o Art. 5º, inciso V,
alíneas a e b, da Lei nº 7.347/85).

LEGITIMIDADE PASSIVA

Com a conduta negligente torna-se legitimado passivamente o Município Sigma, onde, mesmo
quando instigado, não está realizando a fiscalização da ocupação do solo urbano municipal.

DOS FATOS DO DIREITO

O Município Sigma vem a incorrer em atos ilícitos por sua omissão, ao transgredir as normas
legais e não realizar a devida fiscalização do uso e ocupação do solo urbano, através do
exercício do seu poder de polícia. Logo violações ao ordenamento jurídico e à Constituição da
República são evidenciadas pelo descaso do Município em cumprir sua obrigação legal de
supervisionar o ordenamento territorial, conforme estabelecido nos Artigos 30, inciso VIII, e
Artigo 182 da Constituição.
Mesmo quando provocado, o Município permitiu de forma ilegal o uso não autorizado de um
bem público (a calçada ao redor da praça), sem a devida permissão (um ato precário que,
inclusive, requer licitação) por parte de indivíduos que também não possuem os documentos
públicos legalmente exigidos para realizar atividades comerciais de bebidas e alimentos.
Assim sendo conforme STJ:

“- RECURSO ESPECIAL: REsp XXXXX SP XXXX/XXXXX-


PROCESSUAL CIVIL. AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO
IRREGULAR. INFRAÇÕES OMISSIVAS DE CARÁTER PERMANENTE.
INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. 1. Cuida-se, na origem, de Ação Civil Pública
ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo postulando a
condenação dos réus à realização de todas as obras de infraestrutura ainda
não executadas no loteamento "Portal da Figueira": à substituição por outras
obras correlatas ou à realização dos reparos necessários naquilo que não foi
implementado de forma adequada. 2. O Juiz do primeiro grau julgou
procedente o pedido. O Tribunal a quo proveu a Apelação do réu, ora
recorrido, e deu parcial provimento à da Municipalidade. Consignou na sua
decisão: "A alegação do réu Calil Aboarrage de que teria ocorrido a
prescrição, entretanto, deve ser acolhida."

Conforme a jurisprudência do STJ, não incide a prescrição em loteamentos irregulares, pois,


entre outros fundamentos, trata-se de infrações omissivas de caráter permanente, o que
equivale a dizer que, pelo menos no âmbito cível-administrativo, a ilegalidade do loteamento
renova-se a cada instante, entendimento que vale tanto para a Administração como para o
particular que lucrou financeiramente com a atividade ou o empreendimento.

Compete ao Município especificamente, segundo art. 30 da Lei Maior o seguinte: “VIII –


promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante, planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.”

O art. 182 da Constituição Federal que dispõe sobre a Política Urbana, atribui ao Poder Público
Municipal o dever de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem-estar de seus habitantes. É perceptível a competência municipal em assuntos
de interesses local, com especial atenção para o adequado ordenamento territorial e ocupação
do solo urbano. Vale trazer à baila o posicionamento de Eduardo Lima de Matos, na obra
Autonomia Municipal e Meio Ambiente, Editora Del Rey.

“A percepção de uma nova estrutura constitucional exige uma avançada


postura do administrador municipal, pois a Constituição outorgou poderes
para a regulamentação de algumas atividades, bem como para a prestação
de serviço de interesse local aos munícipes. Tais serviços, se bem planejados
e executados, poderão proporcionar o bemestar da coletividade, como:
saneamento básico, coleta de lixo, fornecimento de água tratada, vigilância
sanitária, entre tantas outras de interesse do Município”.

DA TUTELA URGENCIA

Diante do ato narrado, tem-se que é de suma importância que seja concedida a tutela de
urgência, pois temos que o ato pode causar sérios prejuízos ao autor até que seja dado o
resultado útil do processo, logo temos que na forma do art. 300 do Código de Processo Civil é
devida a tutela em caráter de urgência.
Logo temos o que estabelece na lei 7.347/85 que dispõe sobre a concessão liminarmente em
seu art. 12 sem justificação previa.

DOS PEDIDOS

Ante ao exposto, requer:

1) Citação do réu conforme estabelecido pelo art. 242 do Código de Processo Civil.

2) Deferimento da Tutela Provisória liminarmente como estabelece o art. 300 do Código de


Processo Civil, para que não aja prejuízo até o resultado útil do processo.

3)A procedência do pedido de obrigação de fazer para que venha a obrigar a fiscalização do
Município, assim coibindo a utilização de espaços públicos de forma irregular
4) Intimação do representante do Ministério Público Estadual (Art. 5º, § 1º, da Lei nº
7.347/85).

5) Condenação do réu em ônus sucumbências, conforme dispõe o artigo 85, § 2º, do Código de
Processo Civil.
DAS PROVAS

Protesta por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$:XXX para fins procedimentais.

Nestes termos,
Pede deferimento.

LOCAL/ DATA
ADV/OAB

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